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10 de set. de 2013

Rose, a amante de Lula, dispõe de equipe milionária de advogados de defesa. Quem estaria pagando a conta?

BRASIL – Escândalo
Rose, a amante de Lula, dispõe de equipe milionária de advogados de defesa. Quem estaria pagando a conta?
Desempregada, a ex-chefe do escritório da Presidência da República tem uma equipe de quase quarenta advogados a sua disposição. Especialistas estimam que os honorários já beirem 1 milhão de dólares. Ou amantezinha cara da "molésta"!

Foto: Jorge Araujo/Folhapress

Rosemary Nóvoa de Noronha: ex-chefe de gabinete da Presidência em São Paulo, custo alto para mantê-la de bico calado

Postado por Toinho de Passira
Fonte: Veja

Reportagem do jornalista Robson Bonin, na Veja desta semana, conta que ao longo dos quase cinco anos em que comandou o escritório da Presidência da República em São Paulo, Rosemary Noronha conheceu o céu e o inferno. Ex-secretária do Sindicato dos Bancários de São Paulo, ela nunca foi uma mulher de posses. Mas mudou radicalmente nos últimos tempos.

Com um salário de quase 12000 reais, comprou dois apartamentos, trocou de carro, criou uma empresa de construção civil e rodou o mundo em incontáveis viagens, até ser apanhada surfando na crista da onda de uma quadrilha que negociava facilidades no governo.

Rosemary escapou da prisão por um fio. Talvez estivesse no lugar certo, na hora errada. Talvez o contrário. Um fato, porém, é indiscutível: ela conhece e tem acesso a quem dá as ordens, conta com amigos influentes que se preocupam com seu destino. Desde que foi flagrada traficando interesses no gabinete presidencial. Rosemary vem sistematicamente conseguindo driblar os processos a que responde.

Para isso, a ex-secretária dispõe do apoio de três grandes bancas de advocacia do país. Escritórios que têm em sua carteira de clientes banqueiros, corporações, figurões da República, milionários dispostos a desembolsar o que for preciso para assegurar a melhor defesa que o dinheiro pode comprar, Rosemary, apesar do perfil diferenciado, faz parte desse privilegiado rol de cidadãos.

Desde que a polícia fez uma busca em seu escritório e colheu provas contundentes de que a ex-secretária levava uma vida de majestade, ela cercou-se de um batalhão de quase quarenta advogados para defendê-la. São profissionais que, de tão requisitados, calculam seus honorários em dólares americanos, mas que, nesse caso. não informam quanto estão cobrando pela causa, muito menos quem está pagando a conta.

Acostumado a cuidar dos interesses de empresários como o bilionário Eike Batista, o criminalista Celso Vilardi defende Rosemary na esfera penal. Já no processo disciplinar em andamento na Controladoria-Geral da União (CGU), atuam dois pesos-pesados do direito público, que têm entre seus clientes banqueiros e mega-companhias como a Vale.

O advogado Fábio Medina Osório cuidou da formulação da defesa de Rosemary e agora atende apenas a empresa da família, a construtora New Talent. Já o advogado Sérgio Renault foi escalado para acompanhar o desfecho do caso — prestes a chegar à mesa do ministro Jorge Hage — na CGU.

Foto:Jorge Araujo/Folhapress

Rose indiciada e cercada de evidências e indicios, mas...

INDICIADA

Os pecados de Rosemary encarnam o que há de pior nas ratoeiras da máquina pública, sobram evidências a comprovar. Ela já foi indiciada por formação de quadrilha, tráfico de influência, corrupção passiva, e também acabou processada pelo próprio governo, após uma sindicância da Casa Civil rastrear indícios de enriquecimento ilícito nas suas traficâncias. Mas, graças a sua estrelada banca de defensores, nada disso, por enquanto, resultou em aborrecimentos.

Juristas de renome nacional ouvidos por VEJA explicam que os honorários advocatícios costumam ser calculados a partir de uma conjunção de fatores. O poder econômico, a complexidade da causa, a influência do cliente e a repercussão de uma condenação, com implicações a terceiros, por exemplo, são alguns determinantes do preço final.

"Se o cliente não é rico e a condenação se esgota nele, pedimos um preço. Mas, se o caso envolve algum endinheirado ou respinga em gente poderosa, a coisa muda de figura e a conta vai lá para cima", explica um requisitado advogado que atua em Brasília, que conhece detalhes do caso da ex-secretária.

Seguindo essa lógica de precificação, portanto, o caso Rosemary reúne todos os ingredientes capazes de lançar às alturas a fatura de honorários. Nas estimativas mais conservadoras de especialistas, uma estrutura semelhante não assinaria uma única petição por menos de 1 milhão de dólares. Se for algo que se aproxime disso, a única certeza é que não é Rosemary que paga seus advogados.

Em depoimento à Polícia Federal no ano passado, a ex-secretária deixou clara sua condição financeira. Declarou possuir um carro usado e dois apartamentos comprados por um total de 370000 reais. Também disse que tinha como fonte de renda apenas o salário de 12000 reais da Presidência da República. Perguntada sobre como a família sobreviveria, caso fosse condenada, foi realista: "Não sabe". Depois disso, Rosemary foi demitida e sua única fonte de renda, cortada.

Há outras duas hipóteses que podem explicar como a ex-chefe do escritório da Presidência da República consegue manter a banca de advogados. Bem relacionada, seria sensato imaginar que os honorários são pagos por algum amigo gentil e endinheirado. Pode-se ainda supor que os advogados tenham cobrado um preço simbólico em nome da amizade que têm com figuras importantes próximas a ela. Um dos amigos ainda presentes na vida da ex-secretária é o próprio ex-presidente Lula, a quem ela costumava chamar apenas de "Luiz Inácio" e "chefe".

Foto: Jorge Araujo/Folhapress

A ex-servidora do Planalto em SP Rosemary Noronha, em viagem de Lula à Costa Rica, em junho de 2009, ladeada por integrantes da comitiva da Presidência da República

SELEÇÃO DE ADVOGADOS

Até hoje, para as conversas que são realmente importantes, Rose, como é chamada pelos colegas mais íntimos, mantém canal direto e seguro com o ex-presidente. Já para necessidades mundanas do dia a dia, ela costuma sacar o celular e telefonar para o "P.O.", como prefere se referir a Paulo Okamotto, braço-direito e faz-tudo de Lula no instituto que leva seu nome. P.O. tem ajudado a resolver as emergências financeiras e a conter crises. Crises graves, como uma vez em que a ex-secretária reclamou da falta de apoio e ameaçou contar detalhes de tudo o que viu e ouviu em mais de uma década nos bastidores do Planalto.

