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6 de set. de 2014

Em delação premiada, ex-diretor da Petrobras diz que o Governador Eduardo Campos estava entre os recebedores de propina

BRASIL - Corrupção
Em delação premiada, ex-diretor da Petrobras diz que Eduardo Campos estava entre os recebedores de propina
O ex-diretor da Petrobras, Paulo Costa dizia na cela em que está preso na Polícia Federal em Curitiba (PR) que não teria eleições neste ano se ele revelasse tudo o que sabe. Entre parlamentares, ministros e governadores, a lista de atingidos pode chegar a 70 destacados políticos de cinco partidos, entre eles o PT, o PMDB, o PP e o PSB

Foto: Helia Scheppa/JC Imagem/AE

PROPINA - Ex-diretor Paulo Roberto Costa confirmou o esquema de propinas para políticos dentro da Petrobras

Postado por Toinho de Passira
Fontes: Folha de S.Paulo, Diario do Poder, Facebook – Diario do Poder, Blog do Camarotti, Época>, Blog do Coronel

Na sua coluna, do dia 04, o jornalista Claudio Humberto, Diário do Poder, dizia, no dia 04, que o fato do Congresso Brasileiro, está esvaziado, no momento, pouco tinha a ver com o chamado recesso branco, que sempre ocorre em período eleitoral. A delação premiada, do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, em curso, na Polícia Federal em Curitiba, era a verdadeira responsável, a tirar o sono de inúmeros parlamentares, deputados e senadores, que circulavam por Brasília com o semblante carregado.

Nesta sexta, 05, a noite, os sites começaram a divulgar noticias, sobre a delação, materializando os temores dos políticos. Há ainda alguns desencontros de informação. A Revista Veja, que está para circular neste sábado, traz como reportagem de capa, O DELATOR FALA, e diz, no seu site, que vai publicar uma lista dos parlamentares, governadores e ministro, citados pelo ex-diretor da diretoria de Abastecimento da Petrobras, durante os governos Lula e Dilma, entre 2004 e 2012.

O site do jornal Folha de S. Paulo, diz que o delator dedurou pelo menos 12 senadores, 49 deputados federais e um governador.

Outros sites destacam que além dos parlamentares, estão na lista, três governadores e um ministro, do governo Dilma, oriundo da equipe de Lula.

A LISTA

Hoje pela manhã, mesmo sem a lista de Veja, começou a circular os primeiros nomes dos beneficiados com as proprinas: entre eles os presidentes da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), e do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), além do ministro de Minas e Energia, Edison Lobão (PMDB-MA). Os senadores, Ciro Nogueira (PI), presidente nacional do PP, e Romero Jucá (PMDB-RR). Entre os deputados figuram o petista Cândido Vaccarezza (SP) e João Pizzolatti (PP-SC).

Citado também, o ex-ministro das Cidades e ex-deputado Mario Negromonte, também do PP.

Na relação dos três governadores, apontados por Paulo Roberto como destinatário da propina, estão políticos de estados onde a Petrobras tem grandes projetos em curso: Sérgio Cabral (PMDB), ex-governador do Rio, Roseana Sarney (PMDB), atual governadora do Maranhão e Eduardo Campos (PSB), ex-governador de Pernambuco e ex-candidato à Presidência da República morto no mês passado em um acidente aéreo.

Os citados teriam recebido 3% dos valores dos contratos celebrados enquanto ele, Paulo Roberto Costa, era diretor, entre 2002 e 2012, atingindo parte do período do Governo Lula e parte do governo Dilma.


Capa da revista Veja desta semana
MODUS OPERANDI

Desde a sexta feira passada, 29 de agosto, Costa está depondo em regime de delação premiada para tentar obter o perdão judicial. Ele é alvo da Operação Lava Jato, da Polícia Federal, que desmantelou um grande esquema de lavagem de dinheiro e corrupção na Petrobrás. São depoimentos diários que se estenderam por toda semana. O número de políticos citados foi mencionado por Costa nos primeiros depoimentos, mas pode crescer até o final da delação.

Costa relatou a formação de um cartel de empreiteiras dentro da Petrobras, em quase todas as áreas da estatal. Partidos políticos eram supostos beneficiários de recursos desviados por meio de comissões em contratos arranjados. E exemplificou:

“Todo dia tinha político batendo em sua porta”. Num depoimento, ele citou uma conta de um “operador do PMDB” em um banco europeu.

