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13 de jan. de 2011

ELEIÇÕES 2014: Um ex-vampiro no Campo das Princesas?

PERNAMBUCO - ELEIÇÕES 2014
Um ex-vampiro no Campo das Princesas?
É ainda muito cedo para se saber como vai acabar essa trama macabra urdida por uma facção do PT pernambucano. Nas cenas de bastidores fica demonstrado que o ex-suposto vampiro Humberto Costa, travestido de senador, está em plena campanha para ser o governador em 2014. Acontece que seu caminho está repleto de caça vampiros, inclusive do próprio partido, além do perigoso Eduardo Campos, que está represando água benta do Rio São Francisco, para extinguir as suas pretensões. Humberto é o tipo do vilão, que costuma morrer no trailer.

Ilustração Toinho de Passira

Postado por Toinho de Passira

O senador Humberto Costa quando foi afastado, pelo Ministério Público, do processo que o envolvia com a máfia dos hemoderivados, onde havia ganhado o meritório título de Vampiro, transformou-se num monstro de prepotência. Depois de passar oito anos nas trevas ergue-se do esquife achando-se um Deus.

Primeiro ameaçou processar jornalistas que o chamasse de Vampiro, por isso o chamamos de ex-Vampiro, dizendo que inocentado do processo, perdera os poderes, os caninos e a capa preta de fundo vermelho, como se a justiça humana tivesse poderes de livrá-lo desta desdita que costuma ser vitalícia, se é que o termo “vitalício” possa ser empregado em questões vampirescas.

Apareceu recentemente exultante, imaginando-se o vampiro que cravou os dentes em Lady Gaga, por ter sido escolhido o líder do Partido no Senado. Imagina que essa distinção vai lhe dá mais cancha para suas ambições políticas em Pernambuco. Fosse assim, Mercadante o seu antecessor, teria sido eleito governador de São Paulo.

Incompetente e inábil, Humberto imagina que esse cargo abrir-lhe-á caminho para a cadeira de Governador de Pernambuco. Lembrar que destaque maior lhe foi oferecida por Lula, nomeando-o Ministro da Saúde, em 2003.

Mas ele consegue inverter as expectativas: quanto mais tenta aparecer, mas a sua incompetência se sobressai.

É bem verdade que cabia a ele o desafio de substituir na Ministério da Saúde, José Serra, o que realçou ainda mais sua pequenez.

Honestamente, damos a ele o beneficio da dúvida, como participante direto na ação da quadrilha que se instalou no seu Ministério. Mas não se pode negar que foi ele, Humberto Costa, quem levou para dentro da pasta, sob sua responsabilidade, o homem que hoje é acusado como o chefe da quadrilha que falsificava documentos, fraudava licitações e rapinava debaixo de suas barbas petistas.

Na ocasião ele clamou tanta inocência que acabou indiciado. Como se vê Humberto não sabe nem ser inocente.

Erra ao se lançar candidato quatro anos antes, e de tentar associar a sua vitória ao senado, a si mesmo. Diz pretensiosamente que derrotou Marco Maciel. Esquece que foi por caridade de Eduardo Campos, que o nomeou secretario de estado, quando pesava contra ele, todas aquelas acusações, que ele conseguiu continuar na vida pública, com alguma visibilidade.

Deixa para trás a intervenção branca de Lula, no PT local, que o tornou candidato ao senado, quando tudo fazia crer que o candidato seria João Paul, o ex-prefeito do Recife. Sem essas mãozinhas, com seu nome enlameado e sua falta de carisma, não se elegeria, nem suplente de vereador, na nossa modesta mais honrada cidade de Passira.

Agora para tentar minar o terreno do petista João Paulo, está espalhando o boato, que o ex-prefeito do Recife é um traíra, por não ter defendido entusiasticamente Lula à época do mensalão. Teme que João Paulo, saia candidato a Prefeito do Recife, vença o pleito e faça sombra sobre seus sonhos governamentais.

Arranja uma encrenca com o PT, local, fortemente composto por partidários de João Paulo, o terceiro candidato a deputado federal, mais votado no estado, com 264 mil votos, dos quais quase 155 mil vieram de eleitores recifenses. (perdeu apenas para a mãe do governador, Ana Arraes e para o empresário Eduardo da Fonte).