Talvez esteja aí a explicação para o voluntarismo da banca disponibilizada para defender Rosemary Noronha. A estratégia jurídica é responsabilidade do advogado Luiz Bueno de Aguiar, amigo e defensor de petistas importantes. Foi ele quem selecionou os advogados e é ele quem mantém a cúpula petista informada de tudo o que se passa no caso.

Rose, além de militante do PT, é amiga intima do ex-ministro José Dirceu com quem costumava se encontrar com frequência antes do escândalo. Bueno entrou na defesa de Rose já no dia em que os agentes da Polícia Federal bateram na porta dela. Nada acontece sem a aprovação dele, que, quase sempre, reflete o desejo das "instâncias superiores" do partido.

Para se ter uma ideia do grau de influência, no começo do ano Rose ameaçou surtar ante a falta de autonomia na defesa. Sentindo-se traída pelos companheiros de PT e temendo ser condenada na sindicância da CGU, ela quis implodir a estratégia determinada por Bueno. Como prova de que não blefava, arrolou para testemunhar no processo o ministro Gilberto Carvalho, da Secretaria-Geral da Presidência e a ex-ministra da Casa Civil Erenice Guerra, ex-braço-direito de Dilma Rousseff.

A reação de Rose foi resultado da desconfiança que nutria em relação ao engajamento partidário dos seus advogados. Secundo confidenciou a pessoas próximas, ela temia estar sendo usada para livrar a imagem do governo de constrangimentos do escândalo de corrupção.

Foto:

Rosemary Noronha, Evanise dos Santos (esposa Dirceu) e José Dirceu no litoral da Bahia, ferido de 15 de novembro de 2012

SIMULAÇÃO DE INSANIDADE

Rose contou a amigos que, em dado momento, os advogados tentaram orientá-la a simular um estado de insanidade mental. A ideia era que ela assumisse a culpa pelos crimes. Ao alegar problemas de saúde, poderia ser considerada incapaz de responder pelos seus atos e, portanto, seria considerada inimputável. A ex-secretária, porém, foi advertida por pessoas próximas sobre uma possibilidade a ser considerada: como em todo caso de insanidade, ela cairia em total descrédito. Ato contínuo, como todo desequilibrado, ninguém acharia estranho se Rose cometesse suicídio, disse-lhe um amigo.

Foi quando ela decidiu ameaçar revelar tudo o que sabia. A partir daí houve a mobilização dos três grandes escritórios, e quase quarenta advogados receberam procuração para defendê-la.

Procurado, Luiz Bueno admite ter indicado os escritórios, diz que ainda hoje opina na defesa, mas o faz na condição de "amigo": "Não tenho nenhuma influência no trabalho deles. Eles me consultam. Nunca recebi um tostão para defender a Rose".

Bueno, ao que parece, é o único voluntário no caso. O advogado Sérgio Renault, dono de uma carteira de clientes que inclui o mensaleiro Delúbio Soares e a ex-ministra Erenice Guerra, informou que foi a própria Rose que o contratou, mas, "em virtude de sigilo profissional", não comentaria honorários nem os termos da contratação.

Celso Vilardi confirma que assumiu o caso por indicação de Luiz Bueno. "a quem conhece há mais de vinte anos", e que todos os custos de honorários são pagos por Rose: "Ela arca com os honorários. Os comprovantes dos pagamentos efetuados foram devidamente registrados e declarados na forma da lei".

Já Fábio Medina se recusou a dar qualquer informação. "Nossa relação com Rosemary Noronha e com a empresa New Talent, que atualmente representamos, é acobertada por sigilo advogado-cliente. Entendemos indevida qualquer tentativa de ingerência nessa seara", informou o escritório em nota.

Os advogados de Rose também têm procuração para atuar na defesa do atual e do ex-marido dela, além de sua filha — trabalho extra que, em situações normais, elevaria ainda mais o valor da fatura. Rosemary Noronha, porém, não parece mais preocupada. Nas últimas semanas, ela vem se dedicando a redecorar o próprio apartamento em São Paulo — investimento, segundo pessoas próximas, de parcos 20 000 reais.


*Acrescentamos fotos, legendas e fizemos comentários adicionais a publicação original

9 de dez. de 2012

Bando de Rose, a amante de Lula, usou firma literalmente de fachada

BRASIL – Corrupção
Bando de Rose, a amante de Lula,
usou firma literalmente de fachada
Sede da P1 Serviços Gerais, empresa usada pela quadrilha para movimentar dinheiro sujo, é uma casa demolida - só resta a parede da frente

Foto: Radar Online

A fachada literal da empresa de fachada da quadrilha da Rose Noronha

Postado por Toinho de Passira
Fonte: Radar Online

Lauro Jardim, no seu Radar Online, diz que “Paulo Vieira era tão próximo de Rose Noronha”, a namorada de Lula, “que ele próprio foi o advogado do divórcio entre ela e o ex-marido, João Cláudio, em abril de 2010”. “O irmão de Paulo, Marcelo, foi testemunha”. “O divórcio foi registrado em Cruzeiro (SP), sabe-se lá porque”.

”A própria escritura diz que todos estavam “de passagem pela cidade”. “Segundo o documento, o casal já estava separado de fato havia cinco anos”.

”Na partilha de bens, três imóveis: dois apartamentos – um em Santos e outro no bairro da Mooca, zona leste de São Paulo — ficaram para ele”. “Outro, uma cobertura na Bela Vista, região da Avenida Paulista, ficou para Rose”.

”A propósito da cidade, as investigações da PF indicam também que parte do dinheiro movimentado pela quadrilha passava pelas contas da P1 Serviços Gerais, sediada em Cruzeiro”.

”Por ali, passaram pelo menos 140 000 reais em depósitos do advogado Marco Martorelli, contratado por Gilberto Miranda para ajudá-lo a transformar a ilha de Bagres, em Santos, em terminal portuário”.

”É literalmente uma empresa de fachada”. “No local, há apenas uma casa demolida, em que só resta a parede da frente”.

4 de dez. de 2012

Em viagem a Portugal, Rose, a amante de Lula, carregava 25 milhões de euros, diz Blog do Garotinho

BRASIL - Corrupção - Denúncia
Em viagem a Portugal, Rose, a amante de Lula, carregava 25 milhões de euros, diz Blog do Garotinho
O rumor de que a ex-chefe de gabinete da Presidência da República em São Paulo Rosemary Noronha entrou com 25 milhões de euros em Portugal já vinha circulado pela internet há alguns dias. Mas o deputado Anthony Garotinho (PR-RJ) foi o primeiro a publicar a informação em seu blog neste domingo 2. Sem citar nomes, o parlamentar relatou que foi um policial federal que detalhou o episódio a ele.