O ex-diretor Paulo Roberto, que assumiu a diretoria de Abastecimento da Petrobras, ainda no primeiro governo Lula, por indicação do ex-líder do PP deputado José Janene (PR) , já falecido, contou que os desvios nos contratos da Petrobrás envolveriam desde o funcionário do terceiro escalão até a cúpula da empresa, durante sua gestão na diretoria de Abastecimento, entre 2004 e 2012.

O ex-executivo também citou quase todas as grandes empreiteiras do País que conseguiram os contratos. Inicialmente seu alvo foram as empresas, mas não havia como isentar os políticos, uma vez que, segundo ele, foram beneficiados com propinas.

Por causa da citação aos políticos, que têm foro privilegiado, os depoimentos serão remedidos para a Procuradoria Geral da República. A PGR afirmou que só irá receber a documentação ao final do processo de delação.

Lembrar que Costa foi responsável pela obra mais cara da Petrobras, a refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, cujo preço final pode ultrapassar R$ 40 bilhões. Segundo a Polícia Federal, os contratos eram superfaturados e o sobrepreço era repassado pelas empreiteiras ao doleiro Alberto Youssef. O doleiro, por sua vez, cuidaria da distribuição do suborno aos políticos.

PERDÃO JUDICIAL

O acordo de delação premiada assinado por Paulo Roberto prevê praticamente o perdão judicial. A pena que ele receberá será mínima comparada aos 50 anos que poderia pegar se responder aos processos – já é réu em duas ações, uma sobre corrupção na Petrobrás e outra sobre ocultação e destruição de documentos.

O acordo prevê que o ex-executivo será colocado em liberdade quando encerrar os depoimentos. Ele deve ficar um ano usando tornozeleira eletrônica, em casa, no Rio, sem poder sair na rua.

Os depoimentos têm sido longos. No primeiro dia foram mais de quatro horas. Um advogado do Paraná que esteve com ele diz que Costa está “exausto, mas se diz aliviado”. O ex-executivo teria demonstrado preocupação apenas quando soube que a imprensa noticiou a delação premiada. Seu temor é se tornar um “arquivo vivo”.

Os depoimentos são todos filmados e tomados em uma sala na Custódia da PF em Curitiba. Ao final de cada dia os depoimentos são lacrados e criptografados pelo Ministério Público Federal, que os envia diretamente para a PGR, em Brasília. A PGR mandou emissário a Curitiba no início do processo de delação.

DOLEIRO - ELEIÇÃO

O doleiro Alberto Youssef, também preso acusado de ser um dos cabeças do esquema desbaratado pela Lava Jato, também tentou negociar com o Ministério Público Federal uma nova delação premiada (ele fez a primeira no caso do Banestado, em 2003), mas desistiu ao ser informado que pegaria pelo menos 3 anos de prisão, em regime fechado.

O depoimento do ex-diretor, Paulo Roberto Costa, foi encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF) para análise e homologação do ministro Teori Zavascki.

Segundo o Blog do Camarotti, a avaliação no PT é que o depoimento de Paulo Roberto Costa pode criar forte desgaste na campanha de Dilma Rousseff. A maior preocupação é que haja divulgação do depoimento com denúncias sobre a existência de caixa dois de campanha e do financiamento de políticos aliados.

12 de mai. de 2014

Fundo Partidário, dinheiro público, pagou escritórios que defendem condenados do PT e do PR

BRASIL - Corrupção
Fundo Partidário, dinheiro público, pagou escritórios que defendem condenados do PT e do PR
Estão usando dinheiro público para defender os corruptos. Diretórios nacionais das legendas contrataram em 2012 e em 2013 bancas que representam, na esfera privada, sentenciados no julgamento do mensalão e réus por corrupção.

Foto: Jorge Araujo/Folhapress

Até Rosemary Noronha a suposta amante de Lula, foi beneficiada com a defesa paga pelo PT. Isto pode Arnaldo?

Postado por Toinho de Passira

Fontes: Estadão, Diario do Poder, Estadão, Estadão

Os diretórios nacionais do PT e do PR contrataram com recursos públicos, provenientes do Fundo Partidário, os mesmos advogados que representam, na esfera privada, condenados no julgamento do mensalão e réus acusados de corrupção após as investigações das operações Porto Seguro e Sanguessuga, da Polícia Federal.

