29 de jun. de 2014

As ondas magnéticas do Planalto - Elio Gaspari, para O Globo

BRASIL - Opinião
As ondas magnéticas do Planalto
Já aconteceu um caso em que a doutora Dilma disse que tinha como meta entregar 8.685 creches. Quando o número foi destrinchado, ofendeu-se: “Minha meta é seis mil creches. Quem foi que aumentou para oito mil?”. Ela.

Foto: Antônio Cruz/ABr)

A presidente Dilma Rousseff empossando o novo ministro dos Transportes, César Borges, no Palácio do Planalto, fingindo que é um ato sério

Postado por Toinho de Passira
Texto de Elio Gaspari, para O Globo
Fonte: Blog do Noblat

Tem gente que acredita: no gabinete do presidente, há uma fonte de ondas eletromagnéticas que alteram o funcionamento do cérebro dos seus ocupantes. Essa energia infla-lhe os egos, levando-os a dizer coisas em que só os áulicos da Casa fingem que acreditam.

Ao empossar o novo ministro dos Transportes, Paulo Sérgio Passos, no lugar de César Borges, a doutora Dilma disse o seguinte:

“Estamos fazendo uma pequena reorganização no time que toca a infraestrutura logística do governo, estou realocando as melhores pessoas em funções diferentes, ainda que semelhantes na essência e nos princípios”.

Será que a doutora pensa que alguém acredita nisso, inclusive nos “princípios”? Borges foi defenestrado por exigência do PR, que nem assim saciou-se.

Outro dia, ela incluiu os recursos de custeio da máquina no que seria o investimento de seu governo na Educação. Já aconteceu um caso em que a doutora disse que tinha como meta entregar 8.685 creches. Quando o número foi destrinchado, ofendeu-se: “Minha meta é seis mil creches. Quem foi que aumentou para oito mil?”. Ela.

Lula chegou a dizer que, “quando Napoleão foi à China pela primeira vez”, previu seu grande futuro, e que Oswaldo Cruz “criou a vacina contra a febre amarela”. Não estava querendo enganar ninguém. Eram bobagens mesmo.

Presidentes temperamentais dizem o que querem, e os áulicos aprendem a fingir que concordam. O exemplo clássico dessa espécie foi o general João Figueiredo. Chegou a alimentar a construção de uma prorrogação do seu mandato de seis para oito anos. Tivera um infarte, pusera duas safenas e uma mamária, padecia de dores na coluna e adquirira horror ao batente, mas no palácio ninguém o chamava para a realidade. Resultado: elegeu Tancredo, o avô de Aécio Neves.
*Acrescentamos subtítulo, foto e legenda à publicação original

24 de jun. de 2014

Era Neymar. Aliás, é! - Juca kfouri

BRASIL - Copa 2014 - Opinião
Era Neymar. Aliás, é!
Juca kfouri analisa a vitoria do Brasil sobre Camarões

Postado por Toinho de Passira
Texto de Juca Kfouri
Fonte: Blog do Juca Kfouri

Brasil e Chile já se enfrentaram três vezes por Copas do Mundo. No Chile, em 1962, nas semifinais, goleada brasileira por 4 a 2. Na França, em 1998, nas oitavas, goleada brasileira por 4 a 1. Na África do Sul, nas oitavas, goleada brasileira por 3 a 0.

Imagine o estado de espírito para o jogo de Belo Horizonte, no sábado que vem, pela quarta vez em jogo de vida ou morte, pela terceira vez nas oitavas de final, e contra uma Seleção Brasileira que passou bem por Camarões, no Mané Garrincha.

Estado de espírito que poderia beirar o terror caso o time brasileiro tivesse passado por Camarões sem mostrar ainda tantas deficiências.

O Mané Garrrincha viu as diabruras de Neymar, dois gols dele ainda no primeiro tempo, aos 17 e 35 minutos, e nova boa exibição de Luiz Gustavo, autor do desarme e do passe que resultaram no primeiro gol brasileiro, quando Camarões já ameaçava a defesa brasileira, principalmente na cobrança de escanteios e pela avenida Daniel Alves, toda esburacada, responsável direto pelo gol africano depois que Nyom pintou e bordou em cima dele e cruzou para Matip empatar, aos 26.

Fred, na frente, e Paulinho, no meio, revelavam absoluta insegurança e desfilavam mais uma vez um futebol abaixo da crítica.

A Seleção abusava da ligação direta, pela inexistência do meio de campo.

Fato é que se o Brasil não tem Neymar as coisas estariam complicadas e Jorge Sampaoli há de estar queimando seus neurônios para descobrir um meio de neutralizá-lo, como, aliás, os mexicanos conseguiram.

Não fosse por Neymar e estaríamos em plena “Era Luiz Gustavo”, o dito tosco cão de guarda que tem sido decisivo até para os gols brasileiros.

Quem sabe se o destino do Bayer Munique não teria sido melhor na temporada passada caso tivesse mantido o brasileiro em seu meio de campo?

Felipão, enfim, trocou Paulinho por Fernandinho no intervalo e o Mané Garrincha aplaudiu.

Na primeira bola de Fernandinho o volante deu para Hulk fazer o terceiro gol e o atacante, ao demorar para bater, desperdiçou.

Mas foi ainda uma jogada sua que redundou no terceiro gol, o primeiro, enfim, de Fred, aos 4 minutos, atrás da linha da bola, completando o belo cruzamento de David Luiz.

Ramires entrou no lugar de Hulk, aos 16.

A Seleção tinha o jogo controlado, mas brilhar não brilhava até que, em linda triangulação com Fred e Oscar, Fernandinho fez o 4 a 1, exatamente quando quase 70 mil vozes pediam “mais um”.



NOTAS

Júlio César, sem culpa no gol, 6;
Daniel Alves
, culpado, 3;
Thiago Silva
, como sempre, 7;
David Luiz
, igual, 7;

Marcelo
, parece que vai, mas…5;
Luiz Gustavo
, fundamental, 7,5;
Paulinho
, irreconhecível, 3;
Oscar, trabalhador, mas ineficaz, 4,5;

Neymar
, o cara, 8,5;

Fred
, pelo terceiro gol e pelo passe para o quarto gol, 5;
Hulk
, indeciso na hora agá, 5,5;
Fernandinho
, mudou a cara do jogo, 7,5;
Ramires
, morno, 5,5;
Willian
, quente, 6;

Felipão, pela troca de Paulinho por Fernandinho, 6,5. Tivesse posto Maicon levaria 7,5.
Tirar Fred é mais complicado, mas trocar Oscar por Willian também seria uma boa, coisa que ele iria fazer até resolver, prudente e corretamente, que seria melhor poupar Neymar.

15 de jun. de 2014

O c.. de Dilma no centro do debate. Quem tem c.. tem medo? De quê

BRASIL - Bizarro
O c.. de Dilma no centro do debate
Quem tem c.. tem medo? De quê
Dilma se ofende com a manifestação popular, mas o povo está apenas exercendo o direito à reciprocidade. Pensavam que iam ficar pondo no c.. do povo, durante 12 anos impunemente? Se estivéssemos no Itaquerão não teríamos engrossado o coro, de “Dilma vai tomar no cu”: se aumentarmos a grossura da manifestação, deixaria de ser um protesto, para ser um estrupo.

Foto: Reuters

Dilma Rousseff fez essa cara enquanto o Itaquerão a mandava “tomar no c..” Pela expressão, parece que o secretario geral da ONU, Ban Ki-moon, sabia o que o povo estava dizendo.

