Visto daqui, ao que parece, o governo dos irmãos Castro não resistiu a pressão internacional gerado pelas Damas de Brancos, as esposas, mães e filhas dos dissidentes cubanos presos, que protestavam dominicalmente pelas ruas de Havana, e resolveu soltá-los. No pacote de “bondade” o governo cubano planeja expulsar do país, com os familiares que o quiserem acompanhar. Nesse momento há uma grande negociação entre o governo de cuba e o governo espanhol, intermediado pela igreja católica cubana, para acolher esses dissidentes como asilados políticos
Foto: Associated Press

As Damas de Branco, armadas de ramos gladíolos, denunciando as prisões dos seus filhos, maridos e parentes, estão mudando o regime de Fidel? Ao fundo uma placa de transito diz que é proibido dobrar a esquerda
Toinho de Passira
Fontes: Diario de Notícias, AFP, Radio Vaticano, BBC Brasil
A rádio vaticano informou hoje que o Arcebispado de Havana Jaime Ortega y Alamino acompanhado do Ministro das Relações Exteriores da Espanha, Miguel Ángel Moratinos ao se reunir com o Presidente cubano, Raúl Castro Ruz, que estava acompanhado do Ministro das relações exteriores de Cuba, Bruno Rodríguez Parrilla, recebeu boas notícias:
Dando continuidade ao processo de liberalização de presos dissidentes, pelo governo de Raúl Castro, mais seis prisioneiros serão transferidos para suas províncias, permitindo ficar mais perto dos familiares, facilitando as visitas e outros cinco serão libertados e poderão partir em breve, para a Espanha com seus familiares.
Foto: Reuters

O ministro espanhol Miguel Moratinos e o Cardeal Jaime Ortega conversam com o presidente de Cuba Raúl Castro sobre a libertação dos prisioneiros
O Ministro espanhol Moratinos, Raúl Castro e emInistro Além disso, as autoridades cubanas informaram que de três a quatro meses, os demais 47 dissidentes detidos em 2003 serão libertados e poderão sair do país.
Até o momento, a mediação feita pela Igreja havia permitido a libertação de um prisioneiro e a transferência de outros doze para suas províncias de residência.
Fotos: Reuters

Laura Pollán perplexa e Farinãs, cético, mas a possibilidade dos dois falarem ao telefone, com viva voz, diante da imprensa estrangeira, é um sinal que algo está muito diferente na Ilha
O dissidente cubano Guillermo Fariñas afirmou nesta quarta-feira que porá um ponto final à greve de fome quando estiverem "na rua" pelo menos 12 dos 52 presos políticos que o Governo de Raúl Castro aceitou libertar a partir desta quarta-feira.
"Sempre disse que até não ser informado oficialmente da libertação dos 12 (...) não vou deixar a greve", disse Fariñas, que nesta quarta-feira cumpre 134 dias de jejum, durante conversa por telefone, transmitida no viva voz, com líderes das Damas de Branco, e acompanhada por jornalistas.
"Estou cético. Até que nossos irmãos estejam fora não confiamos nas autoridades", advertiu o dissidente, que iniciou o protesto no dia 24 de fevereiro, um dia depois da morte, depois de 85 dias de greve de fome, do preso opositor Orlando Zapata.
Outros opositores na ilha receberam o anúncio satisfeitos, mas igualmente céticos. "É algo inesperado", disse Laura Pollán, líder das Damas de Branco, uma organização que reúne familiares de presos políticos.
"Fiquei perplexa, esperávamos a libertação de 10, 12, até 15 presos, mas nunca um anúncio como o que foi feito. Só vou acreditar quando vir o último deles deixar a prisão", acrescentou.
Oscar Espinosa, um dos 75 libertados em 2004 por problemas de saúde, considerou a decisão do Governo de "ato de justiça" que "abre possibilidades a outras mudanças" em Cuba.
Foto: Getty Images

Protesto em Miami, após a morte do dissidente Orlando Zapata, liderado pela cantora Gloria Estefan que se declarou também uma “Dama de Branco”.
Para o ativista dissidente Elizardo Sánchez, no entanto, são 167 os presos políticos, e mesmo que esse número seja reduzido para 115 a cifra "não garante melhora na situação dos direitos humanos" na ilha.
O clamor pelos presos foi avivada com as críticas feitas na União Europeia (UE), Estados Unidos e outros países pela morte, em fevereiro, do preso opositor Orlando Zapata, depois de 85 dias de greve de fome, e o jejum de Fariñas.
Foto:

Integrantes dos ministérios do exterior espanhol e cubanos reunidos em Havana acertando detalhes da libertação dos presos políticos
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