Arigatô, apitadô! - Juca Kfouri
BRASIL - Copa 2014 Arigatô, apitadô! Felipão no banco e Dilma Rousseff, na tribuna, choraram, durante o canto do hino nacional. Mas parte da torcida, mal-educada, mandou a presidenta tomar no c… Dos pés de Oscar saíam as melhores jogadas e dos de Daniel Alves as piores. O árbitro japonês virou o jogo. A verdade é que em determinado momento do segundo tempo a Croácia já jogava melhor que o Brasil, que não criava. Foto: Reuters Postado por Toinho de Passira E a torcida paulista, emocionada, cantou o Hino Nacional à capela. Felipão no banco e Dilma Rousseff, na tribuna, choraram. Mas, uma parte da torcida, mal-educada, mandou a presidenta tomar no c… De certa forma, quebrou o encanto. A Copa do Mundo foi aberta sem discursos, como o previsto, mas pelo locutor do estádio do Corinthians. Com menos de um minuto, parte dos refletores se apagaram e logo reacenderam. A primeira jogada perigosa foi croata, com Olic cabeceando rente à trave. A segunda, em novo contra-ataque resultou em gol contra de Marcelo, aos 11, porque Daniel Alves foi e não voltou. Era hora de ver o controle emocional brasileiro. A iluminação caiu outra vez enquanto os croatas cantavam em Itaquera. Mas voltou de novo, em seguida. Os brasileiros mantinham os nervos no lugar, e os croatas além de marcar bem, fustigavam. Dos pés de Oscar saíam as melhores jogadas e dos de Daniel Alves as piores. Aos 26, Neymar levou cartão amarelo por cotovelada em Modric. No lance seguinte, Julio Cesar evitou o segundo gol e Oscar, depois de recuperar bola perdida por Neymar, acionou o companheiro que bateu colocado para empatar, aos 29. O jogo era bom e o time croata também, como se suspeitava. Fred praticamente não tocava na bola. Faria o gol? Oscar se desdobrava tanto que parecia dois. O 1 a 1 do primeiro tempo ficava bem para um jogo de futebol digno de abrir a Copa do Mundo. Se eu fosse o Felipão, voltaria para o segundo tempo com Maicon e Willian nos lugares de Daniel Alves e Hulk. Como o Felipão é o Felipão e não tem Paulo, nem Pedro, nem Juca, nem João, voltou sem modificação. O time croata voltou mais disposto a ficar com a bola e a contra-atacar mesmo. Se isso dava um certo sossego ao time brasileiro por um lado, por outro dificultava a construção do desempate e da virada. Olic, o que dissera que havia espaços na defesa da Seleção Brasileira, pintava e bordava para cima de Daniel Alves, em jornada abaixo da crítica. O jogo caiu a tal ponto que a torcida começou a fazer ola… Aos 17, Paulinho, discreto, saiu para entrada de Hernanes. A verdade é que a Croácia já jogava melhor que o Brasil, que não criava. Aos 22, Hulk saiu, entrou Bernard, o da alegria nas pernas. No lance seguinte, Oscar cruza, Fred, que pouco aparecia, recebe, tenta virar, desaba, e o árbitro marca um pênalti à japonesa, para Neymar virar: 2 a 1. Injusto! O goleiro croata ainda tocou na bola, mas com a mão mole. O juizinho nipônico acabara de compensar o pênalti não dado contra a Holanda, em Kaká, na Copa passada. E a Joana Havelange que disse que o que era para ser roubado já tinha sido… Como nas campanhas do tri e do penta, o Brasil saiu atrás na estreia e virou, para 4 a 1 contra os tchecos e para 2 a 1 contra os turcos, também com um pênalti inexistente. Com 62.103 torcedores, o estádio festejava e xingava a presidenta. No fim, para coroar sua exibição, Oscar ainda fez 3 a 1. NOTAS Júlio César, 7, com uma boa defesa e sem culpa no gol; Daniel Alves, 3, irreconhecível; Thiago Silva, 7, firme e seguro; David Luiz, 7,5, um monstro; Marcelo, 7, muito bem no apoio; Luís Gustavo, 7, por muito que corrigiu no meio de campo; Paulinho, 5,5 discreto, sem ser o que já foi; Oscar, 8,5, o melhor em campo, infernal; Hulk, 5,5, bem abaixo do que pode; Fred, como centroavante, 5, como ator 8, nota 6,5; Neymar, 8, mesmo sem brilhar, lutou, se expôs e fez dois gols; Bernard, 6,5, pela vibração e constantes deslocamentos; Hernanes, 6, como Paulinho, discreto; Ramires, sem nota. Felipão, 7, mas podia ter posto Maicon. Arbitragem, 4, fraquíssima. Mas acertou ao não validar o gol de empate croata, pois houve carga faltosa em Júlio César. *Acrescentamos subtítulo, foto e legenda à publicação original |
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