Mais o seu maior adversário é o Governador Eduardo Campos. É do conhecimento público, que Eduardo Campos, adestrado por Arraes, convive com leveza com todas as diferenças política, pactuando com a mesma disposição, com Deus e com o diabo. Não costuma guardar rancores políticos. Porém essa flexibilização tem limites, se há coisas que Eduardo não perdoa, é a quebra de acordo político e a ingratidão.

Claro que Eduardo não pretende politicamente entregar Pernambuco aos petistas. No afã de tornar o seu partido PSB, cada vez mais forte, não se dispõe a abrir mão do poder em sua terra natal, para os petistas que, não são fieis aos acordos políticos e quando se aboletam no poder, não querem mais sair, sobre nenhuma circunstância.

Para tanto, Eduardo está engordando o cabedal político do deputado federal Fernando Bezerra de Souza Coelho Filho, para ser o seu substituto no Campo das Princesas. Gastou, para tal, a munição de indicação ministerial do partido, alocando o petrolinense como Ministro da Integração Nacional do governo Dilma.

A candidatura de Fernando Coelho, ao governo de Pernambuco, deveria ter o apoio de Humberto Costa, pois a pedido de Eduardo, o atual ministro, abriu mão de pleitear a vaga como candidato ao senado, em favor do petista.

Óbvio que daqui até 2014, muita água do Rio Capibaribe vai confluir com as do Beberibe para continuar formando o Oceano Atlântico, mas se tudo seguir o curso normal, Humberto, vai ficar uivando sozinho diante do inexpugnável castelo do Palácio dos Campos das Princesas.

Como ninguém sabe se nessa hora de desespero Humberto vai retomar a sua condição vampiresca. É de bom alvitre, que aos pernambucanos estocarem cabeças de alho, crucifixos, água benta e estacas afiadas.

Vade Retro, ex-filho das trevas.


7 de dez. de 2010

OPINIÃO - O riso dos traficantes - Lya Luft

OPINIÃO
“Cantamos vitória cedo, houve até quem quisesse declarar esse dia o dia da refundação do Rio de Janeiro. Calma! A trabalheira que há pela frente é quase uma Guerra do Afeganistão”.

Foto: Getty Images

A vida no Complexo do Alemão, voltando ao normal?

Lya Luft
Fonte: Revista VEJA - 06/12/2010

Comenta-se à boca pequena que alguma caneta poderosíssima no exterior estava por deletar o Brasil como acolhedor da Olimpíada e da Copa, devido à violência e consequente insegurança; de repente, uniram-se todas as forças militares, as estratégias, os armamentos e veículos de guerra, e ocuparam-se territórios que havia décadas pertenciam aos criminosos.

Não quero ser maledicente, mas a ideia não me parece insensata demais. Seja como for, é de se orgulhar ter homens e mulheres brigando assim por nós.

Acompanhei até emocionada o inicio da invasão de dois morros do Rio, sua ocupação por soldados e policiais. Constatei menos comovida a fuga dos criminosos por canos de esgoto e galerias pluviais, alguns poucos capturados, a maioria certamente espalhando-se por favelas próximas ou distantes, preparando seu contragolpe ou continuando seus fazeres mortais que nós estimulamos, alimentamos, a cada baforada de maconha, cheirada de pó ou injeção de outro veneno na veia.

Embora me alegre muito com quase zero de monos, me espante com os poucos presos para tão grande aparam (parece que os chefões escaparam com calma porque a invasão foi anunciada durante quase 24 horas ames de ocorrer), alguma coisa me deixa desconfortável, mas pode ser inexperiência e tolice minha. Propaganda demais, autoelogios demais, celebração demais quando sabemos que os que fugiram estão instalados em outras favelas, e que enquanto consumirmos drogas eles continuarão donos da festa.

Não tenho cacife para comentar tudo isso, e aqui o faço como observadora comum. Mas cantamos vitória cedo, houve até quem quisesse declarar esse dia o dia da refundação do Rio de Janeiro. Calma! A trabalheira que há pela frente é quase uma Guerra do Afeganistão. Esperemos que nenhum dos nossos soldados seja ferido ou morto. Levaremos anos para que o Rio seja considerado uma cidade limpa. Há muitos morros a ser ocupados, muitos traficantes a ser presos, muita droga a ser encontrada, junto com armamento pesado e o resto.

