Chávez diz ainda querer participação na refinaria
BRASIL- VENEZUELA
Chávez diz ainda querer participação na refinaria Abreu e Lima Depois de idas e vindas, declarações desabonadoras contra a Petrobras, durante sete anos, após visita de Dilma, à Caracas, Chávez manda a PDVSA, companhia petrolífera Venezuela dizer que tem garantias para continuar no projeto da refinaria que está sendo construída em Pernambuco. Foto: Roberto Stuckert Filho/PR Postado por Toinho de Passira O ministro de Petróleo e Energia da Venezuela, Rafael Ramírez, afirmou que a estatal venezuelana PDVSA já dispõe da garantia financeira para pagar sua participação no projeto da refinaria Abreu e Lima em Pernambuco. O anúncio foi feito dois dias depois de a presidente Dilma Rousseff voltar a afirmar, junto a seu colega venezuelano Hugo Chávez, a decisão de dar continuidade à parceria entre as estatais. No encontro, no entanto, ela reconheceu que o projeto era um "desafio". "Estamos colocando o dinheiro como garantia e não há garantia mais sólida que o dinheiro vivo e aí está", afirmou Ramirez, durante encontro com países do PetroCaribe, em Caracas. "Agora resta ao BNDES fazer os trâmites para entrar na refinaria", acrescentou. Outra parte da garantia, de US$ 1,5 bilhão, virá de um fundo da Venezuela com a China (equivalente a R$2,6 bihões). O BNDES vai financiar R$ 9 bilhões do projeto à PDVSA, que deve ter 40% de participação na Abreu e Lima. À Petrobras correspondem os outros 60% da refinaria, projetada para processar 230 mil barris de petróleo diariamente. O orçamento total para construção da refinaria é de R$ 26 bilhões. O último avanço nas negociações entre as estatais havia sido anunciado na quarta-feira. Após uma reunião entre os diretores das empresas, a Petrobras deu um novo prazo de 60 dias à PDVSA para cumprir com as exigências contratuais, o que permitirá a participação da estatal venezuelana na refinaria. O projeto acordado entre o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva e Hugo Chávez se arrasta há sete anos. Enquanto a PDVSA negociava as garantias para receber um crédito do BNDES para financiamento de 40% da refinaria, o projeto começou a ser construído unilateralmente pela Petrobras, sob ameaça de deixar os venezuelanos de fora. Com a conclusão do projeto, o Brasil deverá importar 100 mil barris de petróleo diários da Venezuela, para serem processados pela refinaria em Pernambuco. "Com ela nós vamos também contribuir para o que deve ser uma relação entre dois países em que os dois lados ganham", afirmou Dilma Rousseff em Caracas. A história nem sempre foi tão pacifica assim, Terezinha Nunes comentou no blog do Jamildo comentou, que havia boatos que Chávez não havia colocado um tostão no projeto, por exigências incontornáveis como por exemplo de que queria incluir no acordo que a PDVSA assumisse a distribuição de combustíveis no Nordeste em troca da parceria. Falous-e também que a crise econômica havia atingido de tal forma a Venezuela que não havia recurso disponível para participar da parceria. Segundo o jornal O Estado de São Paulo o problema teria sido de ordem financeira. Não que a PDVSA esteja atravessando uma crise mas porque contesta o valor do empreendimento que em 2005, no anúncio de Chavez, estava orçado em US$ 2 bilhões, até o ano passado pulou para US$ 13,3 bilhões e já estaria perto de US$ 14,4 bilhões. Em julho, o Jornal Estado de São Paulo revelou que a estatal da Venezuela questionava, nas mesas de negociação com os representantes da Petrobrás, os custos apresentados para a construção da refinaria. Em 2006, quando do anúncio da parceria, o empreendimento foi orçada em US$ 4,4 bilhões. Hoje, extraoficialmente, a Abreu e Lima custará cerca de US$ 15 bilhões. Colocada contra a parede pela Petrobrás que exigia uma definição até o final de agosto, a PDVSA, sem dúvida com o conhecimento de Chávez, alegou que o custo está maior do que deveria e teria sugerido até a realização de uma auditoria internacional ´para passar um pente fino nos números da refinaria. Um vexame sem tamanho que a Petrobrás, certamente, com receio de desgaste internacional tentou abafar, se negando a atender à imprensa ou a comentar o assunto. Uma auditoria internacional na Refinaria Abreu e Lima é tudo que a Petrobrás não deseja sobretudo depois que o Tribunal de Contas da União acusou superfaturamento nos contratos da obra que passou por uma auditoria e foi motivo de discussões na CPI da Petrobrás. A terraplanagem chegou a ser suspensa por conta disso e o prazo de conclusão da obra já sofreu mais de cinco dilatações sendo impossível prever hoje quando a refinaria vai começar a operar. Pelo visto, apesar dos novos desdobramentos essa novela está longe de acabar. |
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