28 de jan. de 2014

Nasceu Miguel de Andrade Lima Campos, o quinto filho do Governador Eduardo Campos

BRASIL - Social - Político
Nasceu Miguel de Andrade Lima Campos,
o quinto filho do Governador Eduardo Campos
A mãe dos cinco filhos é Renata, casada com Eduardo desde 1991. Bebê nasceu de parto normal na maternidade do Hospital Santa Joana no Recife

Foto: Reprodução Facebook

Eduardo Campos, governador de Pernambuco e Miguelzinho, o mais novo político pernambucano

Postado por Toinho de Passira
Fontes: Blog do Jamildo, G1, Facebook - Eduardo Campos

A primeira-dama de Pernambuco, Renata Campos, 46 anos, deu à luz nesta terça-feira (28) ao quinto filho do governador Eduardo Campos (PSB), 48, que é pré-candidato à Presidência da República. O menino se chamará Miguel de Andrade Lima Campos, em homenagem ao avô de Campos, o ex-governador pernambucano Miguel Arraes de Alencar, falecido em 2005.

A criança nasceu com 3,450 quilos e 51,5 centímetros. Mãe e filho passam bem.

No Facebook, o governador publicou uma foto e um texto sobre a chegada do quinto filho. “É um menino forte e saudável, nasceu cercado por carinho, felicidade e muito amor. Tem o nome do bisavô e de São Miguel Arcanjo. Seu significado em hebraico (“Quem será como Deus?”), lembra da nossa humildade diante do Senhor”, diz a mensagem.

A primeira-dama sentiu as contrações no início da manhã desta terça-feira (28) e se dirigiu à Maternidade Santa Joana, no bairro das Graças. A princípio, o bebê era esperado para o início de fevereiro.

Além de Miguel, o casal possui outros quatro filhos: Maria Eduarda, João, Pedro e José. A gravidez foi anunciada em junho do ano passado.

Na época comentou-se que Eduardo Campos não se descuidava de nenhuma frente de trabalho: mesmo conspirando para sair candidato e adversário de Dilma, não relaxou em casa e produziu um rebento.

Resta agora saber se Miguelzinho vai participar da campanha do pai, neste ano, e se vai passar os primeiros anos de vida, no Palácio da Alvorada em Brasília.(?)

Primeiro, o PT, depois o resto

BRASIL - Eleição 2014
Primeiro, o PT, depois o resto...
Com uma mãozinha de Lula, a presidente Dilma Rousseff inicia a reforma ministerial priorizando os interesses do PT — e, claro, de seu projeto reeleitoral. Recomeçou o reloteamento do governo, sem preocupação no currículo, ou na folha corrida dos aliados. O que Aloizio Mercadante tem com isso?

Foto: Arquivo

Dilma, Lula e Mercadante durante a campanha de 2010

Postado por Toinho de Passira
Texto de Daniel Pereira
Fonte: Veja

A presidente Dilma Rousseff deu a largada para a reforma ministerial — e começou arrumando a casa por dentro, de olho na eleição. O primeiro contemplado, não poderia ser diferente, foi o PT. Os partidos aliados, que estão se engalfinhando para ampliar sua presença no governo, virão numa segunda leva. A etapa inicial da reforma foi definida por Dilma numa reunião com Lula. na semana passada, no Palácio da Alvorada. Os dois decidiram que o ministro da Educação, Aloizio Mercadante, será o novo chefe da Casa Civil, em substituição a outra petista, Gleisi Hoffmann, que deixará o Planalto para disputar o governo do Paraná. Ex-líder do PT no Senado, Mercadante não conta com a simpatia do grupo que controla a máquina partidária, é tachado de arrogante por governistas e oposicionistas e considerado um trator na convivência pessoal e na discussão de projetos.

Diante de tantas afinidades com a chefe, já é chamado de "O Dilmo da Dilma". Mas, ao contrário da presidente, não desperta admiração em Lula. Essa é uma das explicações para o fato de ele, economista de formação, nunca ter sido nomeado ministro da Fazenda pelo ex-presidente. Com tantos fatores jogando contra, seria natural que Mercadante não alcançasse postos de destaque na hierarquia da República. Mas ele conseguiu driblar as adversidades porque, nas palavras de assessores presidenciais, é estudioso, trabalhador e entrega resultados num governo que tem pouco a mostrar ao eleitorado. Além disso, sua presença no segundo gabinete mais importante do Planalto será crucial na batalha de Dilma por mais quatro anos no poder.

No governo Dilma, Mercadante foi ministro de Ciência e Tecnologia, de onde tocou o programa Ciência sem Fronteiras, que oferece bolsas para brasileiros em universidades no exterior, e se tornou um dos xodós da presidente. Depois, ele assumiu a Educação, onde desatou nós do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), até então motivo recorrente de dor de cabeça para o governo, e acelerou um programa de capacitação técnica de estudantes, o Pronatec.

Também participou da criação do Mais Médicos. Ou seja: ele conhece bem três das principais bandeiras que serão empunhadas por Dilma na corrida eleitoral e, devido a seu estilo pessoal, tem condições de cobrar resultados dos ministros bem no padrão Dilma de tolerância. A experiência política também pesou na escolha. Mercadante se destacou na CPI que investigou o então presidente Fernando Collor de Mello. Em 1994, foi candidato a vice na chapa encabeçada por Lula. Recentemente, mesmo à frente da Educação, passou a comandar negociações com partidos aliados, seja para votações no Congresso, seja para a reforma ministerial.

Com Mercadante no palácio, Dilma terá ao seu lado, durante a campanha, um profissional da política, conhecedor das agruras dos tempos de oposição e das infindáveis benesses do poder. Uma mudança e tanto, sobretudo num governo que conta com neófitos em política em pastas estratégicas. O novo ministro continuará a conversar com os aliados, esvaziando as atribuições de Ideli Salvatti, a atual ministra de Relações Institucionais. A Casa Civil tende a recuperar o status de superministério, como nos tempos de José Dirceu e Antonio Palocci. E Mercadante tende a reviver o sonho de concorrer à Presidência no futuro. Em 2006, ele disputou o governo de São Paulo. Essa empreitada era um degrau importante de seu projeto de chegar ao Planalto. O ministro não só perdeu aquela eleição, como protagonizou o chamado escândalo dos aloprados — petistas a serviço de sua campanha foram presos com 1,7 milhão de reais, dinheiro de origem desconhecida que seria usado para comprar um dossiê fajuto contra adversários.

Mercadante sempre negou o envolvimento na trapaça mal sucedida, e as suspeitas que pesavam contra ele não foram capazes de interromper sua trajetória política. O governo do PT, como se sabe, não vê problemas em nomear políticos condenados e presos ou se aliar a eles. Até por isso, o rigor com meros suspeitos de irregularidades beira zero. Na semana passada, Dilma também convidou o secretário de Saúde de São Bernardo do Campo (SP), Arthur Chioro, para assumir o Ministério da Saúde no lugar de Alexandre Padilha. candidato do PT ao governo de São Paulo.

Chioro é investigado pelo Ministério Público. Enquanto era secretário, ele também era sócio de uma consultoria na área de saúde que tinha como clientes prefeituras comandadas pelo PT. Para não perder a pasta, Chioro passou para a mulher suas cotas na empresa. Para o Ministério da Educação, Dilma optou por outro nome de segundo escalão, o atual secretário executivo da pasta, José Henrique Paim. Assim, ela nomeará dois ministros que poderão ser facilmente trocados caso conquiste um novo mandato nas eleições deste ano. O plano é claro: as duas pastas estratégicas (e de orçamentos bilionários) continuam seguras nas mãos do PT.

Enquanto isso, os aliados esperam. A distribuição de postos importantes da máquina servirá de moeda de troca para garantir o apoio de legendas que estrelaram, nos últimos anos, cenas explícitas de fisiologismo e corrupção, como PR, PP e PTB, de cujos quadros saíram condenados no processo do mensalão. Mais uma vez, a reforma ministerial não será usada para melhorar o desempenho dos serviços prestados pelo governo, mas para consolidar a maior coligação eleitoral desde a redemocratização e facilitar a reeleição de Dilma. A presidente só não contemplou ainda os aliados porque queria ajustar primeiro os ponteiros dentro do PT. A engrenagem petista está azeitada. Agora, falta aplacar o apetite dos governistas, comprando no varejo partidário as peças necessárias para dar fôlego à campanha, inclusive as de má reputação — uma tarefa que também contará com a ajuda do escolado Lula.

Na reunião da semana passada, durante cinco horas Dilma e o ex-presidente trataram da montagem dos palanques estaduais e de como atuarão para conquistar o eleitorado. Lula assumirá as negociações com os partidos aliados nos estados, uma exigência dos parceiros do PT, principalmente do PMDB, que alegam que o presidente petista, Rui Falcão, não tem poder suficiente para fechar e honrar acordos. Além disso, os aliados querem que Lula peça voto para todos os integrantes da coligação. Em vários estados, o embate entre PT e PMDB está desenhado. Os peemedebistas querem que os petistas desistam de alguns páreos. Se isso não ocorrer, exigem que Lula e Dilma subam nos dois palanques. Ficou combinado que o ex-presidente viajará pelo Brasil para tentar resolver essas pendências. Nesse giro, também colocará a campanha na rua. Como Dilma ainda não pode pedir votos, Lula se encontrará com empresários, sindicalistas e beneficiários de programas sociais para defender a reeleição da petista. Para driblar a legislação eleitoral, o criador subirá no palanque antes da criatura.
*Alteramos o título e o subtitulo, acrescentamos foto e legenda à publicação original

27 de jan. de 2014

A desmobilização de Suape”: serão demitidos 42 mil trabalhadores que constroem refinaria Abreu e Lima

BRASIL - Emprego
A desmobilização de Suape”: serão demitidos 42 mil trabalhadores que constroem refinaria Abreu e Lima
Dentro dos próximos dois anos, a Petrobras terá que dispensar cerca de 42 mil trabalhadores que estão ligados à construção da Refinaria Abreu e Lima, no Complexo Portuário de Suape. Uma das maiores desmobilizações trabalhista da história do Brasil

Foto: Guga Matos/JC Imagem

Reunião dos trabalhadores, da construção de Suape, durante a greve do ano passado

Postado por Toinho de Passira
Fontes: PSB, Blog do Jamildo, Ministério Público do Trabalho, JC Online

Beneficiado por grandes obras federais e privadas que conseguiram elevar o nosso PIB e fazer com que o estado crescesse mais do que o Brasil nos últimos dez anos, Pernambuco começa agora a experimentar o outro lado da moeda. O pleno emprego, que chegou a atrair para os arredores do porto e municípios vizinhos milhares de trabalhadores e render muitos discursos políticos, chegou ao fim.