Rose, a mala diplomática abarrotada de euros

Postado por Toinho de Passira
Fontes: Blog do Garotinho, Noticia R7, Brasil 247, Besta Fubana, Estado de Minas, Estadão,
Blog da Folha

Neste domingo 02, o deputado federal, Anthony Garotinho (PR-RJ) , no seu Blog, afirma que existe uma conta na agência central do Banco Espírito Santo, na cidade do Porto (Portugal), na onde foram depositados no 25 milhões de euros, que teria sido levada a Europa na mala de Rosemary Noronha, a amante de Lula, flagrada, por aqui, em falcatruas, na operação “Porto Seguro” da Polícia Federal.

Segundo o deputado, Rosemary que possuía um passaporte diplomático e a prerrogativa de não ter sua bagagem examinada nas alfândegas do nosso e de outros países do mundo, numa viagem de Lula a Portugal, teria levado na “mala diplomática a quantia, que equivale a R$ 68 milhões.

Segundo o deputado ao desembarcar em Portugal, acompanhando a comitiva de Lula, a secretaria-amante do presidente foi obrigada a declarar se se a “mala diplomática” sob sua responsabilidade “continha valores em espécie, o que é obrigatório pela legislação da Zona do Euro, mesmo que o volume não possa ser aberto”.

Rose, pega de surpresa, acabou declarando que conduzia 25 milhões de euros. Então as autoridades alfandegárias portuguesas teriam sugerido que ela “contratasse um carro-forte para o transporte”.

Segundo Garotinho, a “requisição do carro-forte está na declaração de desembarque da passageira Rosemary Noronha, e a quantia em dinheiro transportada em solo português registrada na alfândega da cidade do Porto, que exige uma declaração de bagagem de acordo com as leis internacionais”. “Está tudo nos arquivos da alfândega do Porto”.

Foto: Google Map

Agência do Banco Espirito Santo, na avenida Aliados 6668, cidade do Porto, Portugal. O Espírito Santo não é exatamente um lugar seguro para se guardar milhões, no momento. Em outubro do ano passado, a agência de classificação de risco Moody’s rebaixou a nota de crédito daquela instituição bancária, junto com outros bancos portugueses

Garotinho diz que a agência central do Banco Espírito Santo, na cidade do Porto, onde o dinheiro teria sido depositado, negou-se a dá informação, alegando a lei de sigilo bancário. Mais tarde o Banco teria informado que Rosemary Noronha não tinha conta no Banco, nem teria em seu nome depositado qualquer quantia.

Segundo Garotinho, porém, a empresa de transportes de valores, para realizar a tarefa, exigiu que fosse feito um seguro. Na apólice desse seguro, constaria como: "Responsável pelo transporte: Rosemary Noronha". e beneficiário, o proprietário do dinheiro, Garotinho insinua que seria o Presidente Lula:

“E o beneficiário, o felizardo dono dos 25 milhões de euros, alguém imagina quem é? Será que ele não sabia? A coisa foi tão primária que até eu fico em dúvida se é possível tanta burrice”. –comenta Garotinho.

Segundo ele, “esses documentos estão arquivados na alfândega do aeroporto internacional Francisco Sá Carneiro, na cidade do Porto. O dinheiro está protegido pelo sigilo bancário, mas os demais documentos não são bancários, logo não estão sujeitos a sigilo. A apólice para transportar o dinheiro para o Banco Espírito Santo é pública, e basta que as autoridades do Ministério Público ou da Polícia Federal solicitem às autoridades portuguesas”.

Garotinho, abastecido por "uma fonte da Polícia Federal"
Ontem, segunda-feira, 3, Garotinho acrescentou no seu Blog, o que seria uma explicação porque o Banco Espirito Santo, havia sido o escolhido para o depósito milionário e suspeito. Lembra que “há um elo, entre a diretoria do banco português e José Dirceu, que foi chefe de Rosemary por 12 anos, antes de virar assessora, e íntima de Lula”.

Reaviva que no julgamento do Mensalão, o relator Joaquim Barbosa destacou a reunião entre diretores do Banco Espírito Santo com José Dirceu no seu gabinete na Casa Civil. No seu relatório Barbosa afirmou que o empresário do ramo de publicidade Marcos Valério "falava em nome de José Dirceu". Barbosa afirmou ainda que Marcos Valério foi enviado por Dirceu a Portugal para reuniões com dirigentes do Banco Espírito Santo e da Portugal Telecom, que seriam para obter doações para a campanha à reeleição de Lula”.

Garotinho conclui que “Lula, José Dirceu, o Mensalão e o escândalo de Rosemary estão todos intimamente ligados, e como se diz na linguagem popular: ‘juntos e misturados’”.

Falando ao site Brasil 247, Garotinho põe mais lenha na fogueira, afirmando ter conhecimento que a “quebra do sigilo de e-mails dos envolvidos na Porto Seguro foi entregue primeiro ao Ministério Público Federal e à Justiça para que os mandados de busca e apreensão fossem autorizados. Mas sugeriu que as interceptações telefônicas envolvendo ligações de Rosemay Noronha e o ex-presidente Lula ainda estão em poder da Polícia Federal”.
Garotinho deixa entrever, na entrevista ao site, Brasil 247, que seu informante é alguém da Polícia Federal.

Oficializando a denuncia, o deputado Anthony Garotinho disse ainda no seu Blog que vai protocolar Requerimento de Informações nesta terça-feira (4) no Ministério de Relações Exteriores para saber detalhes da viagem a Portugal e confirmar a denúncia.

"Vou pedir explicações junto ao Itamaraty, com base na Lei da Transparência, para saber datas, pessoas que viajaram na comitiva e detalhes sobre a entrada dessa mala diplomática na cidade do Porto".

Segundo o jornal Estado de Minas, “a partir das informações solicitadas ao ministério, Garotinho pretende pedir à alfândega do Porto dados sobre a suposta entrada de dinheiro na cidade”. O Advogado de Rosemary Noronha, o criminalista Celso Vilardi, falando ao Estado de Minas, disse com veemência:< BR>
“Eu asseguro que ela (Rose) jamais esteve em missão diplomática no Porto, jamais esteve numa viagem oficial no Porto”.

Conferindo na lista oficial de viagens internacional de Rose na comitiva de Lula, vê-se que ela esteve quatro vezes em território português, nem uma das vezes na cidade do Porto.

Em junho de 2007, em julho de 2008 e em junho de 2010, esteve em Lisboa e em dezembro de 2009, esteve em Estoril.

Isso não quer dizer que ela não possa ter dado uma escapadela, para cumprir a missão da mala diplomática abarrotada de euros.

PLANETA ROSEMARY NORONHA


O repórter Alexandre Aragão, da Folha de S. Paulo, criou o mapa, com dados colhidos na planilha das viagens presidenciais. Clique para abri-lo inteiro e saber por onde andou Rose acompanhando Lula, por esse mundão de meu Deus.


