31 de mar. de 2013

João Santana manda e Dilma obedece

BRASIL – Eleição 2014
João Santana manda e Dilma obedece
Dilma manda em todo mundo, mas quem manda em Dilma? A presidenta Dilma Rousseff é uma mulher ríspida e aparentemente indomável. Costumeiramente é pouco amistosa e se pode dizer até agressiva no trato com assessores e ministros. João Santana, o marqueteiro, é a exceção, ele é o homem a quem Dilma, candidamente curva-se, ouve, pouco questiona e segue a risca os seus direcionamentos. Tanto que a Veja diz que ele é atualmente, “o principal roteirista das ações do governo”.

Efeito sobre foto de Roberto Stuckert

Sua Majestade o marqueteiro - Santana não é funcionário do governo, não é oficialmente remunerado pelos seus serviços, mas é quem dá as ordens

Postado por Toinho de Passira
Fontes: Folha de S. Paulo, Nova Prolink , Estadão, Veja

Rousseff é uma mulher enfezada, de maus bofes, no dia a dia age como se estivesse permanentemente com tensão pré-menstrual. Muda de humor com a velocidade de uma Ferrari em aceleração. Assessores, aliados, ministros e quem inadvertidamente atravessar o seu caminho, estão acostumados a ouvir em decibéis, acima do razoável, palavras poucos gentis, sempre que por algum motivo a desagrade.

Nesta semana a Revista Veja, traz uma reportagem do homem que é uma exceção a tudo que se houve falar do relacionamento de Dilma com sua equipe de trabalho. Trata-se do jornalista João Santana que no momento exerce um papel fundamental no cotidiano do atual governo. Ele é o idealizador da bem-sucedida campanha da reeleição de Lula em 2006 e alquimista com o dom de transformar “postes” em candidatos vitoriosos, feitos notórios na eleição de Dilma Rousseff à Presidência da República e na condução de Fernando Haddad à prefeitura de São Paulo no ano passado.

Ninguém discute sua eficiência na construção da imagem de um postulante a cargo público. Comete um erro fatal quem menospreza sua precisa leitura dos hemisférios invisíveis das massas eleitorais. Santana é capaz de mapear os pontos fracos dos adversários com a precisão de um acupunturista.

São habilidades inquestionáveis que ampliaram sua contínua influência na administração Dilma mesmo depois de fechadas as urnas, a ponto de ele ter se tornado um poderoso ministro sem pasta, um conselheiro político sem partido, o estrategista sem gabinete e, mais recentemente, o principal roteirista das ações do governo.

Quinze dias atrás o Senado, Aloysio Nunes Ferreira (PDSB-SP), líder do partido no Senado, fez duras críticas ao lançamento de sucessivos pacotes pelo governo federal, o PSDB n afirmou nesta sexta-feira que o Palácio do Planalto está virando um "centro de eventos", governado, na opinião dele, pelo marqueteiro João Santana, responsável por cuidar da imagem da presidente Dilma Rousseff.

"O Palácio do Planalto está se transformando num centro de eventos, essa que é a verdade. Quem governa é o marqueteiro da presidente da República, o senhor João Santana, porque é um frenesi de tal ordem para apresentar pacotes sem saber se o pacote anterior está dando resultado, que eu nem sei mais quantos pacotes foram editados só este ano", criticou o tucano.

Para o tucano, Dilma "só pensa" na sua reeleição. "Ela disse que, na eleição, vamos fazer o diabo, é uma coisa muito grave. Mas pelo jeito ela está fazendo o diabo antes da eleição", afirmou.

Foto: Divulgação

João Santana o marqueteiro que “está podendo”.

João Cerqueira de Santana Filho nasceu em 5 de janeiro de 1953 em Tucano, pequena cidade no sertão da Bahia, a 252 km de Salvador. Foi jornalista até os 40 anos, quando então enveredou para o marketing político.

Hoje, com 60 anos, acumula a participação em sete campanhas presidenciais no Brasil e no exterior, sempre para candidatos de esquerda. Venceu seis e perdeu uma.

No Brasil, suas campanhas presidenciais foram as da reeleição de Luiz Inácio Lula da Silva (2006) e a da eleição de Dilma Rousseff. No exterior, pela ordem, Eduardo Duhalde (1999), Maurício Funes, em El Salvador (2009), Danilo Medina, na República Dominicana (2012), José Eduardo dos Santos, em Angola (2012) e Hugo Chávez, na Venezuela (2012).

A única derrota foi com Duhalde, na Argentina, quando João Santana trabalhava em conjunto com Duda Mendonça. Os dois estiveram associados até 2001, quando romperam.

Atualmente, além de cuidar da precoce candidatura de Dilma, faz a campanha de Nicolas Maduro, o candidato a sucessor de Hugo Chávez na Venezuela.

Antes do marketing político, Santana trabalhou em várias publicações. O ápice de sua carreira foi na revista "IstoÉ", em 1992, quando junto com os colegas Mino Pedrosa e Augusto Fonseca fez entrevista com o motorista Eriberto França, testemunha-chave no processo que resultou no impeachment do então presidente Fernando Collor. Esse trabalho recebeu o Prêmio Esso de Reportagem daquele ano.



A logomarca do governo Dilma, presente do marqueteiro João Santana

Noticiou-se que o marqueteiro João Santana "contribuiu" de graça e sem contrato nos pronunciamentos oficiais da Presidência da República e em marcas utilizadas pelo governo, como a criação do slogan da gestão: "País rico é país sem pobreza".

O outro é a produção do pronunciamento de 1º de maio de 2011, quando foi lançada a campanha do programa Brasil Sem Miséria. "[Santana] deu, por exemplo, contribuição gratuita doando formalmente ao governo federal seus direitos de autor referentes à linha criativa do posicionamento da nova Marca Brasil e ideias para a campanha de lançamento do programa Brasil Sem Miséria", afirma a nota do Palácio do Planalto.

A Marca Brasil é a logomarca que identifica o governo Dilma Rousseff em obras e peças publicitárias.

Mas João Santana não é só doação, pela campanha que elegeu Dilma à Presidência da República, em 2010, João Santana recebeu R$ 39 milhões. No ano passado, Santana foi o responsável pela campanha vitoriosa de Fernando Haddad à Prefeitura de São Paulo por R$ 30 milhões.


30 de mar. de 2013

Revista Time: “O casamento gay já ganhou!”

ESTADOS UNIDOS
Revista Time: “O casamento gay já ganhou!”
A tradicional publicação cede aos fatos e registra a marcha vitoriosa daqueles que praticam e os que defendem a união de pessoas do mesmo sexo. A opinião pública americana não tem mais olhos discriminatórios para os casais LGBT. Eles circulam em todas as áreas, publicas e privadas, com desembaraço e sem os constrangimentos de outrora. Falta agora só a legislação americana adaptar-se ao pensamento da maioria da população. O mundo está tão virado que a luta dos gays pela legalização do casamento é tida para alguns, como uma atitude retrógada e ultrapassada, exatamente no instante em que os heteros optam por uniões abertas.

Foto: Reprodução/Time Magazine

Capas da edição americana da revista "Time" sobre o casamento gay, com duas versões focalizando casal lésbico e homossexual.

Postado por Toinho de Passira
Fontes: Times, Folha de São Paulo, Folha de S. Paulo

Com o titulo "O casamento gay já ganhou", a edição mais recente da revista americana "Time" publicou duas capas diferentes, que mostram um casal de homens e um casal de mulheres se beijando.