E o que me preocupa mais é algo que fica abaixo dos morros, e fora das favelas: é a entrada de drogas e armas pelas nossas tão mal vigiadas fronteiras, e são os consumidores. A triste constatação de milhões de usuários que enchem os bolsos dos traficantes e de seus chefes (sempre há um superior qualquer, que lucra muito mais). Nem falo dos doentes, os viciados, os que precisam de tratamento, entendimento e atendimento. Raros se recuperam. Mas vale a pena tentar: uma vida que se salve vale tudo.

Não pretendi ser engraçada nem quis bancar a boazinha quando escrevi e disse, incontáveis vezes, que sempre que um de nós fuma, cheira ou injeta qualquer veneno está fazendo continência a um traficante. Está pagando a bala que, na arma dele ou de um de seus sequazes, vai matar alguém. Quem sabe meu filho, teu filho, nosso filho.

Amigos e leitores meus se horrorizam com esse meu rigor. Lamento, mas continuo acreditando nisso. Se conseguíssemos demo ver do hábito esses usuários não doentes, não viciados, que em lugar de enfrentar as dificuldades da vida se escondem atrás da nuvem de fumaça ou enchem o nariz de poeira mortal, que em lugar de assumir seu lugar no mundo injetam ilusão nas veias, teríamos vencido a maior de todas as batalhas. Ocuparíamos não apenas morros de traficantes, mas vidas humanas, famílias inteiras, atingidas pela fuga em massa de suas pessoas queridas - não pelas galerias de esgoto, mas pelos túneis do esquecimento.

Não sou simpática nesse assumo, eu sei. Mas presto aqui meus respeitos aos que, viciados, conseguem controlar essa doença; e aos que, usuários brincando com as drogas como um colchão amortecedor, caem em si e mudam de placebo. Nossa irresponsabilidade favorece os portadores da desgraça, que, saltitando de morro em morro, podem até temporariamente se esconder, se disfarçar, mas, a cada pedido de mais droga e chegada de mais mercadoria, hão de abrir - quem sabe neste mesmo instante - o seu melhor sorriso.


*Acrescentamos subtítulo, foto e legenda ao texto original

28 de nov. de 2010

OPINIÃO: O inimigo agora é o mesmo - Guilherme Fiuza

OPINIÃO
O inimigo agora é o mesmo
“A ocupação policial de favelas, enxotando traficantes, foi uma medida ousada. Só faltou combinar com a indústria da delinquência, alimentada a pão-de-ló por tanto tempo.” - Guilherme Fiuza

Foto: Getty Images

FALSA NORMALIDADE - Ônibus vem, tanque de guerra vai. Zona de guerra, no meio do povo, isso não é normal

Guilherme Fiuza
Fontes: Blog do Noblat

O governador do Rio declarou que os traficantes estão desesperados. Enquanto isso, o porta-voz da Polícia Militar orientava a população a manter a calma durante os ataques da bandidagem, explicando que é melhor perder o patrimônio do que a vida. E assim, com os bandidos em pânico e a população em paz, o Rio de Janeiro e o Brasil celebrarão mais uma vitória dos seus Napoleões de hospício contra o crime.

Foram décadas de investimento público na formação do exército de marginais. Proibição de drogas altamente rentáveis, tolerância populista aos territórios das “bocas de fumo”, polícia corrupta garantindo o ir e vir da cocaína e dos fuzis, governantes fazendo acordos tácitos com chefes de morro em nome da paz e dos votos. De repente, as autoridades resolvem melar o jogo - ou a parte mais visível dele.

A ocupação policial de favelas, enxotando traficantes, foi uma medida ousada. Só faltou combinar com a indústria da delinquência, alimentada a pão-de-ló por tanto tempo.

Para o público, que se sente vingado pelo Capitão Nascimento quando ele espanca um político na tela do cinema, está tudo OK. As coisas são simples assim. O ideal seria que Wagner Moura assumisse o lugar do secretário Beltrame e acabasse de vez com a raça dos vilões - cuja vocação é essa mesma, apanhar.

Foto: Associated Press

GUERRA A DOMICÍLIO - Imagina de repente uma guerra com tanques e armas pesadas começar a se desenrolar na porta de sua casa

O problema é que na vida real o roteiro é diferente. Não basta dizer que o inimigo agora é outro e ensinar o pessoal a detestar as milícias enquanto come pipoca. O inimigo agora é o mesmo - exatamente aquele que o poder público cultivou carinhosamente por uns 30 anos, com a hipocrisia bilionária das drogas proibidas e da inundação das favelas com armamento de última geração (que ninguém sabe, ninguém viu por onde passou).