3 de dez. de 2012

VEJA: Uma mulher que sabe demais

BRASIL - Corrupção
Uma mulher que sabe demais
Quem é e como agia a ex-secretária Rosemary Noronha, cuja intimidade com Lula lhe rendeu prestígio e um cargo central no governo, que ela usava para bisbilhotar o poder, fazer nomeações e ajudar uma quadrilha especializada em vender pareceres falsos e enriquecer empresários trambiqueiros. Lula, como sempre, não sabe de nada.

Foto: Denise Andrade/Estadão

DUAS DÉCADAS - Lula pediu a Dilma Rousseff que mantivesse Rose na chefia do escritório da Presidência em São Paulo. Lula e Rose são próximos há quase 20 anos (Fotos::: Conteúdo Estadão

Postado por Toinho de Passira
Texto de Otávio Cabral, Laura Diniz e Rodrigo Rangel, para a revista Veja
Fonte: Blog do Ricardo Setti - VEJA

Quando passou a faixa presidencial a Dilma Rousseff, em 2011, Luiz Inácio Lula da Silva apresentou à sua sucessora o nome de quatro pessoas que ele não gostaria de ver desamparadas: sua secretária pessoal, o chefe da equipe de segurança, o curador do acervo do Palácio do Planalto (esse a pedido da ex-primeira-dama Marisa Letícia) e Rosemary Nóvoa de Noronha.

Dos quatro, Rosemary era, de longe, quem mais tinha intimidade com o ex-presidente. Ex-bancária e ex-secretária por ele alçada à chefia do gabinete da Presidência da República em São Paulo em 2003, Rose chamava seu benfeitor de “chefe”, mas volta e meia fazia questão de deixar escapar um “Luiz Inácio” diante de colegas e amigos.

Visitas à cabine privativa do Aerolula

Nas 28 viagens internacionais que fez ao seu lado, como integrante da comitiva oficial, o acesso irrestrito ao superior incluía visitas à cabine privativa do Aerolula, de onde – conta um colaborador do governo – ela saía toda prosa. “O chefe agora vai descansar. Não quer ser incomodado.”

Chamada de “madame” pelos muitos desafetos que colecionou ao longo dos dois mandatos de Lula. Rose sempre teve prazer em exibir seu status de protegida do presidente. Em algum momento, decidiu também ganhar dinheiro com ele.

Até onde mostraram as investigações da Polícia Federal e do Ministério Público Federal, não chegou a fazer fortuna. Rose, 57 anos, foi indiciada na Operação Porto Seguro, que terminou com a prisão de seis pessoas. Entre elas, estão os irmãos Paulo e Rubens Vieira, diretores da Agência Nacional de Águas (ANA) e da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) respectivamente — já libertados.

Enriquecendo diretores de agências e empresários trambiqueiros

A julgar pelos e-mails e telefonemas interceptados pela polícia, ambos chegaram ao cargo por influência de Rose, que pediu as nomeações diretamente a Lula. Ao contrário da ex-secretária — mas com a ajuda dela –, os irmãos não só fizeram fortuna como contribuíram para deixar mais ricos um número não conhecido de empresários trambiqueiros.

Por encomenda deles, concluiu a PF, a dupla subornava funcionários públicos para que produzissem pareceres técnicos favoráveis aos seus “negócios”. O papel de Rose era facilitar o acesso dos Vieira a políticos e funcionários de interesse da quadrilha. Para isso, ela invocava frequentemente os nomes de Lula, o “PR” (jargão usado no funcionalismo para se referir ao presidente da República), e de José Dirceu, o “JD”.

Quando conheceu os dois, nos anos 90, Rose era uma morena de cabelos longos e contornos voluptuosos que, trabalhando como bancária, passou a frequentar o sindicato da categoria em São Paulo. Ex-colegas daquele tempo lembram que ela chegou a participar de plenárias e discussões partidárias, mas nunca se destacou como dirigente. Fazia mais sucesso nas festas que aconteciam nas quadras do sindicato, que ficava ao lado da sede nacional do PT, no centro da cidade.

Ilustração "Veja"

A afinidade entre a categoria e o partido contribuiu para que ela logo chamasse a atenção dos chefes petistas, como o então deputado José Dirceu, de quem se aproximou. Ele a contratou como secretária logo depois.

Aprofundando a proximidade com Lula

Meses mais tarde, Rose começou a circular em torno de Lula, então candidato derrotado duas vezes em disputas à Presidência. A partir daí, embora oficialmente continuasse a trabalhar para Dirceu, passou a organizar a agenda de Lula e cuidar de suas contas. A proximidade entre os dois se aprofundou ao longo dos anos.

Quando Lula chegou ao poder, criou um escritório para a Presidência da República em São Paulo, na esquina da Avenida Paulista com a Rua Augusta, e Rose foi imediatamente encaixada na lista de funcionários.

Foi ela a responsável pela reforma do escritório e sua decoração, que inclui um grande mural do petista chutando uma bola com a camisa do Corinthians e, sobre os sofás, almofadas revestidas com reproduções de fotos do ex-presidente. Logo após a reforma. Rose foi promovida a chefe do escritório, com salário de 11.000 reais.

Acompanhando Lula em viagens em que Marisa não ia

A partir daí, a ex-secretária ascendeu a um novo patamar. Nas viagens internacionais a que Marisa não ia (contam amigos que a ex-primeira-dama não lhe dirige a palavra e a ignora em eventos públicos), era Rose que acompanhava Lula.

Embora tenha feito 28 viagens com o ex-presidente, seu nome apareceu no Diário Oficial – como é de praxe entre os funcionários de sua categoria DAS – apenas em uma das primeiras, para Havana em 2003. Foi a única da comitiva a se hospedar na mesma ala de Lula. Nas demais vezes, seu nome foi incluído em uma lista de funcionários de segundo escalão que é enviada ao Itamaraty para homologação coletiva – e anônima – no Diário Oficial.

Foi o auge do prestígio de Rose, e ela se esbaldou nele. “Imagine uma pessoa que passou a vida pendurada no cheque especial e. de repente, recebe uma herança de um tio. Essa é a Rose”, descreve um antigo amigo. Frequentemente, convidava-se para almoços com diretores do Banco do Brasil – o gabinete que ela chefiava ficava no mesmo prédio do banco.

Foto: Antonio Milena / Milenar

MEU CHEFE, MEU ÍDOLO- o gabinete da Presidência em São Paulo, decorado por Rose com um pôster de Lula e almofadas estampadas com fotos do petista

Almoços de 500 reais

Nessas ocasiões, sempre sugeria restaurantes como o chique, e caro, Fasano. “Pedia camarão ou lagosta. E um vinho “caro”, como gostava de falar. Os almoços nunca saíam por menos de 500 reais”, diz um dirigente. Sabia usar informações que obtinha no escritório, onde também despachavam os ministros em viagem a São Paulo.