Postado por Toinho de Passira
Fontes: Estado de Minas, Jornal do Brasil, The Guardian, ESPN, Coturno Noturno, O Globo, Folha de S. Paulo , Globo Esporte

A presidente Dilma Rousseff foi para a Abertura da Copa pronta para levar uma vaia. Já tinha até a desculpa pronta: as vaias não eram dirigidas a ela, eram para a FIFA, ou para o presidente da Joseph Blatter. Sabendo da artimanha, o público presente ao Itaquerão, no jogo de abertura da Copa, transmitido via satélite, para todo o planeta, resolveu assim, nominar e particularizar o protesto. O 'Ei, Dilma, vai tomar no c...' não deixou dúvidas a quem estavam hostilizando e aonde queriam atingir.

Eduardo Campos, em poucas palavras traduziu o significado do “Dilma vai tomar no cu”, para ele a presidenta esta colhendo o que plantou.

“Na vida a gente colhe o que a gente planta", disse o pernambucano.

Seria o direito a reciprocidade, a resposta a tantas agressões sofridas no “anus populus" (cu do povo, em latim vulgar) desferida pela governante, seu partido, o PT, e por seu antecessor, o presidente Lula. Na mesma linha do latim vulgar, podíamos dizer “pimentorium no anus outrem refrescus est”.

É verdade que o PT está tentando capitalizar a manifestação em seu benefício. Alegam que quem vaiou Dilma foi à elite branca intransigente. Confessam então que gastaram 30 bilhões no evento Copa do Mundo, onde nem negros, nem pobres tem acesso?

Verdade que a elite branca está insatisfeita com Dilma, mas é verdade também que nos últimos meses, a presidenta vem sendo vaiada em diversas ocasiões, por diferentes públicos, e em variados eventos. Por onde a Dilma vai a vaia vai atrás, sacramentou o Blog do Coronel.

Nos últimos meses a presidenta foi vaiada até numa inauguração de conjunto habitacional do “Minha Casa, minha vida”, em Tocantins. Era a manifestação dos mulatos desprovidos de dinheiro, insatisfeitos com a qualidade da construções do programa.

Por sinal, o “Dilma vai tomar no cu”, está se alastrando e evoluindo de forma autônoma. Estão até dispensando a presença da presidenta Dilma: neste sábado durante o jogo entre Colômbia e Grécia, no Mineirão, a elite endinheirada mineira, repetiu a mensagem da torcida paulista na abertura da Copa e foi sugerida mais uma vez, que a presidente fosse “tomar no cu”.

Quando Lula foi vaiado no Maracanã, por seis vezes seguidas durante a abertura no Pan Americano, em 2007, o PT disse, ora que o prefeito César Maia, teria organizado uma claque de 30 mil pessoas para vaiar o presidente, ora que vaiara o petista teria sido os argentinos, presentes em grande número ao evento.

Desta vez não puderam alegar que foram os croatas que mandaram Dilma tomar no cu, até porque em croata, segundo a Google translation, vai tomar no cu é odjebi. Alguém viu algum croata gritando “Dilma odjebi” ?

No mais, acreditamos que a democracia brasileira, diante do ocorrido, alcança um patamar dos mais elevados. Em que lugar do mundo se pode discutir em público, essa área tão sensível da presidenta da republica. Imagina-se que o cu, tanto da presidenta, quanto dos demais candidatos, estarão no centro do debate politico, dos próximos meses, e presente estarão nos eventos, nos comícios e reuniões partidárias, até porque eles não poderão deixá-los em casa.

Dilma está se postando de vítima, e o “educado” Lula, seu fiel escudeiro, lamenta o palavrão dirigido a companheira.

Bobagem presidenta, o povo está apenas sugerindo, não é obrigatório, como os seus decretos escatológicos, a senhora vai se quiser.

Por outro lado não podemos esquecer a celebre citação filosófica da cantora Sandy, a revista Playboy: “Tomar no cu pode ser até prazeroso” . Ou então como diria a companheira Marta Suplicy:“relaxe e goze!”

13 de jun. de 2014

Arigatô, apitadô! - Juca Kfouri

BRASIL - Copa 2014
Arigatô, apitadô!
Felipão no banco e Dilma Rousseff, na tribuna, choraram, durante o canto do hino nacional. Mas parte da torcida, mal-educada, mandou a presidenta tomar no c…
Dos pés de Oscar saíam as melhores jogadas e dos de Daniel Alves as piores. O árbitro japonês virou o jogo. A verdade é que em determinado momento do segundo tempo a Croácia já jogava melhor que o Brasil, que não criava.

Foto: Reuters

Arbitro japonês, Yuichi Nishimura, acredita da interpretação de Fred e marca pênalti. Estaria ele compensando o pênalti, que não deu ao Brasil, contra a Holanda, em Kaká, na Copa passada?

Postado por Toinho de Passira
Texto de Juca Kfouri
Fonte: Blog do Juca Kfouri

E a torcida paulista, emocionada, cantou o Hino Nacional à capela.

Felipão no banco e Dilma Rousseff, na tribuna, choraram.

Mas, uma parte da torcida, mal-educada, mandou a presidenta tomar no c…

De certa forma, quebrou o encanto.

A Copa do Mundo foi aberta sem discursos, como o previsto, mas pelo locutor do estádio do Corinthians.

Com menos de um minuto, parte dos refletores se apagaram e logo reacenderam.

A primeira jogada perigosa foi croata, com Olic cabeceando rente à trave.

A segunda, em novo contra-ataque resultou em gol contra de Marcelo, aos 11, porque Daniel Alves foi e não voltou.

Era hora de ver o controle emocional brasileiro.

A iluminação caiu outra vez enquanto os croatas cantavam em Itaquera.

Mas voltou de novo, em seguida.

Os brasileiros mantinham os nervos no lugar, e os croatas além de marcar bem, fustigavam.

Dos pés de Oscar saíam as melhores jogadas e dos de Daniel Alves as piores.

Aos 26, Neymar levou cartão amarelo por cotovelada em Modric.

No lance seguinte, Julio Cesar evitou o segundo gol e Oscar, depois de recuperar bola perdida por Neymar, acionou o companheiro que bateu colocado para empatar, aos 29.

O jogo era bom e o time croata também, como se suspeitava.

Fred praticamente não tocava na bola. Faria o gol?

Oscar se desdobrava tanto que parecia dois.

O 1 a 1 do primeiro tempo ficava bem para um jogo de futebol digno de abrir a Copa do Mundo.

Se eu fosse o Felipão, voltaria para o segundo tempo com Maicon e Willian nos lugares de Daniel Alves e Hulk.

Como o Felipão é o Felipão e não tem Paulo, nem Pedro, nem Juca, nem João, voltou sem modificação.

O time croata voltou mais disposto a ficar com a bola e a contra-atacar mesmo.

Se isso dava um certo sossego ao time brasileiro por um lado, por outro dificultava a construção do desempate e da virada.

Olic, o que dissera que havia espaços na defesa da Seleção Brasileira, pintava e bordava para cima de Daniel Alves, em jornada abaixo da crítica.

O jogo caiu a tal ponto que a torcida começou a fazer ola…

Aos 17, Paulinho, discreto, saiu para entrada de Hernanes.

A verdade é que a Croácia já jogava melhor que o Brasil, que não criava.

Aos 22, Hulk saiu, entrou Bernard, o da alegria nas pernas.

No lance seguinte, Oscar cruza, Fred, que pouco aparecia, recebe, tenta virar, desaba, e o árbitro marca um pênalti à japonesa, para Neymar virar: 2 a 1.

Injusto!

O goleiro croata ainda tocou na bola, mas com a mão mole.