Uma indústria robusta, que teve até blindagem ideológica: a claque do Capitão Nascimento chegou a apontar, como vilão da violência urbana, o maconheiro do Posto Nove.

Até Michael Jackson pediu autorização ao tráfico do Morro Dona Marta para filmar seu clipe mundial. O Rio de Janeiro e o Brasil assistiram, consentiram, dançaram conforme a música. O poder marginal virou uma instituição em solo carioca.

Foto: Reuters

MEIAS VERDADES - Obrigados a ficar sob a tutela das forças de segurança, para não serem alvejados, os jornalistas, não conseguem no momento tomar conhecimento do que exatamente está acontecendo

Na dinastia Garotinho, o antropólogo Luiz Eduardo Soares tentou depurar a polícia e quebrar a espinha dessa indústria. Foi expelido. Seu pecado: atacar a cadeia de complacências jamais quebrada por qualquer governo do Rio ou de Brasília.

De repente, como no cinema, vem a ordem: vamos invadir. Um ato heroico do governador Sérgio Cabral e de seu respeitável secretário de Segurança. Apenas um ato heroico.

Quem quebrou a espinha da indústria “Drogas & Armas S.A.”? Quem asfixiou seu poder de fogo (econômico e bélico)? Quem interveio para valer nas polícias fluminenses, madrinhas e sócias da firma? Não se tem notícias. Com quantos soldados confiáveis se finca UPPs suficientes para empurrar o poder marginal sabe-se lá para onde? Melhor convocar o exército chinês.

Foto: Asssociated Press

AS VITIMAS INOCENTES - Como sempre são os civis inocentes quem acaba pagando a conta

As autoridades do Rio de Janeiro iniciaram, com amplo respaldo do eleitorado, uma guerra que não sabem como vai terminar.

Foi interessante ver alguns morros libertados do tráfico. Não foi interessante ver a proliferação de arrastões em áreas nobres e relativamente tranquilas da cidade. O que é pior?

No cardápio das escolhas de Sofia, surge a onda de atentados. Quem já foi arrancado de seu carro para não tostar junto com o patrimônio não está achando a menor graça nesse “Tropa de Elite 3”. Qual é o final possível desse filme?

Foto: Associated Press

PODE NÃO ACABAR BEM - O emprego improvisado de inexperientes tropas do exército e da marinha na operação, é um risco muito alto

O Bope vai tomar a Rocinha numa batalha sangrenta e ficar lá para sempre? O tráfico, conformado, vai desistir dos territórios e das armas e se mudar pacificamente para a internet? Mais fácil o Rio virar Bagdá.

Não se combate um sistema criminoso enraizado no Estado com um punhado de operações policiais estoicas. Na Itália, a operação Mãos Limpas parou o país. No Brasil, o governo federal sequer se envolve. No máximo, tem espasmos de solidariedade e empresta umas tropas para o teatro de operações.

Foto: Reuters

FINGINDO-SE DE MORTA - Como não precisa mais dos votos dos cariocas, Dilma cala-se para “evitar desgaste”

A pouco mais de um mês de sua posse, a presidente eleita não dá uma palavra sobre a guerra. Parece estar preparando a transição para governar a Noruega.

Possivelmente Dilma Rousseff esteja sendo orientada por seus marqueteiros a ficar longe das chamas do Rio. É o que os especialistas chamam de “evitar o desgaste”. Desgaste mesmo é entrar num ônibus que pode virar um microondas na próxima esquina. Mas esse calor não chega até Brasília.

Os estrategistas do novo governo estão muito ocupados com temas mais urgentes, como a cota de mulheres no ministério. O show tem que continuar (com CPMF, que ninguém é de ferro).

Enquanto isso, o Rio se firma como capital nacional de um flagelo internacional, torcendo pela TV para que o Capitão Nascimento apareça no “Jornal Nacional” enxotando todos os bandidos da tela.

Quem sabe o super-homem não aparece também, com um plano nacional de segurança pública?

Foto: Reuters

FALSA SENSAÇÃO DE SEGURANÇA - Desinformado o fotografo sente-se seguro atrás de um tanque de amianto. Como a população carioca, Está como a população carioca, com uma perigosa falsa sensção de proteção.


