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19 de jan. de 2014

Morreu Evandro Campelo, o eterno Caifás,
da Paixão de Cristo, de Nova Jerusalém

BRASIL - Pernambuco- Luto
Morreu Evandro Campelo, o eterno Caifás,
da Paixão de Cristo, de Nova Jerusalém
Durante 30 anos interpretou, com paixão e maestria, o sumo sacerdote judeu, que julgou e condenou Jesus Cristo, no espetáculo da Paixão de Cristo, em Nova Jerusalém, Pernambuco

Foto: Captura de video

Nascido em Itamaracá, na região Metropolitana do Recife, Evandro Campelo tinha 73 anos.

Postado por Toinho de Passira
Fontes: G1, Diario de Pernambuco, CBN, NE TV – 2ª Edição, Itaú Cultural

Morreu no Recife, na manhã deste sábado (18), o ator Evandro Campelo, que integrou por mais de 30 anos o elenco da Paixão de Cristo de Nova Jerusalém, encenada no Agreste pernambucano.

Durante sua vida participou intensamente do cenário teatral pernambucano, com destaque por sua participação no grupo Teatro Popular do Nordeste. Evandro participou de novelas e de filmes, incluindo o longa "Árido Movie", com Selton Mello.

Inesquecível e antológica sua participação na peça Aurora da Minha Vida, de Naum Alves de Souza, encenada em 1984, dirigida por José Pimentel, contracenando com um elenco primoroso: Marilena Breda, Stella Maris Saldanha, Fátima Aguiar, Ana Montarroyos, Alfredo Borba, Aramis Trindade, Carlos Lira e Pedro Henrique.

A enciclopédia do Itaú Cultural registra sua participação no teatro pernambucano desde 1962, quando atuou na peça Julgamento em Novo Sol, seguindo-se Estórias do Mato; A Afilhada de Nossa Senhora da Conceição (1963); A Incelença (1963); A Revolta dos Brinquedos (1966); O Cabo Fanfarrão (1966); O Inspetor (1966); Antígona (1967); O Santo Inquérito (1967); Um Inimigo do Povo (1967); Andorra (1968); O Melhor Juiz, o Rei (1968); Dom Quixote (1969); Farsa da Boa Preguiça (1969); Buuum (1970); Cabeleira Aí Vem (1970); Boca de Ouro (1983); Maria Minhoca (1989), além da histórica, por 30 ano, e ininterruptos, participação no personagem de Caifás, na Paixão de Cristo em Nova Jerusalém no Brejo da Madre de Deus – de 1974 a 2004.

Foto: Captura de video

O ator havia sofrido um Acidente Vascular Cerebral há seis anos, que o fez perder a fala. Há dois meses, ele teve um novo AVC, entrando em coma até falecer neste sábado

Representante do Sindicato dos Atores de Pernambuco, Paulo de Castro, lamentou a morte do amigo, com quem começou a trabalhar em 1965. "Ele era um ator de grande talento e era uma pessoa agregadora. Era uma pessoa muito querida pelos artistas", afirmou.

Quem conheceu Evandro na intimidade conviveu com um homem determinado e permanentemente bem humorado. Durante vários anos, fez parte da administração da Sociedade Teatral de Nova Jerusalém, além de ser o seu ator mais longevo.

Evandro Campelo tinha fortes laços profissionais e de amizade com Plínio Pacheco, fundador da cidade teatro, que o tinha como ponderado conselheiro. Eram amigos originários da construção do espetáculo e da cidade de pedra, teatro, onde se encena a Paixão de Cristo, desde seu nascedouro. Evandro tinha por Nova Jerusalém, uma dedicação feroz e uma paixão incomensurável.

Quando o espetáculo virou atração turística mundial, ele continuou, junto com Plínio, trabalhando como um mouro, na sustentação e permanente aperfeiçoamento técnico e cênico da encenação.