O juizinho nipônico acabara de compensar o pênalti não dado contra a Holanda, em Kaká, na Copa passada.

E a Joana Havelange que disse que o que era para ser roubado já tinha sido…

Como nas campanhas do tri e do penta, o Brasil saiu atrás na estreia e virou, para 4 a 1 contra os tchecos e para 2 a 1 contra os turcos, também com um pênalti inexistente.

Com 62.103 torcedores, o estádio festejava e xingava a presidenta.

No fim, para coroar sua exibição, Oscar ainda fez 3 a 1.

NOTAS

Júlio César, 7, com uma boa defesa e sem culpa no gol;

Daniel Alves, 3, irreconhecível;

Thiago Silva, 7, firme e seguro;

David Luiz, 7,5, um monstro;

Marcelo, 7, muito bem no apoio;

Luís Gustavo, 7, por muito que corrigiu no meio de campo;

Paulinho, 5,5 discreto, sem ser o que já foi;

Oscar, 8,5, o melhor em campo, infernal;

Hulk, 5,5, bem abaixo do que pode;

Fred, como centroavante, 5, como ator 8, nota 6,5;

Neymar, 8, mesmo sem brilhar, lutou, se expôs e fez dois gols;

Bernard, 6,5, pela vibração e constantes deslocamentos;

Hernanes, 6, como Paulinho, discreto;

Ramires, sem nota.

Felipão, 7, mas podia ter posto Maicon.

Arbitragem, 4, fraquíssima. Mas acertou ao não validar o gol de empate croata, pois houve carga faltosa em Júlio César.


*Acrescentamos subtítulo, foto e legenda à publicação original

10 de jun. de 2014

Que roupa Rihanna vai ousar neste fim de semana?

ESTADOS UNIDOS - Entretenimento
Que roupa Rihanna vai ousar neste fim de semana?
A cantora Rihanna gosta de exibir sua pele, sua curvas, sua sensualidade, às vezes, ou quase sempre, escandaliza, por excesso de exposição. Nos dois últimos fins de semana, em duas homenagens distintas ela exibiu-se de forma contrastante. Não se falou noutra coisa nos sites de fofocas e style

Foto: AFP

O vestido transparente causou frisson e comentários, a maioria favorável

Postado por Toinho de Passira
Fontes: G1, CBS, Celebridades Yahoo, Staparaskinia, Viva Glam, Rollingstone, E Online

Neste fim de semana a cantora Rihanna, 25, recebeu o troféu de "Mulher mais Desejada" do Guys' Choice Awards 2014, do canal Spike, dos Estados Unidos. A artista adora tirar fotos ousadas e mostrar seus looks sensuais nas redes sociais, foi até censurada pelo Instagram. Ao ganhar o prêmio prova todo seu poder de sedução está em alta.

Surpreendeu a todos o fato dele ter ido receber o prêmio de gostosona, com um vestidinho básico preto discreto.

Fotos: Timothy A. Clary/Getty Images



O sucesso do vestido de Rihanna foi tal, que ninguém viu o que as outras estrelas estavam usando.

Até porque no último dia 3, o fim de semana anterior, a cantora chamou a atenção ao usar um vestido transparente, todo revestido por cristais, que mal escondia sua pele, para receber o prêmio de "Ícone Fashion" concedido pelo Conselho dos Estilistas dos Estados Unidos: o CFDA Fashion Awards.

Foto: Getty Images

O rapaz do cerimonial, que a ajudou a subir as escadas, não resistiu e deu uma conferida no belo “derrière” da cantora

A ousada vestimenta foi assinada pelo estilista Adam Selman, baseado numa sugestão de Mel Ottenberg, a stylist de Rihanna.

A peça foi composta por mais de 200 mil cristais Swarovski bordados a mão e segundo o estilista foi todo montado em apenas um dia, segundo o estilista oito pessoas trabalharam initerruptamente, das oito da noite do domingo (01) até as três da tarde da segunda (02), para dar os retoques finais na vestimenta.

A maioria dos comentaristas que tiveram oportunidade de falar a respeito, disseram que ela, e só ela, conseguiria segurar um look daqueles.

Falando com os jornalistas após a premiação, Rihanna foi questionada, sobre a transparência do vestido e se ela usaria modelo semelhante outa vez, no que elas respondeu:

Sim por que não? Meus seios lhe incomodam? – retrucou bem humorada.

A pergunta é: o que vestirá Rihanna no próximo fim de semana?

Foto: Timothy A. Clary/Getty Images

Pouco gente, teve o cuidado de observar, mas mesmo
sem levar em conta o vestido, ela estava escandalosamente linda!

8 de jun. de 2014

Em time que está perdendo... - Mary Zaidan

BRASIL - Opinião
Em time que está perdendo...
“Se ela, que deveria saber, não sabe, está mais do que na hora de passar a bola para quem sabe, não? Mudança já.” - Myriam Macedo, Fórum dos Leitores/O Estado de S. Paulo

Foto: George Gianni

A que ou a quem serve a farsa dessa expertise fenomenal, só revelada no último semestre de mandato da sucessora?

Postado por Toinho de Passira
Texto de Mary Zaidan
Fonte: Blog do Noblat

Não é de hoje que os mais gabaritados analistas advertem sobre a fragilidade na condução da economia. Mas o governo Dilma Rousseff se fez de surdo. Escolheu não dar tratos à bola. Agora, a quatro meses da eleição e assistindo à insatisfação popular crescer perigosamente, atropela-se na tentativa de impedir cartão vermelho nas urnas.

Como não será Dilma – que confessou a jornalistas estrangeiros não saber por que o País não cresce - que conseguirá esse tento, entra em ação o professor Lula, o salvador da pátria.

Na semana que passou, o técnico Lula debulhou receituários econômicos. Falou de remédio para segurar a inflação, colocando-a na meta máxima de 4,5%; ensinou como se faz para crescer a partir do estímulo ao consumo e até deu um pito público no secretário do Tesouro, Arno Augustin.

Em primeiro lugar, a Lula. Ele pode até não gozar mais da quase unanimidade alcançada no final do seu segundo mandato, mas ainda tem músculos de sobra para enfrentar qualquer um. Seja como candidato – algo que afasta, mas não descarta para manter os adversários em alerta permanente -, seja para empurrar a complicada reeleição de Dilma.

Lula é habilidosíssimo nesse jogo. Fala dos males da carestia, incentiva a ampliação de crédito sem constrangimento de vender sonhos a milhares de famílias pobres condenadas à inadimplência. Assume os ares de combatente incansável. Discursa contra a inflação como se oposição fosse. Quem o escuta nem lembra que o governo da vez é o da sua pupila, continuidade do seu.

Ao mesmo tempo, livra Dilma de qualquer responsabilidade ao personificar os problemas econômicos no secretário do Tesouro, como se Augustin nada tivesse a ver com o governo. Dribla o público e segue apostando na ignorância do eleitor.

Sempre que pode – e Lula pode sempre – ele arremata dizeres subindo o tom contra a mídia. Diabólica, ave de mau agouro, inimiga do País, a imprensa é a responsável por todos os males internos e pelas visões negativas do mundo sobre o Brasil, acentuados pela proximidade da Copa do Mundo.