Documentos das prestações de contas dos dois partidos em 2012 e 2013, apresentados ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), mostram repasses de até R$ 40 mil mensais para os escritórios, que atuam para clientes como ex-presidente do PT José Genoino e a ex-chefe de gabinete da Presidência da República em São Paulo, Rosemary Noronha, aquela apontada como suposta amante de Lula.

A Lei dos Partidos Políticos, que disciplina a aplicação dos recursos, não prevê a cobertura de gastos de natureza privada.

Os três escritórios remunerados pelo PT com recursos de origem pública no período analisado apresentaram uma desculpa pronta, e afinada, dizendo que receberam pagamentos por serviços prestados exclusivamente ao partido. Sobre os serviços privados, dois disseram trabalhar de graça e um "a preços módicos" para os envolvidos nos processos.

No processo do PR, referente ao exercício de 2013, o Estado localizou três notas fiscais de R$ 42 mil cada, do escritório do criminalista Marcelo Luiz Ávila de Bessa - que defendeu o ex-presidente nacional da sigla Valdemar Costa Neto e o ex-deputado Carlos Alberto Rodrigues, o Bispo Rodrigues, no julgamento do mensalão.

Consultado, o partido admitiu que o dinheiro do Fundo Partidário foi usado para bancar as defesas de Valdemar e Bispo Rodrigues. Os dois estão presos em Brasília após serem condenados por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, no processo do mensalão.

O PR afirma que contratou a banca para cuidar dos processos criminais de seus parlamentares e dos integrantes da Executiva Nacional. O pacote também inclui as defesas de filiados acusados de envolvimento com a Máfia dos Sanguessugas - esquema descoberto em 2006, que desviava recursos federais para a compra de ambulâncias.

Repasses para pagar honorários foram feitos por meio de cheques da presidência do partido, descontados da conta usada para movimentar a verba do Fundo Partidário.

PREÇOS MÓDICOS E CORTESIA

O PT pagou em 2012 e 2013 ao menos R$ 485 mil ao escritório Fregni - Lopes da Cruz por honorários de ações cíveis, conforme 15 notas fiscais apresentadas ao TSE. Em Brasília, a equipe de advogados defende o ex-presidente do partido José Genoino em processos no quais ele é acusado de improbidade administrativa. As ações movidas pelo Ministério Público são um desdobramento na esfera cível do caso do mensalão.

Na esfera criminal, Genoino foi condenado por corrupção ativa no julgamento no Supremo. Ali, foi representado por outra banca. No dia 30 passado, ele foi levado para a prisão, em Brasília, por ordem do presidente da Corte, ministro Joaquim Barbosa.

A advogada Gabriela Fregni nega que repasses do partido cubram a defesa de Genoino. Ela afirma que o escritório tem uma relação antiga com o petista, que anos atrás pagou "honorários módicos" por trabalhos da equipe. Hoje, explica, não há contrato regulamentando outros pagamentos, tampouco débitos pendentes.

"Quando essas ações (de improbidade) iniciaram, a gente passou a cuidar disso por uma cortesia que a gente tinha com ele", afirmou.

Em 2013, o diretório nacional petista pagou ainda R$ 75 mil ao escritório de Márcio Luiz Silva, advogado de Brasília que atuou nas defesas dos ex-deputados Professor Luizinho e Paulo Rocha, absolvidos pelo STF das acusações de lavagem de dinheiro no julgamento do mensalão.

O advogado disse que trabalhou para os dois políticos de graça. "Fiz isso em caráter de amizade, não teve cobrança", sustenta. Embora mantenha procuração nos autos do processo, Silva afirma que, na prática, atuou apenas até as alegações iniciais do julgamento, passando o bastão para criminalistas depois.

Em junho de 2013, ele firmou com o PT contrato de R$ 180 mil, valor a ser pago em 12 parcelas de R$ 15 mil. O documento prevê serviços de assessoria e consultoria nas áreas de "direito eleitoral, constitucional e político-institucional". "Faço representação institucional do partido no TSE", afirmou.

Luiz Bueno de Aguiar, advogado próximo de petistas influentes, atuou para a ex-chefe de gabinete da Presidência em São Paulo Rosemary Noronha logo após a Polícia Federal deflagrar, no fim de 2012, a Operação Porto Seguro. Aguiar recebeu ao menos R$ 809 mil da legenda nos últimos dois anos de recursos originários do Fundo Partidário. Ele afirma que tem contrato antigo para cuidar de causas cíveis do PT.