Levantamentos do próprio Governo do Estado apontam que, até 2016, 67 mil pessoas serão dispensadas pelos consórcios que no momento constroem obras como a Refinaria Abreu e Lima e o Estaleiro Atlântico Sul.

Em meio a um ano eleitoral e primeiro ano de novo governante, esse será um problema social que envolve além dos trabalhadores, os principais atingidos, 58% oriundas do próprio estado, como também a vida e a renda a vida dos municípios circundantes.

Para discutir e enfrentar a situação o Ministério Público do Trabalho (MPT) criou o fórum Remos – Relocação de Mão-de-Obra de Suape e questões afins – para se reunir regularmente com a presença do estado, de empresas privadas e dos sindicatos dos trabalhadores, objetivando discutir e encaminhar os problemas que forem surgindo.

Segundo a deputada Terezinha Nunes, o fórum entendeu que as dificuldades são maiores do que se poderia imaginar. O Consórcio ETDI, formado por empresas grandes como Egesa e TKK e contratado pela Petrobrás para construir parte da refinaria, demitiu 1.600 trabalhadores sem garantir direitos líquidos e certos como o pagamento do 13.o salário e demais obrigações rescisórias, em dezembro passado.

Procurada, a Petrobrás se limitou a dizer que tudo que devia ao Consórcio foi pago, o que demonstra o descaso ou até mesmo a irresponsabilidade com que o tema vem sendo tratado. Como pode uma estatal do porte da Petrobrás permitir tal descaso?

Em 2013 Suape já foi palco de uma paralisação de trabalhadores que não estavam recebendo seus salários em dia, o que provocou enormes contratempos e a suspensão das obras por 24 horas até que se chegasse a um acordo.

Até abril de 2015 em média 1 mil trabalhadores deixarão a cada mês os canteiros de obras. E em maio, quando se espera que a refinaria seja finalmente concluída, 37 mil trabalhadores vão ser demitidos de uma só vez.

Sindicatos de trabalhadores temem pelo pior. Se o Consórcio ETDI deu o mau exemplo já agora no início da desmobilização, que garantia se tem sobre o futuro? – comentou a deputada Terezinha Nunes, do PSDB, quando ainda estava na oposição ao governo Eduardo Campos.

A desmobilização de Suape, segundo o Ministério Público do Trabalho, só perde em dimensão para o que aconteceu após com o fim da construção de Brasília.

Duas agendas, Dilma e Joaquim. Ou a velha prática e a esperança do novo

BRASIL - Opinião
Duas agendas, Dilma e Joaquim.
Ou a velha prática e a esperança do novo
O correspondente de Veja, em Paris compara o comportamento da fausta comitiva presidencial de Dilma e o solitária, pouco glamourosa e profícua passagem de Joaquim Barbosa, pela Europa. Destaca que a negativa de Lewandowski em decretar a prisão de João Paulo Cunha, só contribui sobremaneira para percepção no Brasil baseada na mais forte das evidências, os fatos, de que sem Joaquim Barbosa peixe graúdo não vai para cadeia.

Fotos: Keyston/AP

Dilma em Davos, Barbosa em Paris

Postado por Toinho de Passira
Texto de Antonio Ribeiro de Paris, para a Veja
Fonte: Blog do Antonio Ribeiro

De Davos rumo a Havana, a presidente da República Dilma Rousseff e sua comitiva de enrubescer o Rei Sol Luiz XIV fizeram uma “escala técnica” em Lisboa, segundo a Aeronáutica. Enquanto o Airbus presidencial tomava querosene, o séquito presidencial não teve outra alternativa senão esperar em 30 suítes no Ritz Four Seasons e Tivoli, duas a maiores constelações hoteleiras da capital portuguesa. A despesa com diárias foi mais de 71 mil surreais. No entanto, os hospedes tiveram o privilégio de sair pelas porta dos fundos para evitar olhares indiscretos. O contribuinte brasileiro pode se tranquilizar. Cada centavo subtraído dos seus rendimentos, via impostos, teve contrapartida consequente na escala lusitana.

Na bucólica terra da ¡Pátria o Muerte Venceremos! — os menos românticos chamam de Fazendinha dos Irmãos Castro — Dilma vai se inscrever de forma permanente na história da ilha. A presidente inaugura parte de um porto no balneário de Mariel, 40 quilômetros a oeste de Havana, na Província de Artemisa. Lá a obra saiu do papel, 71% da empreitada recebeu financiamento do BNDES — 682 milhões de dólares. A última grande exportação de Mariel aconteceu em 1980. Mais 125 mil refugiados cubanos debandaram para os Estados Unidos. Espera-se que o pós-Dilma insular, a infraestrutura possa contribuir para melhorar o ordenamento. Contudo será necessário cumprir antes uma pequena formalidade, produzir algo mais que gente descontente, charuto, açúcar e desafeto, os principais produtos de exportação.

Por sua vez, o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa, deixou Paris em direção a Londres, cruzando Canal da Mancha em avião de carreira. Na capital britânica, dará seqüência as suas palestras acadêmicas no Safra Lecture Theatre, do King’s College. Barbosa falará sobre as mudanças aconteceram no STF das últimas décadas, evidenciando os julgamentos mais emblemáticos. O presidente do Supremo será também sabatinado pelo jornalista Stephen Sackur no mais importante programa de entrevista da BBC, o HARDtalk. Antes dele, apenas dois brasileiros foram entrevistados no programa, os ex-presidentes Fernando Henrique Cardoso e Luiz Inácio Lula da Silva.

Entretanto, espera-se que Joaquim Barbosa não contraia nenhuma epidemia viral grave do inverno europeu e, em consequência, os médicos do Velho Continente venham aconselha-lo semanas de repouso. Isso porque no raciocínio obtuso do ministro Ricardo Lewandowski, o presidente interino do STF, só Barbosa poderá dar sequência a algo que Barbosa já decidiu antes de viajar, a prisão do ex-presidente da Câmara, o deputado João Paulo Cunha (PT-SP), condenado por envolvimento no mensalão. Teria-se, portanto que aguardar as melhorar da saúde do relator para a Justiça seguir seu curso. Desta forma, Lewandowski contribui sobremaneira para percepção no Brasil baseada na mais forte das evidências, os fatos, de que sem Joaquim Barbosa peixe graúdo não vai para cadeia.

Neste ponto, o leitor pode supor que o Blog de Paris decidiu tratar de agendas de dois candidatos sonhados por muitos brasileiros como protagonistas do embate ideal no segundo turno da próxima eleição presidencial. Em conversa com o Blog de Paris, o presidente do STF descartou qualquer possibilidade de vir a se candidatar-se. Até porque não se identifica com nenhum partido político no Brasil, enlameados por casos de corrupção e de pouco compromisso com a ética. Ademais, Barbosa tem apenas 59 anos. Há tempo mesmo para experimentar antes a passagem por um Ministério da Justiça ou Relações Exteriores, alguma experiência administrativa.

No entanto, Barbosa vem acompanhando com interesse novas iniciativas que eventualmente possam se aproximar em tempos modernos do conceito descrito pelo filósofo político inglês Edmund Burke, “um grupo unido para promover através do esforço comum o interesse nacional, baseado em princípios que todos compartilham”. Os partidos atuais, tais como os sindicados, defendem mais o interesse pessoal de seus membros do que um programa ou ideário. Neste sentido, no Brasil, o movimento que desperta mais curiosidade no presidente do STF e isso não significa nenhuma propensão de engajamento é a rede Marina Silva.

23 de jan. de 2014

Estranha economia que ainda permite semi-escravidão e trabalho infantil degradante, e Miriam Leitão, para O Globo

BRASIL - Economia- Opinião
Estranha economia que ainda permite semi-escravidão e trabalho infantil degradante
A colunista Miriam Leitão, comenta sobre a a reportagem de Ronaldo D’Ercole, para O Globo, que relatou flagrante de trabalhadores sem água potável, banheiro, nem local para se alimentar, em carvoarias no interior de São Paulo. Não tinham proteção para as mãos, olhos e pulmões contra a fuligem dos fornos. Havia também menores de idade.

Foto: Michel Filho/Agência O Globo

Além de empregar menores de idade, empresas não cumprem normas de segurança, como luvas e máscaras

Postado por Toinho de Passira
Texto de Miriam Leitão
Fontes: Blog de Miriam Leitão, O Globo

No estado mais rico do país, no interior mais próspero, nas proximidades de uma refinaria da petróleo e em empresas que produzem para grandes redes de supermercado, foi flagrado trabalho degradante em carvoarias. A cena se parece com todas: trabalhadores em situação de risco, indícios de desmatamento de mata nativa e empresas inseridas na cadeia de suprimento do país.

É assim mesmo que funciona na Amazônia, em locais de difícil acesso para a fiscalização das autoridades. O país se escandaliza e pensa que é só lá, em terra ainda sem lei. O que fazer com nossas convicções quando acontece tão perto dos olhos de todos nós? Perto de uma cidade como Bragança Paulista?

“O carvão produzido na região é comprado por grandes redes de supermercados", informou o GLOBO de ontem na primeira página. O repórter Ronaldo D’Ercole, que acompanhou a ação da Polícia Rodoviária Federal, Ministério do Trabalho e Ministério Público, relatou que os trabalhadores não tinham água potável, banheiro, nem local para se alimentar. Não tinham proteção para as mãos, olhos e pulmões contra a fuligem dos fornos. Havia também menores de idade.

