6 de jan. de 2013

Agonizando em Havana, Hugo Chávez ainda decide o futuro da Venezuela

VENEZUELA
Agonizando em Havana, Hugo Chávez
ainda decide o futuro da Venezuela
Tudo indica que Chávez está inconsciente e com poucas chances de sobrevivência e não poderá tomar posse ao quarto mandato presidencial, no próximo 10 de janeiro. Pela Constituição Venezuelana, nessa eventualidade, se faria uma nova eleição. Oposição e chavistas batem boca, interpretando a carta magna, mas possivelmente, enquanto o presidente respirar, em algum lugar do planeta, o cargo de presidente da Venezuela, dificilmente será ocupado por outro.

Foto: Ariana Cubillos/Reuters

Partidários de Cháve oram por ele, numa manifestação em Caracas

Postado por Toinho de Passira
Fontes: El Mundo, G1, ABC, Terra, G1, El Universal

A Venezuela aguarda ansiosa o dia 10 de janeiro, data em que o Presidente Hugo Chávez deveria assumir o seu quarto mandato consecutivo e deveria ficar até 2019 a frente do governo do país. Todos sabem que o presidente não comparecerá a solenidade de posse, está num leito de um hospital cubano, num estado de saúde preocupante, com sérios riscos de morte.

ESTADO DE COMA

No dia 1º de janeiro o conceituado jornal espanhol, ABC disse que Hugo Chávez havia entrado nos últimos dias em um coma induzido, com muito fracos sinais vitais, mantidos através de aparelhos. Acrescentou que ele poderia morrer a qualquer momento, no que foi rechaçado pelas autoridades venezuelanas.

O jornal detalha que após a quarta cirurgia feita para extirpar o câncer que vitimou o presidente, a saúde de Chávez é considerada crítica, com febre constante, perda de consciência e sem aparente reação de recuperação mesmo diante do uso de antibióticos.

Acrescente que Chávez chegou ao final do ano em cuidados intensivos, sem comer nada sólido desde a cirurgia de três semanas atrás, sem evacuar, pois está alimentado apenas de forma intravenosa. Detalha que lhe foi extraído cerca de meio metro de intestino. Também suas funções respiratórias foram artificialmente assistida após traqueostomia, que foi apresentado por uma infecção que levou à retenção de líquido nos pulmões. Esse quadro é completado com insuficiência renal .

Uma biópsia realizada durante a cirurgia também detectadas células cancerosas nas paredes internas do intestino e da bexiga.

Em resumo Chávez agoniza em Havana enquanto os aliados tentam mantê-lo vivo na esperança e na memória popular.

CONSTITUIÇÃO VENEZUELA NA UTI

Em letras frias a Constituição venezuelana prever que se não puder tomar posse, por qualquer motivo, o presidente eleito, que ainda não assumiu o cargo oficialmente, perde direito ao mandato. No seu lugar assume o presidente da Assembleia Nacional que deve convocar eleições para dali a 30 dias.

A Assembleia Nacional, de maioria governista, reelegeu, com 97 votos dos 165 deputados que compõe a Assembléia Nacional unicameral, como presidente do poder legislativo, o aliado de Chávez, Diosdado Cabello. Nas suas primeiras palavras, reintegrado como presidente, Cabello apressou-se em dizer que Chávez continuava presidente agora e depois do dia 10 de janeiro. Mostrando disposição de enfrentar a oposição que exigirá novas eleições caso o presidente não consiga tomar posse.

BRASIL - VENEZUELA

Ao que se sabe a presidenta Dilma Rousseff, encarregou o assessor especial da presidência Marco Aurélio, a se inteirar do verdadeiro estado de saúde de Hugo Chávez, possivelmente por não confiar no que é divulgado pelo governo venezuelano.

Marco Aurelio, também conhecido como “Top Top” era o homem certo para a missão, já que tem acesso especial a Hugo Chávez e ao vice Nicolas Maduro além de ser interlocutor do governo brasileiro com o governo de Cuba.

O assessora brasileiro suspendeu suas férias no México e foi até Havana se inteirar da situação. Ao que se comenta ele teve acesso ao hospital e obteve informações das autoridades cubanas, sobre a real situação do venezuelano.

Concluindo o trabalho fez um relatório reservado ao Ministro das Relações Exteriores, Antônio Patriota e um breve telefonema para a própria presidenta e retornou a Cancun, para continuar as férias.

Essas informações são mantidas debaixo de total confidencialidade e suspeitas que o estado de saúde do comandante Chávez é preocupante.

MESMO BARCO

A situação política da Venezuela requer cuidados especiais semelhantes tanto dos aliados quantos dos oposicionistas. O Vice-Presidente Executivo da República, Nicolas Maduro, sabe que Chávez está agonizando numa UTI em Havana, mas fala como se o presidente pudesse assumir o governo do país logo mais. Ele não quer demostrar pressa em assumir a possibilidade de ser o sucessor de Chávez, que o nomeou, como tal, antes da cirurgia, na eventualidade de lhe “acontecer algo” temendo que isso seja visto como agouro ao presidente. Além de temer é claro, diante de uma milagrosa recuperação de Chávez, ser execrado como traidor.

A oposição está em franca desvantagem. Pressiona com cuidado para que a constituição seja obedecida, e a partir do dia 10 de janeiro o cargo de presidente da república seja declarado vago, como impedimento do eleito e que haja novas eleições. A população venezuelana está sensível e solidária com o presidente. Há uma comoção nacional. O fato dele, antes de sair de cena, ter indicado um sucessor, enfraquece a oposição, derrotada tanto nas eleições presidenciais em 07 de outubro, como nas regionais em 16 de dezembro, quando partido de Chávez, Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV), conquistou 19 dos 23 estados do país.

Significativamente, para a oposição, apenas a vitória do líder oposicionista Henrique Capriles, que disputou e perdeu a eleição presidencial contra Chávez, conseguiu vencer no estado-chave de Miranda, uma espécie de São Paulo da Venezuela.

Capriles seria o candidato natural da oposição para enfrentar o candidato de Chávez o vice Nicolas Maduro, mas suas chances de vitória são remotas.

Capriles tem inclusive evitado comentar a possibilidade de Chávez não assumir em 10 de janeiro, deixando que outros líderes da oposição faça esse trabalho.

Se a eleição ocorre com Chávez ainda vivo e com possibilidade de sobrevivência, a oposição será taxada de oportunista e agoureira se o presidente tiver morrido, o país comovido votará em peso em Maduro, como última homenagem ao comandante.

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