O inquérito da Porto Seguro apontou participação da ex-funcionária num esquema de venda de "facilidades" na administração pública. Rose foi denunciada pelo Ministério Público Federal e responde a ação penal por formação de quadrilha, tráfico de influência e corrupção passiva. Conforme o TSE, ex-chefe de gabinete da Presidência em São Paulo é filiada ao PT desde 1989.

Questionado, Aguiar disse que atuou para Rose num primeiro momento, acompanhando-a em audiências na PF, também a custo zero. "Há emergências que você atende, a clientes antigos, que não cobra."

Quanta gentileza!

24 de mai. de 2013

Por declarações na votação da MP dos Portos, PSD também quer cassar Garotinho

BRASIL - Corrupção
Por declarações na votação da MP dos Portos,
PSD também quer cassar Garotinho
Posicionamento do deputado do PR durante a votação da MP dos Portos foi considerada quebra de decoro pela bancada do partido; se processo avançar, parlamentar pode perder o mandato

Foto: José Cruz/ABr

Garotinho disse que se for chamado a depor na comissão de ética, vai colocar no ventilador

Postado por Toinho de Passira
Fontes: Estadão

O líder do PSD na Câmara dos Deputados, Eduardo Sciarra (PR), protocolou, nesta quinta-feira, 23, representação contra o líder do PR, Anthony Garotinho (RJ), pedindo a instauração de procedimento disciplinar que pode culminar na perda de mandato do parlamentar.

Para a bancada do PSD, Garotinho quebrou o decoro parlamentar durante a votação da MP dos Portos, na semana passada, ao indicar que emendas apresentadas atendiam a interesses de empresários do setor portuário. Sciarra alegou que a conduta do líder do PR foi "ofensiva à honra dos parlamentares" e que o comportamento de Garotinho "afeta a imagem de todos os deputados".

A representação do PSD difere do pedido de sindicância encaminhado nesta semana pelas lideranças do PMDB, PPS, DEM e PSDB, uma vez que esses partidos solicitaram a averiguação de possível quebra de decoro parlamentar, enquanto o PSD já pede a instauração de procedimento ético-disciplinar por entender que houve quebra de decoro. Se o pedido for julgado procedente, Garotinho pode perder o mandato.

Durante as sessões que aprovaram a MP dos Portos, Garotinho chegou a dizer que a MP "cheirava mal", que a emenda aglutinativa apresentada na votação era "Tio Patinhas" e que a medida deveria se chamar "MP dos Porcos". Segundo Garotinho, lobistas circularam pelos corredores do Congresso naquela semana. Ele reiterou as declarações feitas em plenário e prometeu fazer novas revelações caso fosse chamado pelo Conselho de Ética.

Vamos aguardar com ansiedade

18 de mai. de 2013

O amigo invisível do deputado Garotinho

BRASIL - Corrupção
O amigo invisível do deputado Garotinho
O empresário George Augusto Pereira tem negócios milionários com o deputado e seu partido. Só tem um detalhe: ele não existe

Foto: André Coelho/Ag. O Globo)

CRIATIVIDADE - O deputado Anthony Garotinho. Em vez de laranjas, ele tem um fantasma

Postado por Toinho de Passira
Texto de Hudson Corrêa, para a revista Época
Fonte: Revista Época

Passava de 8 horas da noite da segunda-feira, dia 29 de abril, quando o deputado Anthony Garotinho subiu à tribuna da Câmara bufando. Líder do Partido da República (PR), ele precisava dar explicações convincentes aos colegas deputados e, principalmente, a seus eleitores do Rio de Janeiro. Dois dias antes, ÉPOCA revelara um esquema de desvio de dinheiro público que envolve a família Garotinho e o PR no Rio. Na tribuna, Garotinho saiu em defesa de uma empresa que tem negócios com seu gabinete na Câmara, com a prefeitura de Campos dos Goytacazes, comandada por sua mulher, Rosinha Garotinho, e com seu partido. Trata-se da GAP Comércio e Serviços Especiais, uma locadora de veículos próxima à família Garotinho. A sigla GAP reproduz as iniciais de seu dono, o empresário George Augusto Pereira. Documentos obtidos por ÉPOCA – reproduzidos abaixo – mostram que George Augusto não existe no mundo das pessoas de carne e osso. Num universo em que tantos escândalos trazem à tona laranjas, Garotinho inovou ao colocar em cena um fantasma. Como tantos garotinhos, o deputado do Rio de Janeiro tem um amigo invisível.