A reportagem de capa da revista fala sobre como o casamento entre pessoas do mesmo sexo já é uma realidade no país que aguarda a decisão da Suprema Corte em dois casos ligados ao casamento gay.

"A Suprema Corte ainda não se decidiu, mas os Estados Unidos já", diz a capa da revista.

O primeiro caso, aberto na terça-feira, questiona a emenda que vetou o casamento gay na Califórnia, após 36 mil homossexuais terem se casado lá.

O segundo remete a uma lei sancionada pelo democrata Clinton em 1996 exime os Estados de aceitarem casamentos realizados em jurisdições alheias, e corta o acesso de casais homossexuais a benefícios federais, como pensão por morte do marido ou mulher.

A Constituição americana nada determina sobre o casamento, e quem delibera sobre o tema são os Estados.

Dos 50 Estados do país, hoje há nove que consideram legal o matrimônio entre pessoas do mesmo sexo, além do Distrito de Columbia (equivalente a distrito federal). Outros oito validam a união civil.

No bojo da matéria de capa a revista diz que o resultado das eleições de novembro mostrou que 83% dos eleitores acreditam que o casamento homossexual vai ser legal em todo o país nos próximos cinco a 10 anos.

Até 2008, nenhum candidato a presidência dos Estados Unidos declarou-se favorável a união homossexual.

Durante a última campanha presidencial americana, ano passado, o presidente Barack Obama, candidato a reeleição, declarou-se favorável a legalização da união homossexual. O opositor Mitt Romney, não contestou nem apoiou, mas para não se mostrar antipático a tese, disse ser fã de um famoso seriado, Modern Family um programa de TV em que um casal gay, que tem um filho adotado, está no centro da trama.

A declaração de Obama, não o prejudicou eleitoralmente, pelo contrário, logo após o seu posicionamento, sua aceitação aumentou nas pesquisas eleitorais e acabou vitorioso na disputa.

O tema não foi abandonado pela Casa Branca: o presidente no discurso de posse de seu segundo mandato, fez uma explícita declaração de apoio ao casamento gay. Defendeu a igualdade de direitos e mencionou uma série de protestos ocorridos na Nova York de 1969 que marcou o movimento pró-gay moderno.

Foto: Jewel Samad / AFP / Getty Images


Foto: Olivier Douliery/ABACAUSA

Defensores do casamento homossexual gritar slogans em frente à Suprema Corte dos EUA em 26 de março 2013, em Washington, DC.

Outro sinal do apoio aberto de Obama à comunidade gay foi a escolha do poeta Richard Blanco para fazer uma apresentação, na cerimônia. Blanco, 44, é o mais jovem, o primeiro hispânico e o primeiro homem gay a ler seu trabalho em uma posse presidencial americana.

De acordo com uma recente pesquisa, 1 em 7 adultos americanos dizem que sua oposição inicial à casamento do mesmo sexo se transformou em apoio.

Destaca que o senador republicano, de tradição conservadora, Rob Portman, de Ohio, disse que mudou de idéia depois de saber que seu filho é gay.

Parece estranho que na maior democracia ocidental, os Estados Unidos e na Europa, notadamente na França, essa questão ainda não foi resolvida, quando em alguns lugares do planeta, inclusive no Brasil, já se discute e se efetiva inusitadamente a “poliafetividade”, o reconhecimento legal da união estável entre um homem e duas mulheres, duas mulheres e um homem, quatro pessoas de sexos diversos ou iguais.

Recentemente a novela “Avenida Brasil” da Rede Globo tratou do tema.

Apesar de sermos contra qualquer união estável: casamentos, amigação e encosto, somos favoráveis que as pessoas sozinhas, em grupo, em dupla, terno, quarteto, etc. façam o que quiserem das suas vidas, desde que não prejudiquem o direto de outrem.

Os heteros casados estranham essa gana dos gays em casar, quando eles estão preferindo relações abertas e sem compromissos formais. Se os gays querem casar, que casem, depois não se arrependam.


29 de mar. de 2013

Romário: 'A eleição da CBF vai ser comprada'

BRASIL - Entrevista
Romário:'A eleição da CBF vai ser comprada'
O deputado carioca se tornou o principal crítico da CBF e dos preparativos para a Copa do Mundo de 2014. Romário já protocolou um pedido na Câmara para a abertura de uma CPI para investigar a entidade, faz duras criticas a Marin e quer que ele explique sua ligação com a Ditadura Militar e com a morte do jornalista Vladimir Herzog, em 1975.

Foto:Lula Marques/Folhapress
O craque Romário dentro de campo era um excelente atleta, um goleador implacável, mas fora do gramado ganhou fama de farrista irresponsável, mulherengo e irreverente. Investido no cargo de deputado federal Romário, em dois anos, ganhou prestígio e credibilidade, uma gratíssima surpresa.

Postado por Toinho de Passira
Entrevista concedida a Silvio Barsetti, para O Estadão
Fonte: Estadão

Numa tarde agitada na Câmara, o deputado federal Romário de Souza Faria (PSB-RJ) recebeu na terça-feira a reportagem do Estado em meio a três reuniões, telefonemas de outros parlamentares, recados de seus assessores e muita correria, literalmente. Toda vez que cruzava alguma área pública do Congresso, Romário acelerava o passo e deixava todos para trás. É uma estratégia para fugir das fotos com fãs, o que ele não evita se for abordado.

Numa conversa que se estendeu pelos Anexos II e IV do Congresso, pelos corredores de acesso ao plenário e ainda em seu gabinete, Romário fez duras críticas à cúpula da CBF e chamou o vice-presidente da entidade, Marco Polo Del Nero, de chefe do “cartel” da entidade.

Também acusou os dirigentes da confederação de superfaturamento na compra de terreno para a nova sede da CBF. Ele parecia seguro e tranquilo, apesar do assédio de todos os lados, e demonstrou intimidade com seu papel político.

Em relação às críticas de Romário aos dirigentes, a Assessoria de Imprensa da CBF disse que só se manifestaria mais efetivamente ao tomar conhecimento de todo o teor da entrevista.

O senhor protocolou no final do ano passado na Câmara o pedido de uma CPI da CBF. Acredita que não há interesse da base do governo em investigar a CBF as vésperas do Mundial no País.

ROMÁRIO -
Estou aqui há pouco mais de dois anos e já pude reparar que não existe interesse do governo em abrir CPI nenhuma. Não me pergunte por quê. Com uma CPI do futebol, iniciada agora, o Brasil teria condições de chegar ao ano do Mundial limpo, de cara nova. Reina muita bagunça no nosso futebol. O estatuto da CBF, até onde eu sei, incentiva os investimentos nas bases, na formação de atletas femininas, tantas outras coisas. E não se vê isso.

O senhor tem um exemplar do estatuto da CBF?

ROMÁRIO -
A versão atual não é encontrada em lugar nenhum. Desde o início de 2012, quando sofreu alterações, ninguém mais viu o estatuto. Ou quase ninguém. É tudo muito nebuloso na CBF. A gente não sabe quantas pessoas participaram daquela assembleia, não sabe onde está a ata, quais as mudanças feitas.

A CBF usa, pressiona as federações estaduais para que intercedam nas bancadas de seus respectivos Estados a favor dos interesses da própria CBF?

ROMÁRIO -
Pressiona muito e isso ocorre na atual gestão da CBF com mais intensidade. A CBF interfere nas federações, que fazem o mesmo com os parlamentares locais. Mas quando o assunto chega aqui no Congresso tem um freio.

