OPINIÃO - Osama Bin Laden, O cabo eleitoral - Toinho de Passira
OPINIÃO Osama Bin Laden, O cabo eleitoral Barack Obama provavelmente será reeleito presidente dos Estados Unidos no próximo ano. Possivelmente já o seria sem a morte de Osama Bin Laden. Mas agora com o cadáver do terrorista saudita no curriculum, as coisas parecem mais fáceis. Nessa última semana sua popularidade subiu 11 pontos percentuais. Os eleitores que se queixavam da lentidão do seu governo, agora o aplaudem como um herói pop star americano
Foto: Gary Hershorn/Associated Press Postado por Toinho de Passira Osama Bin Laden foi morto 9 anos e 232 após o atentado de 11 de setembro, no primeiro ataque terrorista levado a efeito em território americano mais de três mil pessoas morreram. Vinte dias após ter anunciado que pretendia se candidatar a reeleição de Presidente dos Estados Unidos, o presidente Barack Obama assinou a sentença de morte ao terrorista Bin Laden, autorizando a ação militar no Paquistão. Diante do Direito Internacional o ataque ao terrorista em território paquistanês, sem aviso prévio, ou consentimento da “nação amiga” é uma transgressão criminosa. Uma ação semelhante praticado por qualquer outro país mereceria severas sanções por parte do governo americano. Como o lobo na fábula, argumentam: “faça o que eu digo, não faça o que eu faço.” Não foi ventilado, em nenhum momento, nem mesmo a possibilidade de um pedido de desculpas. Pelo contrário, lançaram versões de que o governo paquistanês era cúmplice de Bin Laden ou no mínimo, incapaz de manter o segredo do ataque iminente. Dependente dos bilhões de dólares e da ajuda militar, o frágil e corrupto governo do Paquistão defende-se como pode. Mas nem mesmo no momento de se defender ousou cobrar diplomaticamente os americanos. Para Obama, o que importa, no momento, é apenas a reação entusiástica do público interno e os dividendos políticos eleitorais. Mas para alcançar esse momento de gloria, Obama arriscou tudo numa mão de pôquer. Se, por qualquer motivo, essa espetacular ação politico militar, não tivesse dado certo, era sua reeleição, e não o terrorista saudita, que estaria ferida de morte. Numa empreitada desse porte, as probabilidades de erro são mais presentes que as chances de acertos, por mais que sejam planejadas, por mais competentes e treinados que sejam os executores. A casualidade, a imponderabilidade e o inesperado, conspiram contra as possibilidades de sucesso. Obama ousou e se deu bem, agora faz aquilo que os estrategistas chamam de “aproveitamento do êxito”. Um levantamento do The New York Times identificou que após ações de tropas americanas no Paquistão, a aprovação do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, saltou 11 pontos percentuais e atingiu os 57% de aprovação. Sem pudores, o candidato Obama cai literalmente nos braços da galera. A equipe da Casa Branca agindo como um comitê de campanha, providenciou uma cerimonia fora de época, para homenagear as vítimas do 11 de setembro. Familiares das vitimas do atentado foram convidados a encontrar o presidente ao local onde antes havia o World Trade Center, em Nova York. Imagina-se quantos pontos percentuais a mais, vão render as imagens emocionada dos parentes das vítimas abraçando o presidente vingador. Foto: Jim Watson/AFP/Getty Images No ato seguinte, Obama foi ao quartel Fort Campbell, no Kentucky, agradecer pessoalmente ao grupo especial da marinha responsável pela morte de Bin Laden. Complementando a visita discursou do palanque para 2 mil soldados, da mesma unidade militar, que haviam regressado recentemente da frente de batalha do Afeganistão. Foto: /Mark Lennihan/Associated Press |
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