*Acrescentamos subtítulo, foto e legenda ao texto original

25 de nov. de 2010

Cidade Maravilhosa sob ataque dos narcoterroristas

RIO DE JANEIRO
Cidade Maravilhosa sob ataque dos narcoterroristas
O governo do Rio de janeiro está utilizando blindados da marinha, solicitado ao governo federal, para ter acesso ao complexo da Penha, já que os terroristas do crime organizado tinham conseguido criar barricadas que impediam o acesso aos blindados do Bope, os conhecidos caveirões. Os números são de guerrilha urbana: a policia já eliminou 30 suspeitos no confronto e 55 veículos entre carros, ônibus e vans, foram incendiados pelos criminosos desde domingo. Mas as estatísticas da violência estão sempre sendo atualizadas, para números que cada vez mais aproxima a realidade carioca, como de uma cidade sob ataque guerrilheiro

Foto: EFE

Blindados da Marinha tendo como fundo a Igreja da Penha no Rio de Janeiro, uma imagem de uma cidade tentando reagir de um ataque terrorista.

Postado por Toinho de Passira
Fontes: Reuters, O Dia, Extra

Veículos blindados da Marinha e fuzileiros navais se uniram nesta quinta-feira à polícia do Rio nas operações contra o crime organizado, no quinto dia da onda de violência que já deixou ao menos 30 suspeitos mortos e deixa o rio em pânico.

O alvo da principal operação das forças de segurança é a favela Vila Cruzeiro, no Complexo da Penha, zona norte, um dos grandes redutos de criminosos da facção criminosa acusada de comandar os ataques a veículos e alvos polícias esta semana em vários pontos da cidade.

Ao menos 10 veículos militares blindados da Marinha com metralhadoras, que nunca foram usados nos combates em favelas da cidade, transportam soldados do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope) para o interior da favela.


Foto: Captura video/O Dia

Foto: Captura video/O Dia

Imagens aéreas de tevê mostraram dezenas de traficantes armados fugindo da Vila Cruzeiro à pé, de moto e de carro, por uma estrada de terra que leva a outra comunidade.

"O objetivo de hoje é assumir o território novamente que foi tomado pelo tráfico. Estamos tomando esse local e retirando da sociedade essa situação de refém do tráfico", afirmou o coronel Álvaro Rodrigues, chefe do Estado-Maior da PM e comandante da operação. Segundo o coronel, a operação não tem prazo para acabar.

Na quarta-feira, o blindado do Bope, conhecido como "caveirão", teve dificuldades para entrar na favela devido a barricadas construídas pelos criminosos. Nesta quinta, outras barreiras foram erguidas nos caminhos para chegar à favela, e um carro foi incendiado no principal acesso da Avenida Brasil para o Complexo da Penha, impedindo momentaneamente a passagem de carros. As tropas, no entanto, já tinham passado.

"Nós não temos prazo para encerrar as operações. Vamos continuar com o apoio logístico e de veículos blindados para o transporte de tropas da polícia pelo tempo que for necessário", disse à Reuters o coronel Carlos Chagas, comandante do batalhão logístico da Marinha.

Segundo o coronel, os fuzileiros navais participam da ofensiva apenas na operação dos veículos blindados, que foram ocupados por homens do Bope. As metralhadoras de alto calibre que estão no topo dos veículos não serão usadas, segundo a Marinha.

Na verdade o objetivo é conduzir até as áreas mais críticas do morro, os integrantes da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro, sem serem alvos fácies do bandidos entrincheirados em pontos estratégicos.

Foto: Extra Online

Ônibus incendiado pelos bandidos em Rio Comprido, cena que se repete o tempo todo por todo o Rio de Janeiro

Ao menos 55 veículos, entre carros, ônibus e vans, foram incendiados pelos criminosos desde domingo, quando foi deflagrada a onda de ataques a veículos e alvos policiais na cidade e região metropolitana.

De acordo com a PM, morreram 30 pessoas em confrontos com policiais em três dias de operações em favelas, com mais de mil homens envolvidos, em reação aos ataques. Nesta quinta, a polícia permanece com ações em diversas comunidades controladas pelo crime organizado, além da Vila Cruzeiro. Morreram mais sete suspeitos na favela do Jacarezinho, na zona norte.