As eleições na CBF são marcadas por denúncias de compra de votos há décadas. Numa estrutura viciada, que marca a relação da CBF com federações e clubes, qual a possibilidade de uma mudança efetiva de rumo do comando do futebol brasileiro?

ROMÁRIO -
A próxima eleição (2014) vai ser comprada também. Torço e acredito que apareça algum candidato avulso, contrário aos métodos atuais e que possa incomodar os atuais dirigentes.

Apostaria em algum nome?

ROMÁRIO -
Hoje, sim. Tem um que já esteve lá do outro lado, que tem seus defeitos, tem seus problemas, como todos nós, mas que já deu provas de que é um ótimo administrador e botou o Corinthians no topo. Se ele hoje, o Andrés Sanchez, se candidatasse à presidência da CBF, muito provavelmente teria meu apoio. Outro nome que também seria excelente é o Raí, um cara íntegro, inteligente muito respeitado. O ideal seria uma chapa unindo eles dois.

O senhor está convicto mesmo de que a próxima eleição da CBF (segundo semestre de 2014) já esteja comprometida?

ROMÁRIO -
Não tenho dúvidas. Vai rolar muito dinheiro. O candidato avulso deve brigar contra isso. Não pode se equiparar ao grupo dominante e sim passar para as federações e clubes a ideia de que é preciso se iniciar um processo de profissionalização e moralização do futebol.

Ricardo Teixeira deixou a CBF em meio a escândalos de corrupção. Mas costurou a passagem de poder para Jose Maria Marin e Marco Polo Del Nero. Mudou alguma coisa?

ROMÁRIO -
Eu até tenho saudades do Ricardo Teixeira. É impressionante a quantidade de coisas erradas na CBF a cada dia. O Teixeira, nos últimos 10 anos, foi muito prejudicial à CBF, envolvido em muitos escândalos de corrupção. Mas, por outro lado, olhou muito para o futebol da seleção. Hoje, nós somos o 18.º no ranking da Fifa. É por isso que falo de saudades dele, mas só por isso.

Marin e Del Nero ainda dependem muito de Teixeira?

ROMÁRIO -
Já estou sabendo que ele rompeu com eles, que não cumpriram acordos estabelecidos antes da renúncia do Ricardo.

Na eventualidade da saída de Marin, quem assumiria seria Del Nero, seguidor de Teixeira e Marin. Mudaria algo?

ROMÁRIO -
Ele é o pior dos três. É o cabeça do atual cartel que virou a CBF. É quem faz os negócios, as negociatas da entidade. É ele quem manipula os presidentes de federações, de clubes. Se chegar à presidência da CBF, vamos viver um inédito período de ditadura no nosso futebol.

Muito se fala na entidade-mãe, a CBF. Mas o senhor defende também uma investigação séria nas federações beneficiadas com repasses da CBF?

ROMÁRIO -
Existem alguns Projetos de Lei no Congresso que criminalizam dirigentes de federações, confederações olímpicas, clubes, demais entidades esportivas. Quem fez tem de pagar pelos seus atos.

Qual seria o formato ideal do Colégio Eleitoral da CBF, onde só tem direito a voto hoje as 27 federações e os 20 clubes da Série A do Brasileiro?

ROMÁRIO -
Defendo o voto das federações e de todos os cubes filiados à CBF, são mais de 200.

Foto:Lula Marques/Folhapress

Estou aqui há pouco mais de dois anos e já pude reparar que não existe interesse do governo em abrir CPI nenhuma

O senhor pediu a Fifa o afastamento de José Maria Marin da CBF e do COL? Por quê?

ROMÁRIO -
Pedi, não obtive nenhum retorno nem vou obter. Quem dá as cartas do futebol não se interessa pelas minhas denúncias. Mas a população reconhece e cobra lisura e honestidade cada vez mais. O Marin tem que sair e deixar o Ronaldo tocar o Comitê Organizador da Copa. Todo dia a gente sabe de uma novidade lá da CBF. Soube, por exemplo, que a CBF comprou um terreno na Barra da Tijuca para fazer a nova sede. Quem pagasse R$ 9,5 mil por metro quadrado na área escolhida pela CBF, já estaria pagando bem alto, segundo corretores. Pois bem, a CBF pagou R$ 14,5 mil por metro quadrado. Superfaturamento de R$ 25 milhões na obra. Alguém questiona? Investiga? Não pode, é empresa privada. Mas, não é bem assim. A CBF usa nosso hino, bandeira, símbolos, nossos atletas. Tem que responder por isso.

Como está a negociação com a Comissão Nacional da Verdade para que Marin seja convidado a esclarecer episódios relacionados à prisão e morte do jornalista Vladimir Herzog em 1975?

ROMÁRIO -
A comissão que eu presido (de Desportos e Turismo) fez um requerimento em conjunto com a comissão da verdade, convidando-o a comparecer ao Congresso. Se vier, vai prestar serviço de interesse público.

Já existe a Lei de Acesso à Informação, em vigor desde maio de 2012, mas essa lei não alcança os esportes por que a maioria dos agentes não são públicos e sim privados. Quais seriam os ganhos de uma Lei de Acesso à Informação do Esporte?

ROMÁRIO -
Ganho total. As entidades passariam a ser transparentes, você poderia saber que motivos levou o clube A para uma situação desastrosa ou ainda que dirigentes se destacam pela competência.

Também recentemente o presidente do Sport, Luciano Bivar, disse que houve pagamento de propina para a convocação do jogador Leomar para a seleção em 2001. Isso ocorre realmente em convocações da seleção?

ROMÁRIO -
Tem, ou pelo menos já teve, a gente sabe disso, sempre soube, mas é coisa bem feita, não tem como provar. O pior de tudo está nas categorias de base da seleção e de alguns clubes. Ali é a caixa preta.

A seleção com Luiz Felipe Scolari está em boas mãos?

ROMÁRIO -
Sempre fui a favor da volta dele à seleção, ainda mais com outro campeão do mundo, o Parreira. Os dois impõem respeito, segurança, passam confiança aos atletas. Mas eles têm de entender que o futebol hoje é diferente do jogado em 1994 (quando Parreira foi campeão) e em 2002 (ano do título conquistado por Scolari). É preciso modernizar, criar situações novas.

O que achou dos três primeiros amistosos da seleção com Luiz Felipe Scolari?

ROMÁRIO -
Jogos muito difíceis, escolheram bem os adversários, que vendem caro uma derrota. Tem que ser assim mesmo. A seleção está nas mãos de quem sabe.

Há tempo de se formar um time que faça frente a Argentina, Espanha e Alemanha?

ROMÁRIO -
Com um time bem treinado, com uma boa fase de preparação, acredito sim que dê para fazer frente à Argentina. Quanto a segurar a Espanha e a Alemanha não sei.

Ainda sobre o Mundial de 2014, podemos ter estádios apelidados de elefantes brancos?

ROMÁRIO -
A Copa vai consolidar quatro elefantes brancos: os estádios de Brasília, Manaus, Mato Grosso e Natal. Se não forem entregues para a iniciativa privada, infelizmente vai se caracterizar desperdício de dinheiro. E, mesmo com a iniciativa privada, é preciso fazer contratos que possam compensar o valor gasto.

Como analisa a nova reforma do Maracanã, a terceira em 13 anos?