Era comum vê-la servindo pessoalmente café e água nas reuniões com a presença de pessoas importantes. Também gostava de comentar sobre quem entrava e saía do prédio, movimentação que acompanhava de sua sala, equipada para monitorar o circuito interno de TV da segurança.

Brigando com gente importante

A sensação de poder foi fazendo com que ela, tida como geniosa, comprasse brigas com gente cada vez mais importante. No início do segundo mandato de Lula, Walfrido Mares Guia, então ministro das Relações Institucionais, comandou uma reunião com empresários no escritório de São Paulo.

No final, pediu que a imprensa entrasse. Rose tentou impedir: “O chefe não gosta de jornalistas por aqui”. Walfrido estrilou: “O chefe hoje aqui sou eu. Podem entrar os jornalistas”. Os dois nunca mais se falaram.

Outro com quem ela brigou foi o governador da Bahia, Jaques Wagner, que patrocinou a indicação de um técnico sem filiação ao PT para a diretoria do Banco do Brasil, quando Rose defendia um petista. Wagner levou a melhor.

Meses depois, ao chegar ao escritório de São Paulo para uma reunião, ele foi interpelado por Rose: “Como você pode jogar contra o PT? Isso é uma traição ao partido”. Wagner colocou-a em seu lugar: “A senhora me respeite, eu sou um governador de Estado”.

Rose continuou próxima de Lula depois que ele deixou o poder. É o que mostram conversas que ela teve com Paulo Vieira sobre a saúde do ex-presidente, que se recuperava do tratamento de câncer na laringe. ” É, eu já falei para ele. Ele tem de parar de se expor em público enquanto aquela perna dele não ficar boa (…) Ele levou um tombo domingo dentro de casa (…) Não sei o que aquela Clara Ant fica fazendo, aquele Paulo Okamotto, que deixam o cara… Ele tá parecendo um velho caquético.”

Clara Ant põe ordem nas atividades profissionais de Lula e Okamotto é seu braço financeiro. Ambos se dedicam em tempo integral a Lula.

Como se utilizava do cargo em seu benefício e de outros

A queda de Rose começou a se desenhar em fevereiro do ano passado, quando Cyonil da Cunha Borges de Faria, à época analista do Tribunal de Contas da União, procurou a PF e o Ministério Publico Federal para dizer que havia recebido de Paulo Vieira uma oferta de 300.000 reais para alterar um parecer em benefício de uma empresa de Santos.

A juíza Adriana Zanetti determinou a quebra dos sigilos de telefone e de e-mails de Paulo e seu irmão – e foi aí que Rose acabou flagrada. Embora não tenha tido o telefone nem a correspondência interceptados, o registro das conversas que manteve com os Vieira nos últimos anos mostrou que usava o cargo de chefe da Presidência em São Paulo para cuidar com desvelo de assuntos de seu próprio interesse.

Em troca dos “favores” que prestava à quadrilha dos Vieira, a ex- secretária fazia toda sorte de exigência: ingressos para camarotes no Carnaval, cruzeiros no litoral paulista, pagamento de uma cirurgia no ouvido e de parcelas de um apartamento financiado.

A miudeza dos pedidos sugere que Rosemary Noronha era uma “petequeira”, como são chamados os corruptos que operam na arraia-miúda. A protegida de Lula no, entanto, mexia com interesses graúdos. Além de indicar ocupantes para cargos de direção em agências reguladoras de cujas decisões dependem negócios bilionários, ela intermediava financiamentos em bancos públicos e facilitava reuniões de empresários com petistas de quatro estrelas para tratar de contratos vultosos no governo.

Foto: Antonio Milena / Milenar

Lula e Rosemary recepcionam, em 2009, os jogadores Ronaldo e Willian, do Corinthians, time de futebol do ex-presidente LEGENDA

Intermediação para empresas

É o caso de um encontro que marcou com Ricardo Flores, então diretor de crédito do Banco do Brasil, para que representantes de uma empresa com atuação no setor portuário pudessem pedir a ampliação do valor de um crédito junto à instituição. A empresa já possuía uma linha de crédito de 85 milhões de reais e pretendia obter mais 48 milhões.

Em outra oportunidade, ainda no governo Lula, ela agendou com um alto dirigente da Secretaria de Comunicação da Presidência da República um encontro para que empresários pudessem propor a locação, para o governo, de placas de publicidade nos portos de Santos e do Rio de Janeiro.

As portas que Rose conseguia abrir graças à intimidade com Lula também serviram para arrumar negócios para sua própria família. A empresa New Talent que a própria Rose ajudou a criar e que foi registrada no nome do genro dela, conseguiu sem licitação um contrato de 1,2 milhão de reais para “prestação de serviços” a uma subsidiária do Banco do Brasil.

Os Vieira tinham consciência da importância de Rose para os negócios, mas, como em toda quadrilha, tentavam reduzir o naco dela na partilha. “Não fale muitas informações sobre os processos da Bahia com a Rose, pois temos que abafar a ‘pedição’ de dinheiro, pois a amiga é uma máquina de gastar”, escreveu Paulo para Rubens ainda em 2009.

Lula, de novo, não se explica

Mesmo quando recebeu a visita da PF em sua casa, na sexta-feira da semana retrasada. Rose manteve a empáfia. Aos policiais, disse: “Vou ligar para o chefe de vocês”. Telefonou para o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, que estava com o celular desligado. Procurou, então, José Dirceu, que disse nada poder fazer para ajudá-la.

Lula estava num voo, vindo da Índia. Até agora, o padrinho de duas décadas de Rosemary Noronha, indiciada pela PF por corrupção passiva, tráfico de influência e falsidade ideológica, não veio a público comentar o episódio. Pelo contrário, em discurso feito na semana passada, pareceu desdenhar dele ao dizer que a imprensa “só dá más notícias e esconde as boas”.

Embora o desbaratamento de uma quadrilha que usava de suas prerrogativas públicas para auferir vantagens não possa ser considerado uma má notícia, é compreensível que a revelação do episódio desagrade a Lula. Ao contrário do que ocorre em outros países, no Brasil, a vida privada dos políticos nunca foi considerada assunto de interesse público.

A forma como o ex-presidente distribui o seu afeto, portanto, é uma questão que só diz respeito a ele e seus familiares. A partir do momento, porém, que as consequências dessas escolhas transbordam para a esfera pública, ele não tem outra opção a não ser se explicar, talvez a única modalidade de comunicação na qual Lula não seja um mestre.