São pequenas carvoarias, dirá o setor. Não compramos delas, dirão os supermercados. Mas legal e ilegal estão misturados. Os pequenos fornecem para os maiores, que fornecem para os supermercados nos quais todos compramos. E assim, em um alegre churrasco de domingo, os consumidores podem acabar convalidando crimes trabalhistas e ambientais, sem saber.

Por isso é que autoridades ou organizações que combatem o trabalho análogo à escravidão sempre investigam a cadeia produtiva. É lá que está o nó. Uma parte da empresa é legal, outra não. Há casos em que a empresa assina a carteira, mas não fornece os indispensáveis equipamentos de proteção ou garante condições de trabalho digno. É preciso dizer a um empregador que é sua obrigação proteger mãos, pulmões, olhos do trabalhador dos elementos nocivos à saúde? É necessário avisar que quem trabalha precisa de local limpo para se alimentar? Tem que haver norma mandando fornecer água potável? O Ministério do Trabalho cria regras proibindo o que deveria estar proscrito em todo o território nacional. E o faz porque o óbvio não é respeitado por empresas.

O chefe da Fiscalização para a Erradicação do Trabalho Escravo, Alexandre Lyra, disse, segundo Clarice Spitz, que há o entendimento errado de que só se configura trabalho escravo quando há homens armados impedindo a saída do trabalhador. Disse que, em 20 anos, nunca viu. Outros já viram, mas há formas variadas de manter a pessoa em situação desumana. Na área rural, a estratégia ainda é a do armazém. Produtos vendidos a preços exorbitantes em áreas remotas, ou dívida falsa da compra de ferramentas que o empregador tem que fornecer.

A condenação da sociedade, a atuação de ONGs, as campanhas da OIT, Ministério Público, do Ministério do Trabalho, a lista suja, a pressão sobre grandes empresas têm surtido efeito. O crime de trabalho análogo à escravidão tem diminuído pelo combate sistemático. Desde 1995, foram encontrados nessa condição 46 mil trabalhadores. Em 2013, foram 1.619, o maior número em cinco anos, o que parece indicar aumento do problema. É, na verdade, um aperto maior na fiscalização, que hoje não se limita mais ao setor rural, mas também ao urbano, onde empresas têxteis, que fornecem para grifes famosas, têm sido flagradas.

Só a erradicação é aceitável e esse é o sentido da PEC do Trabalho Escravo que pune com expropriação a empresa que praticar o crime. A bancada ruralista trabalha para desidratar a regulamentação da PEC 57, de 1999. Argumenta que é preciso definir melhor o que é trabalho escravo. “Jornada exaustiva" não poderia estar dentro do conceito, dizem. Donde se conclui que, para eles, explorar as forças do trabalhador além do limite é aceitável. Estranha economia.
*Alteramos o título, acrescentamos subtítulo, foto e legenda à publicação original

22 de jan. de 2014

ROLEZISTA: "Eu não quero ir no seu shopping"

BRASIL - Opinião
ROLEZISTA: "Eu não quero ir no seu shopping"
"Rolezinho é para ver os parça (parceiros), curtir, comer lanche e beijar na boca", define Vinicius Andrade, 17 anos, morador do Capão Redondo, na Zona Sul de São Paulo.

Charge: João Montanaro/Folha de São Paulo

Postado por Toinho de Passira
Fonte: Veja

A ideia de que os rolezinhos são "protestos" e de que seus integrantes querem invadir os "shoppings dos ricos" é de quem não conhece a periferia. Os rolezeiros querem é se divertir, namorar e comprar roupas de marca. Tudo bem longe da "playboyzada."

Evandro Farias de Almeida é a Lala Rudge da periferia Assim como a blogueira de moda cujo nome faz estremecer certo público — no caso dela, qualquer adolescente de classe média iniciada no tema —, Evandro é autoridade no assunto. Qual? Bem, nenhum.

Ele não canta, não dança, não aparece na televisão e é um ilustre desconhecido para a maioria dos brasileiros. Mesmo assim, Evandro não dá dez passos no Shopping Metrô Itaquera nem no Tatuapé, na Zona Leste de São Paulo, sem ser abordado por dezenas de meninos e meninas. São seus ardorosos fãs. A notoriedade de blogueiras famosas como Lala vem de posts em que elas mostram como se vestem, se maquiam e o que acabaram de comprar. Já a de Evandro e de outros ídolos da internet na Zona Leste vem dos vídeos que eles postam na rede — piadinhas ingênuas e bizarrices como aspirar uma camisinha pelo nariz e retirá-la pela boca, raspar uma das sobrancelhas e tirar fotos fingindo-se de morto, com algodão no nariz. Façanhas como essas lhe renderam 13 000 seguidores no Facebook, além de regalias como ter o crédito de seus celulares pré-pagos permanentemente recarregado por cortesia das admiradoras. Foi para conhecê-las pessoalmente — e dar a elas a oportunidade de pedir autógrafos e tirar fotos com ele — que Evandro e seus colegas de fama passaram a marcar em shoppings da região as reuniões que, até o ano passado, chegavam a juntar milhares de adolescentes. Foram esses "encontros de fãs" que deram origem aos hoje mal compreendidos, distorcidos e manipulados rolezinhos.

Eles continuam significando encontros-em-shoppings-marcados-pela internet, aos quais continuam comparecendo centenas e até milhares de adolescentes — a diferença é que esses adolescentes agora deram para correr em bandos pelos corredores, berrando refrões de funk ostentação, assustando lojistas, frequentadores e, ocasionalmente, cometendo furtos. De tudo o que se falou na semana passada sobre os rolezinhos, o maior equívoco diz respeito à crença de que eles foram inventados por pobres jovens revoltados por sua exclusão da sociedade de consumo. Para começar, famosinhos e fãs de famosinhos — os participantes originais dos rolezinhos — são, para usar o termo tão em voga, a elite da periferia. O único problema que têm em relação ao consumo é não o praticarem tanto quanto gostariam. Conectados e obcecados por marcas e acessórios de grife, têm o hábito de gastar com eles boa parte do salário (o próprio ou o dos pais).

Evandro, por exemplo, gosta de comprar camisetas Abercrombie & Fitch e John John. O boné laranja que usava na última quinta-feira é o preferido entre os sete que possui — das marcas Puma. Mizuno e Nike. Ele compra as peças em outlets, que vendem coleções passadas e têm preços mais em conta. Mas poderia adquiri-las também em shoppings luxuosos como o JK Iguatemi e o Cidade Jardim. Evandro, no entanto, nunca pôs os pés nesses lugares — nem pretende fazê-lo. Essa afirmação coincide com a de praticamente todos os adolescentes da periferia paulistana entrevistados por VEJA na semana passada. E contraria o que foi amplamente disseminado por neoespecialistas em rolezinho: os adolescentes da periferia, conscientizados do fosso de impossibilidades que os separa dos seus equivalentes mais ricos, estariam prontos a promover invasões nos shoppings chiques — manifestações simbólicas contra os templos de consumo dos quais estariam apartados. Sobre essa possibilidade, diz Evandro: "Por que eu iria ficar duas horas dentro de um ônibus para fazer compras num lugar em que tudo é mais caro e ninguém me conhece?".

Em junho do ano passado, o até então obscuro Movimento Passe Livre conseguiu levar às ruas uma multidão de indignados que, em manifestações multitemáticas e apartidárias, se espalharam por todo o país. O que aconteceu em seguida todos se lembram. O PT, por meio de seu presidente, Rui Falcão, tentou surrupiar para si o movimento, no que foi prontamente rechaçado pelos manifestantes. Em seguida, com intuito semelhante e abrindo alas para os famigerados e violentos black blocs, vieram os sem-teto, os sem-terra, os sem-causa. A partir daí, fim da história, os bem-intencionados acharam que era hora de voltar para casa.

O rolezinho segue caminho parecido. Na quinta-feira, sem nenhum pudor pelo oportunismo explícito, o Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto convocou o que chamou de "rolezão" diante de um shopping de São Paulo. O estabelecimento cerrou as portas antes que as coisas piorassem. Na quarta, foi a vez de a até agora silenciosa e irrelevante ministra da Igualdade Racial, Luiza Bairros (PT), tentar tirar sua casquinha. "As manifestações são pacíficas. Os problemas são derivados da reação de pessoas brancas que frequentam esses lugares e se assustam com a presença dos jovens". A ministra — certamente não por falta de tirocínio — desprezou em sua frase duas obviedades; que não é obrigatório ser branco para assustar-se diante da visão de centenas de jovens correndo e gritando pelos corredores de um shopping e que os shoppings que foram alvo dos rolezinhos não são frequentados apenas por brancos — subentenda-se na fala da ministra, ricos —, mas pelos próprios adolescentes da periferia, suas famílias e seus vizinhos.

No shopping de Itaquera, onde o fenômeno primeiro chamou atenção, apenas 8% dos frequentadores têm renda mensal acima de 2780 reais — 33% são das classes C e D, nas quais o ganho não ultrapassa 1120 reais por mês. Até agora, todos os rolezinhos que ocorreram em São Paulo tiveram como palco shoppings da periferia; os de Itaquera, Guarulhos, Interlagos e Campo Limpo. Fora desse eixo, o que houve foram tentativas malsucedidas de emular o fenômeno, organizadas pelos suspeitos de sempre — representantes de movimentos sociais em baixa e apropriadores profissionais de causas alheias. A convocação para um rolezinho no Shopping JK, por exemplo, não partiu de nenhum adolescente da periferia, mas de um professor de piano, morador de um bairro paulistano de classe média e apoiador do ex-ministro e hoje presidiário José Dirceu ("Condenada foi a democracia brasileira", postou ele no FB ao lado de uma foto do petista com o punho erguido). Da mesma forma, o chamado para uma invasão do Shopping Iguatemi de Brasília, marcada para o próximo dia 25, não teve o dedo de famosinhos da Zona Leste nem de seus fãs: está sendo organizado por um estudante da UnB que participou da invasão do Congresso em junho passado.