Durante uma incursão do Bope na Vila Cruzeiro na quarta, uma adolescente de 14 anos foi atingida por uma bala perdida dentro de casa e morreu no hospital. Outros moradores também foram feridos por balas e levados para o principal hospital da região, segundo a Secretaria de Saúde do Estado.

Autoridades da área de segurança consideram que essas ações violentas são uma resposta à nova estratégia implementada na capital com as Unidades de Polícia Pacificadoras (UPPs), que provocaram a saída de chefes do tráfico de favelas onde esse tipo de policiamento foi instaurado. Acuado e forçado a deixar algumas áreas da cidade, o crime organizado estaria reagindo.

Foto: Reuters

A implantação das UPPs em 15 das centenas de favelas espalhadas pela cidade é considerada o maior avanço na área de segurança pública da capital fluminense nos últimos anos, e a medida foi inclusive citada pelo Comitê Olímpico Internacional como um exemplo de que a cidade será segura para a Olimpíada de 2016. O Rio também será palco central da Copa do Mundo de 2014. Isso se os narcoterroristas permitirem.

Foto: Eduardo Naddar/Agência O Dia

Acuados debaixo do fogo cruzado, o carioca clama por paz


28 de mai. de 2010

OPINIÃO: Sétimo dia da morte do operário Jaelson

OPINIÃO
Sétimo dia da morte do operário Jaelson
A morte do segundo operário desmascara a qualidade da segurança do trabalho, no estaleiro Atlântico Sul onde está sendo construído o petroleiro João Candido, inaugurado por Lula e a candidata há menos de um mês. Mas ao que parece a lição de nada serviu e tudo continua como antes. Ninguém vai tomar nenhuma providência? Quem vai ser responsabilizado pela morte do montador?

Foto: Acervo agencia O Dia

Foto do enterro de João Cândido, o herói injustiçado, que dá nome ao navio assassino que está sendo construído em SUAPE. Fosse vivo, o marinheiro estaria dispensando a homenagem

Toinho de Passira
Fontes: Tribuna Popular, Blog da Folha, Tribuna Popular, ”thePassiranews”, Projeto Memória

Faz uma semana que morreu o montador Jaelson Ribeiro de Souza, 47 anos, a vítima do acidente no Estaleiro Atlântico Sul, em Ipojuca, enquanto participava da construção do petroleiro João Cândido. Ninguém quer lembrar mais dele. Passou a ser uma recordação incomoda. No dia 21 foi trabalhar com o seu filho, que também operário do estaleiro sem saber que aquele seria seu último dia de vida.

Jaelson Ribeiro é na verdade vítima da construção do navio que tem um cronograma atrelado ao calendário eleitoral. O estaleiro tem compromissos com o governo de fazer o navio funcionar, a qualquer custo, antes das eleições, depois de desmascarada a farsa da inauguração fajuta.

Por mais que não se queira associar a morte dos operários à ânsia promocional do presidente Lula (até em respeito à dor das famílias) os fatos arremetem a ligar a tragédia com a irresponsabilidade dos construtores e a insensibilidade dos que querem a todo custo ganhar eleições inaugurando, as pressas, o inacabado.

É uma ironia que esse barco em construção venha a se chamar João Candido, o líder da revolta da Chibata, que conseguiu com enorme sacrifício pessoal, abolir o castigo físico da marinha do Brasil.

Não há castigo físico no Estaleiro Atlântico sul, mas há o medo do desemprego. Quem não obedece cegamente os feitores e “não topa qualquer parada” não merece continuar na equipe. Há inclusive uma ameaça no ar: o “Estaleiro Atlântico Sul iniciou no Japão, em dezembro de 2009, a seleção de dekasseguis brasileiros com “experiência comprovada na indústria naval e de construção de plataformas petrolíferas”.

Para esses trabalhadores importados, oferecem-se condições de trabalho mais condignas, melhores salários e residência num condomínio da empresa.

Para a realidade atual, as palavras do diretor de saúde do Sindicato dos Metalúrgicos de Pernambuco (Sindmetal), Sérgio Paulo da Silva, resumem tudo:

“O montador Jaelson Ribeiro de Souza, 47 anos, a vítima de acidente no Estaleiro Atlântico Sul, em Ipojuca (PE), que lhe custou à vida na manhã desta sexta-feira, 21, estava desempenhando uma função para a qual não havia sido treinado no momento do acidente. Também estava sem o guarda-corpo, que serve para proteger de quedas, e sem cinto de segurança.”

