Demóstenes Torres cocheira abaixo
BRASIL - CORRUPÇÃO Demóstenes Torres cocheira abaixo Demóstenes Torres veiculou no seu Twitter notas defendendo-se das acusações e da desconfiança que passou a inspirar. Cada vez mais fica difícil defender ou acreditar na inocência do Senador. Uma pena! Adoraríamos que tudo fosse desmentido ou não estivesse acontecendo. A enxurrada de denúncias consistentes não deixam muito espaços às dúvidas. Pesadelo: um dos símbolos da seriedade e da ética parlamenta desfaz-se num mar de lama. Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil Postado por Toinho de Passira O líder do DEM no Senado, Demóstenes Torres, notabilizado pelo discurso ético-oposicionista, não está conseguindo segurar a enxurrada de acusações que o ligam de forma promíscua e vergonhosa ao contraventor Carlinhos Cachoeira. Grampos captados pela Polícia Federal na Operação Monte Carlo, ano passado, revelam a intimidade de Demóstenes com Cachoeira e indica a concessão de favores, do explorador de jogos ilegais ao senador, um promotor licenciado. Num dos diálogos, ocorrido em 4 de junho de 2011, Demóstenes diz a Cachoeira que seu tablet enguiçara. O amigo o tranquiliza. A Polícia Federal no seu relatório resumiu a conversa: “Demóstenes reclama que seu iPad deu pau, Carlinhos diz que vai mandar alguém entregar um novo.” Dias antes, em diálogo telefônico de 20 de maio de 2011, o senador conversa com o bicheiro sobre avião e “Carlinhos oferece aeronave para Demóstenes”, que embarca na aeronave disponibilizada. O Globo informou também, sobre a existência de outro inquérito, anterior à Operação Monte Carlo. Nesse processo, Demóstenes foi flagrado num grampo pedindo R$ 3 mil a Cachoeira para pagar uma despesa com táxi aéreo. Estarrecedoramente a PF acusa-o também de ter compartilhado, com o bicheiro, informações obtidas nos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário. Noutra notícia, redigida pelo repórter Leandro Fortes, da Carta Capital, informa-se que a PF acusa Demóstenes de ter extraído vantagens financeiras milionárias de seu relacionamento com Cachoeira. Coisa de R$ 50 milhões. Em seus relatórios, a PF sustenta que o senador amealharia 30% dos negócios ilícitos do amigo, estimados em R$ 170 milhões. Demóstenes Torres veiculou no seu twitter um lote de notas inusuais. Normalmente, ataca. Teve de defender-se. Habitualmente desconfia. Viu-se compelido a responder à desconfiança que passou a inspirar. Alvejado por suspeições variadas, emanadas de grampos e relatórios atribuídos à Polícia Federal, Demóstenes concentrou-se na notícia que, como promotor licenciado, sabe ser a mais grave. Anotou: “De todos os absurdos publicados contra mim, os mais danosos estão no site da CartaCapital. Os informantes da revista estão enganados.” Noticiou-se que Demóstenes seria beneficiário de 30% do faturamento dos negócios do mercador de jogos ilegais Carlinhos Cachoeira. Não e não, Demóstenes escreveu: “Não faço parte nem compactuo com qualquer esquema ilícito, não integro organização ilegal nem componho algo do gênero.” Durante todo o dia, o senador preferira terceirizar a voz ao advogado Antônio Carlos de Almeida Castro, seu defensor. Para explicar o porquê de ter decidido quebrar o silêncio via internet, alegou: “Desminto essas inverdades em respeito a minha família, aos meus amigos, às minhas colegas e meus colegas senadores, a Goiás e ao Brasil.” Absteve-se de comentar notícia por notícia. Esquivando-se do varejo, defendeu-se no atacado: “As injúrias, as calúnias e as difamações minam a resistência até de quem nada teme, mas permaneço firme na fé de que a verdade triunfará.” Lamentou que a tempestade lhe chegue na velocidade de um alazão e estimou que a bonança virá montada numa tartaruga: “Dói enfrentar o olhar sofrido de familiares torcendo para o tormento passar logo. Mas as inverdades chegam açodadas; a reparação, lentamente.” Considera-se injustiçado: “Para tripudiar sobre mim e o mandato que o povo me confiou, desrespeitam os mais elementares princípios constitucionais.” Mas vê luz no final do seu túnel escuro: “A tudo suporto porque nada fiz para envergonhar meu partido, o Senado, Goiás e o Brasil. Essa é a verdade que, ao final, prevalecerá.” Por fim, Demóstenes escorou-se no divino: “O sofrimento provocado pelos seguidos ataques a minha honra é difícil de suportar, mas me amparo em Deus e na certeza de minha inocência.” A julgar pelo sentimento dos colegas de Senado, entre eles José Agripino Maia, presidente do DEM, a certeza depende agora de investigações que espanquem as dúvidas. ”Se 5% do que a PF diz de Demóstenes for confirmado, o país estará diante de um personagem que é o avesso do avesso do que diz ser.” – conclui o Blogueiro Josias de Souza, da Folha de São Paulo. *Esse post é baseado em textos publicado no Blog do Josias, com alterações e comentários adicionais. |
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