A tática de Lula de arredondar bolas quadradas pode dar certo. Mas, mesmo craque na ginga, para ele e sua candidata-presidente, melhor seria não abusar. Ânimo e dinheiro no bolso costumam caminhar juntos. Difícil um sem o outro. Quando o custo de vida não para de subir e os serviços ficam mais caros e piores, o eleitor descrê nas promessas de vitórias. Ele sabe: em time que está perdendo, mexe-se.
*Acrescentamos subtítulo, foto e legenda à publicação original Mary Zaidan é jornalista. Trabalhou nos jornais O Globo e O Estado de S. Paulo, em Brasília. Foi assessora de imprensa do governador Mario Covas. Atualmente trabalha na agência 'Lu Fernandes Comunicação e Imprensa'

7 de jun. de 2014

Dueto de serpentes apaixonadas - Lucas Mendes

ESTADOS UNIDOS - Opinião
Dueto de serpentes apaixonadas
Ele chefiou a campanha que elegeu Bill Clinton em 92. Ela "subchefiava" a campanha do adversário, o presidente Bush, com a missão de demolir Bill Clinton. Uma noite saíram, gostaram e se casaram.

Foto: Norman Jean Roy/Vogue

Mary Matalin e James Carville: afeto e brigas

Postado por Toinho de Passira
Texto de Lucas Mendes
Fonte: BBC Brasil

James Carville e Mary Matalin silvam nos debates políticos. Ele odeia conservadores republicanos, ela não engole democratas liberais. Ele chefiou a campanha que elegeu Bill Clinton em 92. Ela "subchefiava" a campanha do adversário, o presidente Bush, com a missão de demolir Bill Clinton.

Uma noite saíram, gostaram e se casaram. Em 1993, na escala de tremores políticos sociais, foi um dos maiores na história moderna de Washington. Não duraria um mandato, prognosticaram os grandes sacadores da capital.

O casal acaba de lançar o livro Love & War: Twenty Years, Three Presidents, Two Daughters and One Louisiana Home.

Vinte anos depois, pelos quais passaram três presidentes, duas filhas e uma casa nova em Nova Orleans, o casal esta casadíssimo. Nunca divorciaram nem se separaram e já casaram três vezes.

Na primeira vez, grandes inimigos políticos de Washington dançaram abraçados pelas ruas do Latin Quarter de Nova Orleans puxados pelas bandas de jazz.

A segunda foi uma surpresa armada por ele para comemorar os primeiros dez anos de casamento. Mais jazz. A terceira veio quando descobriram que os dois primeiros não eram reconhecidos pela igreja. Jazz nos amigos.

Acabam de lançar Love & War. Eu ouvi o livro, que é narrado pelos dois, como um dueto. Ela conta um episódio, ele dá a versão dele, ela acrescenta e, por aí vai, roupa suja e roupa limpa lavadas em público. Tudo menos vida sexual. Uma das perguntas mais frequentes das republicanas conservadoras para Mary era como você vai com um cara desses para a cama?

Vida sexual não é da conta de ninguém, responde James.


Vinte anos depois, três presidentes, duas filhas e uma casa nova em Nova Orleans
Como diz o título, Love & War tem afetos e brigas infernais. No começo do casamento, com a vitória de Clinton, ele ficou por cima, mas a dor da derrota política foi compensada pela felicidade no amor. Tinha 40 anos e nunca tinha casado nem sentido tanta paixão. Nos anos seguintes, as carreiras dos dois cresceram, como marqueteiros, palestrantes e debatedores políticos no rádio e televisão.

Ela foi convocada para ser a nº 2 na campanha de George W. Bush contra Al Gore, em 2000. Quando o Supremo mandou parar a contagem dos votos e declarou a vitória de Bush, o casamento estremeceu. Quartos separados.

Fizeram as pazes. Mary foi convidada para trabalhar na Casa Branca como assistente do presidente e segunda no comando do vice, Dick Cheney. Depois do ataque às torres, Mary sumiu de casa para viver ao lado do vice, sem poder se comunicar com o marido e as filhas. Período sofrido, mas a separação reforçou a conexão entre os dois. Ele não reclamou, cuidou das filhas, se comportou como um gentleman.

Invasão do Iraque. Outra vez, quartos separados. Silvavam, mas não davam o bote do divórcio. James disse que sabia que ela era uma mulher diferente e que se provavelmente se apaixonou por causa das diferenças dela. Se convenceu de que não é possível e nem vale a pena tentar mudar a mulher.

Ele quase foi modificado. Estava num aeroporto quando foi abordado por um médico que disse a ele: estive observando você nos últimos 20 minutos e tenho quase certeza que você tem alguma forma de deficiência de atenção. Por que não vê um médico?

Os dois foram juntos, o diagnóstico do aeroporto foi confirmado, ADHD - deficit de atenção e hiperatividade -, a bula preenchida, mas James disse não: "Se tomar este troço, vou ser outra pessoa". "É isto que você quer?", perguntou a mulher. Pílulas foram para o lixo.

O casal ainda briga sobre política, mas a maioria das mordidas é sobre a bicharada de Mary, dinheiro e ar condicionado. Gatos e cães circulam pela casa. Às vezes, um pelo aparece na manteiga. O serpente silva.

Mary abria todas as janelas e ligava o ar-condicionado no máximo. Já aprendeu que isto esquenta a casa. Para cada compra, há uma negociação. A mesa central para o convidado colocar drinks nas festas mereceu longo e divertido parágrafo.

Ela escreve mais do que ele e revela mais detalhes domésticos, inclusive na descarga do banheiro. James morde na política e despeja veneno nos conservadores, que acreditam que a única solução é redução de impostos e menos governo.

Alguns dos melhores momentos são visitas de James Carville aos ninhos republicanos e de Mary à Casa Branca dos Clintons.

Barbara Bush se recusava a falar o nome dele, mas depois do primeiro encontro, desmanchou. E vice-versa.

Mary se sentiu como uma serpente quando foi pela primeira vez à Casa Branca de Clinton. As pessoas se afastavam. O presidente percebeu, deu acolhida íntima e várias sugestões de como o adversário dele e cliente dela, o senador Bob Dole, poderia ganhar as eleições de 96.

Depois de mais de vinte anos de Washington e de campanhas políticas, ele é professor universitário, participa de mesas políticas nas TVs e faz palestras. Mary também circula pelos estúdios, escreve, cuida das filhas e da casa.

As serpentes são felizes em Nova Orleans, longe do veneno da capital americana.

Pesquisa Datafolha: Polarização mantida - Merval Pereira

BRASIL - Opinião - Eleição 2014
Pesquisa Datafolha: Polarização mantida
A confirmação da contínua queda de popularidade da presidente Dilma é especialmente grave se levarmos em conta que ela vem de uma ofensiva midiática e política. Eduardo Campos fica ferido gravemente, 12 pontos atrás de Aécio Neves e em virtual empate técnico com o Pastor Everaldo, do PSC, que aparece com 4%.

Editoria de Arte/Folha Press

Postado por Toinho de Passira
Texto de Merval Pereira
Fontes: Blog do Merval

O candidato do PSDB à Presidência, senador Aécio Neves, tem razão de estar “alegre” e “animado” com a pesquisa Datafolha divulgada ontem, mesmo tendo ficado no mesmo lugar: descolou-se de Eduardo Campos, do PSB, e a presidente Dilma manteve uma trajetória de queda. Ele trabalhava com a hipótese de os novos números repetirem os das últimas pesquisas, mas o resultado foi melhor do seu ponto de vista, pois seus concorrentes caíram além da margem de erro.

Há outra leitura importante na pesquisa divulgada, que demonstra que é apenas aparente a estagnação da candidatura do tucano. No segundo turno, cuja realização essa pesquisa confirma, a diferença de Aécio para Dilma está sendo reduzida a cada rodada. Ela já foi de 27 pontos percentuais a favor da presidente, e agora caiu para apenas 8, com Dilma perdendo 8 pontos e Aécio Neves subindo 11.

