Mostrando postagens com marcador Debate. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Debate. Mostrar todas as postagens

17 de out. de 2014

RICARDO NOBLAT: “No debate do SBT, Aécio fez picadinho de Dilma”

BRASIL – Eleição 2014 - 2º Turno
RICARDO NOBLAT:
“No debate do SBT, Aécio fez picadinho de Dilma”
Se alguém quase se rendeu a baixarias foi Dilma.

Foto: Nelson Almeida/AFP

Aécio Neves e Dilma Rousseff, debate SBT

Postado por Toinho de Passira
Texto de Ricardo Noblat
Fonte:  Blog do Noblat

Aécio Neves deixou de ser tucano.

Na versão política, tucano é uma ave que, apesar do bico grande, bica com delicadeza. É capaz de perder a vida para não perder a elegância. Foi assim, por exemplo, com Serra no primeiro debate do 2º turno contra Dilma em 2010.

De certa forma foi assim também com Aécio no debate da última terça-feira contra Dilma na Rede Bandeirantes de Televisão.

Quem imaginou que ele, ontem, no debate do SBT, ofereceria a outra face para apanhar, enganou-se.

O instinto de sobrevivência empurrou Aécio para cima de Dilma, e dessa vez foi ela que não estava preparada para enfrentar tamanha fúria.

Marqueteiros costumam dizer que o eleitor detesta troca de ataques entre candidatos. Lorota.

O eleitor diz que detesta para aparecer bem na foto – mas ela gosta de ataques, sim. Os ataques só não podem resultar em baixarias.

Se alguém quase se rendeu a baixarias foi Dilma quando tentou aplicar uma pegadinha em Aécio. Perguntou o que ele achava da lei que pune motoristas que dirijam bêbados ou drogados.

Uma vez, no Rio, Aécio foi surpreendido por uma blitz da Lei Seca. E se recusou a fazer o teste do bafômetro.

Se Dilma sabe que ele estava bêbado ou drogado deveria ter dito. É uma grave acusação que não pode apenas ser insinuada. Ela preferiu insinuar. Leviandade.

No debate da Band, Dilma impôs a Aécio sua agenda de discussão. Acuou-o com perguntas sobre o governo dele em Minas. Aécio saiu derrotado.

No debate do SBT, Aécio impôs sua agenda. E rebateu os ataques de Dilma com calma, lógica e argumentos bem pensados. Foi impiedoso.

Dilma voltou a perguntar pelos parentes que Aécio empregou no governo de Minas. Aécio respondeu sobre apenas um deles – sua irmã, Andrea, que trabalhou no governo sem nada ganhar.

Em seguida, Aécio perguntou a Dilma pelo irmão dela, “que ganha sem trabalhar” da prefeitura de Belo Horizonte. Dilma fugiu da resposta. E começou a falar em "dilmês"

Aécio carimbou na testa de Dilma que ela não conhece direito Minas Gerais. Dilma passou recibo da acusação.

O debate acabou com Dilma nocauteada. Não é força de expressão.

Desorientada, como se não soubesse direito onde estava e o que lhe aconteceu, Dilma perdeu a voz ao responder à pergunta de uma repórter do SBT. Esqueceu que estava ao vivo. E, aparentemente grogue, pediu para recomeçar.

Não conseguiu. Alegou então que estava passando mal. Uma queda de pressão. Foi socorrida com um copo de água. Arranjaram-lhe uma cadeira.

Quis voltar à responder à repórter. Como seu tempo acabara, se irritou com ela. Chamou-a de "minha querida".

Desfecho perfeito para uma luta que perdeu.

Imagem SBT

Dilma passando mal ao vivo.


*Acrescentamos fotos e legendas à publicação original

15 de out. de 2014

DEBATE: Um verdadeiro massacre do “libertador”

BRASIL – Eleição 2014 · 2º Turno – Opinião
DEBATE: Um verdadeiro massacre do “libertador”
A diferença de postura é gritante. O PT não estava preparado para enfrentar um tucano com mais carisma e, ao mesmo tempo, tanta firmeza. Aécio se destaca até mesmo entre os demais tucanos nesses quesitos, enquanto Dilma consegue ser pior do que os demais petistas. Assim foi covardia.