ROMÁRIO -
O Maracanã tinha de mudar de nome, acabou. Perdeu o glamour, perdeu o charme. Está todo desfigurado. Nem dá vontade de entrar lá. Fora o gasto absurdo e desnecessário para a tal reforma.

O que falta para o Brasil se tornar uma potência olímpica?

ROMÁRIO -
O Brasil nunca vai se tornar potência olímpica. Aqui os investimentos vão só para esportes populares ou tradicionais.

Como viu a interdição do Engenhão, no Rio?

ROMÁRIO -
Só comprova que o legado do Pan-2007 foi o pior legado da história dos Pans. Brincam o com dinheiro público.

Se o senhor tivesse de escolher hoje, para um novo mandato presidencial, entre Aécio, Dilma, Marina e Eduardo Campos, que é do seu partido, o PSB, qual seria a sua opção?

ROMÁRIO -
Pergunta difícil. A Dilma pegou muitos problemas do governo anterior, botou a casa em ordem em um ano e meio, embora hoje já deixe um pouco a desejar. Se tivesse de optar hoje, ainda não teria uma definição.

O senhor já recebeu alguma proposta que considerou indecorosa, não condizente com seu papel de parlamentar?

ROMÁRIO -
Não e nem vou receber. As pessoas me conhecem, sou incorruptível. Nem chegam perto. Se chegarem, mando prender. Os corruptos têm medo de mim. Se um dia tentarem isso, dou voz de prisão no ato.

Seus planos para depois de 2014?

ROMÁRIO -
Hoje, estou dividido entre voltar a me candidatar a deputado, mas essa deve ser a tendência. Quero também ser presidente do América-RJ, para fazer um trabalho sério no meu clube por 5 ou 6 anos. Não sei se daria para compatibilizar isso tudo.


Fritando a frigideira, de Lucas Mendes, para a BBC Brasil

ESTADOS UNIDOS - Opinião
Fritando a frigideira
Lucas Mendes fala do consumismo americano e das revistas que guiam os consumidores

Foto: Arquivo

Uma mulher contou que sentou na privada e dormiu de cansaço depois de um dia de compras

Postado por Toinho de Passira
Texto de Lucas Mendes , para a BBC Brasil
Fonte: BBC Brasil

No Brasil compra-se até quebrar, mas não se compra até cair. A expressão não existe em português. Em inglês, é "to shop until you drop" e em Nova York há brasileiros em colapso de compras.

No Eataly, na 5ª Avenida eu sou mais reconhecido e abordado do que em Belo Horizonte. Alguns tiram fotos comigo sem saber meu nome.

Falamos alto. É impossível não ouvir a conversa ao lado. Compras. Uma mulher contou que sentou na privada e dormiu de cansaço depois de um dia de consumo. Não caiu, mas sentou para o pipi e apagou. Foi acordada pela segurança.

Aqui tudo está mais barato inclusive a pizza e o espaguetone na frente da família que naquele dia fritou os cartões de crédito e vai voltar com malas mal educadas. Pais e filhos compraram de tudo, até milagrosas frigideiras francesas.

Uma das minhas brigas conjugais inesquecíveis foi por causa de uma panelona que tive de trazer do Brasil, que pesava, e ainda pesa, 20 quilos. Como decoração na cozinha é linda, gigante, preta com o aro dourado. Em cima do fogo? Três ou quatro vezes em trinta anos.

Não quero me perder nesta história. Nossas classes A, B e a recém-chegada C vivem o furor do consumo nas lojas e na internet.

Assisto ao Bom Dia Brasil. Nossos consumidores consomem, mas têm queixas. O produto não cumpre o prometido na promoção, chegou com defeito, com atraso ou nem chegou.

Há leis e há o Procon, mas não funcionam como deveriam. Devolver o produto, brigar com o fabricante e recuperar o dinheiro estressam, consomem horas e nem sempre compensam.

E os americanos, inventores e campeões mundiais da sociedade do consumo?

São mais patéticos do que nós, emergentes deslumbrados, porque aqui há informação. No Brasil, não existe um Consumer Reports, uma publicação criada em 1936 e que hoje gasta US$ 21 milhões por ano testando de fraldas a automóveis nos próprios laboratórios e é implacável nas suas conclusões.

Consumer Reports condenou berços e carros, entre eles o AMC Ambassador e o Dodge Omni Plymouth. BMW e Grand Cherokee, da Chrysler, mudaram peças por denúncias da revista.

Fabricantes processaram e perderam. A revista tem mais de 7 milhões de assinantes, eu entre eles, um péssimo consumidor, mas que nunca comprou nada condenado pela Consumer Reports, tão rígida contra as empresas que na década de 50 entrou na lista de organizações subversivas com grupos acusados de comunistas.

E como você traduz "Good Housekeeping"? "Deixando a Casa em Ordem"?

Você compraria uma revista com este título? Deveria. Vai fazer 128 anos. A maioria das revistas americanas estão em crise, mas Good Housekeeping vai em perfeita ordem.

Seu segredo é a credibilidade reforçada pelo "Selo de Garantia", criado em 1909 e que, há mais de um século, promete e cumpre.

A revista não aceita anúncios de produtos que não passam nos testes dos próprios laboratórios. Vai além. Em 1952, quando os europeus fizeram as primeiras conexões entre cigarro e câncer, a Good Housekeeping parou de aceitar anúncios de cigarros. Para anunciar na revista é preciso passar pelos seus laboratórios de pesquisa, um tribunal de inquisição sobre a qualidade do produto.

A frigideira que não frige como promete está frita. Se frigiu, recebe um Selo de Garantia que pode colocar no rótulo ou nos comerciais. O efeito quase sempre é lotérico.

Quando um creme de pele que ia mal nas vendas recebeu o selo da revista, vendeu 2,2 milhões de dólares em apenas um dia na rede de vendas do canal QVC.

Comprou e não gostou? Chegou com defeito ou não cumpriu o prometido? Quem reembolsa o consumidor ou manda um produto novo é a própria revista. Sem talvez.

Brasileiros, antes de vir comprar até dormir na privada, entre no Consumer Reports ou na Good Housekeeping e pesquise até dormir ou cair do sofá.

*Acrescentamos subtítulo, foto e legenda a publicação original

28 de mar. de 2013

Na propaganda eleitoral, Hugo Chávez chega ao céu

VENEZUELA – Eleição
Na propaganda eleitoral, Hugo Chávez chega ao céu
O ex-presidente venezuelano Hugo Chávez, morto no dia 5 de março, está sendo retratado num desenho animado, como parte da campanha eleitoral do presidente interino, Nicolás Maduro. O vídeo é da autoria da equipe do marqueteiro do PT, João Santana, que trabalha na campanha dos chavistas na Venezuela. Chávez encontra no céu vários personagens históricos e familiares.

Postado por Toinho de Passira
Fontes: ANSA, Uol

Hugo Chávez virou desenho animado. O ex-presidente venezuelano, morto o dia 5 de março, apareceu em um vídeo, na forma de desenho animado, chegando no Paraíso e encontrando varias personagens históricas e a sua avô, Rosa Ines.

"Hasta siempre comandante", é o titulo do vídeo, que dura cerca de um minuto e que não tem nenhuma fala, mas com somente uma musica de piano e canto das cigarras.

O Paraíso é mostrado como um grande gramado com algumas árvores, enquanto na esquerda aparece uma cabana, perto da qual estão pessoas famosas, como a ex-presidente Argentina, Evita Perón, o herói da independência Simon Bolívar, o ex-presidente do Chile, Salvador Allende, o revolucionário Ernesto Che Guevara, o chefe índio Guaicaipuro, o cantor Ali Primera e o líder político Ezequiel Zamora.