"Rolezinho é para ver os parça (parceiros), curtir, comer lanche e beijar na boca", define Vinicius Andrade, 17 anos, morador do Capão Redondo, na Zona Sul de São Paulo. Filho de uma assistente de cozinha, ele trabalha como assistente de dentista, diz que chega a ganhar até 1000 reais por mês e usa mais da metade do salário para comprar as roupas de grife que ostenta, como a camiseta Tommy Hilfiger e o par de óculos Oakley — tudo legítimo, já que a regra de ouro da ostentação na periferia é que nada pode ser falsificado ("A gente vê de longe quando uma camiseta da Hollister é colada e não costurada", diz a rolezeira Barbara Machado, 17 anos). Na condição de famoso da internet (tem 83 000 seguidores), Vinicius já convocou dois bem-sucedidos rolês, ambos no Shopping Campo Limpo — o terceiro, marcado para acontecer no dia 21 de dezembro, foi abortado pela Polícia Militar. Além dos rolezinhos e dos passeios no shopping, ele e seus amigos são frequentadores dos "fluxos", como são chamados os bailes funk organizados no meio da rua em torno de carrões com som potente e ambulantes que vendem bebidas. Uísque e rum são o combustível para a dança, assim como maconha e lança-perfume, consumidos por uma parcela menor do público. Uma lei municipal, sancionada em 2013, proibiu carros estacionados em ruas públicas de emitir som alto, especialmente à noite — e a Polícia Militar passou a agir com bombas de efeito moral e balas de borracha para dispersar a multidão. Na opinião de alguns jovens, isso ajudou a aumentar a popularidade dos rolezinhos.

Olhados como são, os adolescentes dos rolezinhos decepcionam os que tentam ajustá-los aos seus moldes ideológicos. Suas bandeiras são os bonés de marca, seu interesse é se divertir e, se querem manifestar alguma coisa com as badernas nos shoppings, é apenas o pior do comportamento adolescente: irritante, egoísta, inconsequente e que inclui, obrigatoriamente, o desafio a algum tipo de autoridade. "Rolezinho é para ver os parça (parceiros), curtir, comer lanche e beijar na boca", define Vinicius Andrade, 17 anos, morador do Capão Redondo, na Zona Sul de São Paulo. Os black blocs já estão espalhando nas redes que vão aderir aos rolezinhos. Movimentos sociais, como os capitaneados pela ministra Luiza Bairros, também não parecem querer largar o osso. Assim, diante da aterrissagem de oportunistas na cena e dos previsíveis excessos da polícia na hora de reprimir todo mundo, o resultado pode ser o que nem os rolezinhos até agora conseguiram produzir: tirar da classe média o espaço que ela enxerga como um oásis de tranquilidade e segurança e acabar com a diversão dos pobres de verdade, que nem bem chegaram à festa e já terão de levar a família para tomar sorvete em outro lugar.

21 de jan. de 2014

Marta Suplicy, ao ser condenada, mais uma vez, por improbidade administrativa, ameaça trono de Maluf

BRASIL - Corrupção
Marta Suplicy, ao ser condenada, mais uma vez, por improbidade administrativa, ameaça trono de Maluf
Marta Suplicy, está cada vez mais, perto de alcançar, Paulo Maluf, até então considerado imbatível, como o político mais condenado do país. Na última decisão, o juiz disse que os documentos apresentados no processo, comprovam que houve “contratação ilícita” e favorecimento da entidade, contratada, ou seja, sem licitação Marta repassou quase 400 mil, para uma ONG, da qual ela é (era) sócia-fundadora. Marta, atualmente a frente do Ministério da Cultura, administra um orçamento que beirou os 400 milhões em 2013.

Foto: Marcos De Paula/AE

Procurada para comentar a condenação Marta não conseguiu esboçar qualquer emoção: havia acabado de injetar sua dose diária de toxina botulínica tipo A, também conhecida com botox

Postado por Toinho de Passira
Fontes: G1, Ministério da Cultura, Época, Estadão, Estadão

A ex-prefeita de São Paulo, senadora licenciada e atual ministra da Cultura, Marta Suplicy (PT-SP), foi condenada, no início do mês, por improbidade administrativa pela Justiça de São Paulo por atos à frente da Prefeitura de São Paulo, capital, no período de 2001 a 2005, por decisão do juiz Alexandre Jorge Carneiro da Cunha Filho, da 1ª Vara da Fazenda Pública da capital paulista.

Além da suspensão dos seus direitos políticos por três anos, Marta Suplicy foi condenada ainda a pagar multa no valor de cinco vezes o que ela recebia de remuneração no período em que foi prefeita.

Da decisão ainda cabe recurso, o advogado da petista, Pedro Estevam Serrano, disse que irá. De acordo com a denúncia do Ministério Público, Marta Suplicy contratou sem licitação, em 2002, a organização não-governamental GTPOS (Grupo de Trabalho e Pesquisa em Orientação Sexual) para desenvolver ações sobre planejamento familiar, métodos contraceptivos e sexualidade para os moradores das subprefeituras de Cidade Ademar e Cidade Tiradentes, ambas na Zona Leste de São Paulo.

VELHOS ALIADOS - Em 2004, Marta recebendo apoio de Maluf para reeleição de Prefeita de São Paulo
A secretária municipal da Educação na gestão de Marta Suplicy, Maria Aparecida Perez, também teve seus direitos políticos cassados por três anos e ainda terá de pagar multa equivalente a cinco vezes o salário dela na época.

A ONG, Grupo de Trabalho e Pesquisa em Orientação Sexual, também foi condenada a pagar multa no valor de 10% do contrato original firmado com a administração, de R$ 372.119,19 na época, o qual deve ser atualizado segundo os índices oficiais acrescido de juros moratórios contados da última citação realizada nos autos do processo. E foi proibida de contratar com o Poder Público ou receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócia majoritária, pelo prazo de três anos.

Em sua decisão, o juiz afirma que os documentos apresentados comprovam que a “contratação ilícita levou ao favorecimento da entidade, que, em sua origem, teve relações estreitas com a chefe do Executivo local”. Marta Suplicy foi sócia-fundadora da ONG. Da para desconfiar que parte desse dinheiro tenha sido desviado para o patrimônio da sócia fundadora famosa.

“Nestes termos, verifica-se que o gestor desviou-se de seu dever de imparcialidade, praticando conduta voluntária e consciente, favorável à entidade com que há pouco mantinha estreita relação funcional, não se resguardando quanto à licitude objetiva do processo de escolha do prestador de serviço, para o que era imprescindível, no mínimo, a consulta de preços dirigida a demais agentes aptos à atividade contratada”, completa a decisão judicial.

A condenação é mais um embaraço na biografia política de Marta Suplicy, que como, praticamente todos os integrantes do Partido dos Trabalhadores, quando empossados em cargos executivos, agem como se os cofres públicos fossem da mãe Joana.

Claro que essa condenação terá sua aplicação protelada e não afetará a vida politica da petista, que continuará Ministra do Governo Dilma, como se nada tivesse acontecido, tendo no ano passado, administrado á sua maneira, o orçamento de R$ 368 milhões, do Ministério da Cultura.

Se a primeira sentença levou quase oito aos para ser proferida, imaginem o quanto vai demorar para que os tribunais superiores se pronunciem a respeito.

A semelhança dos crimes durante a condução da gestão municipal e a tática de protelar a aplicação das condenações, faz Marta Suplicy, cada vez mais próxima de Paulo Maluf, como se fora uma versão de saias do corrupto mais famoso do Brasil. Já está na hora de se reconhecer o brilho próprio de Marta, que já está a ameaçar o trono de Maluf.

No próximo mês de março Marta Suplicy tentará esconder que completará 69 anos de idade, antes que complete 85 esse processo não terá uma sentença definitiva, e pode ser até arquivado, antes disso, devido à longevidade da ré, irrecorrivelmente condenada à velhice.

19 de jan. de 2014

Morreu Evandro Campelo, o eterno Caifás,
da Paixão de Cristo, de Nova Jerusalém

BRASIL - Pernambuco- Luto
Morreu Evandro Campelo, o eterno Caifás,
da Paixão de Cristo, de Nova Jerusalém
Durante 30 anos interpretou, com paixão e maestria, o sumo sacerdote judeu, que julgou e condenou Jesus Cristo, no espetáculo da Paixão de Cristo, em Nova Jerusalém, Pernambuco

Foto: Captura de video

Nascido em Itamaracá, na região Metropolitana do Recife, Evandro Campelo tinha 73 anos.

Postado por Toinho de Passira
Fontes: G1, Diario de Pernambuco, CBN, NE TV – 2ª Edição, Itaú Cultural

Morreu no Recife, na manhã deste sábado (18), o ator Evandro Campelo, que integrou por mais de 30 anos o elenco da Paixão de Cristo de Nova Jerusalém, encenada no Agreste pernambucano.

Durante sua vida participou intensamente do cenário teatral pernambucano, com destaque por sua participação no grupo Teatro Popular do Nordeste. Evandro participou de novelas e de filmes, incluindo o longa "Árido Movie", com Selton Mello.

Inesquecível e antológica sua participação na peça Aurora da Minha Vida, de Naum Alves de Souza, encenada em 1984, dirigida por José Pimentel, contracenando com um elenco primoroso: Marilena Breda, Stella Maris Saldanha, Fátima Aguiar, Ana Montarroyos, Alfredo Borba, Aramis Trindade, Carlos Lira e Pedro Henrique.