Uma análise no detalhe da pesquisa do segundo turno mostra que a presidente Dilma vence apenas entre os eleitores de até 2 salários mínimos, onde faz 56% a 28%. É esse o eleitor que o PSDB vai ter que buscar, sobretudo no Nordeste, onde Dilma mantém uma forte dianteira. Entre os eleitores de 2 a 5 salários mínimos, Aécio vence de 44% a 41%, e, na faixa de cinco a dez mínimos, Aécio faz 51% a 35%.

A confirmação da contínua queda de popularidade da presidente Dilma é especialmente grave se levarmos em conta que ela vem de uma ofensiva midiática e política. Eduardo Campos fica ferido gravemente, 12 pontos atrás de Aécio Neves e em virtual empate técnico com o Pastor Everaldo, do PSC, que aparece com 4%.

Os candidatos evangélicos somam, assim, 6% na pesquisa, com 2% para Magno Malta, do PR, o que mostra que o voto evangélico, importante na eleição de 2010 para Marina, está indo para os candidatos declaradamente evangélicos, e não para Eduardo Campos por meio dela.

Nesse momento, com as convenções de PMDB, PP e PR, e com o PSD tendo que se definir, a pesquisa é muito ruim para Dilma. O Aezão no Rio foi o maior movimento de rebelião aberta feito até agora, no principal partido da coalizão governamental, o PMDB, além de pegar franjas dos demais partidos da aliança, numa clara erosão da base.

Lula ainda é o grande eleitor, mas a trajetória dele de queda está mais acentuada que a de Dilma, pois perdeu 5 pontos percentuais de uma pesquisa para outra. Mesmo continuando em primeiro na hipótese de se candidatar, a pesquisa mostra que Lula não tem condição de se expor, pois, mesmo só falando para plateias simpáticas e blogueiros governistas, está caindo nas pesquisas. Passou a ficar contaminado por Dilma, sua criatura.

Dilma continua forte no Norte e no Nordeste, onde os principais candidatos oposicionistas são menos conhecidos. No Nordeste, Eduardo Campos tem apenas 9% de eleitores que dizem conhecê-lo bem, e o seu nível de rejeição é de 36%, o que mostra que ele é o candidato de Pernambuco, não da região.

A maior rejeição a Aécio Neves é também no Nordeste, de 44%, índice que cai para 29% em nível nacional. A pesquisa mostra também que caiu a rejeição a Aécio Neves e Eduardo Campos: o tucano tinha 31%, e o peessebista, 33%, e ambos têm agora 29%. Dilma manteve os 35% e é a candidata mais rejeitada.

Por fim, a do Datafolha é mais uma pesquisa que coloca o nível de aprovação do governo Dilma num patamar que indica a dificuldade, quase impossibilidade, de reeleição, segundo pesquisas do cientista político Alberto Carlos Almeida: os que consideram o seu governo ótimo ou bom caíram de 37% para 33%.

Dos 74% que responderam que querem mudanças no próximo governo, fora Lula, que é o mais lembrado, Aécio superou Dilma como o mais capaz de realizá-las.
*Alteramos o título, acrescentamos subtítulo e ilustração à publicação original

Dilma e as uvas - Fernando Gabeira - Estadão

BRASIL - Opinião
Dilma e as uvas
Como dizia Cazuza, suas palavras não correspondem aos fatos, sua piscina está cheia de ratos. Aceitar que suas palavras não correspondem aos fatos e limpar a piscina política e administrativa dos seus ratos é uma tarefa gigantesca. O caminho mais fácil é controlar o Estado, o Parlamento o Supremo, mobilizar uma artilharia eletrônica.

Charge: Sponholz

Postado por Toinho de Passira
Texto de Fernando Gabeira
Fontes: Estadão, Blog do Gabeira

Num de seus recentes discursos, Dilma Rousseff afirmou que as obras para a Copa terão padrão brasileiro, não padrão Fifa. Com essa frase queria dizer também que nossos padrões são mais democráticos, naturalmente referindo-se aos altos preços dos ingressos. Dilma fez tal declaração no fim de um período em que a Copa do Mundo foi perdida fora do campo e todos esperamos, ela com ansiedade singular, que seja ganha dentro do campo.

Essa frase de Dilma marca uma inflexão do governo nas suas relações com a Fifa, cujos dirigentes afirmam que o Brasil propunha a Copa em 17, e não 12 cidades. Foi preciso conter a megalomania de Lula e a própria Fifa foi otimista quando considerou 12 um bom número, levando em conta o tamanho do Pais, não suas reais possibilidades.

O Estádio Mané Garrincha, beirando o R$ 1,5 bilhão, custou mais caro que um estádio do Qatar – país com a maior renda per capita do mundo – para 2022. Se os cálculos forem comprovados, o padrão brasileiro foi mais caro, no Mané Garrincha, do que o padrão Fifa sonharia. O estádio de Brasília é um monumento. Não sabemos ainda se é um monumento à incompetência ou à roubalheira, embora no padrão brasileiro os dois joguem no mesmo time, bem perto do gol.

Três estádios foram plantados em cidades cujo futebol não atrai multidões. O velho estádio de Natal só conseguiu lotação plena quando o papa visitou a cidade. Para o novo estádio teremos de combinar com o papa Francisco algumas visitas regulares, algo difícil porque um papa não faz visitas apenas para cumprir tabela.

Em Cuiabá presenciamos um fato inédito na história: no dia da visita de inspeção da Fifa, o governador e o presidente da Assembleia estavam presos. É a Copa das Copas, ou o mico dos micos, como quiserem.

Em Manaus, na imensidão um estádio vazio, uma arena amazônica que me deixa perplexo, sobretudo quando vejo o que vi na Vila de Boim, a seis horas de barco de Santarém: o esforço das comunidades para jogarem a sua própria Copa, numa região da floresta para a qual não existe política de esporte.

Lula quis dar salto maior que as pernas e agora que o fracasso se revela resta apenas ironizar o padrão Fifa que se comprometeu a adotar.

A esquerda não tem o monopólio da duplicidade e da dissimulação. Mas num partido como o PT e, sobretudo, num governo ditatorial como o cubano, são os dois elementos vitais para sobreviver e crescer. Em O Homem que Amava os Cachorros, Leonardo Padura fala de uma família cubana, possivelmente a do próprio escritor, que ensinou aos filhos exatamente o oposto dessa regra da sobrevivência: falar a verdade, ser fiel a si próprio.

O discurso do governo brasileiro em relação à Copa é de um zigue-zague acrobático, uma tentativa desesperada de abordar os fatos de frente e cair na realidade. Não foi uma ideia feliz trazer a Copa para o Brasil e assumir os compromissos que assumiu com a Fifa.

Isso não significa que a Copa não deva ocorrer, muito menos que deixamos de torcer pela vitória dentro do campo. Significa apenas que a linguagem cínica do governo é uma fonte permanente de degradação da vida política. Reflete uma lei interna segundo a qual não é preciso dizer o que pensa, regra válida para todos os que aderem. Basta que façam o jogo, dancem de acordo com a música.

Até que ponto o cinismo triunfará amplamente numa sociedade democrática é o enigma que envolve o futuro próximo do Brasil. Controlar o aparato estatal, o Parlamento e até o Supremo Tribunal ainda é um cobertor curto. Restam a sociedade, a imprensa, a internet.

Os militares compreenderam que não tinham resposta para o futuro e organizaram a retirada para não baterem em fuga desordenada, arriscando a instituição. O PT não acumulou forças para encarar a verdade, arriscar o poder e preservar-se para o futuro.