Foto: Ailton de Freitas / Ag. O Globo

O último a saber da operação: o chefe da PF – o ministro da Justiça

A presidente Dilma Rousseff soube da Operação Porto Seguro pouco depois das 8 da manhã de sexta-feira por um telefonema de Luís Inácio Adams, advogado-geral da União. Adams havia sido acordado momentos antes por seu número 2, José Weber Holanda, um dos investigados. Dilma pediu para localizar o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, mas ele não atendia aos telefonemas. Já irritada, a presidente só conseguiu falar com o ministro duas horas depois, quando soube que ele não tinha conhecimento de nada.

A operação pegou Cardozo e o chefe da Polícia Federal, Leandro Daiello, de surpresa Já que foi feita pela superintendência da Polícia Federal de São Paulo, sem comunicação a Brasília. Três dias depois, Cardozo não conseguia dizer à chefe com segurança se havia ou não escutas telefônicas envolvendo Rosemary e o ex-presidente Lula, como chegou a ser noticiado.

Só na manhã de terça-feira o ministro confirmou que não houve quebra de sigilo nas comunicações de Rose. Dilma fez duras criticas à atuação do ministro. Chegou a pensar em demiti-lo – desistiu por temer passara imagem de que não aceita que a PF investigue seu governo.

As superintendências não precisam avisar Brasília em grandes operações

Por mais incômoda que possa ter sido para Lula e para setores do governo, a operação foi conduzida dentro das normas da PF. Uma mudança na estrutura da autarquia feita na gestão de Tarso Genro (2007- 2010) descentralizou as grandes operações. As superintendências regionais ganharam competência para promover ações sem avisar Brasília.

Sob Márcio Thomaz Bastos (2003- 2007), os trabalhos eram centralizados. O então diretor do órgão, Paulo Lacerda, tinha um responsável pela inteligência e um pela atuação. As ações deviam ser autorizadas por um dos dois e sempre saíam de Brasília – o governo era avisado na véspera. De início, a descentralização foi considerada positiva.

Mas ela veio acompanhada de uma restrição orçamentária que praticamente engessou a PF

No governo, a Operação Porto Seguro foi interpretada como um “recado” da PF paulista, que não gosta do gaúcho Daiello (considerado um interventor e criticado pela rigidez com que comandou a superintendência paulista entre 2008 e 2010) nem de Cardozo (que deixou a segurança da Olimpíada e da Copa para as Forças Armadas). Questionado por emissários do governo, o superintendente da PF em São Paulo, Roberto Troncon, negou que a operação tenha tido motivação política.


1 de dez. de 2012

Rosemary prestava serviços sexuais a Lula

BRASIL - Bizarro
Rosemary prestava serviços sexuais a Lula
O jornal Folha de São Paulo, foi direto ao ponto: a secretaria Rose e o ex-presidente Lula, eram íntimos desde a campanha presidencial, em 1994. A assessoria do ex-presidente diz que o assunto não será comentado. Sabe-se apenas que Lula viaja ao exterior nos próximos dias e só volta daqui a duas semanas. Assim fica longe da imprensa brasileira, mas, principalmente, distante das garras de Dona Marisa.

Foto: Jorge Araújo/Folhapress/Instituto Lula

O CASAL - O romance entre Lula e Rosemary Noronha não era um segredo de estado, o pessoal do Palácio da Alvorada, seguranças, assessores e jornalistas mais próximos, todos sabiam. A coisa só veio à tona agora depois que começou a cheirar mal.

Postado por Toinho de Passira
Fontes: Folha de S. Paulo, Veja

A influência exercida pela ex-chefe do Planaltinho, o escritório da Presidência da República em São Paulo, Rosemary Noronha, no governo federal, revelada em e-mails interceptados pela operação Porto Seguro, decorre da longa relação de intimidade que ela manteve, atém hoje, com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Rose e Lula trocam figurinhas desde 1993. Egressa do sindicato dos bancários, ela se aproximou do petista como uma simples fã.

O relacionamento dos dois começou ali, a um ano da corrida presidencial de 1994.

À época, ela foi incorporada à equipe da campanha ao lado de Clara Ant, hoje auxiliar pessoal do ex-presidente. Ficaria ali até se tornar secretária de José Dirceu, no próprio partido.

O radar de Marisa Letícia, a mulher do ex-presidente, acendeu a luz vermelha e ela jamais escondeu que não gostava da “assessora” do marido.

Em 2002, Lula se tornou presidente. Em 2003, Rose foi lotada no braço do Palácio do Planalto em São Paulo, como "assessora especial" do escritório regional da Presidência na capital.

Em 2006, por decisão do próprio Lula, foi promovida a chefe do gabinete e passou a ocupar a sala que, na semana retrasada, foi alvo de operação de busca e apreensão da Polícia Federal.

Nesse papel de direção, Rose contava com três assessores e motorista.

Sua tarefa era oficialmente "prestar, no âmbito de sua atuação, apoio administrativo e operacional ao presidente da República, ministros de Estado, secretários Especiais e membros do gabinete pessoal do presidente da República na cidade de São Paulo".

O escritório e o cargo que ela exercia, depois do escândalo está sendo desmobilizado e extinto pela presidenta Dilma, já que era desnecessário, mantido apenas por um capricho romântico de Lula.

Durante 19 anos, o relacionamento de Lula e Rose se manteve oculto do público.

Em Brasília, a agenda presidencial tornou a relação mais complicada.

Quando a então primeira-dama Marisa Letícia não acompanhava o marido nas viagens internacionais, Rose integrava a comitiva oficial. Ela era, portanto, uma espécie de segunda dama, não contabilizada.

Foto: Jorge Araujo/Folhapress

Rosemary Noronha, como parte da comitiva de uma viagem de Lula à Costa Rica, em 2009

Segundo levantamento da Folha tendo como base o "Diário Oficial", Marisa não participou de nenhuma das viagens oficiais do ex-presidente das quais Rosemary participou. Comenta-se que D. Marisa tinha o cuidado de ver a relação dos que iam viajar e se por acaso Rose lá estivesse, ganhava uma cartão vermelho da Primeira-Dama.

Integrantes do corpo diplomático ouvidos pela reportagem, na condição de anonimato, afirmam que a presença dela sempre causou mal-estar dentro do Itamaraty. Na opinião deles, a ex-chefe do escritório da Presidência em São Paulo não era necessária.

Oficiais da Aeronáutica se preocupavam com o fato de que ela por vezes viajava no avião presidencial sem estar na lista oficial. Imagine os embaraços diplomáticos e de segurança a existência de uma constante “clandestina” no avião presidencial?

Em muitas vezes, Rose seguia em voos da equipe que desembarca antes do presidente da República para preparar sua chegada.

Nessas viagens, seguranças que guardavam a porta da suíte presidencial nas missões fora do Brasil registravam ao superior imediato a presença da assessora. Oficiais do cerimonial elaboravam roteiro e mapa dos aposentos de modo a permitir que o presidente não fosse incomodado. Resumindo no exterior, Rose dormia com Lula.