Foto:Ivan Pacheco/VEJA.com

Os dois candidatos à Presidência, Aécio Neves (PSDB) e Dilma Rousseff (PT), participam do primeiro debate do segundo turno promovido pela Rede Bandeirantes, na noite desta terça-feira (14)

Postado por Toinho de Passira
Texto de Rodrigo Constantino
Fontes: Veja - Blog do Rodrigo Constantino

O primeiro debate do segundo turno foi um total massacre de Dilma por Aécio Neves. Dilma parecia mais confusa do que o normal, mais nervosa, desarticulada. Pensei que o russo era uma língua difícil, até conhecer o “dilmês”. Não se sabe se anotou a placa do caminhão que a atropelou.

Dilma chegou a perguntar sobre a Lei Maria da Penha, e confesso que desconfiei se tratar de uma possível denúncia feminina do massacre que sofreu no debate. Apanhou muito. Aécio estava bem afiado, chegou com firmeza.

Para começo de conversa, o tucano olhou bem nos olhos de Dilma e a acusou de produzir inverdades o tempo todo. Chamou de mentirosa, sem muitos rodeios. E mostrou várias das mentiras que sua campanha vem repetindo por aí.

O PSDB já se mostrava mais confiante nesse debate, pois sabe da capacidade de argumentação do candidato. Hoje cedo, na CBN, escutei um chamado para o debate e pensei se tratar de um anúncio da própria Band. Não era. Era da campanha do PSDB, tentando aumentar a audiência. Estavam seguros de que Aécio sairia vencedor, como saiu, com larga vantagem.

A diferença de postura é gritante. O PT não estava preparado para enfrentar um tucano com mais carisma e, ao mesmo tempo, tanta firmeza. Aécio se destaca até mesmo entre os demais tucanos nesses quesitos, enquanto Dilma consegue ser pior do que os demais petistas. Assim foi covardia.

A presidente continuou fazendo oposição ao próprio governo. Parece que caiu de Marte agora. Não tem coisas boas para mostrar, e isso faz com que apele o tempo todo para uma comparação entre Lula e FHC. Sobre educação, por exemplo, não tem como rebater a acusação de que o Brasil vem caindo no ranking internacional. Diz que o setor é prioridade para seu governo, como se não estivesse no poder há quatro anos!

O tucano conseguiu com habilidade desconstruir o mito de que o Bolsa Família será interrompido com sua eventual vitória, e ainda repetiu várias vezes que o DNA do programa está no PSDB, com os programas sociais anteriores que foram unificados, e também com a sugestão de um governador tucano, que foi mencionada pelo próprio Lula no lançamento do programa.

Outro ponto positivo para Aécio foi ter reforçado o fato de que a crise internacional não é a responsável pelo péssimo resultado de nossa economia. O tucano repetiu que o Brasil é o lanterninha da vizinhança, e que falta a Dilma humildade para reconhecer seus equívocos. Jogou um ovo na cara da presidente, metaforicamente, quando puxou da cartola a sugestão de seu secretário para que o povo troque carne por ovo para combater a alta de preços.

Outro golpe de mestre, ainda na área da economia, foi quando defendeu Arminio Fraga, tão difamado pela campanha de Dilma, lembrando que foi extremamente elogiado tanto por Palocci como por Lula, e que o PT o queria no governo na transição. Marcou uma importante diferença em relação a Dilma: ele já tem um futuro ministro da Fazenda, respeitado no mundo todo, enquanto ela tem um futuro-ex-ministro, “demitido” durante a campanha por falta de credibilidade.

Claro que não poderia faltar um pouco de graxa também. Aécio explorou o tema da corrupção, trazendo à tona o escândalo da Petrobras e cobrando da presidente o motivo pelo qual o ex-diretor Paulo Roberto Costa, delator do esquema, foi elogiado por excelentes serviços prestados em sua carta de demissão.

Em um ato de megalomania nada republicana, Dilma disse que em seu governo os corruptos vão presos, pois, ela investiga mais. Será que Dilma se enxerga como uma espécie de Luís XIV, para quem o Estado era ele próprio? Dilma, a Rainha Sol? Ela não sabe que quem investiga é a Polícia Federal e o Ministério Público, órgãos do Estado e não de seu governo? Na verdade, o esforço de seu governo tem sido o de impedir investigações, como no caso da própria CPI da Petrobras.