A relação entre Garotinho e a GAP é antiga. Logo que tomou posse em 2011, ele alugou um carro da GAP, um Ford Fusion 2011, usando verba da Câmara. O automóvel estava destinado a seu uso pessoal em Brasília, durante o exercício da atividade parlamentar. Na mesma ÉPOCA, em junho de 2011, Wladimir Matheus, filho de Garotinho, destruiu contra um muro um Ford Fusion 2011, avaliado em R$ 80 mil. Era o mesmo carro alugado por Garotinho com dinheiro da Câmara? Segundo ele, não. Foi uma coincidência. Na ocasião, ÉPOCA procurou George Augusto por telefone. Em entrevista gravada, um homem que se apresentou como ele disse que emprestara o carro a Matheus e que nada cobraria do rapaz, por se tratar de “um amor de pessoa”. Afirmou ainda que o prejuízo com acidentes “fazia parte de seu negócio”. George Augusto parecia mesmo ser amigo da família, notadamente da prefeita Rosinha. A GAP tem um contrato milionário com a prefeitura de Campos para alugar ambulâncias ao município.

Foto: Facebook

SALA DA JUSTIÇA - Na festa da deputada Clarissa Garotinho, a Mulher Maravilha, a prefeita Rosinha vestiu-se como Melindrosa e Garotinho fantasiou-se de Zorro

Nos papéis da Junta Comercial, George Augusto Pereira detém 99,8% das ações da GAP, cujo nome reproduz suas iniciais. As provas de que ele não existe são abundantes. ÉPOCA obteve cópia da carteira de identidade usada por George Augusto Pereira. O documento contém uma falsificação grosseira. De acordo com o Instituto de Identificação Félix Pacheco, o número do RG e a data de expedição da carteira não são de uma pessoa chamada George. Eles correspondem a uma mulher paraibana, de 48 anos de idade, moradora de um bairro pobre de São Gonçalo, região metropolitana do Rio. Entrevistada por ÉPOCA, Josefa Gomes dos Santos Carvalho disse que não entende como outra pessoa pôde usar seu RG, pois nunca perdera o documento. George Augusto Pereira não tem RG – e esse não é o único papel que lhe falta. George tem caminhonetes de luxo e multas de trânsito, mas não carteira de habilitação. No último dia 6 de maio, ele completou 42 anos de idade, mas nunca tirou título de eleitor.

Uma coisa na vida de George é assombrosamente real: o dinheiro que irriga as contas da GAP. Para abrir uma conta no banco, George precisava de um CPF – e um CPF foi tirado, a partir do documento de identidade falso. O mesmo CPF aparece na sua declaração de Imposto de Renda. ÉPOCA obteve o documento relativo ao exercício de 2011, que informa uma renda anual de apenas R$ 23 mil – e não lista nenhum bem patrimonial. Se existisse, George seria um sonegador. Os ativos de sua empresa somam R$ 5,5 milhões, a GAP já recebeu R$ 32 milhões da prefeitura de Campos e ainda tem um contrato de R$ 15 milhões em vigor com o município. Nada disso está declarado. Em agosto de 2011, o Ministério Público do Rio apontou uma fraude na contratação da GAP pela prefeitura, com favorecimento na licitação e pagamento de valores superfaturados.

Quando surgiram os documentos revelando que George não existia, ÉPOCA resgatou a gravação de uma entrevista concedida pelo empresário sobrenatural em junho de 2011. A ligação foi atendida, na ocasião, por uma secretária, que transferiu a chamada para um homem de voz rouca. Para esclarecer o mistério do telefonema de George, ÉPOCA pediu que o perito Ricardo Molina analisasse a voz da pessoa que telefonou fazendo se passar pelo dono da GAP. Havia outro áudio para uma comparação. No mês passado, ÉPOCA gravou uma entrevista por telefone com Fernando Trabach Gomes, que prestou serviço para a campanha do partido de Garotinho em 2010. Durante a conversa, Trabach se identificou como diretor comercial da rede Metta Postos, fornecedora de combustível para a campanha do PR. De cara, chamou a atenção que a secretária de Trabach era a mesma que anotara o recado para George em 2011.

