JAPÃO Terremoto e tsunami provocam devastação, mortes e riscos de radiação nuclear
O terremoto mais forte já registrado na história do Japão, 9 de magnitude, o quinto mais forte do mundo no último século, ganhou o nome de Tohoku Jishin, ou Terremoto do Nordeste. Para completar a tragédia o tremor foi seguido por um tsunami com ondas de até 13 metros. Mais de 1.800 pessoas podem ter morrido. Há uma grave preocupação com a situação da usina nuclear de Fukushima, cujo sistema de refrigeração foi danificado pelo terremoto. Houve vazamento de radiação após uma explosão ter arrebentado o telhado da instalação e há temores de que ocorra um desastroso derretimento da usina. Estão evacuando uma área de 10 km ao redor do reator.
Foto: Kyodo News, via Associated Press
O instante em que ondas gigantes do tsunami atingiam residencias em Natori
Postado por Toinho de Passira Fontes: BBC Brasil , Reuters, O Globo, The New York Times, The Washington Post, Reuters, BBC Brasil
O Japão confronta a devastação provocada pelo terremoto e o tsunami de sexta-feira na sua costa nordeste, onde ainda há incêndios e cidades parcialmente submersas. Pelo menos 1.800 pessoas podem ter morrido, a maioria delas por afogamento.
Foto: Kyodo News/Associated Press
Depois do terremoto de magnitude 9, um tsunami com ondas de até 13 metros arremessaram barcos, carros, edifícios e toneladas de detritos quilometros a dentro da costa
O amanhecer do sábado revelou toda a extensão dos danos causados pela violência do tremor de magnitude 9 e pelo tsunami com ondas de até dez metros de altura que varreu vilarejos e cidades.
O tremor atingiu uma das regiões mais pobres do país, formada por seis províncias: Aomori, Akita, Iwate, Fukushima, Yamagata e Miyagi, cuja capital é Sendai, o local mais próximo do epicentro do tremor.
A região abriga uma população de pouco mais de 9,4 milhões de habitantes e sua economia é baseada na agricultura.
Conhecida popularmente como "celeiro do Japão", é de lá que sai boa parte da comida que é consumida pelos japoneses. Arroz, legumes, frutas e pescados são os principais produtos locais.
Em uma das áreas residenciais mais atingidas, era possível escutar pessoas soterradas sob os escombros, pedindo socorro e perguntando quando seriam resgatadas.
Foto: Yasushi Kanno/Yomiuri Shimbun/Associated Press
Casas em chamas arrastadas pelo tsunami na cidade Natori, tudo transmitido ao vivo pela televisão
O alcance exato dos danos ainda é desconhecido. Balanços iniciais indicam que mais de 5 milhões de casas estão sem energia elétrica e ao menos 1.800 foram destruídas somente na região de Fukushima. Estima-se que 90% das casas na costa japonesa foram destruídas. Mais de 300 mil pessoas já foram evacuadas de suas casas. O número de prédios destruídos completa ou parcialmente subiu para 3.400. Quatro trens na área costeira entre as regiões de Miyagi e Iwate permaneciam desaparecidos, informaram as ferrovias japonesas. Não se sabe quantos passageiros estavam nos vagões.
A cidade de Kesennuma, com 74 mil habitantes, sofreu fortes incêndios e um terço da sua área está submersa.
Em Sendai, cidade com 1 milhão de habitantes, o aeroporto está em chamas depois de ser inundado pelo tsunami.
Na sexta-feira, imagens de TV mostraram uma veloz torrente de água barrenta arrastando carros e destruindo casas nos arredores de Sendai, 300 quilômetros a nordeste de Tóquio. No cais, navios foram arremessados para a terra e ficaram virados de lado.
Foto: Kyodo News/Reuters
Barco tombado em terra firme, arremssado pelo tsunami em Hachinohe, Aomori
No norte do Japão, um tsunami atingiu a cidade de Kamaichi, e apesar de ter sido de pequenas dimensões atirou barcos, carros e caminhões como se fossem de brinquedo.
Foto: Kyodo News/Associated Press
Trens descarrilaram durante o terremoto, em Higashimatsushima, Miyagi.