Depois dos espetáculos costumava ir com um grupo de seleto de amigos, relaxar com algumas doses de uísque, nos bares simples de Fazenda Nova, onde era permanentemente centro da atenção, pelo humor, e carinho pela generosidade.

Evandro tinha aquele rosto bíblico, de nordestino curtido pelo sol. A barba volumosa e desgrenhada, era um componente adicional importante para compor o difícil personagem.

Evandro em cena era Caifás, o astuto, manipulador e sagaz, sumo sacerdote judeu, que presidiu dois dos julgamentos de Jesus, ninguém tinha dúvidas.

Ainda ecoa pelos cenários de Nova Jerusalém, sua fala odiosa e gutural, na personagem de Caifás, para justificar a condenação de Jesus, causando arrepios na plateia:

"Convém que morra um só homem pelo povo e que não venha a perecer toda a nação".

Evandro, um bom homem, um bom amigo, é mais um que se vai, deixando, Pernambuco, Recife e o mundo, cada vez mais sem graça e sem referências.

Foto: Captura de video

Nunca mais vai haver um Caifás como ele.

22 de jul. de 2012

Na despedida de Diva Pacheco:
aplausos, lágrimas, cirandas, baiões e frevos

PERNAMBUCO - Luto
Na despedida de Diva Pacheco:
aplausos, lágrimas, cirandas, baiões e frevos
O funeral de Diva foi o último espetáculo produzido pela produtora teatral Diva Pacheco. Nem muito despojado, para não ser comum, nem muito pomposo para não ser besta. O cortejo fúnebre teve uma trilha sonora de marchinhas, frevos, cirandas, canções do pastoril, xotes e baiões executada pela Banda do Brejo da Madre de Deus. Cada ocorrência era identificada ao personalíssimo estilo Diva Pacheco. Acabou sendo calorosamente ovacionada, como sempre fora, ao longo da vida. Bravo! Bravo! Bravo!

Foto: Memorial Nova Jerusalem

Diva Pacheco, 20 anos, no esplendor da beleza

Postado por Toinho de Passira
Fontes: Sulanca News, Diário de Pernambuco, NE 10, TV Asa Branca, Globo Nordeste

O corpo da atriz Diva Pacheco foi enterrado, ontem, sábado, no Teatro de Nova Jerusalém, em Fazenda Nova, onde brilhou de diversas maneiras ao lado do marido, Plínio Pacheco, falecido em 2002.

Foto: Captura de video/NE TV

O velório e a missa, de corpo presente, aconteceram dentro da cidade Teatro de Nova Jerusalém, no Palácio dos Asmoneus, de onde se tem uma vista privilegiada de quase todos os palcos onde acontece a encenação da Paixão de Cristo.

Era um funeral de uma amada soberana, em seu reino, cercada de súditos e admiradores. A maioria dos presentes fez um percurso de mais de 200 km, numa manhã de sábado, para render homenagem, a mútipla e singular mulher: ao mesmo tempo estrela e amiga, atriz e figurinista, produtora teatral e escritora, mãe e anfitriã, debochada e profunda, menina e mulher.

Foto: Blenda Souto Maior/DP/D.A Press

A emoção tomava conta da varanda onde o corpo estava postado. Havia uma sensação de orfandade. O féretro, com Diva vestida com o figurino de Nossa Senhora, personagem que ela magistralmente incorporou por mais dez anos, dominava a cena.

O público presente era apaixonado e variado. Enfilervam-se no mesmo plano autoridades, como o vice-governador, João Lyra Neto, que representava o Governo do Estado, mas ali estava também, como cidadão, amigo e admirador. Dividia espaço com o deputado cassado Pedro Correa, vizinhos, funcionários do teatro e da Pousada da Paixão, figurantes da encenação da Paixão de Cristo, agricultores e os habitantes de Fazenda Nova, do Brejo da Madre de Deus, onde está situada geograficamente a cidade teatro, construída por Diva, e seu marido, Plínio Pacheco.