A enciclopédia do Itaú Cultural registra sua participação no teatro pernambucano desde 1962, quando atuou na peça Julgamento em Novo Sol, seguindo-se Estórias do Mato; A Afilhada de Nossa Senhora da Conceição (1963); A Incelença (1963); A Revolta dos Brinquedos (1966); O Cabo Fanfarrão (1966); O Inspetor (1966); Antígona (1967); O Santo Inquérito (1967); Um Inimigo do Povo (1967); Andorra (1968); O Melhor Juiz, o Rei (1968); Dom Quixote (1969); Farsa da Boa Preguiça (1969); Buuum (1970); Cabeleira Aí Vem (1970); Boca de Ouro (1983); Maria Minhoca (1989), além da histórica, por 30 ano, e ininterruptos, participação no personagem de Caifás, na Paixão de Cristo em Nova Jerusalém no Brejo da Madre de Deus – de 1974 a 2004.

Foto: Captura de video

O ator havia sofrido um Acidente Vascular Cerebral há seis anos, que o fez perder a fala. Há dois meses, ele teve um novo AVC, entrando em coma até falecer neste sábado

Representante do Sindicato dos Atores de Pernambuco, Paulo de Castro, lamentou a morte do amigo, com quem começou a trabalhar em 1965. "Ele era um ator de grande talento e era uma pessoa agregadora. Era uma pessoa muito querida pelos artistas", afirmou.

Quem conheceu Evandro na intimidade conviveu com um homem determinado e permanentemente bem humorado. Durante vários anos, fez parte da administração da Sociedade Teatral de Nova Jerusalém, além de ser o seu ator mais longevo.

Evandro Campelo tinha fortes laços profissionais e de amizade com Plínio Pacheco, fundador da cidade teatro, que o tinha como ponderado conselheiro. Eram amigos originários da construção do espetáculo e da cidade de pedra, teatro, onde se encena a Paixão de Cristo, desde seu nascedouro. Evandro tinha por Nova Jerusalém, uma dedicação feroz e uma paixão incomensurável.

Quando o espetáculo virou atração turística mundial, ele continuou, junto com Plínio, trabalhando como um mouro, na sustentação e permanente aperfeiçoamento técnico e cênico da encenação.

Depois dos espetáculos costumava ir com um grupo de seleto de amigos, relaxar com algumas doses de uísque, nos bares simples de Fazenda Nova, onde era permanentemente centro da atenção, pelo humor, e carinho pela generosidade.

Evandro tinha aquele rosto bíblico, de nordestino curtido pelo sol. A barba volumosa e desgrenhada, era um componente adicional importante para compor o difícil personagem.

Evandro em cena era Caifás, o astuto, manipulador e sagaz, sumo sacerdote judeu, que presidiu dois dos julgamentos de Jesus, ninguém tinha dúvidas.

Ainda ecoa pelos cenários de Nova Jerusalém, sua fala odiosa e gutural, na personagem de Caifás, para justificar a condenação de Jesus, causando arrepios na plateia:

"Convém que morra um só homem pelo povo e que não venha a perecer toda a nação".

Evandro, um bom homem, um bom amigo, é mais um que se vai, deixando, Pernambuco, Recife e o mundo, cada vez mais sem graça e sem referências.

Foto: Captura de video

Nunca mais vai haver um Caifás como ele.

14 de jan. de 2014

Por causa da amante, oposição francesa questiona: quem é a primeira-dama da França?

FRANÇA - Bizarre
Por causa da amante, oposição francesa questiona: quem é a primeira-dama da França?
O caso do romance de François Hollande, com a atriz Julie Gayet levantou muitas questões, que vão além da vida privada do presidente. Pode um país ter duas primeiras damas? Diplomaticamente a situação ficou nebulosa, pergunta-se: no encontro que terá com o Papa, neste mês e no próximo quando encontrará Obama, que fará as vezes de primeira dama da França? As duas vão poder coabitar o Palácio do Eliseu?

Foto: AFP/Le Monde

François Hollande e Valérie Trierweiler. Segundo amigos do casal, a primeira-dama, hospitalizada, confessou está disposta a dar ao marido outra chance após a sua escapadela de um ano com a atriz sete anos mais novo que ela

Postado por Toinho de Passira
Fontes: Daily Mail, Star France, Le Monde, Journal du Dimanche, BBC Brasil

A relação extraconjugal entre o presidente francês, François Hollande, e a atriz Julie Gayet está provocando questionamentos em relação ao status jurídico da primeira-dama, Valérie Trierweiler, que não é casada com o chefe de Estado. As implicações são institucionais, já que Trierweiler dispõe, como toda primeira-dama, de verbas públicas para compor um gabinete com assessores, entre outras despesas, e também do ponto de vista diplomático, já que ela acompanha Hollande em visitas oficiais internacionais, representando a França.

No dia 24 deste mês, o presidente francês terá um encontro com o papa Francisco, e a imprensa francesa já questiona se sua companheira participaria desta visita. Também não se sabe se Trierweiller irá com Hollande para os EUA em 11 de fevereiro, quando o francês terá um encontro com o colega americano, Barack Obama.

Políticos também solicitam que Hollande esclareça rapidamente a situação de Trierweiler. Isso poderá ocorrer na terça-feira, quando ele dará uma coletiva de imprensa já prevista há semanas para detalhar sua linha de ação política e econômica neste ano. O evento terá a presença de cerca de 600 jornalistas do mundo todo. Mas a entrevista corre o risco de ser ofuscada pelos rumores de relação extraconjugal.

Capa da revista Closer - Hollande de capacete: disfarce para encontrar a amante
HOLLANDE DE CAPACETE

A polêmica começou após a publicação, na sexta-feira, de uma reportagem da revista de celebridades Closer intitulada "O amor secreto do presidente", que revela a relação do político com a atriz francesa Julie Gayet, de 41 anos.

Esta é a primeira vez na história da França que a primeira-dama não é casada oficialmente com o chefe de Estado. Por este motivo, o suposto caso de infidelidade vem levantando questionamentos que não existiram com outros presidentes franceses que também tiveram relações extraconjugais, como Valéry Giscard d’Estaing, François Mitterrand e Jacques Chirac.

"Se as revelações da Closer se confirmarem, podemos nos interrogar sobre o status de Valérie Trierweiler. É normal que ela permaneça no palácio do Eliseu com as despesas pagas pelo contribuinte enquanto o presidente tem outras relações? Quem é hoje a primeira-dama da França?", se interroga em um comunicado o deputado Daniel Fasquelle, do UMP, da oposição.

A líder da extrema-direita, Marine Le Pen, afirmou nesta segunda-feira que há um problema jurídico em relação à primeira-dama. "A companheira do chefe de Estado não tem nenhum status. Por isso, os recursos utilizados em comunicação, secretariado e assessores não têm base legal", diz ela.

Não há uma verba definida legalmente para a primeira-dama. Segundo um relatório divulgado pelo primeiro-ministro, Trierweiler teria cortado pela metade os gastos mensais de seu gabinete (de cerca de 20 mil euros) na comparação com as despesas efetuadas pela ex-primeira dama Carla Bruni.

"A companheira do chefe de Estado não tem nenhum estatuto. Por isso, os recursos utilizados em comunicação, secretariado e assesores não têm base legal." - diz Marine Le Pen, líder da extrema direita

Para piorar as coisa para Hollande, Trierweiler está hospitalizada desde sexta-feira, após a publicação da Closer, "para repousar e fazer alguns exames", segundo seu gabinete. Ela deveria ter deixado o hospital nesta segunda, mas não há mais previsão da data de saída. Há rumores que ela teve uma crise nervosa. Segundo a imprensa francesa, ela retirou o título de "primeira-dama" de sua conta no Twitter antes da hospitalização.

A relação entre Hollande e Trierweiler se tornou pública em 2010. Ela havia sido sua amante na época em que Hollande ainda vivia com Ségolène Royal, com quem teve quatro filhos. Royal anunciou a separação logo após ter sido derrotada nas eleições presidenciais de 2007.

Trierweiler, de 48 anos, tem três filhos de um casamento anterior e utiliza até hoje o sobrenome do ex-marido.

O ex-presidente Nicolas Sarkozy foi o único a se divorciar e se casar novamente durante seu mandato. Após a separação, Sarkozy se casou rapidamente com a modelo e cantora Carla Bruni, após um curto namoro. Quando ela se instalou no Palácio do Eliseu, sede da presidência, já era sua esposa.

Fotos: Divulgação



PRIMEIRA DAMA NUA - Na internet existe farto material fotográfico da amante do presidente Hollande, a atriz Julie Gayet, despida. A maioria são imagens de filmes onde ela participa de cenas tórridas, contracenando tanto com homens quanto com mulheres

IMPACTO POLÍTICO

Na sexta-feira passada, até políticos da direita chegaram a defender o direito à proteção da vida privada do presidente. Mas os ataques começaram logo após a hospitalização de Trierweiler.

"Esse caso é desastroso para a imagem da função presidencial", afirmou Jean-François Copé, líder do UMP.

Outros políticos da oposição criticaram o comportamento "ridículo" e imprudente do presidente, que teria ido encontrar a suposta amante na garupa de uma moto, sem escolta policial, e teria sido visto entrando e saindo do apartamento que seria usado para os encontros com um capacete de moto na cabeça.

Alguns dizem que seria inimaginável pensar que Barack Obama faria algo desse tipo.

Porém uma pesquisa realizada pelo Journal du Dimanche, publicada no domingo, revelou que 77% dos franceses acham que o caso é um "assunto privado que diz respeito apenas a Hollande".

"Hollande é tão impopular que isso não muda nada", diz Frédéric Dabi, diretor do instituto de pesquisas Ifop.

Mas a pesquisa foi feita antes da confirmação oficial da hospitalização de Trierweiler, que para alguns analistas, poderá ampliar o impacto político negativo do caso para Hollande.

13 de jan. de 2014

Maranhão: Em família, de Ricardo Noblat, para O Globo

BRASIL - Opinião
Maranhão: Em família
O jornalista Ricardo Noblat analisa a crise dos presídios do Maranhão e a delicada participação da presidenta Dilma Rousseff, atuando com luvas de pelica, no episódio, procurando parecer atuante, mas, sem afetar a família Sarney, seus aliados fidagais, principalmente em se tratando de um ano eleitoral.