O discurso de Dilma não é voltado para a frente. Apenas adverte que a vitória da oposição significará um ajuste que vai reduzir salários, aumentar o desemprego e cortar verbas sociais. Embora não reconheça, ela deve saber que é necessário um ajuste, que pode ser moderado, no sentido que lhe dá Amartya Sen. Quer dizer, não precisa reduzir salários nem cortar verbas sociais. Um ajuste desse tipo seria voltado para os gastos irracionais do governo. Mas bateria de frente com o mundo político e burocrático, toda essa gente agarrada a cargos, verbas, negociatas. Às vezes, quando falamos em defender o salário do povo, estamos defendendo os nossos próprios salários. E reaparecem aí a duplicidade e a dissimulação.

Dotar o Brasil de um governo inteligente, aberto e conectado, transformar um sistema político que se tornou uma gigantesca sanguessuga não figuram no seu horizonte. O único caminho é usar os interesses populares como escudo para os seus próprios interesses e agarrar-se ao poder.

Na classificação de presidentes de toda a República no quesito crescimento, Dilma está em penúltimo e Fernando Collor em antepenúltimo lugar, atrás de Floriano Peixoto, portanto, entre os quatro de baixo que vão para a Segundona. Ao afirmar que as dificuldades econômicas foram conjunturais, ela pede uma segunda chance. Mas pede como se estivesse no grupo de cima, preparando-se para a Libertadores.

Como dizia Cazuza, suas palavras não correspondem aos fatos, sua piscina está cheia de ratos. Aceitar que suas palavras não correspondem aos fatos e limpar a piscina política e administrativa dos seus ratos é uma tarefa gigantesca. O caminho mais fácil é controlar o Estado, o Parlamento o Supremo, mobilizar uma artilharia eletrônica.

Que venham todos, porque, independentemente de resultados eleitorais, há um imenso número de brasileiros sabendo o que há por trás dessa duplicidade e dissimulação. Gente que gostaria de falar sério sobre nossos problemas, e não perder a energia desmontando as bravatas de Lula, como essa da Copa. Perdemos tempo, dinheiro, operários, moradias, irresponsabilidade que nem a vitória no campo conseguirá apagar.
*Acrescentamos subtítulo e charge à publicação original

3 de jun. de 2014

Prostitutas padrão FIFA: para o evento Copa do Mundo, as garotas de programa de MG estão muito mais bem preparadas que os estádios e a mobilidade urbana

BRASIL - Copa 2014
Prostitutas padrão FIFA: para o evento Copa do Mundo, as garotas de programa de MG estão muito mais bem preparadas que os estádios e a mobilidade urbana
Se o governo brasileiro, tivesse entregado a Associação das Prostitutas de Minas Gerais (Aprosmig) a organização da Copa do Mundo, não estaríamos passado o vexame de falta de planejamento e atrasos nas obras. Podes crer!

Foto:

Garota de programa: prostitutas mineiras vêm apostando pesado na qualificação para atender os gringos torcedores

Postado por Toinho de Passira
Fontes: Exame, Facebook Aprosmig, Uol, Exame

No mais alto padrão FIFA, as garotas de programa de Minas Gerais, que estimam um aumento de 30% na procura dos serviços durante a competição, prepararam-se como ninguém para o evento.

Empolgadas com a chegada da Copa do Mundo e dos milhares de turistas estrangeiros que começam a pisar o solo brasileiro na próxima semana, as prostitutas mineiras , desde o anúncio de Belo Horizonte como cidade-sede da Copa, vêm apostando na qualificação visando ao melhor atendimento dos gringos.

Mais de 300 mulheres já completaram o curso de inglês, oferecido pela Associação das Prostitutas de Minas Gerais (Aprosmig), com a supervisão de professores voluntários.

Outras estão correndo contra o tempo para concluir a formação intensiva de idioma a distância.

A Associação das Prostitutas de Minas Gerais (Aprosmig) produziu e está distribuindo com as associadas, um livreto chamado “Look Book Puta” - um guia ilustrado de bolso, que lista todas as posições sexuais, para facilitar a vida das garotas e dos clientes. O cliente gringo pode apontar à garota qual é a sua preferência.

As cartilhas, que começam a ser distribuídas na semana que vem, antes da chegada dos turistas, possui também um glossário com os nomes dos órgãos genitais e de práticas sexuais em vários idiomas. Não é lindo?

A maioria das quatro mil profissionais do sexo que atuam na região central de Belo Horizonte vai ganhar seu exemplar.

Todas as filiadas à associação também deverão receber um reforço de kits de sexo seguro, com preservativos e lubrificantes.

Desde o ano passado, as prostitutas mineiras passaram a oferecer a opção de pagamento em cartão de débito e crédito – até mesmo parcelado.

Elas levam a maquineta para os pontos de trabalho. Essa oferta, uma parceria da associação com a Caixa Econômica Federal, também mira os turistas durante o Mundial.

A CEF (Caixa Econômica Federal) firmou convênio com a Aprosmig reconhecendo essas profissionais como autônomas.

A assessoria da Caixa informou que, com o convênio, as prostitutas e travestis que fazem programas remunerados, terão o mesmo tratamento de outras categorias de autônomos.

Além da possibilidade de receber por meio de cartão, as prostitutas tem também cobertura de previdência social, aposentadoria por idade e invalidez, auxílio doença, salário maternidade, pensão por morte, auxílio reclusão, custo zero para formalização, imposto zero para o governo federal e talões de cheque, cheque especial e dinheiro para capital de giro.

Esquentando os tamborins, o time das garotas de programa irá às ruas em uma divertida manifestação na véspera da abertura do Mundial, no dia 11 de junho.

Elas prometem protestar uniformizadas, como a Seleção, entoando “Não Vai Ter Copa. Vai Ter Pelada”.

2 de jun. de 2014

Operação Pega Safado

BRASIL - Corrupção
Operação Pega Safado
Lúcio Batista, um brasileiro revoltado com a corrupção, lançou, há um ano, pela internet, a Operação Pega Safado, destinada a investigar o uso irregular de verbas por parte de parlamentares. Com colaboradores de todo o Brasil, encaminhou o primeiro relatório sobre uso irregular da cota dos parlamentares ao Tribunal de Contas da União (TCU). Auditores do TCU encontraram indícios de veracidade nas denúncias e aprofundaram as investigações.

Foto: Captura de tela

Lúcio Big, incomodando corruptos, com a Operação Pega Safado

Postado por Toinho de Passira
Entrevista concedida a Gabriel Garcia
Fonte: Blog do Noblat

Lúcio Batista, morador de Vicente Pires, cidade localizada a 15 quilômetros de Brasília, é um dos milhares de brasileiros decepcionados com a política no país.

Ao contrário da maioria, ele resolveu fazer algo para combater a corrupção e o desvio de dinheiro público.

Há um ano, Lúcio Big, como passou a ser conhecido, lançou a Operação Pega Safado, rebatizada agora de Operação Política Supervisionada (OPS).

Com a ajuda de 3 mil colaboradores espalhados pelo Brasil, a operação investiga o uso irregular de verbas por parte de deputados e senadores.

Aos 45 anos, Lúcio mergulhou de vez no projeto: fechou um pequeno negócio, vendeu uma casa para se dedicar de forma integral à proposta e faz camisetas para levantar recursos.

Casado, ele estuda montar uma franquia na área de alimentos. “A franquia permitirá que eu continue me dedicando à operação”, diz.

O ativismo de Lúcio não começou no ano passado. Ele vem atuando, há dois anos, em movimentos contra a corrupção.

Após abandonar a vida de comerciante, Lúcio agora afirma ser um blogueiro, profissão que ainda não lhe dá rendimento.