Chávez anda até eles de sandálias, e todos se limitam a sorrir, sem falar nada, até que o ex-presidente venezuelano se volta em direção do publico, e aparece a palavra "Vive".

A propaganda faz parte da campanha eleitoral de Nicolas Maduro, que tem como marqueteiro o brasileiro João Santana, marqueteiro do PT, que fez a última campanha de Lula e Dilma, para presidentes da república.

VEJA O VIDE


CHARGE: GENILDO - Charge Online



HUMBERTO- Jornal do Comércioa Manhã (PR)


Explicando o "dilmês", de Merval Pereira, para O Globo

BRASIL – Opinião
Explicando o "dilmês"
As taxas de juros tiveram a queda acentuada no mercado futuro, na crença de que a presidente havia, talvez por ato falho, explicitado uma política que parece clara a todos: um pouco mais de inflação não faz mal, desde que haja crescimento. A acusação de que sua fala fora “manipulada” pela imprensa repete mais do mesmo, ou seja, culpar o mensageiro pela mensagem que repercutiu mal no mercado internacional.

Foto: Alexander Joe/AFP

Dilma, cara de poucos amigos na reunião dos Brics, África do Sul

Postado por Toinho de Passira
Texto de Merval Pereira, para O Globo
Fonte: Blçog do Merval

Fez bem a presidente Dilma Rousseff em explicar sua fala sobre discordar de “políticas de combate à inflação que olhem a questão da redução do crescimento econômico”, pois o “dilmês” quase sempre mais confunde do que esclarece. Reafirmar, em nota, que “o combate à inflação é um valor em si mesmo e permanente” do seu governo sinaliza ao mercado financeiro internacional a intenção de manter a inflação sob controle, o que não descarta o aumento da taxa de juros, justamente o contrário da expectativa que a primeira fala da presidente gerou no mercado.

As taxas de juros tiveram a queda acentuada no mercado futuro, na crença de que a presidente havia, talvez por ato falho, explicitado uma política que parece clara a todos: um pouco mais de inflação não faz mal, desde que haja crescimento. A acusação de que sua fala fora “manipulada” pela imprensa repete mais do mesmo, ou seja, culpar o mensageiro pela mensagem que repercutiu mal no mercado internacional.

Os jornais mais importantes do mundo, como o The New York Times e o Financial Time vêm publicando nos últimos dias diversas reportagens sobre as dificuldades da economia brasileira, focando especialmente a alta da inflação e a crise da Petrobrás, um ícone da pujança da economia brasileira especialmente depois da descoberta do pré-sal. Os problemas da estatal brasileira são tidos pelo mercado financeiro como exemplares das dificuldades por que passa a nossa economia.

Há a sensação generalizada de que o país vive um ambiente crescentemente complexo de inflação alta e reprimida, com uma economia que ainda dá sinais tênues de recuperação, conforme a definição de um relatório de fundo de investimentos estrangeiro. O problema criado pela fala da presidente, que depois precisou ser retificada no seu sentido, é que o mercado financeiro está se convencendo de que o Banco Central não tem autonomia para aumentar a taxa de juros para combater a inflação.

Os números indicam que a taxa de inflação está sendo segura pelo controle dos preços administrados pelo governo, que estariam com uma inflação de 1,6% devido à ação de retardar aumentos da gasolina ou de transporte público. Se os preços administrados estivessem com uma inflação dentro da meta de 4,5%, a inflação anual já estaria na faixa de 7.15%, que seria, segundo alguns analistas, um índice mais próximo da realidade atual.

A antecipação da campanha eleitoral para Presidente também chamou a atenção dos analistas, que consideram que a presidente Dilma deixará para depois da sua provável reeleição uma ação mais forte de combate à inflação, o que faria com que este ano e o da eleição, em 2014, tivessem maiores riscos de perda do controle da inflação devido a medidas populistas que serão tomadas no período. Afinal, como a própria Dilma já disse, faz-se “o diabo” para vencer uma eleição.

Foi necessário ontem que o presidente do Banco Central Alexandre Tombini viesse a público assumir uma postura até mesmo de enfrentamento do Ministério da Fazenda – coisa que não é de seu estilo – para garantir que o BC tem ampla autoridade para agir em caso de necessidade. Há no mercado financeiro a desconfiança de que o Banco Central apenas ganha tempo com declarações como as do último boletim oficial, dando a sensação de que pode aumentar os juros brevemente, para permitir que o governo mantenha uma política econômica mais solta de amarras para aumentar a taxa de crescimento do PIB neste terceiro ano de governo Dilma.

O fato é que declaração que precisa ser explicada por uma nota oficial não ajuda o ambiente econômico, que necessita investimentos pesados para voltar a crescer.
*Acrescentamos subtítulo, foto e legenda a publicação original

Incentivado por Sarney FHC candidata-se a imortal

BRASIL - Cultura
Incentivado por Sarney FHC candidata-se a imortal
O ex-presidente é o primeiro e até agora único candidatoa a vaga da cadeira de número 36 era ocupada pelo jornalista João de Scantimburgo, na Academia Brasileira de Letras

Foto: Marcelo Sayão/EFE

O ex-presidente da República Fernando Henrique Cardoso

Postado por Toinho de Passira
Fonte: Veja

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso é candidato a ocupar a cadeira de número 36 da Academia Brasileira de Letras, que ficou vaga em virtude da morte do jornalista João de Scantimburgo, na última sexta-feira. A formalização da candidatura foi feita na tarde desta quarta-feira, após a sessão da saudade em homenagem a Scantimburgo, que se encerrou por volta das 17 horas.

O acadêmico Celso Lafer levou de São Paulo a carta formalizando a candidatura de FHC. O secretário geral da academia, Geraldo Holanda Cavalcanti, no exercício da presidência da ABL, determinou à secretaria que considere oficialmente inscrito ex-presidente.

A candidatura de FHC partiu de um convite feito por José Sarney, que levou o assuntos para análise dos demais acadêmicos, segundo a coluna Radar on-line, de Lauro Jardim.

O ex-presidente já teria garantidos os votos dos acadêmicos Eduardo Portella, Celso Lafer, Paulo Coelho, Merval Pereira, Geraldo Hollanda Cavalcanti, Antônio Carlos Secchin, Sergio Paulo Rouanet, Alberto da Costa e Silva, Sábato Magaldi, Hélio Jaguaribe, Marcos Villaça e José Murillo de Carvalho.

Como funciona o processo de eleição de um 'imortal'?

Uma vaga na ABL só é aberta com a morte de um de seus 40 membros. Ao fim da chamada Sessão de Saudade, em que o acadêmico morto é homenageado, é declarada oficialmente a vacância da cadeira. A partir de então, os interessados podem se candidatar num prazo de 60 dias.

É preciso enviar uma correspondência à ABL com um currículo, formalizando o interesse. As eleições ocorrem cerca de um mês depois do encerramento das inscrições.

Não há outra maneira de ingressar na Academia, ou seja, todos os interessados precisam passar pelo processo eleitoral.