O sanfoneiro Savinho, sobrinho dela, tocou “Saudades do Sítio Jucá”, composta, por ele, para homenagear a tia Diva.

Sob uma chuva fina, o corteja funebre iniciou seu trajeto, seguindo os caminhos de Nova Jerusalém, percurso tantas vezes percorridos por Diva em vida.

Foto: Toinho de Passira/ “thepassiranews”

Como no funeral de Plínio Pacheco, à frente do cortejo, estavam três centuriões, cavaleiros de Pilatos, integrantes da encenação da Paixão de Cristo.

Na caminhada Diva passou pela última vez, pelo arruado, onde é encenado um dos momentos mais emocionantes do espetáculo, a Via Sacra, quando Nossa Senhora encontra Jesus, conduzindo a cruz. Esse era o momento em que Diva, no papel de Nossa Senhora, entrava em cena, no espetáculo.

Os amigos mais próximos e atores, dizem que depois de colocar as vestimentas do personagem de Nossa Senhora, ela sempre tão brincalhona e risonha, recolhia-se num introspecção profunda, meditando em oração, sobre a dor da mãe de Jesus, naquele instante extremo.

Não raro, os espectadores que assistiam mais de perto a cena, testemunhavam a atriz Diva dilacerada e verdadeira, debulhada em sinceras lágrimas, num instante que ultrapassava em muito, os limites de uma simpleas interpretação.

Foto: Captura de video/NE TV


Foto: Toinho de Passira/ “thepassiranews”

O toque pessoal do funeral de Diva foi o acompanhamento da pequena mais eficiente Banda do Brejo da Madre de Deus, que entoava marchinhas de carnaval, cirandas, xotes e baiões um repertório encomendado especialmente pela atriz, para “animar” os amigos presentes. Todos sabiam que ela faria de tudo para que seu funeral não fosse um evento choroso.

Surpreendeu os menos próximos, quando a banda tocou Vassourinhas, no instante em que o caixão baixou à sepultura. Foi um dos momentos mais tocantes da cerimônia. Era contrastante ver as pessoas chorando ao som de uma das mais vibrantes, entre as músicas do carnaval pernambucano. A emoção era por conta de que todos sabiam que aquele momento, como nenhum outro, naquele dia, era “a cara de Diva Pacheco”.

Foto: Blenda Souto Maior/DP/D.A Press


Foto: Toinho de Passira/ “thepassiranews”


Foto: Toinho de Passira/ “thepassiranews”

Agora Diva repousa no Campo Santo, dentro dos muros da cidade teatro, ao lado de Plinio Pacheco. Quando os amigos forem visitá-la, poderão apreciar, no Parque das Orquídeas, ao lado do Lago de Betsedá, espécimes variadas da flora regional. Cactos, suculentas, algaves e trepadeiras, simulam o éden na caatinga.

Estamos certo, que na próxima primavera do agreste, do solo fértil de Nova Jerusalem, brotará uma flor silvestre, rara e transgressora, demarcando o lugar onde Diva Pacheco foi semeada.


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Morre a atriz e produtora teatral Diva Pacheco

20 de jul. de 2012

Morre a atriz e produtora teatral Diva Pacheco

PERNAMBUCO – Luto
Morre a atriz e produtora teatral Diva Pacheco
“Filha de Epaminondas Cordeiro de Mendonça e Sebastiana Lucena de Mendonça, nascida no ano da graça de 1939, Diva Pacheco parece ter vindo ao planeta com o objetivo de não caber num rótulo só. Atriz, figurinista, carnavalesca, artista plástica e escritora, se for objetivar um pouco. Mas Diva é mais. Uma transgressora na vida e na arte” – do texto escrito pelo jornalista Bruno Albertim, publicado no catálogo do Prêmio Tacaruna Mulher deste ano, quando Diva foi homenageada

Foto: Captura de Video/ Produção Cultural no Brasil

ARTE E PAIXÃO - Diva Pacheco, a pernambucana de Fazenda Nova, que nasceu para encantar multidões. O céu vai ficar muito mais divertido com a sua chegada.