Ter uma Indústria Naval é importante para Pernambuco e para o nordeste. Mas esse progresso não pode ser feita à custa da vida de trabalhadores submetidos a tarefas de dimensões descabidas, a pressões desumanas e a condições de trabalho improvisadas.

Em nota, a empresa lamentou o falecimento do seu funcionário e informou que “imediatamente, uma equipe médica de emergência do EAS, com ambulância própria, já estava no local. O operário recebeu os primeiros socorros, mas veio a falecer”.

“Funcionários do EAS, contestam a empresa, afirmando que o Jaelson teria morrido na hora, do forte impacto, que teria “esfacelado seu corpo, inclusive expondo a massa encefálica, com o rompimento do crânio.” O descrito pelos operários é coerente com as circunstancias do acidente. O operário “caiu de uma altura de 20 metros sobre uma chapa de aço.”

Por sinal, não se tem notícia de notas ou manifestações da Ministra candidata, que inclusive ia ser madrinha do navio, nem do governo federal, tão solidário com mortes no exterior. Eles não querem se contaminar com a tragédia que envolveu Jaelson.

Esqueceram também de se manifestar quando em julho de 2009, morreu no mesmo navio o metalúrgico Lielson Ernesto da Silva, esmagado por uma chapa de aço.

Os representantes do Sindicato dos Metalúrgicos (Sindmetal-PE) que chegaram no instante seguinte ao acidente de Jaelson, Amanda Tenório, Soraya Rego Barros e Paulo Roberto, relataram que se percebia “de imediato as precárias condições de trabalho que fazem parte do dia-a-dia dos trabalhadores do Estaleiro Atlântico Sul.”

“Ou seja: escadas amarradas com arames, algumas aberturas no piso com proteções insuficientes e o pior: no local onde o companheiro caiu, NÃO HAVIA GUARDA-CORPO e o imenso janelão ao lado buraco no piso também não tinha proteção (o que fatalmente poderia causar outro acidente, pois entre o janelão e o convés do navio são aproximadamente 10m).

“A pressa para terminar o navio não pode ser o “combustível da fornalha” que traga à morte aos cansados e pressionados trabalhadores do Estaleiro, que são um exemplo de dedicação e profissionalismo e merecem bons salários e melhores condições de trabalho”, disse o secretário de Comunicação do Sindmetal-PE e diretor da CUT, Augusto César Barros, num texto publicado no site do jornal Tribuna Popular, Cidade do Cabo de Santo Agostinho, PE.

O sindicalista ainda diz que: “Por mais riscos de acidentes que um local de trabalho tenha não pode servir de desculpas, para encobrir a irresponsabilidade e o descaso dos que fazem o setor de segurança do trabalho do Estaleiro Atlântico Sul”.

Desde a segunda-feira, o trabalho, inclusive na base na gaiuta da embarcação – a base da chaminé do navio João Cândido, local de onde tombou para a morte, o operário, o trabalho continua frenético, depois dos remendos na segurança na área, que se posta há uma semana, não teria permitido acontecer o acidente fatal.

Vai ser assim? A cada operário morto, improvisam uma segurança no local do acidente e seguem adiante? Qual a providencia a ser tomada pelos órgãos públicos? Não se pode esperar qualquer atitude do governo federal nem estadual, pois possuem uma relação tão promiscuas com as empresas que estão construindo o navio, que jamais tomariam qualquer providência, que viesse a desagradá-los.

Será que ninguém vai ser responsabilizado por essas mortes? O ministério público não vai tomar nenhuma medida? Não vai ter inquérito criminal? Não vão pedir a suspensão temporária da continuidade da construção? Pela descrição do sindicato, a construção desse navio precisa ser paralisada, até que todo o estaleiro comprove a utilização correta de todos os itens de segurança.

Quantos Jaelson necessitarão desabar das alturas e quantos Lielson precisarão serem esmagados, para que se tomem providências definitivas?

Estão chamando isso de progresso de Pernambuco.