Força Aérea dos EUA confirma compra de Super Tucanos da Embraer

BRASIL - Economia
Força Aérea dos EUA confirma compra de Super Tucanos da Embraer
Depois de dois anos de idas e vindas, empresa brasileira conseguiu fechar acordo com o Pentágono

Foto: Divulgação/Embraer

Super Tucano: Pentágono confirma acordo com a Embraer

Postado por Toinho de Passira
Fontes: Veja

O Departamento de Defesa dos Estados Unidos decidiu ignorar os protestos da Beechcraft e manter o contrato de 427,5 milhões de dólares com a Embraer e sua parceira Sierra Nevada para o fornecimento de 20 aviões A-29 Super Tucano à Força Aérea do Afeganistão. Citando a necessidade de avançar com esse projeto, depois de muitos adiamentos, o Pentágono anunciou "circunstâncias incomuns" para dar andamento ao projeto.

Na semana passada, a Beechcraft havia contestado o resultado da licitação junto ao Escritório de Prestação de Contas do Governo dos EUA (GAO), o que levou o Pentágono a suspender temporariamente o contrato, que havia sido reafirmado duas semanas atrás. A Beechcraft já havia contestado o resultado da concorrência em dezembro de 2011, provocando uma reavaliação que só foi concluída nos primeiros dias de março. Entre os argumentos da concorrente estava o de que a assinatura do contrato com uma empresa fora dos Estados Unidos prejudicaria a americana e poderia levar à perda de empregos no país.

Dias antes, o presidente da Embraer Defesa e Segurança, Luiz Carlos Aguiar, comentou que estava confiante na decisão favorável por parte do Pentágono. "Vamos levar desta vez", disse Aguiar. "Temos absoluta segurança do processo que foi feito, que acompanhamos e foi muito rígido", completou.

O vice-presidente executivo Financeiro e de Relações com Investidores da Embraer, José Antonio Filippo, havia dito uma semana antes, que a produção das 20 aeronaves Super Tucanos nos Estados Unidos começará assim que for confirmado o resultado da licitação do programa de apoio aéreo leve (LAS, nas iniciais em inglês) vencida pela empresa.

26 de mar. de 2013

Dane-se a ética, de Gil Castello Branco, para O Globo

BRASIL - Opinião
Dane-se a ética
O mostrengo administrativo existente em Brasília, caro e ineficiente, tem agora 24 ministérios, além de dez secretarias da Presidência e 5 órgãos, cujos ocupantes têm status de ministro. Essa elite “chapa branca”, ao que tudo indica, é recorde mundial. Nos Estados Unidos, país com 315 milhões de habitantes e PIB de US$ 15,5 trilhões, são apenas 15 os ministros. Na Alemanha, a chanceler Angela Merkel toca a quarta maior economia do planeta com 17 auxiliares diretos.

Foto: AE

Assim, apesar da faxina — iniciativa atribuída à presidente Dilma no primeiro ano do seu governo — o “lixo reciclado” deverá voltar à Esplanada dos Ministérios às vésperas de 2014.

Postado por Toinho de Passira
Texto de *Gil Castello Branco, para O Globo
Fonte: Blog do Noblat

Muitos se arrepiam ao ouvir palavras como demônio, satanás, diabo e outras semelhantes. Mas os vocábulos fazem parte do dicionário e frequentemente são pronunciados, até por autoridades federais.

Na semana passada, o desembargador Tourinho Neto, do Tribunal Regional Federal da 1ª Região, disse que o presidente do Supremo Tribunal Federal, Joaquim Barbosa, era “duro como o diabo”. A impressão que tenho é que desse “diabo”, atuante e destemido, o povo gosta, perdoando-lhe até os excessos.

Em outra ocasião recente, foi a presidente Dilma quem afirmou: “Na hora da eleição se pode fazer o diabo.” Nesse caso, o diabo é aloprado e se assemelha àquela figura horrenda dos desenhos animados, com pele avermelhada, chifre, rabo, tridente, cueca e meias cheias de dinheiro.

Na verdade, o diabo já esta em campo para as eleições em 2014. Sua presença pode ser sentida, por exemplo, na escolha de Renan Calheiros para a presidência do Senado, embora um milhão e seiscentas mil pessoas — o dobro dos eleitores do senador em Alagoas — tenham se manifestado contrariamente.

A figura mítica do demônio também está por trás do 39° ministro empossado. O mostrengo administrativo existente em Brasília, caro e ineficiente, tem agora 24 ministérios, além de dez secretarias da Presidência e 5 órgãos, cujos ocupantes têm status de ministro.

Essa elite “chapa branca”, ao que tudo indica, é recorde mundial. Nos Estados Unidos, país com 315 milhões de habitantes e PIB de US$ 15,5 trilhões, são apenas 15 os ministros. Na Alemanha, a chanceler Angela Merkel toca a quarta maior economia do planeta com 17 auxiliares diretos.

No Brasil, é muito provável que a presidente da República cruze com algum dos seus ministros e sequer lembre o seu nome. Muitos devem encontrá-la nas solenidades e em despachos semestrais, o que aconteceu com a ex-ministra Marina Silva na gestão de Lula.

A maioria da população dificilmente será capaz de dizer os nomes de meia dúzia dessas autoridades, o que, aliás, não faz muita diferença.

Com o inchaço da máquina administrativa, o número de servidores públicos federais ativos chegou a 1.130.460 em 2012, com aumento de 136.673 funcionários em relação a 1997. No mesmo período, os cargos de Direção e Assessoramento Superior (DAS) cresceram de 17.607 para 22.417 comissionados.

Como o que é ruim em Brasília costuma ser reproduzido no resto do País, a União, os estados e os municípios possuem aproximadamente 9,4 milhões de servidores públicos, conforme estudo divulgado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) em 2011.

Cerca de 4,9 milhões estão nas prefeituras e 3,5 milhões nos estados. As despesas com pessoal nas três esferas de governo representam 14% do Produto Interno Bruto (PIB). Neste ano, só no Orçamento da União estão previstos R$ 226 bilhões para “pessoal e encargos sociais”, valor quatro vezes maior do que o destinado ao Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).

Tão ou mais grave do que a proliferação de servidores e ministérios é o fato de que algumas pastas voltarão a ser comandadas por integrantes das mesmas “patotas” dos que foram demitidos pela própria Dilma.

Como na política brasileira os interesses eleitorais estão acima dos valores morais, para acomodar a base aliada e impedir que os defenestrados de ontem sejam recebidos amanhã pela oposição de braços abertos, as raposas serão reconduzidas aos galinheiros.

Pouco importa que as investigações da Polícia Federal tenham levado à demissão de 20 servidores no Ministério dos Transportes, dirigido à época pelo senador Alfredo Nascimento, atual presidente do Partido da República (PR).

Pouco importa que a Comissão de Ética Pública da própria Presidência da República tenha recomendado a exoneração do então ministro do Trabalho e Emprego, Carlos Lupi, por repasses a ONGs ligadas ao partido, por supostas cobranças de propinas feitas por assessores, além de carona em avião de empresário com negócios no ministério.

Embora existam fartos indícios de corrupção, as legendas presididas pelos ex-ministros estão indicando os novos gestores dos milionários currais. Em 2013, os orçamentos dos ministérios dos Transportes e do Trabalho somam R$ 84,4 bilhões. Dane-se a ética.

Assim, apesar da faxina — iniciativa atribuída à presidente Dilma no primeiro ano do seu governo — o “lixo reciclado” deverá voltar à Esplanada dos Ministérios às vésperas de 2014. Como nas eleições “se faz o diabo”, a vassoura vai dar lugar ao tridente.

