Em dia de forte volatilidade, dólar sobe ante o real, apesar do esforço do Banco Central
BRASIL - Economia Em dia de forte volatilidade, dólar sobe ante o real, apesar do esforço do Banco Central Apesar da ação do Banco Central para conter o fortalecimento do dólar, a divisa norte-americana encerrou em alta frente ao real nesta quarta-feira, numa sessão marcada por intensa volatilidade diante da zeragem do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) sobre aplicações de renda fixa por estrangeiros. SUB
Foto: Bruno Domingos/Reuters Postado por Toinho de Passira Segundo Míriam Leitão, no seu comentário na CBN, o dólar alto eleva inflação, o que neste momento torna-se um complicador a mais. O dólar está subindo em relação a várias moedas, porque há informação de que o BC americano reduzirá o ritmo de estímulo monetário no futuro. O real está com mais volatilidade. O governo diz que não está preocupando com o dólar, mas na verdade, está. A alta ou a queda forte da moeda americana produz vários efeitos na economia. Ontem, o ministro Guido Mantega anunciou que o governo zerou o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) cobrado nos investimentos estrangeiros em renda fixa. O governo, que colocou várias travas à entrada de capital, agora começa a retirá-las. Não necessariamente para derrubar o dólar. Mantega disse que hoje não faz sentido colocar barreiras, porque o contexto é diferente: há indícios de mudança na política monetária americana, o que faz com que o interesse em mandar dinheiro para os mercados emergentes seja menor. O presidente do BC, Alexandre Tombini, tinha falado que ia atuar sempre nos casos em que os movimentos parecessem especulativos (altas e quedas fortes). O dólar em alta tem o efeito colateral de pressionar ainda mais a inflação. É um complicador. Chega num mau momento, em que o BC elevou a taxa de juros para tentar conter o IPCA, que está em torno do teto da meta. Quando o dólar tem movimentos nervosos, acaba atrapalhando investimentos, quem tomou dívida no exterior, que tem de fazer hedge. Ao cair muito, o dólar atrapalha a balança comercial; a moeda americana subiu, mas não ajudou a balança que, no acumulado em cinco meses, está negativa. O BC tem muita bala na agulha. No passado, quando o dólar subia, tínhamos uma crise cambial. Agora, não é o caso, mas causa várias complicações na gestão da política macroeconômica - estamos buscando, nesse momento, crescimento puxado pelos investimentos, não pelo consumo, e inflação baixa. Por isso, complica um pouco. Natália Cacioli e Bruno Federowski da Reuters comentaram hoje, que apesar da ação do Banco Central para conter o fortalecimento do dólar, a divisa norte-americana encerrou em alta frente ao real nesta quarta-feira, numa sessão marcada por intensa volatilidade diante da zeragem do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) sobre aplicações de renda fixa por estrangeiros. Ao mesmo tempo em que analistas acreditam que a medida, anunciada na noite de terça-feira pelo governo, pode reduzir a pressão de alta sobre o dólar no curto prazo, eles ressaltam que o cenário internacional e fundamentos ruins da economia brasileira devem continuar pesando sobre o câmbio no decorrer do ano. O dólar avançou 0,10 por cento frente ao real, a 2,1311 reais na venda, depois de bater 2,1496 reais na máxima da sessão e 2,0849 reais na mínima, com queda de 2 por cento logo no início dos negócios --movimento que perdeu força após a euforia inicial com a medida. Segundo dados da BM&F, o volume negociado estava em torno de 3,7 bilhões de dólares, acima do visto nas últimas sessões. O dólar abriu o dia com forte queda frente ao real diante da perspectiva de intensificação das entradas de recursos estrangeiros no país, mas o movimento perdeu fôlego no final da manhã e a divida norte-americana passou a subir. Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/ABr A própria presidente Dilma Rousseff trouxe mais gás ao mercado, levando a moeda norte-americana a subir quase 1 por cento, ao ser questionada se haveria mais ações para segurar o dólar no final desta manhã. Ela respondeu: "Nós não temos medida nenhuma para segurar o dólar, eu queria informar que esse país adota o regime de câmbio flexível". |
Nenhum comentário:
Postar um comentário