Fotos: Reprodução

A perícia de Molina confirmou a suspeita. “Como não existe ‘certeza’ em perícia (nem na ciência em geral), costumamos dizer que acima de qualquer dúvida razoável é a mesma voz”, afirma Molina. Antes de o Ministério Público começar a investigar a GAP, Trabach interpretava George na informalidade. Em outubro de 2011, uma estranha procuração foi registrada num cartório a uma quadra do Tribunal de Justiça, no centro do Rio. No documento, obtido por ÉPOCA, o George fictício passa plenos poderes ao Trabach de carne e osso. Na prática, era como se o dono da GAP mandasse seu procurador viver por ele. Trabach podia gerenciar os negócios, receber dinheiro, fazer compras, movimentar a conta bancária, assinar cheques, realizar depósitos, despedir empregados, vender bens, fazer escrituras de imóveis, estabelecer contratos e até representá-lo em qualquer processo na Justiça, mesmo numa eventual ação criminal. A procuração não deixava claro se Trabach também poderia falar em seu nome ao telefone.

Trabach – que, até o ano de 2012, tinha cinco números diferentes de CPF – é extremamente próximo da família Garotinho. Ele já apareceu numa denúncia do Ministério Público Estadual (MPE) contra a prefeitura de Campos. Em 2009, seu primeiro ano de mandato, a prefeita Rosinha resolveu alugar ambulâncias em vez de comprá-las. Para abrir concorrência, o município precisava cotar preços entre empresas e definir o valor a pagar pelo serviço de locação das ambulâncias. O mecanismo visa obter a proposta mais econômica aos cofres públicos. Uma das quatro empresas que apresentaram orçamento foi o Posto 01, que vende combustível em Itaboraí, município próximo ao Rio. Naquela ÉPOCA, o posto tinha uma filial no mesmo endereço da GAP. A suspeita do MPE era que houvesse um acerto entre as duas empresas irmãs para fraudar a concorrência. De acordo com o MPE, no dia da licitação, a GAP teve o caminho livre para vencer e receber, ainda por cima, em valores superfaturados. O que isso tem a ver com Trabach? Ele comanda a rede que inclui o Posto 01.

Trabach também aparece nas denúncias de fraudes na campanha eleitoral do PR em 2010. Sua rede de postos ganhou R$ 1,2 milhão para fornecer combustível ao candidato a governador do partido, Fernando Peregrino, lançado por Garotinho. Tudo legal, afinal Trabach realmente opera estações de venda de gasolina, álcool, gás e diesel. A suspeita de falcatrua veio à tona quando a investigação esbarrou nas notas fiscais apresentadas à Justiça Eleitoral para comprovar as despesas com os quatro postos de Trabach. No final de abril, ÉPOCA revelou que as notas contêm indícios de irregularidades e falsificação.

Foto: Facebook

FESTA DE ARROMBA - O deputado Anthony Garotinho, de Elvis e sua mulher, Rosinha, prefeita de Campos, de Priscilla Presley, mais uma caracterização do garotinho

Um dos documentos fiscais nem sequer se referia à venda de combustível, mas apenas ao aluguel de uma frota de 170 veículos, um gasto não declarado à Justiça Eleitoral. O posto não aluga carros. A Procuradoria-Geral Eleitoral fará uma investigação nas contas de campanha de Peregrino, com base em indícios como esses. Amarrando as duas pontas – a de George à de Trabach –, surge mais uma amostra da ousadia do esquema. Em maio do ano passado, George vendeu a GAP por R$ 100 mil, parcelados em dez vezes. A felizarda compradora foi ninguém menos que a mãe de Trabach, uma senhora viúva de 69 anos de idade. Como tinha procuração do fantasma para movimentar os negócios, foi o próprio Trabach quem transferiu tudo para o nome da própria mãe. Procurado por meio de sua assessoria, Trabach informou que não comentaria o caso. Garotinho e a prefeitura de Campos não haviam se manifestado até o fechamento desta edição. Anteriormente, ambos negaram favorecimento à GAP.