15 de mai. de 2009

Recife, capital campeã de assassinatos do Brasil

Recife, capital campeã de assassinatos do Brasil
Fracasso do “Pacto pela Vida” ganha fama internacional, jornal britânico destaca Recife e seus altos índices de assassinatos, como o maior do país

Detalhe da pagina do "The Independent" na internet

Fontes: The Independent, BBC Brasil

O jornal britânico The Independent publicou em sua edição desta sexta-feira uma reportagem sobre o alto índice de assassinatos em Recife, capital do Estado de Pernambuco, com o título "Morte aos indesejáveis: A capital de assassinatos do Brasil".

A reportagem diz que apesar de atrair um milhão de turistas estrangeiros, quase 3 mil pessoas foram mortas na cidade no ano passado e que muitas dessas mortes foram provocadas por policiais.

O repórter diz que conseguiu convencer um policial a falar sobre os assassinatos que cometeu. Ele é supostamente integrante de um esquadrão da morte e estaria na corporação há 20 anos.

"Ele tinha matado pessoalmente mais de 30 pessoas e disse que sua 'equipe' tinha matado mais de 50", afirma o artigo.

De acordo com o repórter Evan Williams, o policial justificou sua ação afirmando que não sente remorsos porque está desempenhando "um serviço social".

"É certo tomar uma vida humana nestes casos, porque leva muito tempo para que os processos judiciais aqui tramitem e o traficante ou assassino que nós podemos prender como policiais podem ser libertados no dia seguinte e voltar para as ruas e matar e vender drogas de novo.

Então é muito melhor para nós (...) matá-los e resolver o problema assim", disse o integrante do esquadrão da morte, de acordo com Williams.

Segundo a reportagem, o entrevistado, que não quis ter seu nome revelado, caçoou das iniciativas da cúpula da polícia para reprimir a atuação dos esquadrões da morte, que levaram à prisão de centenas de suspeitos em todo o Estado.

"O homem que entrevistamos sobre esta suposta repressão riu e disse que ele não tem medo de ser preso porque vários dos policiais mais graduados estão envolvidos", escreveu o repórter.

O jornalista diz que segundo as declarações do possível integrante do Esquadrão da morte, as vítimas são indicadas, por superiores da Polícia Civil ou Oficiais graduados da Polícia Militar. Devido ao envolvimento de grande parte dos policiais, fica difícil uma reação das autoridades, que quer reprimir esses grupos de matadores.

Foto:AP

Um ativista pinta a silhueta de uma vítima de homicídio na favela Coque, Recife, diz a legenda da foto publicada no jornal

O repórter afirma ainda que o Secretário de Defesa Social de Pernambuco, Servilho Silva de Paiva, disse que a polícia e o governo do Estado estão seriamente empenhados na prisão de qualquer policial envolvido em esquadrões da morte, mas "admite uma responsabilidade limitada sobre as ações de policiais em esquadrões da morte".

Segundo Williams, Paiva disse que pesa sobre as autoridades a responsabilidade quando um policial em serviço mata uma pessoa.

"Se ele estiver de folga, não é nossa responsabilidade", afirmou o secretário, de acordo com o repórter britânico.

Ao final a reportagem destaque que os agentes de viagem chamam o Recife de "Veneza Brasileira" graças a seus numerosos rios e pontes. A cidade é famosa por suas belas praias, em especial, no bairro Boa Viagem. Diz que é quarta maior cidade do país, com uma população de 1,5 milhões e que o Carnaval local se rivaliza com o Rio de Janeiro.

Fala ainda que o estado tem o maior porto da costa norte-oriental,do Brasil e a praia de Porto de Galinhas, 60 quilômetros a sul, é conhecido como melhor praia do Brasil.

A reportagem será apresentada em vídeo no Channel 4, da TV britânica, nesta sexta-feira.

Nos já encomendamos uma cópia as correspondentes do “thepassiranews” em Londres.

Desembargador: mortos no Recife igualam a regiões em guerra

Fonte: Blog do Jamildo

Desembargador pernambucano destaca que número de mortes no Recife se compara a regiões em guerra Tomando parte no debate sobre os dois anos no Pacto pela Vida, na Assembleia Legislativa, o desembargador Alexandre Assunção, declarou-se alarmado com o número de mortes. "São números elevados internacionalmente, de regiões conflagradas. Gasta-se bilhões com usinas nucleares, gasta-se bilhões com transposição, e não se consegue fazer as cinco penitenciárias de segurança pública nacionais", frisou.