1 de mar. de 2011

LÍBIA : O impasse de Muamar Khadafi

LÍBIA
O impasse de Muamar Khadafi
Khadafi diz ser ‘amado’ até nega os protestos em Trípoli e afirma saber que seu povo morreria por ele. Os americanos temem uma guerra civil prolongada. E muitos apostam que o ditador líbio só deixará o poder morto.

CHARGE: Petar Pismestrovic – Kleine Zeitung (Austria)

Postado por Toinho de Passira
Fontes: BBC UK, ABC News , BBC Brasil, Reuters

O líder líbio, Muamar Khadafi, afirmou em entrevista à BBC nesta segunda-feira que ele é amado por todo o seu povo e se recusou a admitir que há protestos contra o governo na capital do país, Trípoli.

“Ninguém estava contra nós. Contra mim por quê? Porque não sou presidente. Eles me amam, todo o meu povo me ama. Todos eles. Eles morreriam para me proteger,” disse Khadafi, em entrevista ao repórter da BBC Jeremy Bowen e para Christiane Amanpour, da rede ABC.

No poder desde 1969, ele voltou a dizer que os manifestantes de seu país estão armados e sob a influência da Al-Qaeda.

Khadafi riu quando, durante a entrevista, foi sugerida a possibilidade de que ele deixasse a Líbia e disse se sentir traído pelos líderes mundiais que estão pressionando pela sua deposição, acusando-os de querer colonizar a Líbia.

Questionado se cogita renunciar, ele disse que não tem cargo oficial ao qual renunciar e voltou a insistir que o poder está com o povo.

Ele disse também que ordenou a seus partidários que não atirassem contra os manifestantes.

Segundo Bowen, o líbio estava relaxado durante a entrevista (feita em um restaurante com vista para o porto de Trípoli) e parecia pouco preocupado com a pressão internacional, alegando que seu povo está ao seu lado.

Logo após a entrevista, o líbio partiu em um comboio de dezenas de veículos.

Horas antes, governos de diversos países condenaram a violência do regime contra os manifestantes que têm saído às ruas da Líbia nas últimas duas semanas, e a União Europeia aprovou sanções e um embargo na venda de armas contra o país norte-africano.

No sábado, outras sanções haviam sido impostas pelo Conselho de Segurança da ONU.

Há relatos de centenas de mortos em confrontos no país, em um momento em que o líder líbio está acuado e sem o controle de parte das cidades do leste da Líbia.

Líbia pode mergulhar numa guerra civil se Muammar Gaddafi não deixar o poder, disseram os Estados Unidos na terça-feira, intensificando sua pressão pela queda do líder líbio.

Mas Gaddafi não se rende, e enviou forças para uma zona de fronteira no oeste do país, enquanto seu filho Saif al Islam repetiu que o veterano governante não renunciará nem partirá para o exílio.

"Usar a força contra a Líbia não é aceitável. Não há razão, mas se eles quiserem... estamos preparados, não temos medo. Vivemos aqui, aqui morreremos", disse ele à TV Sky, um dia depois de os EUA concentrarem forças militares nos arredores da Líbia.

Em Moscou, uma fonte do Kremlin sugeriu que Gaddafi deveria renunciar, pois se trata de "um cadáver político vivo." O primeiro-ministro britânico, David Cameron, considerou inaceitável que o "coronel Gaddafi esteja assassinando sua própria gente, usando aviões e helicópteros armados."

Em depoimento lido a parlamentares norte-americanos, a secretária de Estado dos EUA, Hillary Clinton, afirmou que "a Líbia pode se tornar uma democracia pacífica, ou pode enfrentar uma prolongada guerra civil."

Antes ela já havia sugeridos que estava na hora do líder líbio “sair agora” e acusou-o de usar “mercenários e bandidos” para atacar civis desarmados e de executar soldados que se recusaram a alvejar seus concidadãos.

A embaixadora norte-americana na Organização das Nações Unidas (ONU), Susan Rice, disse que os EUA continuarão a aplicar pressão sobre Gaddafi até que ele caia, trabalhando para estabilizar os preços do petróleo e evitar uma crise humanitária.

Ela não chegou a comentar as propostas de que o governo Obama imponha uma zona de exclusão aérea sobre a Líbia, o que impediria Gaddafi de usar sua aviação contra os rebeldes.

O general James Mattis, chefe do Comando Central dos EUA, disse ao Senado que essa seria uma operação "desafiadora", que necessariamente resultaria em um ataque.

"Você precisa eliminar a capacidade de defesa aérea (do outro país) para estabelecer uma zona de exclusão, então que ninguém tenha ilusões aqui. Seria uma operação militar, não só dizer às pessoas para que não voem com aviões."

Analistas dizem que os líderes ocidentais não têm nenhum apetite por um conflito na Líbia, depois dos exaustivos e complicados envolvimentos militares no Afeganistão e Iraque.

"Eles ficarão desesperados para não se colocarem nessa situação, a não ser que do contrário isso resulte em massacres ainda piores", disse Shashank Joshi, do Real Instituto de Serviços Unidos, de Londres.


Um comentário:

Anônimo disse...

Chiste, diz:

Os assalariados e aposentados são os únicos culpados pelo rombo das Contas Públicas e não os gastos indiscriminados para eleger, a qualquer custo, o sucessor de Luis Inácio.

Engordar as contas bancárias dos políticos, autoridades e pelêgos sindicalistas é um bom investimento de barganha do rolo compressor do governo: o famoso "cala bôca". Até os carapintadas sumiram ou se transformaram em caras de pau.

A turma do poder somente se importa com o povo em época de eleição ou quando a massa mostra publicamente sua indignação.

Acorda brasileiros estamos lotados de Kadafis no poder.