Cruz credo!
*Gil Castello Brancoé economista e fundador da organização não governamental Associação Contas Abertas

Tunisina ameaçada com condenação a morte, por topless-protesto na internet

TUNISIA
Tunisina ameaçada com condenação a morte,
por topless-protesto na internet
A jovem tunisiana, Amina Tyler, apareceu de seios à mostra no Facebook, para protestar contra a situação da mulher em seu país`. Por causa disso, o líder religioso Adel Almi, sugeriu que a jovem fosse açoitada e apedrejada até a morte. Movimentos em defesa da jovem estão preocupados com o destino e não sabem o paradeiro atual da ativista.

Foto: Facebook

“Meu corpo me pertence, não é uma fonte de honra de ninguém”

Postado por Toinho de Passira
Fontes: Diario Digital, Free Thought Blogs, Terra, Le Nouvel Observateur, Huffington Post, Facebook. Le Figaro.

Amina Tyler, 19 anos, tunisiana, no dia 11 de março, fez uma foto, supostamente de protesto pelo direito das mulheres no seu país. Na foto, ela aparece com os seios à mostra e com frases escritas no corpo: “Meu corpo me pertence, não é uma fonte de honra de ninguém” e “F…-se a moral”. Postou a foto numa página do Femen na Tunísia, criada por ela, no Facebook, dando início ao grupo feminista no país.

A publicação não só iniciou uma grande controvérsia como também gerou ameaças de morte para Amina, que desde então está incomunicável.

Foto: Captura de video

Almi Adel, clérigo islamita, líder da organização religiosa salafista Associação Moderada para a Conscientização e Reforma: chicotadas e apedrejamento para Amina Tyler

A polêmica começou quando o clérigo islamita, líder da organização religiosa salafista “Tawia Al-Li-Wassatia Al-Jamia Wal-Islah” (Associação Moderada para a Conscientização e Reforma), Almi Adel, disse ao jornal Assabah News que Amina deveria ser punida com 80 a 100 chibatadas. E foi além, argumentando que ela poderia até mesmo ser condenada à morte por apedrejamento

Para ele, “Amina, por seu ato, pode trazer infelicidade para o país, causando epidemias e desastres. Seu ato pode ser contagioso e dar ideias a outras mulheres”.

Após a entrevista do líder religioso, o grupo Femen da França – que aceitou Amina como ativista em fevereiro – disse que não conseguia mais entrar em contato com a tunisiana, e que temia que ela tivesse sido presa ou morta.

Segundo o portal Huffington Post, rumores diziam que Amina foi forçada por sua família a se internar em um hospital psiquiátrico em Tunis.

Segundo o jornal francês Le Figaro, no entanto, Amina não foi internada.

“Amina não está internada, ela está em casa”, disse a advogada Bochra Beladjamida, que defende a jovem ativista. Ela quer acabar com os rumores de que Amina estaria em um hospital psiquiátrico. Mas a advogada não sabe exatamente como ela está. “Eu não a vi, apenas conversamos por telefone. A voz dela estava cansada, sonolenta”, disse.

Segundo o Femen da França, essa advogada representa a família de Amina, e não a ativista. As ativistas só vão parar com a campanha de apoio a Amina quando conseguirem contato direto com ela.


Existe até um logotipo dos moviemtos de apoio a Amina Tyler

Na quarta-feira, o mesmo dia da condenação, um grupo de seguidoras do movimento no Facebook foi invadido por um hacker que se identifica como «Al Angur». As imagens, dela e de outra jovem, foram substituídas por versículos do Corão. A fotografia do perfil também foi trocada pelo peito nu de um homem abrindo a camisa com os dizeres «Maomé, o enviado de Alá».

O protesto invulgar da jovem na Tunísia gerou críticas dentro da própria família de Amina, que a considera uma «ofensa ao pudor da mulher e ao Islão». Os familiares apoiam a sua sentença de morte, de acordo com o site Algeria-focus.

«A nossa filha é vítima de manipulação mental, de lavagem cerebral. Devemos lutar contra este flagelo para salvar as nossas meninas», disse a mãe da jovem, depois de expressar a sua indignação e vergonha pelo seu comportamento.

Em nota difundida na Internet, pais, tios e primos da jovem apoiam a condenação.

«Somos uma família muçulmana e não podemos aceitar essas práticas, que afetaram seriamente não só a nossa imagem, mas a imagem das mulheres tunisinas e da nossa religião, o Islão», escreveram.

Foto: Captura de video

Entrevista na TV, Amina diz que não foi por motivos sexuais que exibiu os seios

Numa entrevista na televisão, Amina Tyler, antes de sair de circulação, demonstrou a sua admiração pelas ativistas do Femen e a sua luta a favor da igualdade de géneros. A tunisiana admitiu que não imaginou que a foto pudesse causar tanta comoção.

«É só uma maneira de passar uma mensagem. Não foi por motivos sexuais, mas para defender os direitos da mulher» - disse.

«Se eu postasse uma foto minha vestindo uma camiseta com o mesmo slogan, não teria qualquer impacto. Eu quero que a mensagem seja lida. O corpo de uma mulher é dela, não do seu pai, seu marido ou do seu irmão», afirmou.

Foto: Facebook

Mulheres de todo mundo repetem o gesto de Amina em apoio a tunisiana

Uma petição online pedindo que o governo tunisiano proteja a ativista já conta com mais de 80 mil assinaturas enquanto no Facebook da Femen dezena de mulheres de todo o mundo, envia fotos de apoio a tunisiana Amina Tyler.

As ativistas do Femen se tornaram famosas por suas manifestações provocadoras em defesa dos direitos das mulheres, em muitas das quais aparecem seminuas, quase sempre com os seios à mostra.


25 de mar. de 2013

Eduardo Campos no caldeirão de Jarbas

BRASIL – Eleição 2014
Eduardo Campos no caldeirão de Jarbas
Ex-desafeto político de Campos e aliado desde as eleições municipais do ano passado, Jarbas Vasconcelos aparece, agora, como um dos mais entusiasmado aliado e alardeador da campanha presidencial do governador. Em plena campanha arrebanhando aliados, Eduardo finge que vai aguarda 2014 para decidir sobre sua candidatura. Neste fim de semana, reuniu-se o grupo político de Jarbas e os aliados fieis de Eduardo, sobre o pretexto de degustarem um cozido, na casa de praia do senador, mas o prato principal foi à sucessão presidencial de 2014.

Foto: Ennio Benning/Istagram

Jarbas Vasconcelos (à dir.) recebe o governador de Pernambuco, Eduardo Campos, em sua residência na praia do Janga, um almoço sem conotação política?

Postado por Toinho de Passira
Fontes: Folha de São Paulo, Blog do Jamildo

Cozido pernambucano, um prato de sustança, rico calorias uma mistura de carnes variadas como chambaril, músculo, costela de boi, peito, paio, lombinho, costela, toucinho de fumeiro, linguiça e charque, não é uma refeição recomendada ao senador Jarbas Vasconcelos(PMDB-PE) , 70 anos, um homem que se submeteu em junho passado, a procedimento cirúrgico-cardíaco para implantação de duas pontes mamárias e duas pontes de safena, necessárias para a superação preventiva da obstrução coronária.

Mas essa foi o prato principal no almoço na sua casa de veraneio na Praia do Janga, em Paulista. Ou melhor, esse foi o pretexto para reunir uma turma da pesada, da política pernambucana, na véspera do “Domingo de Ramos”, gente que há pouco, antes das eleições municipais, não se sentaria ao redor de uma mesma mesa, para fazer uma refeição ou negociar.

