Paulo Câmara, governador eleito de Pernambuco: 'Brasil pode melhorar com Aécio'
BRASIL – Eleição 2014- 2º Turno Paulo Câmara, Governador eleito de Pernambuco: 'Brasil pode melhorar com Aécio' Afilhado político de Eduardo Campos, falando ao site da Veja, comenta a aliança com o presidenciável tucano. E diz: Marina perdeu para os ataques Foto: Reprodução Facebook Postado por Toinho de Passira Candidato a governador mais bem-votado do país, Paulo Câmara (PSB) obteve 68% dos votos em Pernambuco no último domingo – e carrega agora o peso de dar continuidade ao governo de seu padrinho político, Eduardo Campos, morto em acidente aéreo em 13 de agosto. A chapa de 21 partidos com a qual disputou a eleição – também articulada por Campos – elegeu ainda vinte deputados federais, oito deles do PSB, e Fernando Bezerra Coelho ao Senado. Aliado à comoção que tomou o Estado na esteira da tragédia que matou Campos, o forte palanque resultou, ainda, na vitória de Marina Silva em Pernambuco. Terceira colocada na disputa ao Planalto, ela obteve 48% dos votos no Estado. Na quarta-feira, o PSB anunciou seu apoio ao candidato Aécio Neves (PSDB) no segundo turno da corrida à Presidência. Câmara se torna, assim, um importante cabo eleitoral do tucano em Pernambuco. No dia seguinte ao encontro com Aécio em Brasília, o governador eleito recebeu a reportagem do site de VEJA na sede do PSB em Pernambuco. E afirmou: "A única candidatura capaz de mudar é Aécio. Essa não era nossa candidatura dos sonhos, mas sim Eduardo e Marina. Mas o Brasil pode melhorar com Aécio. Nós estamos apostando nisso”. A seguir, confira a entrevista do socialista: Como foram as conversas com Aécio Neves, a quem o PSB anunciou apoio no segundo turno? Estamos entregando um conjunto de ações programáticas, que envolvem questões que o próprio PSB já tinha colocado, tanto por Eduardo quanto por Marina. Essas questões envolvem reforma política, reforma tributária, comprometimento de gastos com a saúde, pacto pela vida, e envolve também o passe livre. Envolve sustentabilidade. São questões programáticas às quais, num primeiro momento, Aécio não se mostrou contrário. O passe livre é uma promessa que estava no programa do PSB, mas não aparecia entre as ações de Aécio. Ele vai assumir esse compromisso? Ele já está estudando. Nosso apoio é condicionado a questões programáticas, como mostra a carta que entregamos a ele. Estamos com expectativas muito positivas porque ele se mostrou receptivo a tudo. Eu acredito que não vai ter problema porque ele quer governar com pessoas que tenham ideias boas para o Brasil. Não quer fazer uma aliança apenas eleitoral, quer uma aliança para governar o Brasil. O PSB de Pernambuco foi um dos diretórios do partido que decidiram pelo apoio a Aécio. Foi uma decisão favorável para a sigla? Tive o cuidado, aqui em Pernambuco, de conversar com os deputados federais eleitos, com os deputados estaduais eleitos, com um conjunto de pessoas que conhecem a realidade do Estado para saber qual era o sentimento, fora a minha opinião pessoal. Não houve nenhuma restrição ao apoio a Aécio. Há um sentimento muito forte em Pernambuco de que é preciso mudar. A única candidatura capaz de mudar é Aécio, apesar de ele não ser a candidatura dos nossos sonhos, que era a de Eduardo e de Marina. O Brasil pode melhorar com Aécio. Nós estamos apostando nisso. Como foi a participação de Renata Campos (viúva do ex-governador) nesse processo? Renata conversou com a gente e colocamos para ela todo o processo de escuta (dos membros do partido). Está muito serena e nos delegou a condução do processo. Está ciente de que o Brasil precisa melhorar. A gente não vê a possibilidade de melhorar do jeito que a gente quer com mais quatro anos do governo Dilma. A gente acha que o Brasil não quebra questões importantes que precisam ser quebradas, como as relações com o Congresso, o jeito de gerir 39 ministérios, a falta de previsibilidade e as instituições que não funcionam. A gente não acredita que isso tudo possa ser consertado com o conjunto de pessoas que estão aí porque eles tiveram quatro anos para fazer e não fizeram e estão entregando o Brasil pior do que receberam. Pioraram em tudo, não há nada melhor. O que o senhor, como governador de Pernambuco, espera do governo federal em 2015? Precisamos de previsibilidade, de saber o que vai ser feito para que a gente possa se organizar. O que não dá é ficar batendo na porta de mês em mês para saber respostas que não sejam devidamente pactuadas. Para você ter gestão é preciso ter previsibilidade. Eu vou ser um governador que vai priorizar a gestão. Eu preciso fazer um orçamento dentro das minhas receitas, dentro do que eu posso captar, dentro das minhas parcerias. É preciso ter regras claras do jogo para poder governar. Nós vamos exigir isso. Esperamos do próximo governo federal, e esperamos que o Aécio ganhe, que ele tenha compromisso com isso: que as instituições funcionem, que as regras sejam claras, como ele fez em Minas. Ele fez um governo que deu resultado. Foto: Divulgação A poucos dias das eleições, o senhor deu uma declaração dizendo que não tinha se preparado para ser governador sem Eduardo Campos. Como é governar o Estado após a morte dele? |
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