A dimensão dos danos ao longo de uma extensa faixa costeira e o grande número de desaparecidos indicam que o número de mortos pode aumentar.
Mesmo para um país acostumado a terremotos, a devastação era impressionante.
Foto: Itsuo Inouye/Associated Press
A cidade de Sendai , consumida pelo fogo e pelas águas
O terremoto, o maior desde que o Japão iniciou seus registros há 140 anos.
A grande preocupação no momento é com a usina nuclear Fukushima Daiichi, em Okumamachi, na província de Fukushima, cerca de 240 quilômetros ao norte de Tóquio, cujo sistema de refrigeração foi danificado pelo terremoto e obrigou o governo a declarar estado de emergência e ordenar a retirada de moradores num raio de 20 km em torno do complexo nuclear.
Foto: NTV Japan/APTN/Associated Press
Imagem da TV estatal japonesa, NTV Japan, mostra o provável momento da explosão, neste sábado, na Usina Nuclear de Fukushima.
Na manhã deste sábado, uma explosão na usina Fukushima 1 aumentou as preocupações. O porta-voz do governo japonês não soube informar as causas da explosão, mas afirmou que não o reator não foi atingido.
O governo japonês confirmou o vazamento radioativo proveniente da explosão ocorrida neste sábado. A companhia de eletricidade japonesa Tokyo Electric Power (Tepco) confirmou o incidente e adiantou que planeja preencher o reator com água do mar para esfriá-lo e reduzir a pressão na unidade.
A direção do vento na região da usina é outro fator que preocupa as autoridades japonesas. Durante todo o sábado, ele soprou do sul em direção ao continente e assim pode causar danos ao meio ambiente e à população que vive no entorno. No entanto, a agência meteorológica local garantiu que a direção do vento pode mudar mais tarde para que ele sopre do noroeste em direção ao mar.
Foto: Kyodo News/Associated Press
Aldeias inteiras em partes da costa do Pacífico do Japão norte desapareceram sob uma parede de água, e muitas comunidades estão cortadas. Uma área urbana devastada pelo tsunami e terremoto em Minami Sanriku, Miyagi
A agência de inspeção nuclear da ONU solicitou com urgência informações sobre a dimensão do vazamento de radiação do reator, cujo recipiente é feito de aço e revestido por um edificio de concreto. A explosão teria acontecido por conta do desabamento deste revestimento.
Ao todo o governo japonês declarou estado de emergência em duas usinas nucleares depois de uma falha no sistema de resfriamento de cinco reatores - dois na planta Fukushima 1 e três na vizinha Fukushima 2 -, em decorrência do forte terremoto. As cinco instalações foram fechadas e a agência nuclear ordenou a liberação de vapor levemente radioativo para reduzir a pressão e proteger os reatores de danos. No total, o país tem 55 reatores fornecendo cerca de um terço da eletricidade do país.
A central nuclear Fukushima 2 está localizada a 12 km da central Fukushima 1, onde a sala de controle de um reator registrou, pela manhã, um nível de radioatividade 1 mil vezes superior ao normal. Segundo medição feita num posto de controle próximo ao portão principal da usina, os níveis de radiação fora de Fukushima 1 aumentaram oito vezes nas últimas horas.
Foto: Kim Kyung-Hoon/Reuters
Técnicos verificam se há sinais de radiação em crianças evacuadas de áreas próximas da Usina Nuclear de Fukushima Daini, em Koriyama.
O número de indivíduos expostos à radiação da usina nuclear em Fukushima, inicialmente de nove pessoas pode chegar até a 160 segundo informações adicionais da central nuclear da Agência de Segurança Industrial e Nuclear japonesa.
Foto: Kyodo/Reuters
Tanques de gás natural em chamas na província de Chiba, nos arredores de Tóquio.
Assim como as usinas nucleares, por questões de segurança, algumas industrias de grande porte, como as montadoras de veículos e as refinarias de petróleo foram paralisadas.
Foto: European Pressphoto Agency
Casa destruídas, incêndios e toneladas de detritos compõem o cenário dramático nas ruas de Kesennuma, Miyagi
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