Foi convidado pelo deputado federal Antônio Reguffe (PDT-DF) para disputar as eleições em outubro, mas recusou a proposta temendo perder credibilidade se entrar na política.

Em junho de 2013, Lúcio encaminhou o primeiro relatório sobre uso irregular da cota dos parlamentares ao Tribunal de Contas da União (TCU). Em maio deste ano, entregou o segundo. Os resultados começam a aparecer.

Auditores do TCU encontraram indícios de veracidade nas denúncias e pedem o aprofundamento das investigações. E os parlamentares que se preparem: Lúcio iniciou uma nova pesquisa sobre o mau uso dos recursos públicos.

Quando surgiu a ideia de monitorar os deputados e senadores?

A Operação Pega Safado (OPS) foi no ano passado. Como o nome é muito pesado, mudamos para Operação Política Supervisionada. E mantivemos a sigla OPS.

E quando surgiu a ideia?

Comecei fazendo vídeos para criticar filmes e programas de televisão. Quando conheci o portal da Câmara, descobri que poderia levantar os gastos dos parlamentares. Eu ficava apavorado ao ver a quantidade de dinheiro público destinada à despesa aparentemente ridícula. Então, resolvi vasculhar informações sobre gastos de parlamentares com passagens e publicidade.

A partir daí resolveu criar um tutorial orientando as pessoas que querem ajudar no projeto?

As pessoas perguntavam como eu conseguia as informações. Fiz três vídeos tutoriais ensinando como coletar os dados, o que culminou na abertura da OPS. O tutorial foi batizado de “Pega Safado”. Acabei criando a operação de acompanhamento dos parlamentares.

Quando será apresentada uma atualização da lista de deputados e senadores ao Tribunal de Contas da União?

Em junho do ano passado, foi entregue uma lista com 20 parlamentares ao TCU: 18 deputados federais e dois senadores. Naquela data, já iniciamos o “Dossiê 2”, com 23 deputados federais que, provavelmente, estariam gerindo de maneira incorreta o dinheiro público. Em 6 de maio deste ano, esse dossiê foi entregue ao Tribunal de Contas da União e ao Ministério Público.

Mas será apresentado um novo dossiê?

Estamos trabalhando nisso, mas não há uma data definida. Hoje, nosso alvo é o Congresso Nacional. Infelizmente, o Senado não cumpre a Lei de Acesso à Informação: não fornece cópia de notas fiscais. Nosso objetivo é alcançar Assembleias Legislativas de todo Brasil. Estamos levantando a base de dados das Câmaras Municipais do estado de São Paulo.

Como levanta os dados e comprova a veracidade das informações?

Temos o site http://www.ops.net.br/, que é atualizado semanalmente. Filtramos os dados por deputado, por partido, por período, por tipo de despesa. Quando encontramos quantias altas e gastos seguidos com o mesmo valor, pedimos cópia da nota fiscal à Câmara. Com a nota em mãos, buscamos informações na Receita Federal, confirmamos endereço da empresa e procuramos saber se a empresa realmente desenvolve aquele trabalho emitido na nota.

Que critério adota para definir o parlamentar que será investigado?

Basicamente, eu foco nas despesas com locação de veículo, divulgação da atividade parlamentar e contratação de assessoria técnica. Em cima dessas informações, eu peço a nota fiscal das empresas à Câmara. Depois disso é que vejo se existe algo inconsistente.

Você recebe colaboração do Brasil inteiro. Como saber se a pessoa que envia uma informação não tem interesse político?

Eu nunca considero apenas o envio de imagens de uma única pessoa. Três ou quatro pessoas diferentes precisam mandar a mesma informação.

E como financia esse projeto, já que não há vinculação partidária?

Precisamos de uma fonte de renda para dar continuidade à operação. Eu tinha um comércio em Vicente Pires, que fechei no ano passado. E vendi um imóvel. Desde janeiro, eu vivo com o dinheiro desse imóvel para poder me empenhar na operação. Estou pensando em pegar parte do dinheiro do imóvel e montar uma franquia na área de alimentos. Preciso de uma fonte de renda. A franquia permitirá que eu continue me dedicando à operação

Estamos em ano de eleição. O que fazer para ajudar a esclarecer a população sobre os maus políticos?

Cidadania não é apenas votar e ir embora para casa. O voto é o primeiro passo. A partir dali, o cidadão tem que adotar um parlamentar para supervisionar os gastos dele. A sociedade tem a responsabilidade de correr atrás dessas informações. Queremos esclarecer a maior quantidade de pessoas sobre a necessidade de fiscalizar o gasto público.

Vimos várias vezes no Brasil pessoas que usam a bandeira da ética para se eleger. Realmente não passa pela sua cabeça disputar um cargo eletivo?

Eu fui convidado o ano passado para disputar um cargo de deputado federal. Confesso que cheguei a balançar, mas eu desisti. Eu nem mesmo me filiei a partido. O trabalho feito até agora de combate à corrupção perderia credibilidade. Não pretendo entrar para política.

A Brahama especial da Copa foi mesmo produzida com cevada plantada na Granja Comary?

BRASIL - Copa 2014 - Publicidade
A Brahama especial da Copa foi mesmo produzida
com cevada plantada na Granja Comary?
A edição especial da cerveja Brahma Granja Comary, cuja cevada foi promovida pela marca como plantada, cultivada e colhida no local de treino da seleção brasileira, está tendo sua origem questionada, por jornalistas e especialistas. A publicidade do produto, que tem Felipão como garoto propaganda, vai ser julgada pelo Conar, pode sair do ar, e gerar processos por propaganda enganosa

Foto: Divulgação

No comercial, Felipão, um tanto canastrão, aparece num campo de cevada, que seria na Granja Comary, com um talo de cevada na boca

Postado por Toinho de Passira
Fontes: Blog do Juca Kfouri, Exame, R7

Juca Kfouri escraveu no seu Blog que durante dois dias e meio procurou incansavelmente, sem sucesso, a plantação de cevada na Granja Comary, com indica um comercial da Ambevm, que fala da cerveja Brahma Seleção Especial, que teria sido produzida com a gramínea cultivada no solo onde fica a concentração da seleção brasileira.

Diz Kfouri:

Foto: Divulgação

Eu via na TV e, como gosto de uma cervejinha, tratei de procurar a plantação de cevada na Granja Comary.

Nada na segunda-feira, quando me orientei pela foto acima, da campanha publicitária.

Achei que estava fora de forma.

Voltei ontem e, outra vez, do lado oposto, nada de nada.

Tomei chuva hoje pela manhã, procurei, investiguei, perguntei aos companheiros se alguém tinha visto, pedi aos funcionários da Granja que me orientassem e a conclusão é desoladora: a tal cerveja especial anunciada não é feita com cevada da Granja Comary.

Alguém me disse que nem com cevada é, mas não acreditei, porque na garrafa diz que tem cevada e eu sou um cara de boa-fé.

Sim, também sei que a propaganda vive de metáforas, mas não precisava exagerar.

No mesmo dia, à tarde, o jornalista acrescentou uma atualização:

Por incrível que possa parecer, a nota acima causou um terremoto na Ambev.

E, segundo a empresa, pedidos de indenização por parte de clientes e de devolução de mercadoria por parte de supermercados.

Prometeram mandar ao blog a tal gritaria e até agora o blog nada recebeu.

Mas é importante lembrar que minha avó já dizia que uma brincadeira que precise ser explicada vira drama.

É exatamente o que aconteceu com a nota.

De fato não existe a plantação, mas isso é tão importante como aqueles simpáticos bichinhos da Parmalat, que depois se soube era uma empresa objeto da operação Mãos Limpas, na Itália.