Postado por Toinho de Passira
Fontes: G1- Pernambuco, NE10, Diario de Pernambuco, Produção Cultural no Brasil

O teatro pernambucano está de luto. Morreu nesta sexta-feira(20), às 9h10, em Caruaru, uma de suas grandes atrizes, Diva Pacheco, aos 72 anos. Ela faleceu por complicações de um câncer no Hospital da Unimed, em Caruaru, onde foi internada na quinta-feira. O velório e enterro devem acontecer em Fazenda Nova.

Junto ao seu marido, o jornalista, militar e teatrólogo Plínio Pacheco, Maria Diva Lucena de Mendonça Pacheco consolidou a ideia da cidade-teatro de Nova Jerusalém, considerado "o maior teatro ao ar livre do mundo”, em Brejo da Madre de Deus, também no Agreste, onde é encenada a Paixão de Cristo.

Diva Pacheco sofria com a metástase de um câncer que, inicialmente, tinha atingido os ossos. Ela passou mal na quinta-feira (19) e foi levada para o Hospital da Unimed de Caruaru. Na manhã desta sexta, Diva não resistiu e faleceu.

O velório da atriz será realizado no teatro de Nova Jerusalém, no distrito de Fazenda Nova, a partir das 14h desta sexta. Diva vai ser enterrada, às 9h do sábado (21), no jardim de Nova Jerusálem, no mesmo local onde está enterrado o seu marido, Plinío Pacheco, falecido em 2002.

Além de atriz, Diva também era figurinista, carnavalesca, artista plástica e escritora. A atriz deixa cinco filhos - Robinson, Nena, Xuruca, Pedro e Flávio, além de netos e bisnetos. Além deles, consta na prole o já falecido Paschoal.

No teatro de Nova Jerusalém, idealizado por ela e o marido, Diva participou desde o primeiro espetáculo, trabalhando na criação e confecção dos figurinos e adereços. Também interpretou vários personagens, inclusive o papel considerado o mais importante da vida dela, o de Maria.

No cinema ela particiou de filmes como A compadecida, Noite do espantalho e Batalha dos Guararapes. Na televisão chegou a ser diretora de arte na TV Globo do Rio, na novela Roque Santeiro e na minissérie Morte e vida severina. Seu último trabalho na TV foi na novela A lua me disse, de Miguel Falabela. Além de atriz, Diva também reinava nos bailes de carnaval e nos concursos de fantasias nos bailes da capital pernambucana.

Em março deste ano, ela recebeu a comenda "José Mariano", a maior homenagem da cidade do Recife, pela sua contribuição à cultura e ao turismo de Pernambuco.

Nascida em setembro de 1939 no município de Fazenda Nova, Região Agreste de Pernambuco, distante 200 quilômetros do Recife, Diva Pacheco conheceu seu marido, Plínio Pacheco, aos 26 anos. Juntos, fizeram o espetáculo da Paixão de Cristo, em Nova Jerusalém. No primeiro ano, Diva participou na criação e confecção dos figurinos, nos anos seguintes ela interpretou diversos personagens, mas foi no papel de Maria que ganhou destaque.

Em 1972, Diva se dedicou a escrever o livro "Réu, Réu, Réu, se dessa eu escapei já sei que vou para o céu", em que narra as coisas boas e ruins que “experienciou” durante sua vida, até aquele momento. Ela também escreveu o livro "Sobras de Terras" (2000), que conta a história de Fazenda Nova. As duas obras foram uma parceria com o amigo e diretor Carlos Reis.

Diva Pacheco não foi só uma grande produtora teatral, uma grande atriz, uma grande figurinista ela foi principalmente um raro ser humano, uma bonita, culta e inesquecível mulher. .


Veja a entrevista de Diva Pacheco (2011), para o projeto Produção Cultural no Brasil