Roseana Sarney, governadora do Maranhão.

Postado por Toinho de Passira
Texto de Ricardo Noblat
Fonte: Blog do Noblat

A crise da segurança Pública no Maranhão agravou-se desde o mês passado. Finalmente, na última sexta-feira, a presidente Dilma Rousseff postou sete mensagens consecutivas em seu twitter.

Para dizer que acompanha a crise, que despachou para São Luís seu ministro da Justiça e que providências para controlá-la começaram a ser tomadas. Citou algumas. E voltou a se calar.

Todo cuidado é pouco. Dilma é candidata à reeleição. Há quatro anos, depois do Amazonas, foi o Maranhão, feudo da família Sarney há meio século, o Estado a lhe conferir a maior vantagem de votos sobre Serra (PSDB) – 79% dos válidos no segundo turno.

Primeiro cacique a se incorporar em 2002 à campanha de Lula, José Sarney foi o único a acompanhá-lo no avião que o devolveria a São Paulo oito anos depois.

Lula aprendeu a gostar dele. No passado, em comício no Maranhão, chamou Sarney de “ladrão”. No governo, encantado com seu apoio, batizou-o de “homem incomum” e fez-lhe quase todas as vontades.

A crise da segurança pública que provocou até aqui a decapitação de presos, atentados contra delegacias e a morte de uma criança queimada por bandidos, veio em má hora para os Sarney – e, por tabela, para Dilma.

Há um candidato favorito ao governo do Maranhão e ele é adversário da família – Flávio Dino, advogado, ex-deputado federal, filiado ao PC do B e atual presidente do Instituto Brasileiro de Turismo (Embratur).

No plano nacional, o PC do B está com a candidatura Dilma e não abre. No Maranhão, Dino está com a candidatura a presidente de Eduardo Campos (PSB), governador de Pernambuco. E também não abre.

Ali, na mais recente eleição municipal, o PSB apoiou Edivaldo Holanda Junior (PTC) para prefeito de São Luís, e indicou seu vice. Eduardo participou ativamente da campanha de Edivaldo. Que agora é eleitor de Dino.

Em Pernambuco, empurrada por Lula e Eduardo, Dilma teve três quartos dos votos. Agora não terá mais.

Minas Gerais presenteou-a no segundo turno com quase 60% dos votos válidos.

O candidato majoritário de Minas Gerais à vaga de Dilma é o senador Aécio Neves (PSDB). Que espera colher em São Paulo, com a ajuda do governador Geraldo Alckmin, candidato à reeleição, uma vitória igual ou maior do que a de Serra em 2010.

A luz amarela está acesa nos bastidores da campanha por ora informal de Dilma. Vê só por que ela aparenta estar alheia ao que acontece no Maranhão?

Alguém viu por aí a ministra dos Direitos Humanos? Ela não deveria ter viajado ao Maranhão? Roseana vetou – e Dilma acatou o veto.

O procurador geral da República deverá pedir intervenção federal no Maranhão. A ministra dos Direitos Humanos empenhou-se para que seus conselheiros não pedissem. Foi bem-sucedida.

Roseana deixará o governo em abril próximo para ser candidata ao Senado.

Somente na semana passada ela quebrou o silêncio e falou sobre a crise.

Foi um desastre. Agrediu o bom senso. Revelou-se despreparada para o exercício do cargo que ocupa pela segunda vez. Traiu a arrogância de quem está acostumada a não dar satisfações ao distinto público.

Cometeu a frase desde já candidata à frase do ano: “Um dos problemas que está piorando a segurança é que o Estado está mais rico”.

O Maranhão tem a pior renda per capita entre os 27 Estados brasileiros. Está em 26º lugar em matéria de Índice de Desenvolvimento Humano. Quase 40% de sua população são pobres.

Ali, manda a família comum de um homem incomum.

São Paulo: Apartheid no shopping?

BRASIL - Olhar estrangeiro
São Paulo: Apartheid no shopping?
Correspondente do jornal espanhol "El País" comenta os rolezinhos, movimentos de jovens convocados pelas redes sociais para se reunirem nos shoppings, sob o ponto de vista que a reação está gerando uma discriminação social, após a justiça de São Paulo permitir que seis centros comerciais façam triagem dos clientes para evitar os tais 'rolezinhos' de jovens da periferia

Foto: Wanderley Preite Sobrinho/iG São Paulo

Ao menos 11 jovens foram detidos e levados para delegacia neste sábado (11), após rolezinho no shopping Itaquera.

Postado por Toinho de Passira
Texto de María Martín
Fonte: El Pais

Seis shoppings do Estado de São Paulo conseguiram ontem o apoio da Justiça para bloquear suas portas automáticas para que policiais e seguranças privados identificassem a quem quisesse entrar. O alvo da discriminação: menores desacompanhados, de baixa renda. Esse é o perfil de quem está colocando em xeque vários centros comerciais do Estado com os chamados rolezinhos, encontros multitudinários de jovens, convocados pelas redes sociais que, mesmo sem intenção de delinquir, incomodam clientes e lojistas.

Não é a primeira vez que os shoppings reforçam a segurança e identificam quem não se encaixa no perfil do consumidor padrão, mas a liminar (decisão provisória) do juiz proibia e previa uma multa de 10.000 reais a quem participasse desse tipo de manifestação convocada ontem em quatro centros comerciais do Estado. No shopping JK Iguatemi, situado na cobiçada avenida Brigadeiro Faria Lima, os seguranças chegaram a barrar a entrada de funcionários, jovens que não tinham cara de compradores de um dos shoppings mais caros da cidade.

A convocatória do rolê, com 2.500 pessoas confirmadas no Facebook, se diluiu mesmo antes de começar –a foto da liminar colada na entrada do shopping se espalhou pelas redes sociais antes do evento-, mas houve confronto entre jovens e policiais no centro comercial Metrô Itaquera, onde foi registrado em 7 de dezembro o primeiro episódio do fenômeno, com cerca de 6.000 participantes. A polícia, que estimou que ontem se reuniram cerca de 1.000 adolescentes, agiu com violência para dispersar a multidão. Clientes do estabelecimento registraram dois boletins de ocorrência por roubo e tumulto. Três adolescentes foram presos, mas dois deles já foram liberados, segundo a polícia.

As convocações desses jovens, público visto com desconfiança pelas famílias brancas de classe média-alta que preferem passar a tarde nestes estabelecimentos blindados por seguranças ao lazer na rua, tem marcado o Natal em São Paulo. O rolê de 15 de dezembro no shopping de Guarulhos acabou com 23 presos, que foram liberados pouco depois. Não foram acusados de portar drogas nem de roubo. Houve outras convocatórias como a de 4 de janeiro no Shopping Metrô Tucuruvi, na zona norte, onde a participação de cerca de 400 jovens, segundo a PM, levou aos lojistas a fechar suas portas três horas mais cedo, mesmo sem sinal de tumulto.

O fenômeno dos rolezinhos, com características similares aos chamados flash mobs (concentrações espontâneas de pessoas convocadas pelas redes sociais em um determinado espaço para realizar uma mesma ação) tem, como tantos outros na pauta do país, dividido a sociedade brasileira. Houve quem associasse a liminar dos shoppings ao apartheid. Esses são os que defendem que esses adolescentes da periferia, na maioria negros que beiram o salário mínimo (724 reais), estão colocando o foco na desigualdade entre classes, na opressão, incomodando os mais ricos que procuram nos shoppings consumir com segurança longe da realidade dos moleques. Do outro lado desse debate, estão os que os chamam de vândalos, defensores do espaço privado, ameaçados por um movimento sem lemas e sem objetivos claros que não entendem, e que acreditam que toda essa energia e capacidade de convocação podem ser investidos em outras áreas: desde participar de protestos mais articulados, como os de junho passado, até a procurar empregos.
*Alteramos títtulo, acrescentamos subtítulo, foto e legenda à publicação original

“Veja” surpreende avaliando Armando Monteiro
como melhor senador do Brasil em 2013

BRASIL - Eleição 2014
“Veja” surpreende avaliando Armando Monteiro
como melhor senador do Brasil em 2013 !!!?
Nem Armando Monteiro acreditou, mas, na última edição do ano, na retrospectiva de 2013, a revista Veja, falando da atuação dos parlamentares, afirmou que o senador pernambucano, foi a melhor entre os seus pares. Armando aproveitou a inesperada avaliação para insinuar-se, ainda mais, como candidato a candidato a Governador de Pernambuco. A pergunta que não quer calar: já que ele está tão bem no senado, para que tirá-lo de lá?

Foto: Toinho de Passira/The Passira News

Outdoors ainda estão espalhados por Pernambuco, anunciando que o melhor senador do Brasil, com nota 10, é Armando Monteiro. Ninguém falou que Humberto Costa, ficou no 22° lugar com apenas com 4,4 pontos, empatado com Renan Calheiros

Postado por Toinho de Passira
Fontes: Veja, Blog do Inaldo Sampaio - CBN, Blog do Ricardo Setti, Diário de Pernambuco,
Blog do Jamildo, Pajeú da Gente

O apagado senador pernambucano, Armando Monteiro (PTB-PE) foi catapultado pela revista “Veja”, na sua última publicação do ano passado, edição n° 2353, de 25 de dezembro de 2013, como “o melhor senador do Brasil em 2013”, concedendo-lhe uma consagradora nota 10.

A revista fez um levantamento em busca daqueles que “mais trabalharam em 2013 por um Brasil moderno e competitivo”, e esbarrou em Monteiro, que disparou na frente, ficando 1,4 pontos, adiante dos segundos colocados, onde aparecem empatados os senadores Casildo Maldaner (PMDB-SC) e Ricardo Ferraço (PMDB-ES), com 8,6 pontos.

A Veja diz qu usou como critério o comportamento dos congressistas em relação a temas como carga tributária, infraestrutura, combate à corrupção, melhor gestão do gasto público, simplificação da burocracia, etc.