A empresa diz que a plantação não existe mais porque está dentro das garrafas pretas da cerveja especial.

Não é o que dizem os funcionários da Granja Comary, nem os especialistas em cerveja da região, pródiga na produção das artesanais e de qualidade.

Os funcionários contam que o que se plantou de cevada na Granja foi o suficiente apenas para fazer a campanha publicitária.

Os especialistas garantem que seria necessário tempo, pouco mais de três meses, e área muito maior, para plantar, colher, produzir e abastecer uma produção, mesmo que limitada, fruto de forte campanha na TV.

Enfim, o que era, como a cerveja, para sair na urina, virou uma crise.

Definitivamente, o mundo perdeu o senso de humor e, cá entre nós, é rigorosamente desimportante saber de onde vem a cevada, a não ser como criação publicitária.

Ou será que alguém acha mesmo que é verdadeira a situação daquele anúncio do posto de gasolina em que o astronauta manda descer na banguela para abastecer ?

Por sinal, pode parar, que agora sou eu quem quer descer.

Em resposta a um post no blog de Juca Kfouri, a Ambev, fabricante do produto, divulgou uma nota em que reafirma que uma área da Granja Comary foi usada para o cultivo de cevada, sim.

"A Ambev repudia com veemência as falsas acusações a respeito do nosso plantio na Granja Comary, com Brahma Seleção Especial. A companhia plantou cevada na Granja Comary, como diversos documentos e fotos comprovam. A plantação aconteceu no período de reformas da Granja Comary. Foram 6 meses de plantação, com o plantio das sementes começando em meados de 2013 e colheita da cevada no começo de janeiro de 2014. O cereal foi beneficiado, transformado em malte e utilizado na produção da cerveja. Se hoje não há cevada na Granja Comary é justamente porque o cereal foi usado no lote limitado que já está à venda desde abril no Brasil inteiro."

Mas a questão se avolumou e as dúvidas persistiram e a Ambev acabou sendo questionada sobre os fatos pelo Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária, o Conar, que marcou para julgar as denúncia, na próxima quinta-feira, 05, quando o fabricante terá de reunir provas reunir provas de que a informação veiculada em anúncios e no rótulo da embalagem é verdadeira. O processo pode, se for o caso, ser arquivado. Caso a fonte não seja autêntica, o Conar pedirá alteração ou suspensão da publicidade do produto.

Além dos estádios, o torcedor agora tem que se preocupar, se está sendo enganado, sobre a origem da cevada da cerveja que vai tomar durante os jogos. E até se a cerveja que está tomando tem mesmo cevada. Além dos estádios, o torcedor agora tem que se preocupar, se está sendo enganado, sobre a origem da cevada da cerveja que vai tomar durante os jogos. E até se a cerveja que está tomando tem mesmo cevada. Isso pode descambar para propaganda enganosa e processo nos Procons com pedidos de indenização.

1 de jun. de 2014

No frio da economia - Miriam Leitão - O Globo

BRASIL - Economia - Opinião
No frio da economia
Não é só nos números macroeconômicos que se percebe a perda de fôlego do país. Quando se olha no micro, por exemplo, se tem noção mais clara desse divórcio entre o potencial de crescimento e a conjuntura. Um exemplo: apenas 2% dos lares brasileiros possuem lava-louças, somente a metade tem lava-roupas e 60% ainda estão equipadas com geladeiras convencionais, que precisam descongelar. O espaço para vendas é enorme, principalmente no Nordeste e Centro-Oeste. Mesmo assim, a Whirlpool, dona das marcas Brastemp e Consul, e a Electrolux anunciaram férias coletivas esta semana.

Foto: Ueslei Marcelino/Reuters

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, pôs a culpa na inflação, no clima, no aumento da taxa de juro, no câmbio, o escambau, menos que foi o governo que errou lá atrás

Postado por Toinho de Passira
Texto de Miriam Leitão
Fonte: Blog de Miriam Leitão

O IBGE confirmou ontem, sexta-feira, a frieza da economia com a divulgação de alta de apenas 0,2% no PIB do primeiro trimestre. O ano até aqui está sendo fraco, com muitas incertezas tirando o ânimo do empresário para investir e do consumidor para consumir. Mesmo sendo ano de Copa do Mundo no Brasil, ainda não deu para sentir o efeito positivo na atividade econômica.

Não é só nos números macroeconômicos que se percebe a perda de fôlego do país. Quando se olha no micro, numa conversa com uma empresa, por exemplo, se tem noção mais clara desse divórcio entre o potencial de crescimento e a conjuntura. Um exemplo: apenas 2% dos lares brasileiros possuem lava-louças, somente a metade tem lava-roupas e 60% ainda estão equipadas com geladeiras convencionais, que precisam descongelar. O espaço para vendas é enorme, principalmente no Nordeste e Centro-Oeste. Mesmo assim, a Whirlpool, dona das marcas Brastemp e Consul, e a Electrolux anunciaram férias coletivas esta semana.

Em conversa com a coluna, a Whirlpool afirmou que mantém a projeção de investir R$ 500 milhões este ano e lançar 180 novos produtos, 10% a mais que em 2013. Mas enfrenta o baixo crescimento do PIB, o aumento menor do poder de compra, a inflação alta e o encarecimento do crédito. No primeiro trimestre, a empresa teve queda de 5% nas vendas de eletrodomésticos, sobre o mesmo período de 2013. A chegada da Copa do Mundo e os feriados do mês de junho ajudaram a tomar a decisão de interromper parte da produção.

- A parada na fábrica de Manaus sempre acontece nesta época do ano, mas a de Rio Claro, no interior de São Paulo, não. Ela fabrica geladeiras e fogões e houve uma redução de demanda de 15% este ano, maior do que havíamos projetado. Além da desaceleração econômica, há o efeito Copa do Mundo, que favorece a compra de outros eletrodomésticos e provoca feriados - explicou o presidente da empresa, Enrico Zito.

As previsões de vendas da companhia para o ano variam de queda de 3% a alta 3%. É a incerteza da economia, e está difícil pensar 2015 também. Há muita dúvida sobre o custo da energia. Zito estima que o aumento mínimo deve ser de 20%. A boa notícia é que a empresa ouve meteorologistas que asseguram que o próximo verão será chuvoso.

- Energia elétrica é uma incógnita para o futuro. Isso se soma a vários outros tipos de custos em alta para a indústria, como salários, serviços dos mais variados tipos, combustíveis, fretes, e ainda há a pressão residual do câmbio, que se desvalorizou muito nos últimos dois anos. O repasse é feito de forma gradual. Não há aumento de produtividade que compense isso tudo - disse.

O quadro é o mesmo em outras empresas. Os empresários veem um enorme potencial de crescimento, mas acham que o curto prazo está difícil. Não é por acaso que dois dos principais índices que medem a confiança estão em baixa. O Índice de Confiança da Indústria (ICI), medido pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) em pesquisa com mais de 2.500 empresas, caiu para 48 pontos em maio, o nível mais baixo dos últimos cinco anos. Índice semelhante, apurado pela FGV, caiu a 91,2 pontos, o menor número desde junho de 2009.

O crescimento do PIB foi pequeno no primeiro trimestre. Mas pior do que o 0,2% de alta é a taxa de poupança baixa demais: 12,7% do PIB é muito pouco e não sustenta o necessário aumento da taxa de investimento. Nos dados micro, em visitas às empresas, se vê o que informam os índices dos institutos. Há baixa expectativa em que o país possa, a curto prazo, retomar um crescimento vigoroso do PIB.
*Acrescentamos subtítulo, foto e legenda à publicação original