Durante esses quase 20 anos, Rose casou-se duas vezes. Seu primeiro marido, José Cláudio Noronha, trabalhou na Casa Civil do então ministro José Dirceu quando Rosemary assumiu o escritório de São Paulo.

Na chefia do gabinete, ela construiu a fama de pessoa de temperamento difícil. Lula chegou a receber de amigos reclamações dando conta de que ela tratava mal os funcionários.

Um deles descreveu um episódio em que ela teria pedido para serventes limparem "20 vezes" o chão do escritório até que ficasse realmente limpo.

Essas primeiras damas genéricas são sempre assim.

Apesar do temperamento, Rose era discreta e não gostava de contato com a imprensa. Em algumas festas e cerimônias, controlava a porta de salas vips, decidindo quem podia ou não entrar.

A Folha contatou que ela também costumava se consultar com o médico de Lula e da presidente Dilma Rousseff, Roberto Kalil.

Rose acompanhou o ex-presidente em algumas internações durante o período em que este se recuperava do tratamento de um câncer no Sírio-Libanês, em São Paulo. Mas só pisava no hospital quando Marisa Letícia não estava por perto.

Na campanha presidencial de 2006, a chefe de gabinete circulou nos debates televisivos que Lula teve com o tucano Geraldo Alckmin.

Ministros e amigos do ex-presidente não negam o relacionamento de ambos. Foi de Lula a decisão de manter Rosemary em São Paulo, conforme relatos de pessoas próximas.

Procurado pela Folha, o porta-voz do Instituto Lula, José Chrispiniano, afirmou que o ex-presidente Lula não faria comentários sobre assuntos particulares.

Como se vê agora Rose é assunto particular, mas durante esses últimos doze anos de governo petistas ela foi paga pelos brasileiros. Se além ou apesar de amante ela prestasse um serviço público decente, ainda dava para compreender.

Afinal, a Rosemary Noronha que nos interessa é aquela que usava o cargo público para praticar falcatruas. A Rosemary, amante, é um problema exclusivo de Lula e de Dona Marisa.


Rose e a sedução do poder

BRASIL - Corrupção
Rose e a sedução do poder
De onde vinha a influência de Rosemary de Noronha, a mulher que se apresentava como “namorada” de Lula – e, com isso, nomeava afilhados, interferia em órgãos do governo e recebia recompensas. (Trecho da reportagem de capa da edição de ÉPOCA desta semana)

Foto: Celso Junor/Estadão

NO PERU - Luiz Inácio Lula da Silva (à dir.) em viagem ao Peru, em maio de 2008, com Rosemary no detalhe. Ela viajou 23 vezes ao exterior na comitiva do presidente

Postado por Toinho de Passira
Texto de Diego Escosteguy e Alberto Bombig, com Leopoldo Mateus, Marcelo Rocha, Murilo Ramos, Flávia Tavares e Leandro Loyola
Fonte: Revista Época

Uma triste passagem de bastão marcou a política brasileira na semana passada: saiu de cena um escândalo político; entrou outro. De um lado, o Supremo Tribunal Federal fez história ao definir as penas dos condenados do mensalão. Treze dos réus, incluindo o ex-ministro-chefe da Casa Civil José Dirceu, vão para a cadeia em tempo integral – uma rara ocasião na história brasileira em que poderosos pagarão por seus crimes. De outro lado, uma nova personagem irrompeu na cena política nacional: Rosemary Nóvoa de Noronha, ou Rose.

Falando em nome de um padrinho político poderoso, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Rose trabalhou pela nomeação de vários afilhados no governo federal. Ao se dirigir a diretores de empresas estatais ou órgãos do governo, Rose frequentemente se apresentava como “namorada” do ex-presidente. Um dos afilhados de Rose, Paulo Vieira, foi preso pela Polícia Federal (PF) na Operação Porto Seguro, acusado de chefiar uma quadrilha que cobrava propinas de empresários, em troca de pareceres jurídicos favoráveis em Brasília – fosse no governo, nas agências reguladoras ou no Tribunal de Contas da União.

Rubens Vieira, diretor da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), irmão de Paulo e outro dos afilhados de Rose, também foi preso. Tão logo o caso veio a público, na sexta-feira dia 23 de novembro, Rose foi exonerada do cargo que exercia, como chefe do gabinete da Presidência em São Paulo.


“CHEFÃO” - Em e-mail, Rosemary avisa Paulo Vieira que falou com o “chefão” sobre sua nomeação para a diretoria da Agência Nacional de Águas. O chefão era o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (Foto: reprodução

Como foi possível que Rose, uma simples secretária do PT, acumulasse tanto poder e prestígio, a ponto de influenciar nos rumos do governo federal – e causar tamanho salseiro?

“A investigação demonstra que o poder de Rose advinha da relação dela com Lula. Não há elementos, entretanto, de que o ex-presidente soubesse disso ou tivesse se beneficiado diretamente do esquema”, afirma uma das principais autoridades que cuidaram do caso.

“Lula cometeu o erro de deixar que essa secretária se valesse da íntima relação de ambos”, afirma um amigo do casal Lula e Dona Marisa.

“Deveria ter cortado esse caso há muito tempo.” Os autos do processo, de que ÉPOCA obteve uma cópia integral, e entrevistas com os principais envolvidos revelam que:

Lula fez três favores à quadrilha enquanto era Presidente


1) Lula, ainda presidente da República, prestou – mesmo que não soubesse disso – três favores à quadrilha. Por influência de Rose, indicou os irmãos Paulo Vieira e Rubens Vieira para a direção, respectivamente, da ANA e da Anac. Lula, chamado em e-mails de “chefão” ou “PR” por Rose, também deu um emprego no governo para a filha dela, Mirelle;

2) A quadrilha espalhou-se pelo coração do poder – e passou a fazer negócios. Os irmãos Vieira, aliados a altos advogados do PT que ocupavam cargos no governo, passaram a vender facilidades a empresários que dependiam de canetadas de Brasília;

3) Rose, gabando-se de sua relação com Lula, tinha influência no Banco do Brasil. Trabalhou pela escolha do atual presidente do BB, Aldemir Bendine, indicou diretores (um deles a pedido de Delúbio Soares, o ex-tesoureiro do PT condenado no caso do mensalão), intermediou encontros de empresários com dirigentes do BB e obteve um contrato para a empresa de construção de seu marido;

4) Despesas do procurador federal Mauro Hauschild, do PT, ex-chefe de gabinete do ministro do Supremo Tribunal Federal Dias Toffoli e, depois, presidente do INSS, foram pagas pela quadrilha. É uma situação similar à do recém-demitido número dois da Advocacia-Geral da União (AGU), José Weber Holanda – que, segundo a PF, recebeu propina;

5) A PF, mesmo diante das evidências de que Rose era uma das líderes da quadrilha, optou por não investigá-la. Não pediu o monitoramento das comunicações de Rose e não quis detonar a Operação Porto Seguro no começo de setembro, quando a Justiça autorizara as batidas e prisões. Esperou até o fim das eleições municipais.