O estudo foi feito “em parceria com o Núcleo de Estudos sobre o Congresso (Necon), do Instituto de Estudos Sociais e Políticos da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Iesp-Uerj)”.

Foram analisadas 243 proposições de maior relevância entre as centenas de projetos de lei, medidas provisórias e propostas de emenda à Constituição que tramitaram na Câmara e no Senado em 2013″, diz um trecho da reportagem.

A revista explica que também aplicou uma “cláusula de ética” na relação dos parlamentares responsáveis pelas proposições, expurgando aqueles envolvidos em escândalos ou de reputação duvidosa.

Como não poderia deixar de ser o Senador Armando Monteiro, está até agora alardeando o destaque inesperado, anexando-o ao seu currículo de pré-candidato a governador de Pernambuco e proprietário do palanque de Dilma Rousseff, no estado, nas próximas eleições.

O PT de Pernambuco, esfacelado e cabisbaixo desde a esmagadora derrota nas eleições municipais em Recife, deve apoiar o senador Armando Monteiro, do PTB, para governador. Lula e a cúpula do partido avaliam que essa é a melhor maneira de tentar derrotar Eduardo Campos em seu estado e se vingar do rompimento dele com o governo de Dilma Rousseff.

Óbvio que em se tratando de PT de Pernambuco, isso não vai acontecer assim naturalmente, ninguém sabe direito, por exemplo, o que pensa o senador Humberto Costa, que tem como orientador politico o mensaleiro José Dirceu, além da ambição pessoal de ser ele o candidato e da velha briga com a ala do ex-prefeito João da Costa e da ala furta cor do outro ex-prefeito João Paulo.

Curioso é que ninguém divulgou que na mesma avaliação o senador Humberto Costa, figura num amargo 22° lugar com nota 4,8, além de tudo está empatado com Renan Calheiro (PMDB-AL) o controverso presidente do Senado.

O outro senador pernambucano Jarbas Vasconcelos (PMDB – PE) ficou em 15°, com nota 6,0 – também não está bem acompanhado, a figura emblemática, o senador José Sarney (PMDB – AP) tirou a mesma nota.

Vale acrescentar a estranheza de que pela mesma avaliação, o conceituado senador pernambucano Cristovam Buarque (PDT – DF) ficou em 43° lugar, o penúltimo na classificação geral, com magros 0,4 pontos. Enquanto no 44° e último lugar ficou o simbólico senador gaúcho Pedro Simon (PMDB – RS) que tirou nota 0 (zero).

Como diria João Grilo, na "A Compadecida" de Ariano Suassuna: “Não sei, só sei que foi assim”.

11 de jan. de 2014

Pedrinhas, o presídio do terror, a vitória da barbárie no Maranhão dos Sarneys

BRASIL - Violência
Pedrinhas, o presídio do terror,
a vitória da barbárie no Maranhão dos Sarneys
Como o desgoverno de anos resultou nos horrores dos últimos dias, desde os bandidos degolados na penitenciária até a menina Ana Clara, de 6 anos, que morreu queimada, vítima de ataque criminoso a um ônibus urbano. “O Maranhão vai muito bem”, disse três dias depois a governadora do estado, Roseana Sarney, em entrevista coletiva. “Um dos problemas que estão piorando a segurança é que o estado está mais rico, o que aumenta o número de habitantes.” Ah,tá!

Divulgação Governo do Maranhão

CASA DO TERROR - Pedrinhas, o maior Complexo Penitenciário do Maranhão

Postado por Toinho de Passira
Reportagem Leslie Leitão e Alana Rizzo
Fonte: Veja

A vida da menina Ana Clara Santos Souza nunca deveria ter cruzado a de W.T.F., o bandido conhecido como Porca Preta, que aparece na foto abaixo empunhando um revólver. Aos 6 anos de idade, Ana Clara se preparava para ir à escola pela primeira vez. Adorava vestir-se de princesa e andar de bicicleta. Tinha acabado de dispensar as rodinhas da sua, e por esse motivo andava muito orgulhosa. Era um universo sem ponto de contato com o mundo sinistro habitado por Porca Preta. O bandido, de 17 anos, é um dos membros do Bonde dos 40, a sanguinária facção criminosa que disputa o mercado de drogas de São Luís e domina parte das cadeias do Maranhão à base de métodos que incluem a decapitação de adversários e o estupro de suas mulheres. O que fez com que Ana Clara e Porca Preta se encontrassem no último dia 3 não foi o azar, mas uma combinação de duas tragédias: a situação nacionalmente calamitosa das prisões brasileiras e a gestão particularmente funesta do problema pelo governo do Maranhão, onde o descaso, o apadrinhamento e o descontrole elevaram o horror a uma escala nunca vista.

Parte desse horror transbordou na semana retrasada para uma rua da periferia da capital maranhense. Da prisão de Pedrinhas, partiu a ordem para que bandidos atacassem ônibus em circulação na cidade em represália à entrada da Polícia Militar na cadeia depois de mais uma rebelião sangrenta. Um dos alvos escolhidos foi o carro em que haviam embarcado Ana Clara, sua mãe, Juliane Souza, e a irmã de 1 ano, Lorane. Porca Preta foi o encarregado de render o motorista, enquanto seus comparsas espalhavam gasolina no interior do veículo. Juliane, internada em estado grave, contou à mãe o que houve em seguida. Segundo disse, ela e as filhas já estavam na porta de entrada quando alguém riscou um fósforo e o ônibus explodiu em chamas. As três foram atingidas. Juliane atirou-se sobre a caçula e, com as costas e os braços queimando, rastejou com ela por baixo da roleta em direção à porta de trás. Achava que a filha mais velha a seguia. Ana Clara, no entanto, havia se desgarrado e permaneceu na parte da frente, onde as chamas ardiam altas. Com 95% do corpo queimado, ela ainda conseguiu sair do carro. São excruciantes as imagens feitas pelas câmeras de segurança do ônibus, que mostram a menina perambulando em choque, sozinha, com o corpo em chamas. Ana Clara morreu na última segunda-feira.


CENAS FORTES - VÍdeo publicado por Veja: desespero dos passageiros, no momento em que o ônibus é incendiado poo bandidos

“O Maranhão vai muito bem”, disse três dias depois a governadora do estado, Roseana Sarney, em entrevista coletiva. “Um dos problemas que estão piorando a segurança é que o estado está mais rico, o que aumenta o número de habitantes.” A entrevista girou em torno da série de motins no Complexo de Pedrinhas, que deu origem ao ataque ao ônibus em que viajava Ana Clara e, em 2013, resultou em sessenta presos mortos, ao menos cinco degolados. Roseana disse ainda que o que houve em Pedrinhas foi “inexplicável”. A governadora conseguiu errar em cheio em todas as declarações. Primeiro, o Maranhão, estado que sua família governa há cinco décadas, não vai nada bem. Tem o segundo pior índice de analfabetismo do Brasil e a pior renda per capita. Seu IDH só perde para o de Alagoas, e a mortalidade infantil é a segunda maior do país. Depois, o que aconteceu em Pedrinhas está longe de ser inexplicável.

A administração do complexo, como a de todas as prisões do estado, foi terceirizada para duas empresas - uma delas pertence a um velho apaniguado dos Sarney: Luís Cantanhede Fernandes. Sócio de Jorge Murad, marido da governadora, ele foi o homem que, em 2002, saiu em socorro da então candidata à Presidência Roseana depois que a Polícia Federal encontrou 1,3 milhão de reais em dinheiro vivo no escritório da Lunus, consultoria dela e de Murad. Na tentativa de livrar do naufrágio a candidatura de Roseana, Cantanhede assinou às pressas um contrato fajuto de empréstimo para justificar a origem da dinheirama. No ano passado, sua empresa, a Atlântica Segurança - juntamente com a VTI, de Fortaleza -, recebeu 71 milhões de reais para cuidar das cadeias do Maranhão. Nenhuma das duas tinha experiência no ramo.

A decisão de contratar empresas como essas para cuidar de um setor tão explosivo não chega a surpreender, tendo partido de uma governante cuja família há tanto tempo se dedica a cuidar com desvelo de assuntos de seu próprio interesse e de seus amigos. O que escandaliza no episódio é o fato de esses contratos terem sido mantidos mesmo diante dos resultados colhidos. O inferno de Pedrinhas supera com folga tudo o que já se viu no trágico cenário das cadeias brasileiras.

Foto: Manoel Marques - Reprodução - Francisco Silva/Jornal Pequeno

TUDO E MAIS UM POUCO - Nada do que existe no Complexo de Pedrinhas é estranho ao sistema penitenciário brasileiro, mas lá tudo é exacerbado: as instalações são imundas (foto à esq.) e tomadas por lixo e ratos, o despreparo e a corrupção entre os agentes podem ser medidos pela dimensão dos arsenais encontrados a cada revista mais rigorosa (ao centro) e o domínio de facções criminosas que disputam o controle do tráfico resulta frequentemente em batalhas sangrentas. A última, em 17 de dezembro, terminou com três presos decapitados e torturados (à dir.)

Na semana passada, a reportagem de VEJA percorreu cinco das oito unidades do complexo - com capacidade para 1 500 presos e população de 2  700. Nas celas de 6 metros quadrados espre­mem-se até dez homens, obrigados a disputar espaço com os ratos, atraídos pelos detritos acumulados em pilhas por todo canto. No pátio de uma das cadeias do complexo, o esgoto a céu aberto se mistura a montes de entulho e mato crescido. Algumas paredes dão a impressão de que poderiam ser derrubadas com um chute, de tão decrépitas.