A primeira notícia sobre George Augusto Pereira foi publicada por ÉPOCA em julho de 2011, após o filho de Garotinho sofrer o acidente com o carro de propriedade da GAP. Logo em seguida, o MPE do Rio de Janeiro apontou fraude no contrato milionário da GAP com a prefeitura de Campos. No mês passado, ÉPOCA revelou as notas fiscais com indícios de falsidade na campanha do PR do Rio de Janeiro em 2010. Garotinho teve duas oportunidades e quase dois anos para apurar as suspeitas de fraude envolvendo a GAP, seu gabinete, sua família e seu partido. Durante o discurso na tribuna da Câmara no mês passado, ele se limitou a dizer que a GAP “ganhou licitamente a concorrência” com a prefeitura. Há duas possibilidades. Ou Garotinho foi enganado, provavelmente por Trabach, e desconhecia que George é um fantasma – ou sabia de tudo e mentiu ao plenário. No ano passado, por causa de uma mentira – negar ligações com o bicheiro Carlinhos Cachoeira –, o Senado cassou o mandato do então senador Demóstenes Torres por quebra de decoro. Com a palavra, o Conselho de Ética da Câmara dos Deputados.

Fotos: Reprodução(2), Paulo Araújo/Ag. O Dia, Folhapress e Ag. O Dia (2)


Leia ainda na ÉPOCA:
- A marca do Zorro no Congresso,
- Esquema que envolve Garotinho é enrolado como a trama de um filme policial

4 de dez. de 2012

Em viagem a Portugal, Rose, a amante de Lula, carregava 25 milhões de euros, diz Blog do Garotinho

BRASIL - Corrupção - Denúncia
Em viagem a Portugal, Rose, a amante de Lula, carregava 25 milhões de euros, diz Blog do Garotinho
O rumor de que a ex-chefe de gabinete da Presidência da República em São Paulo Rosemary Noronha entrou com 25 milhões de euros em Portugal já vinha circulado pela internet há alguns dias. Mas o deputado Anthony Garotinho (PR-RJ) foi o primeiro a publicar a informação em seu blog neste domingo 2. Sem citar nomes, o parlamentar relatou que foi um policial federal que detalhou o episódio a ele.



Rose, a mala diplomática abarrotada de euros

Postado por Toinho de Passira
Fontes: Blog do Garotinho, Noticia R7, Brasil 247, Besta Fubana, Estado de Minas, Estadão,
Blog da Folha

Neste domingo 02, o deputado federal, Anthony Garotinho (PR-RJ) , no seu Blog, afirma que existe uma conta na agência central do Banco Espírito Santo, na cidade do Porto (Portugal), na onde foram depositados no 25 milhões de euros, que teria sido levada a Europa na mala de Rosemary Noronha, a amante de Lula, flagrada, por aqui, em falcatruas, na operação “Porto Seguro” da Polícia Federal.

Segundo o deputado, Rosemary que possuía um passaporte diplomático e a prerrogativa de não ter sua bagagem examinada nas alfândegas do nosso e de outros países do mundo, numa viagem de Lula a Portugal, teria levado na “mala diplomática a quantia, que equivale a R$ 68 milhões.

Segundo o deputado ao desembarcar em Portugal, acompanhando a comitiva de Lula, a secretaria-amante do presidente foi obrigada a declarar se se a “mala diplomática” sob sua responsabilidade “continha valores em espécie, o que é obrigatório pela legislação da Zona do Euro, mesmo que o volume não possa ser aberto”.

Rose, pega de surpresa, acabou declarando que conduzia 25 milhões de euros. Então as autoridades alfandegárias portuguesas teriam sugerido que ela “contratasse um carro-forte para o transporte”.

Segundo Garotinho, a “requisição do carro-forte está na declaração de desembarque da passageira Rosemary Noronha, e a quantia em dinheiro transportada em solo português registrada na alfândega da cidade do Porto, que exige uma declaração de bagagem de acordo com as leis internacionais”. “Está tudo nos arquivos da alfândega do Porto”.

Foto: Google Map

Agência do Banco Espirito Santo, na avenida Aliados 6668, cidade do Porto, Portugal. O Espírito Santo não é exatamente um lugar seguro para se guardar milhões, no momento. Em outubro do ano passado, a agência de classificação de risco Moody’s rebaixou a nota de crédito daquela instituição bancária, junto com outros bancos portugueses

Garotinho diz que a agência central do Banco Espírito Santo, na cidade do Porto, onde o dinheiro teria sido depositado, negou-se a dá informação, alegando a lei de sigilo bancário. Mais tarde o Banco teria informado que Rosemary Noronha não tinha conta no Banco, nem teria em seu nome depositado qualquer quantia.

