BRASIL - AUSTRÁLIA
Brasileiro assassinado pela polícia australiana
Continua um mistério porque a polícia australiana matou o estudante brasileiro Roberto Laudisio Curti, 21 anos, com uma arma de choque, enquanto o perseguia, por acreditar ser ele suspeito de ter roubado um pacote de biscoito. Foto: FaceBook
A foto postada no FaceBook, pelo próprio Roberto Laudisio, ao lado de uma amiga não identificada Postado por Toinho de Passira Fontes: Bom Dia Brasil , BBC Brasil, The Australian, Adelaide Now, The Sydney Morning Herald
A morte do jovem brasileiro Roberto Laudisio Curti, 21 anos, assassinado, no domingo, 05h30, pela polícia australiana, continua envolta em mistério e contradições. O rapaz que estava no país para estudar e hospedava-se na casa de parentes, foi perseguido pela polícia, como suspeito de ter roubado um pacote de biscoito em uma loja de conveniencia, levou várias descargas da arma de eletrochoque taser, de um policial e tombou morto. Foto: APP
Perito da policia colhe material na cena do crime, na rua Pitt Street em Sydnei Até agora tudo leva a crer que houve um engano de identidade, Roberto Laudisio, não fora o autor do roubo e mesmo que tivesse sido, não poderia sofrer um ataque tão brutal da polícia, a ponto de acabar morto, como se fora um perigoso terrorista.
De acordo com o cônsul do Brasil em Sydney, André Costa, que está acompanhando as investigações e prestando auxílio à família do estudante, a polícia de Sydney ainda está sem respostas para algumas dúvidas que cercam o caso.
Entre elas estão as razões pelas quais as gravações da câmera de segurança da loja de conveniência onde, supostamente, o brasileiro teria furtado um pacote de biscoitos – episódio que deu início à ação policial - ainda não foram divulgadas.
Elas podem comprovar se Laudísio Curti teria realmente sido o responsável pelo furto. Segundo relatos, a descrição do ladrão não corresponderia à descrição de Roberto. O suspeito pelo roubo estaria sem camisa. Já Roberto, quando foi cercado pelos policiais, estava usando camisa. Foto: Captura de video
Imagens do circuito externo de vídeo mostram o momento em que o brasileiro era perseguido pela polícia, segundos antes de morrer Uma outra dúvida apontada pelo cônsul é sobre a quantidade de disparos feitos pelas armas taser. Segundo testemunhas, o brasileiro sido atingido mais três vezes mesmo após já estar caído no chão e gritando por socorro. Foto: Divulgação
Uma arma similar essa, um Teser, utilizada como equipamento de defesa, que aplica uma descarga elétrica, acabou matando o brasileiro. Segundo apurou o jornal The Daily Telegraph, os policiais não receberam treinamento adequado para usar a arma de choque, fazem apenas um dia de curso - metade teórico e metade prático - e despois de dispararem apenas duas vezes, são considerados aptos e autorizados a carregar e utilizar a arma nas patrulhas. Como consequência eletrocutaram o indefeso brasileiro.
Na Austrália há um acalorado debate visando suspender o uso do taser, pelo menos até que a morte do brasileiro seja completamente esclarecida.
A comissão mista de controle de armas, o Partido Verde de Nova Gales do Sul e representantes dos direito civis devem solicitar a interrupção do uso da arma pelo menos até que as investigações da comissão independente criada pelo governo esclareçam se a morte do brasileiro foi provocada pela arma que provoca paralisia. Foto: Damian Shaw/APP
O corpo do estudante, visto na foto, no local do crime coberto por um lençol, já foi necropsiado e espera-se para qualquer momento a divulgação dos laudos. As investigações sobre a morte do brasileiro estão sendo feitas pelo Departamento de Homicídios da polícia local, mas uma comissão independente criada pelo governo australiano para acompanhar o caso também começou a trabalhar nesta quarta-feira.
O tio de Roberto, o empresário João Eduardo Laudísio, que chegou a Sydney na noite desta terça-feira, disse não acreditar que o sobrinho tenha entrado na loja para roubar um pacote de biscoitos, já que ele tinha dinheiro suficiente e era um rapaz com uma conduta exemplar.
Segundo os amigos, Beto, como era tratado pela família, era um rapaz alegre e extrovertido que jamais pegaria um pacote de biscoito sem pagar.
O estudante estava na Austrália desde o ano passado para visitar a irmã e o cunhado e fazer um curso de inglês numa escola de Bondi Junction, um bairro no sul da cidade.
Na terça-feira, o governo brasileiro emitiu um comunicado no qual “deplora a notícia da morte de cidadão brasileiro em circunstâncias ainda não esclarecidas(...)"
Jornais australianos dizem que em São Paulo, amigos do jovem estão planejando para depositar centenas de pacotes de biscoitos na porta do consulado australiano, na próxima na sexta-feira, em protesto contra o que eles acreditam ser a reação da polícia desproporcionada em relação ao suposto roubo. |
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