A “NAMORADA DE LULA” - Rose na capa da Revista Época desta semana
De acordo com o relato feito a ÉPOCA por um alto executivo que trabalhou na Companhia das Docas do Porto de Santos (Codesp), Rose evocava sua relação com Lula para fazer indicações e interferir, segundo seus interesses, nos negócios da empresa. Nessas ocasiões, diz o executivo, Rose se apresentava como “namorada do Lula”. “Ela jogava com essa informação, jogava com a fama”, diz ele.

Uma história contada por ele ilustra o estilo de atuação de Rose.

Em 2005, uma funcionária da Guarda Portuária passou a dizer na Codesp que fora indicada para o cargo porque era amiga da “namorada do Lula”. O caso chegou ao conhecimento da direção do Porto de Santos. Um diretor repreendeu a funcionária e chegou a abrir uma sindicância para apurar o fato – e ela foi demitida.

O executivo conta que, contrariada, Rose ligou para executivos para cobrar explicações e reafirmou o que a amiga havia dito: “Eu sou a namorada do Lula”.

Os executivos acharam que ela blefava. “No começo, a gente não sabia que ela era tão forte”, diz um deles. No Porto, ela foi responsável pelas indicações de Paulo Vieira e do petista Danilo de Camargo, ligado ao grupo do ex-ministro José Dirceu no PT. Os dois passaram a atuar em parceria com Valdemar Costa Neto, o deputado pelo PR condenado à prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro no caso do mensalão, responsável por indicar o presidente da Codesp.

Um dos interesses desse grupo era perdoar uma parcela da dívida da empresa transportadora Libra com a Codesp. O valor da dívida era de R$ 120 milhões. O acordo foi fechado no Ministério dos Transportes, então controlado pelo grupo ligado a Costa Neto, e contou com o aval de Camargo, presidente do Conselho de Administração. O PT de Santos, liderado pela ex-prefeita Telma de Souza, ficou revoltado com os termos do acordo e resolveu cobrar explicações de Camargo. Novamente Rose entrou em ação para defender os interesses da Libra, do PR de Costa Neto e de Paulo Vieira. Na ocasião, diz o alto executivo, ela evocou novamente o nome de Lula. Nos telefonemas que dava aos petistas contrários ao perdão da dívida, afirma ele, Rosemary sempre mencionava o então presidente.

Rose tem 57 anos, começou jovem na militância política e sua turma, dentro do PT, é uma turma das antigas. Seus principais interlocutores no partido, além de Lula, são Paulo Frateschi, secretário de organização do PT, e os já mencionados Camargo e Dirceu. Rose trabalhou como assessora de Dirceu nos anos 1990. Acompanhou de perto sua ascensão à presidência do PT. No total, foram 12 anos de parceria.

Foi no período em que trabalhava com Dirceu que Rose conheceu Lula. Em fevereiro de 2003, com Lula no Planalto, Rose se tornou assessora especial do gabinete regional da Presidência em São Paulo. Em 2005, tornou-se chefe da unidade. Seu poder no partido foi crescendo. Ela fazia triagem informal dos currículos de candidatos a cargos do segundo escalão. Nessa época, começou a exercer influência também no Banco do Brasil. Rose trabalhou, de acordo com políticos e executivos do setor bancário, pela indicação de Aldemir Bendine para a presidência do BB.

A proximidade com Bendine permitiu que Rose, em 2009, conseguisse um emprego para José Cláudio Noronha, seu ex-marido. Noronha ganhou a vaga de suplente no Conselho de Administração da Aliança Brasil Seguros, atual Brasilprev. De acordo com as investigações da PF, Paulo Vieira forjou um diploma de curso superior para que Noronha cumprisse uma exigência da Brasilprev e assumisse a vaga. Em agosto do ano passado, o mandato de Noronha foi renovado.

Rose era também próxima de Delúbio Soares, o ex-tesoureiro do PT condenado a oito anos e 11 meses de prisão no caso do mensalão. Os dois costumavam tomar café no Conjunto Nacional, centro comercial próximo ao prédio do gabinete da Presidência. A pedido de Delúbio, segundo executivos do BB, ela usou sua proximidade com Bendine para conseguir a nomeação de Édson Bündchen para a superintendência do BB em Goiás, em setembro passado.

Rose circulava tão bem no BB que pairava acima das disputas fratricidas entre seus diretores. Era próxima também de Ricardo Flores, ex-vice-presidente de crédito e ex-presidente da Previ, o bilionário fundo de pensão dos funcionários do banco. Flores e Bendine travaram embates corporativos constantes e são considerados inimigos. Isso nunca impediu Rose de se sentir segura para pedir favores a ambos.

Em 25 de março de 2009, Rose pediu a Flores que examinasse um pedido de empréstimo de cerca de R$ 48 milhões da empresa Formitex. Era um desejo de Paulo Vieira – na época, ele ainda não era diretor da ANA. “Gostaria que encaminhasse esses dados técnicos ao Dr. Ricardo (Flores) e, se possível, conseguisse uma agenda para o Dr. César Floriano”, diz Paulo em e-mail para Rose que consta do inquérito policial.

Floriano era um dos empresários que bancavam a quadrilha. Em 17 de agosto de 2009, Rose encaminha outro e-mail a Paulo em que pergunta se “aquele assunto do Flores foi resolvido”. Poucos minutos depois, Paulo responde: “As coisas com o Flores estão caminhando bem, ele tem sido muito legal e parece que vamos avançar bastante” (leia o e-mail abaixo).

De acordo com a investigação da PF, além do emprego para o ex-marido, Rose usou seus contatos no BB para ajudar o atual, João Vasconcelos. Documentos apreendidos pela polícia na casa de Rose, em São Paulo, mostram que a construtora de Vasconcelos, a New Talent, obteve um contrato de R$ 1,1 milhão – sem licitação – com a Cobra Tecnologia, subsidiária do BB.

Tratava-se de uma obra de adequação e reforma do novo centro de impressão da empresa em São Paulo. Mais uma vez, Rose recorreu a Paulo Vieira para forjar documentos. A Associação Educacional e Cultural Nossa Senhora Aparecida, mantenedora da faculdade de propriedade de Vieira em Cruzeiro, São Paulo, emitiu um falso atestado de capacidade técnica para a New Talent conseguir o contrato com a Cobra. Em maio de 2010, funcionários da Cobra encaminharam a Vasconcelos o contrato com a New Talent.