Por fim, Aécio soube dar voz a milhões de brasileiros ao dizer que escutou por tudo que é canto a demanda por libertação do PT. Ninguém aguenta mais tanta corrupção, tanta incompetência. Soube agradecer Marina Silva e Renata Campos, viúva de Eduardo Campos, pelo apoio recebido, e disse que irá honrar os compromissos de programa, destacando que o acordo não foi fisiológico, por troca de cargos, como costuma acontecer com o PT.

Enfim, Aécio se mostrou com a firmeza esperada de um legítimo libertador, pois, de fato, não dá para aguentar mais quatro anos de Dilma!

23 de ago. de 2013

Sobre a importação de médicos cubanos, de Juan Linares

BRASIL - Debate
Sobre a importação de médicos cubanos
Professor cubano, naturalizado brasileiro, fala dos prós e contra da contratação dos conterrâneos, pelo governo brasileiro: “Segundo as estatísticas do Revalida, exame atual, somente 20% dos médicos formados em Cuba (incluídos os brasileiros) passam nas provas.”

Charge: Zé Dassilva -Diario Catarinense (SC)

Postado por Toinho de Passira
Texto de *Dr. Juan Linares
Fonte: Jornal da Universidade de São Paulo

A proposta da importação de médicos cubanos parece não ser de contratos individuais com eles e sim um “pacote” em que um dos contratantes seria o governo cubano. Isso significa, na prática, que mais de 50% do salário pago pelas autoridades brasileiras aos galenos iria não para o bolso deles, e sim para alimentar a ditadura cubana.

Essa situação já acontece em menor escala no Brasil e em maior escala em outros países como a Venezuela.

Nesse tipo de contrato do governo cubano, os médicos não têm as liberdades usuais dos profissionais do Brasil. Eles não são autorizados a viajar, participar de congressos ou fazer manifestações políticas contra o sistema de saúde do Brasil e muito menos de Cuba. Qualquer desvio no cumprimento desse “pacto de bom comportamento” implica o retorno imediato do médico a Cuba e outras represálias posteriores.

A experiência mostra que uma parte não desprezível dos médicos termina “fugindo” dessa situação mediante o casamento com um cidadão local ou a emigração para um terceiro país.

Para a grande maioria dos médicos cubanos, viajar para trabalhar em outro país (mesmo nos países mais pobres da África) é um sacrifício desejável. O salário mensal de um profissional da saúde em Cuba não supera os R$ 100,00. Mais de seis vezes abaixo do salário-mínimo brasileiro. Mesmo no caso em que o governo brasileiro pagasse um décimo do que paga a um análogo local, ainda assim haveria uma infinidade de galenos cubanos interessados.

Quanto à qualidade, existem em Cuba, como em quase todos os países, médicos excelentes e médicos ruins. Talvez o diferencial seja quanto ao número. Quando eu fiz as provas do vestibular para entrar na universidade em Havana, a carreira menos concorrida era a de medicina. Os candidatos que queriam garantir não ficar fora da universidade colocavam medicina como última opção (ao contrário do que acontece no Brasil e em boa parte do mundo). Isso foi resultado de uma política populista da ditadura, a formação de médicos em grandes quantidades.

Todo professor sabe que não é a mesma coisa ministrar uma aula para 20 estudantes e para 50. Considerando os custos da educação médica e o nível de vida paupérrimo em Cuba, não é de estranhar que a qualidade, em média, tenha sido comprometida pela quantidade dos mesmos.

Entendo que os Conselhos de Medicina brasileiros possam se sentir ameaçados diante do possível aumento da concorrência. Dou razão a eles quando exigem que os médicos cubanos não sejam tratados como exceção e passem pelas mesmas provas por que passa todo profissional formado no estrangeiro. Segundo as estatísticas do Revalida, exame atual, somente 20% dos médicos formados em Cuba (incluídos os brasileiros) passam nas provas.

Devo dizer também que a “escola latino-americana” de medicina em Cuba somente aceita, sem pagar os custos do curso, candidatos indicados pelos partidos políticos favoráveis ao regime dos Castros.

Sou a favor, sim, da vinda de médicos cubanos ou de qualquer outra parte do mundo para cuidar da saúde dos brasileiros, mas não na forma de “pacote” firmado entre governos com interesses espúrios e que restringem explícita ou implicitamente as liberdades individuais.
*Juan López Linares, cubano naturalizado brasileiro, é professor da Faculdade de Zootecnia e Engenharia de Alimentos (FZEA) da USP