27 de mai. de 2014

Fernando Collor diz não ter relação com o doleiro preso, que depositou 50 mil na sua conta bancária

BRASIL - Operação Lava-Jato
Fernando Collor diz não ter relação com o doleiro
preso, que depositou 50 mil na sua conta bancária
O senador não explicou, da tribuna do Senado, porque o doleiro Alberto Youssef, preso na Operação Lava-Jata, envolvido no escândalo da Petrobras, fez o deposito na conta dele, e por que ele não estranhou a oferenda. Teria sido pelos seus belos olhos?

Foto: Waldemir Barreto/Agência Senado

Collor, indignação contida para evitar mentir da tribuna

Postado por Toinho de Passira
Fontes: O Globo, Epoca, Agência Brasil, Veja, Senado - Portal de Notícias

O ex-presidente da República e senador Fernando Collor (PTB-AL) negou nesta segunda-feira (26/05) ter qualquer relação com o doleiro Alberto Youssef, preso na operação Lava Jato da Polícia Federal.

O juiz da 13ª Vara Criminal Federal do Paraná, Sérgio Fernando Moro, informou na quinta-feira passada ao ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal, que a Polícia Federal encontrou no escritório do doleiro Alberto Youssf oito comprovantes de depósitos bancários em espécie no valor total de R$ 50 mil, em nome do senador Fernando Collor de Mello.

Os comprovantes foram encontrados durante busca e apreensão da Operação Lava-Jato feita em março no escritório do doleiro. O juiz informa ao ministro Zavascki que Collor de Mello não é investigado e apenas comunica a existência dos depósitos em nome do ex-presidente da República.

"Posso afirmar de forma e de modo categórico que não o conheço e jamais mantive com ele qualquer relacionamento de forma pessoal ou político", afirmou.

Durante o pronunciamento de 18 minutos da tribuna do Senado assistido por apenas três senadores, Collor não negou ter recebido os depósitos, mas não esclareceu os motivos para o recebimento do dinheiro em sua conta. O ex-presidente anunciou que vai pedir à Polícia Federal, ao juiz federal Sérgio Moro, do Paraná, e ao ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal, acesso aos documentos da operação Lava Jato que mencionam os repasses.

O senador do PTB disse que não conhece o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa, que estava preso e foi solto na semana passada por ordem do Supremo. Afirmou conhecer Pedro Paulo Leoni Ramos, que foi ministro da Secretaria de Assuntos Estratégicos durante seu mandato presidencial. "Mantenho com ele e a família relação há mais de 30 anos de amizade e de respeito", declarou.

Uma empresa de PP, como Pedro Paulo é conhecido, havia feito um pagamento de R$ 4,3 milhões para uma consultoria de Paulo Roberto Costa e a suspeita da PF é de que Collor seria um dos beneficiários do esquema de distribuição de propina a políticos a partir do desvio de recursos da Petrobrás.

No pronunciamento, o ex-presidente fez questão de citar a manifestação do juiz Sérgio Moro, que, ao enviar toda a operação Lava Jato para o Supremo semana passada, isentou-o de envolvimento com a operação. "Observo que não há qualquer indício do envolvimento do referido parlamentar nos crimes que já foram objeto das aludidas oito ações penais propostas", destacou.

Collor atacou a revista Veja por ter, segundo ele, feito uma publicação seletiva de informações com o intuito de atingi-lo.

"Desde a primeira reportagem da Veja, ficou clara a tentativa de vincular o meu nome à chamada Operação Lava Jato da Polícia Federal. É isso que eles querem, estão loucos. E mais uma vez eles vão levar uma tunda e vão se arrepender pelo resto da vida", afirmou. "Não convém de forma prematura alimentar uma contenda contra um veículo cujo único objetivo é me acusar, condenar e me denegrir perante a opinião pública", completou.

Collor foi seletivo e cauteloso nas suas declarações, pois se for pego mentindo na tribuna do senado, pode ter o mandato cassado. Sua indignação foi contida, pois, sem acesso ao processo, ainda não sabe o que de verdade existe contra ele nos autos. Sua “inocência e indignação” ao que parece serão diretamente proporcional ao tamanho das provas existentes.

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