Mas a parte das instalações em Pedrinhas ainda é melhor do que a de segurança. Os monitores encarregados de revistar os presos e administrar as visitas têm treinamento de uma semana e salário de 900 reais, menos de um terço do que ganham os agentes penitenciários do estado. Para aferir a eficiência do modelo, basta olhar a foto do arsenal apreendido em uma recente invasão da polícia: mais de 300 facas, facões e canivetes, além de munição para pistolas. Celulares circulam abertamente, e a cantina do complexo - que vende até cerveja - está sob o controle dos detentos. Os líderes das duas facções reinantes - o Primeiro Comando do Maranhão e o Bonde dos 40 - decidem quem vive e quem morre dentro da cadeia. E morre-se muito lá. No fim da matança mais recente, em 17 de dezembro, os presos se encarregaram de produzir e divulgar imagens estarrecedoras. Um dos vídeos mostrava corpos sobre o chão cobertos de ferimentos e sem alguns pedaços da pele. Três deles tiveram a cabeça cortada e elas foram colocadas lado a lado. Em uma das fotos que constam de trechos inéditos do relatório feito pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ), ao qual a reportagem de VEJA teve acesso, um detento separa do corpo uma cabeça decapitada e a segura pelos cabelos, como um troféu. Em outra, dois homens chutam essa mesma cabeça de um lado para o outro, como se estivessem jogando futebol. O relatório inclui ainda a foto de pedaços de um corpo encontrado no lixo de Pedrinhas e dispostos sobre a bancada do Instituto Médico-Legal de São Luís - mais uma provável vítima do método conhecido em Pedrinhas como “picadinho”, destinado a fazer “desaparecer” corpos.

O acirramento das disputas entre as facções maranhenses e o banho de sangue que ele produziu no interior das penitenciárias não pegaram de surpresa o governo de Roseana Sarney. Inquéritos policiais instaurados em 2008 já indicavam alguns dos horrores em curso nos presídios. Em 2010, o CNJ fez a Roseana uma série de recomendações para conter a violência nas cadeias. Repetiu-as, em vão, em 2011. Em 2012, o então presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Carlos Ayres Britto, pediu à governadora que recebesse representantes do CNJ. Foi ignorado. Nos últimos dois anos, a Secretaria de Direitos Humanos do governo federal recebeu 157 denúncias sobre o sistema penitenciário do Maranhão, das quais 46 sobre tortura. “Inexplicável”, governadora?

Cadeias são um mal necessário. Prender bandidos tem, sim, influência direta na queda da criminalidade. Essa correlação já havia sido verificada em diversos trabalhos internacionais. No ano passado, o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) publicou um estudo feito em mais de 5 000 municípios de todos os estados brasileiros com dados de nove anos. O trabalho concluiu que, para cada elevação de 10% no número de presos, o de assassinatos diminui 0,5%, em média. Escrevem os pesquisadores: “Os resultados comprovam que prender mais bandidos e aumentar o policiamento são armas válidas para reduzir a taxa de homicídios, independentemente do que ocorra com outras variáveis socioeconômicas”.

Acontece que, desde o fim do século XVIII, o suplício deixou de ser uma prática aceitável. A punição aos criminosos perdeu a característica de “vingança social” para incorporar a de “reforma do indivíduo”. O objetivo passou a ser prender para evitar novos crimes e reduzir a reincidência. À luz desses conceitos, confinar o preso em jaulas onde não se deixaria um animal é, inclusive, contraproducente, como atesta um estudo recente da Itália. Ele analisou a vida em liberdade de 25 000 presos soltos em 2006 para abrandar o superlotado sistema carcerário daquele país. Os que tinham saído de presídios com uma alta taxa de mortes eram mais propensos a cometer novos crimes. Na fórmula matemática do estudo, o crescimento de 1 ponto nas mortes per capita atrás das grades aumenta em 4,2% a probabilidade de o criminoso ser pego novamente em delito. Mais do que ineficaz para os propósitos a que se destina, o tratamento degradante dos sentenciados extrapola o contrato firmado com a Justiça. Aos condenados, reserva-se a pena de reclusão, não o inferno.

Foto: Marlene Bergamo/Folhapress

LAGOSTA, DÓLARES E CAVIAR - Em meio à crise, o governo Roseana Sarney encomendou lagosta. Criticado, substituiu o pedido por caviar. A governadora (ao lado do ministro José Eduardo Cardozo) entregou a administração dos presídios do estado ao amigo e sócio da família que, em 2002, a socorreu quando a PF encontrou 1,3 milhão de reais na sede da empresa de seu marido

Para o Palácio do Planalto, o governo do Maranhão está despreparado para resolver sozinho a crise no sistema carcerário estadual. A gestão sofreria de “autismo” e de “completo distanciamento da realidade”, como teria demonstrado a licitação para compra de lagosta e outros quitutes, suspensa depois de revelada pela Folha de S.Paulo e substituída por outra... que solicita caviar e uísque escocês. Embora assessores de Dilma Rousseff digam que Roseana Sarney perdeu capital eleitoral, a presidente não pretende dispensar o apoio da governadora e de seu pai, o ex-presidente do Senado e cacique peemedebista José Sarney. Foi por isso que a ministra dos Direitos Humanos, Maria do Rosário, evitou defender a intervenção federal no estado e foi por esse motivo também que, diante de tanto sangue derramado em território maranhense, Dilma limitou suas manifestações a uma lacônica mensagem postada na sexta-feira no Twitter. O texto diz que ela acompanha “com atenção a questão da segurança no Maranhão”. Ana Clara não andará mais de bicicleta, não se vestirá de novo de princesa nem irá à escola neste ano pela primeira vez. Mas é tranquilizador saber que a presidente acompanha tudo com atenção. E que o Maranhão vai muito bem, obrigado.

Com reportagem de Alexandre Aragão, Pieter Zalis, Cintia Thomaz e Daniel Pereira


*Alteramos título, acrescentamos subtítulo, foto e legenda à publicação original

9 de jan. de 2014

Aniversário de 50 anos de Michelle Obama, não vai ter boca livre

ESTADOS UNIDOS - Político - Social
Aniversário de 50 anos de Michelle Obama,
não vai ter boca livre
No convite a primeira Dama recomenda que os convidados cheguem alimentados, o fato gerou tanta controvérsia quanto o aumentos da despesas com a segurança da primeira dama, que resolveu esticar as férias no Havaí, longe do marido e filhas

Foto: Reuters

A primeira Dama inventa moda.

Postado por Toinho de Passira
Fontes: Huffington Post, The Telegraph, New York Daily News, Daily Caler, O Globo, Daily Mail, Washington Post

Se você foi convidado para a festa de aniversário de 50 anos de Michelle LaVaughn Robinson Obama, mais conhecida como Michelle Obama, a primeira dama americana, no próximo 17 de janeiro, na ala leste da Casa Branca, deve ir com roupas confortáveis, sapados próprios para dançar, mas deve comer em casa, ou em outro lugar, antes de chegar a festa, pois não será servido num jantar.

Os seletos convidados, VIPs, receberem o convite para o evento, com o aviso que se acontecerá um “Snacks & Sips & Dancing & Dessert” (lanches, bebidas, dança e sobremesa, em inglês) acrescentado o aconselhamento de “comer antes de chegar à festa”.

- Eu não acho que seja rude, mas é um pouco... diferente do que o que as pessoas estão acostumadas. Como colocar isso delicadamente? - questiona Lizzie Post, coautora do livro “Encontros casuais e festas elegantes em casa”.

Colin Cowie, guru de entretenimento de Oprah Winfrey, reagiu mais diretamente.

- Pedir às pessoas para ‘comerem antes de chegar’ não é a maneira como eu teria feito isso. Eu sempre penso na comida. Quando se trata de fazer as pessoas se sentirem bem-vindas temos que dar boa música, um bar bem abastecido e excelente comida - e em abundância.

O planejador de festas Andre Wells concorda que dizer para os convidados fazerem uma refeição antes de participar de uma comemoração é um pouco incomum.

- Eu nunca vi isso. Isso é definitivamente novo - disse Wells, acrescentando que alguns anfitriões apressados ​​podem gostar da quebra de protocolo. - Sei que um monte de gente vai gostar disso e dizer: ‘Bem, se o presidente e a primeira-dama fizeram, nós podemos fazer também’.

Foto: White House

O presidente Obama, Sasha e Malia retorno à Casa Branca sem Michelle, no domingo

Mas a aparente economia de Michelle com o jantar, não satisfez a imprensa americana. Em paralelo, reclamam dos gastos com a Primeira Dama, que foi para o Havaí de férias, com o marido Barack Obama e as filhas Sasha e Malia, mas não retornou com a família. Ficou na ilha, hospedada na mansão de 12 cômodos da amiga Oprah Winfrey, em Maui.

Obama caiu na besteira de dizer que as férias de Michelle, longe da família, era um presente antecipado de aniversário.

QUEM ESTÁ PAGANDO A CONTA?

Numa coletiva de imprensa o jornalista Ed Henry da Fox News, perguntou diretamente ao secretário de imprensa da Casa Branca, Jay Carney:

"A primeira-dama ficou para trás, no Havaí, e a Casa Branca disse que era um presente de aniversário antecipado do presidente", isso quer dizer que ele está pagando o vôo de volta, ou são os contribuintes que vão pagar por isso?"

Em resposta o porta voz leu um declaração: "Tal como acontece com todas as viagens pessoais, a primeira família vai adequadamente financiar despesas pessoais."

Outros órgãos de imprensa, não satisfeitos, comentam que o voo em si, é apenas um detalhe, na verdade os contribuintes norte-americanos estão pagando um alto custo com a proteção extra proporcionado pelo Serviço Secreto a Sra. Obama.

O site TMZ noticiou segunda-feira que "a segurança na ilha inclui inclusive equipes da SWAT e todos os outros recursos de segurança padrão no perímetro onde se encontra Michelle.

A estadia prolongada, também exigem o uso continuado de vários veículos do governo, incluindo o chamado "transporte seguro" sempre que a primeira-dama se aventura a sair da casa.

Os habitantes de Maui também estão reclamando da interdição militar de alguns trechos de trilhas nas proximidades da mansão Oprah.

Por aqui, quando a imprensa cobra os custos adicionais gerado por Dilma que levou neto, babá, filha e genro para passar férias na base naval da Bahia e Renan usa jato da FAB para ir de encontro ao cirurgião que lhe fez um implante capilar, dizem que isso é mesquinharia.