Segundo Garotinho, porém, a empresa de transportes de valores, para realizar a tarefa, exigiu que fosse feito um seguro. Na apólice desse seguro, constaria como: "Responsável pelo transporte: Rosemary Noronha". e beneficiário, o proprietário do dinheiro, Garotinho insinua que seria o Presidente Lula:

“E o beneficiário, o felizardo dono dos 25 milhões de euros, alguém imagina quem é? Será que ele não sabia? A coisa foi tão primária que até eu fico em dúvida se é possível tanta burrice”. –comenta Garotinho.

Segundo ele, “esses documentos estão arquivados na alfândega do aeroporto internacional Francisco Sá Carneiro, na cidade do Porto. O dinheiro está protegido pelo sigilo bancário, mas os demais documentos não são bancários, logo não estão sujeitos a sigilo. A apólice para transportar o dinheiro para o Banco Espírito Santo é pública, e basta que as autoridades do Ministério Público ou da Polícia Federal solicitem às autoridades portuguesas”.

Garotinho, abastecido por "uma fonte da Polícia Federal"
Ontem, segunda-feira, 3, Garotinho acrescentou no seu Blog, o que seria uma explicação porque o Banco Espirito Santo, havia sido o escolhido para o depósito milionário e suspeito. Lembra que “há um elo, entre a diretoria do banco português e José Dirceu, que foi chefe de Rosemary por 12 anos, antes de virar assessora, e íntima de Lula”.

Reaviva que no julgamento do Mensalão, o relator Joaquim Barbosa destacou a reunião entre diretores do Banco Espírito Santo com José Dirceu no seu gabinete na Casa Civil. No seu relatório Barbosa afirmou que o empresário do ramo de publicidade Marcos Valério "falava em nome de José Dirceu". Barbosa afirmou ainda que Marcos Valério foi enviado por Dirceu a Portugal para reuniões com dirigentes do Banco Espírito Santo e da Portugal Telecom, que seriam para obter doações para a campanha à reeleição de Lula”.

Garotinho conclui que “Lula, José Dirceu, o Mensalão e o escândalo de Rosemary estão todos intimamente ligados, e como se diz na linguagem popular: ‘juntos e misturados’”.

Falando ao site Brasil 247, Garotinho põe mais lenha na fogueira, afirmando ter conhecimento que a “quebra do sigilo de e-mails dos envolvidos na Porto Seguro foi entregue primeiro ao Ministério Público Federal e à Justiça para que os mandados de busca e apreensão fossem autorizados. Mas sugeriu que as interceptações telefônicas envolvendo ligações de Rosemay Noronha e o ex-presidente Lula ainda estão em poder da Polícia Federal”.
Garotinho deixa entrever, na entrevista ao site, Brasil 247, que seu informante é alguém da Polícia Federal.

Oficializando a denuncia, o deputado Anthony Garotinho disse ainda no seu Blog que vai protocolar Requerimento de Informações nesta terça-feira (4) no Ministério de Relações Exteriores para saber detalhes da viagem a Portugal e confirmar a denúncia.

"Vou pedir explicações junto ao Itamaraty, com base na Lei da Transparência, para saber datas, pessoas que viajaram na comitiva e detalhes sobre a entrada dessa mala diplomática na cidade do Porto".

Segundo o jornal Estado de Minas, “a partir das informações solicitadas ao ministério, Garotinho pretende pedir à alfândega do Porto dados sobre a suposta entrada de dinheiro na cidade”. O Advogado de Rosemary Noronha, o criminalista Celso Vilardi, falando ao Estado de Minas, disse com veemência:< BR>
“Eu asseguro que ela (Rose) jamais esteve em missão diplomática no Porto, jamais esteve numa viagem oficial no Porto”.

Conferindo na lista oficial de viagens internacional de Rose na comitiva de Lula, vê-se que ela esteve quatro vezes em território português, nem uma das vezes na cidade do Porto.

Em junho de 2007, em julho de 2008 e em junho de 2010, esteve em Lisboa e em dezembro de 2009, esteve em Estoril.

Isso não quer dizer que ela não possa ter dado uma escapadela, para cumprir a missão da mala diplomática abarrotada de euros.

PLANETA ROSEMARY NORONHA


O repórter Alexandre Aragão, da Folha de S. Paulo, criou o mapa, com dados colhidos na planilha das viagens presidenciais. Clique para abri-lo inteiro e saber por onde andou Rose acompanhando Lula, por esse mundão de meu Deus.