BRASIL - EUA: Obama chega no sábado e no domingo pega praia no Rio
BRASIL – ESTADOS UNIDOS Obama chega no sábado, domingo pega praia no Rio O presidente americano, Barack Obama, desembarca em Brasília no dia 19, sábado, para uma visita de dois dias. Como Lula fazia uma política de morde assopra, a diplomacia americana achou mais coerente esperar pelo próximo presidente. Surpreendentemente, a ex-guerrilheira Dilma Rousseff tem acenado com uma política externa bem mais alinhada com os americanos que o seu antecessor. Quem diria? Entre outras coisas, já criticou indiretamente Ahmadinejad, tem mantido uma distância prudente de Hugo Chávez e por último tem dado amostras de apoio a linha adotada por Washington na atual crise dos países árabes.
Foto: Pete Souza /White House Postado por Toinho de Passira O presidente dos Estados Unidos, Barack Hussein Obama começará sua visita oficial ao Brasil, desembarcando na Base Aérea de Brasília neste sábado 19, às 8h. Estará acompanhado da mulher, Michelle Obama, e das duas filhas, Malia e Sasha. No dia seguinte, 20, tem agenda no Rio de Janeiro de onde embarca para o Chile sua segunda e última etapa da viagem pela América do Sul. Protocolarmente, às 10h será recebido com todas as honras de Chefe de Estado. Subirá, acompanhado da Presidenta Dilma Rousseff, a rampa do Palácio do Planalto, após revista as tropas, dos dragões da Independência, que desfilarão em sua homenagem. Ouvirá o Hino Nacional Brasileiro e lgo9 após será saudado com uma salva 21 tiros de canhões. Seu primeiro compromisso em terras brasileiras, como não poderia deixar de ser, será uma reunião privada com a presidente Dilma Rousseff, em seguida ampliada com a participação de ministros brasileiros e seus correspondentes americanos, quando serão assinados protocolos e tratados comerciais. Seguindo a programação, será servido um almoço no Itamaraty (Ministério das Relações Exteriores) com a presença de dez grandes empresários brasileiros: as construtoras Camargo Corrêa e Odebrecht; a Coteminas, maior empresa têxtil do país; a Cutrale, gigante na produção de suco de laranja; a fabricante de aviões Embraer; a siderúrgica Gerdau; a mineradora Vale; a Stefanini, que atua na área de tecnologia da informação; a Aracruz, produtora de papel e celulose; e a Votorantim, conglomerado com braços nas áreas de cimento, mineração e metalurgia, siderurgia, celulose e papel, entre outros. Foto: Divulgação No domingo (20), Obama reunir-se-á com o governador Sérgio Cabral e visitará uma Unidade de Polícia Pacificadora em um dos morros carioca (o local ainda não foi divulgado). Está previsto também que o presidente americano, Barack Obama, fará, no Rio de Janeiro, um discurso “aberto ao público e dirigido a todo o povo brasileiro", em local, também ainda não divulgado.
Os acordos assinados por Obama, na sua visita ao Brasil, inclui um leque de projetos e pretensões diversas, como por exemplo, parceria para ajudar países africanos menos favorecidos a se desenvolverem; a construção conjunta de um satélite de monitoramento do clima e a possibilidade de os brasileiros que trabalham e pagam previdência nos EUA ao resolver voltar para o Brasil, poderão resgatar o que pagou no território americano e contar como tempo de serviço, na previdência brasileira. O mais importante, porém, é que os governos, brasileiro e americano, estarão na ocasião, iniciando negociações envolvendo o petróleo do pré-sal. O jornalista Carlos Tautzm comenta no Blog do Noblat: “No longo prazo, o objetivo dos Estados Unidos seria fazer do Brasil o substituto dos instáveis países do Oriente Médio e da Venezuela, na condição de principal exportador de óleo aos EUA”. E continua: “Afinal, o mercado americano quer se livrar dos problemas que enfrenta com suas importações petrolíferas, sempre ameaçadas por convulsões em países árabes e muçulmanos ou pela eventual mudança de orientação política, como na Venezuela nacionalista de Chávez”. Por outro lado, o Brasil, que vai precisar de muito dinheiro para realizar a exploração de petróleo em águas profundíssimas e um parceiro como os americanos são muito bem vindos. De grande interesse público e político os temas do fim de visto nos passaportes dos brasileiros que pretendem visitar os Estados Unidos e o apoio do governo americano para que o Brasil tenha assento permanente no Conselho de Segurança da ONU, poderão, segundo alguns, ser a grande frustração dessa visita. Especula-se que serão anunciadas facilidades para a obtenção do visto, mas não a sua extinção definitiva. Quanto o apoio de Obama ao Brasil no Conselho de Segurança da ONU, as especulações são maiores e mais acirradas. Caso o americano não expresse o seu apoio ao Brasil, como já fez a Índia, ao Japão e a Alemanha, a visita poderá se transformar em uma derrota da política externa brasileira. Eliane Oliveira, comenta no O Globo: ”Segundo uma fonte do Departamento de Estado, a mudança na posição de Washington é uma possibilidade remota. Seria um “milagre”. Para o governo americano, o Brasil cometeu um “pecado mortal” ao votar contra a resolução do Conselho de Segurança sobre novas sanções ao Irã, em junho.” ”A iniciativa brasileira teria sido mais grave que a insistente busca pelo acordo nuclear com o Irã porque “comprometeu a própria credibilidade do sistema” e deu mostras da contaminação das decisões mais sensíveis de política exterior do País pela personalidade do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do ex-chanceler Celso Amorim. “Foi uma burrada”, disse a fonte”. ”Para o Departamento de Estado, ainda não está claro se o governo de Dilma Rousseff, como continuidade da administração Lula, preservará a mesma linha de ação na área externa”- conclui Eliane Oliveira. Pelo estilo Obama e as condições políticas do momento, “thepassiranews” aposta que o americano vai dizer "sim" as duas pretensões brasileiras: cancelará a necessidade de visto para entrada de brasileiros em território americano e declarará apoio a entrada do Brasil, como membro permanente do Conselho de Segurança da ONU. O gesto de Obama é será só um gesto, não significam compromissos que não possam ser revistos posteriormente, se as coisas não estiverem andando no seu agrado.
Aparentemente o apoio de Obama é um sinal de prestígio para o Brasil, mas na realidade representa muito mais interesses americanos: brasileiros com vistos facilitados gastarão muito mais dólares nos Estados Unidos. Em 2009, 890 mil brasileiros gastaram R$ 4,4 bilhões nos Estados Unidos, dando ao Brasil a 7ª posição no ranking dos maiores visitantes. No ano passado, o número de brasileiros saltou para 1,2 milhão. O fim da exigência do visto poderia gerar R$ 10,3 bilhões de receitas extras aos americanos, pelos cálculos da US Travel Association. Em tempos de crise esse dinheiro é extremamente importante, para os americanos. Foto: Divulgação O americano espera tirar proveito por ser ele o fiador dessas nações, novos ricos encantados com a bajulação e ávidos por poder. |
Nenhum comentário:
Postar um comentário