Há anos, na mesma data, Jarbas promove o tal cozido, nos oito anos que foi governador, a festança era bastante concorrida, e era preciso uma estrutura gastronômica e de transito para organizar o estacionamento em frente à mansão.

Ultimamente o evento ser resumia a amigos mais chegados e assessores pontuais. Sábado o cozido de Jarbas reviveu os dias de glória, porque foi preparado em homenagem ao governador de Pernambuco, Eduardo Campos, segundo Jarbas, candidatíssimo a presidente da republica do Brasil nas próximas eleições.

Segundo a Folha de São Paulo, o cardápio era o mesmo, mas os convidados de Jarbas Vasconcelos, deste sábado (23) “eram inéditos”: o governador Eduardo Campos (PSB), o homenageado, levou à tiracolo um grupo de aliados que, até o início do ano passado, jamais frequentariam o jardim e o terraço da casa onde o senador passa parte do verão e recebe os amigos mais próximos.

Foto: Ennio Benning/Istagram

Entre os convidados o poderoso deputado Guilherme Uchoa (PDT) e o jornalista João Alberto

Campos e Vasconcelos eram rivais históricos desde 1992, quando o governador de Pernambuco e seu avô, Miguel Arraes, romperam com o peemedebista.

A reaproximação só aconteceu 20 anos depois, nas eleições municipais do ano passado, quando Jarbas apoiou o candidato socialista, Geraldo Julio, que venceu a disputa.

Para Eduardo, o senador teve um gesto de "largueza".

A relação entre os dois está ainda mais próxima nos últimos meses, desde que Campos vem se colocando como provável candidato à Presidência. Jarbas afirma que já está intermediando conversas entre o governador e senadores interessados em apoiá-lo.

Neste sábado, "jarbistas", "arraesistas" e "eduardistas" conversaram como fossem velhos amigos.

Estavam no almoço membros do governo estadual, da Prefeitura do Recife, parlamentares de ambos os lados, além de integrantes da Justiça de Pernambuco e do Tribunal de Contas do Estado.

Apenas colunistas sociais dos jornais pernambucanos foram chamados. O senador disse que não queria dar um "tom político" ao evento. Mesmo assim, permitiu a entrada dos repórteres que observavam tudo por cima do muro.

Eduardo se disse feliz pelo encontro e afirmou que já recebeu Jarbas em sua casa.

"A história que nós temos nos liga muito mais do que nos separa", afirmou Campos.

O governador elogiou a postura do senador, que costuma ser um dos principais críticos do PT, desde o governo do ex-presidente Lula.

"As palavras de Jarbas em relação à conjuntura nacional são as palavras de um político que tem experiência pública e devem ser levadas em conta", afirmou.

Campos voltou a fazer críticas ao governo da presidente Dilma.

"Estamos, como muitos brasileiros de outros partidos, preocupados em que o Brasil melhore, que o Brasil possa ir se reencontrando, com crescimento econômico e distribuição de renda", disse o socialista.

Foto: Ennio Benning/Istagram

Ouvindo Eduardo ao lado de Jarbas e do artista plástico João Câmara, o ministro do Tribunal de Conta da União, José Múcio Monteiro

Enquanto o governador de Pernambuco e provável candidato à Presidência, Eduardo Campos (PSB), diz que só decidirá em 2014 se deixa a base do governo de Dilma Rousseff, o senador Jarbas Vasconcelos (PMDB) afirma que o socialista já é um "dissidente".

"Na proporção que ele [Eduardo] continua dizendo que o governo andou, que o governo transformou, modificou, que o governo avançou, mas poderia ter avançado muito mais, então é uma dissidência", disse Jarbas.

No encontro do governador com empresários em São Paulo, relato na imprensa, Eduardo, Campos disse que "dá para fazer muito mais" que a presidente Dilma.

O senador Jarbas Vasconcelos, deixou claro que a afirmação sobre a dissidência "é uma análise pessoal", mas falou sobre o assunto ao lado do governador, que fazia cara de paisagem.

Foto: Ennio Benning/Istagram

Prefeito do Recife, Geraldo Júlio, fazendo estágio de aprendiz de feiticeiro, com os mestres Jarbas e Eduardo Campos.

Ex-desafeto político de Campos e aliado desde as eleições municipais do ano passado, Jarbas disse ainda que tem promovido conversas entre o governador e senadores. Ele afirmou que muitos colegas têm mostrado interesse em conversar com o provável candidato à Presidência da República.

"No Senado, está quase todo mundo, metade do Senado, ou mais da metade do Senado querendo conversar com ele", afirmou o senador, que completou: "isso não é uma frase de efeito. É uma frase verdadeira".

O senador disse que há "gente da base do governo" interessada na aproximação com Campos e citou como exemplos os senadores Cristovam Buarque (PDT-DF), Pedro Taques (PDT-MT), Pedro Simon (PMDB-RS), Waldemir Moka (PMDB-MS) e Ricardo Ferraço (PMDB-ES).

Os encontros, segundo Vasconcelos, ainda não aconteceram por incompatibilidade de agendas.

O próprio governador admitiu que tem conversado com membros de várias siglas. "São pessoas dos mais diversos partidos e isso é natural que aconteça. Eu já fazia isso e estou fazendo com maior intensidade porque é fato que eu estou sendo mais procurado por lideranças políticas", disse Eduardo Campos.

O governador, no entanto, diz que as conversas não giram em torno de eleições. "Tenho conversado em termos políticos. Não tenho conversado em termos eleitorais", afirmou.

Foto: Ennio Benning/Istagram

Jarbas destampando a panela da sucessão presidencial

Apesar de falar no tema, Jarbas disse que não é o momento para discutir eleição e criticou o ex-presidente Lula por antecipar o debate, ao lançar a presidente Dilma à reeleição.

"Isso que a gente está conversando agora, no dia 23 de março, é uma estupidez. A gente está discutindo questão eleitoral por conta de Lula, que lançou Dilma e arrastou dissidentes, no caso de Eduardo, arrastou Aécio [Neves (PSDB), senador], que é oposição.

Jarbas Vasconcelos apoiou a decisão de Eduardo Campos de procurar o ex-governador de São Paulo José Serra (PSDB) por entender que o tucano está desconfortável em seu partido.

"Se eu estivesse no lugar de Eduardo, faria exatamente o que ele está fazendo. Serra está numa situação de desconforto dentro do PSDB? Está. Então procura Serra, anda com Serra. É natural", afirmou.

Nem Eduardo Campos nem Jarbas Vasconcelos quiseram comentar as pesquisas Datafolha e Ibope divulgadas neste sábado. Ambas mostram ampla vantagem de Dilma Rousseff.

Segundo a Datafolha, Eduardo Campos tem 6% das intenções de voto, enquanto Dilma tem 58%.

Ainda bem que Jarbas explicou “ não queria dar um "tom político" ao evento (?)


As fotos que ilustram esse post são doInstagram de Ennio Benning, assessor do Senador Jarbas Vasconcelos

24 de mar. de 2013

Lula, profissão lobista

BRASIL - Escândalo
Lula, profissão lobbista
Veja desta semana diz que “Lula fez lobby para ajudar Eike Batista” na nebulosa história do Porto Açu, que envolveu ministros e o embaixador brasileiro em Singapura. A Folha de S. Paulo durante a semana revelou que o Governo tem gastos com viagens privadas de Lula ao exterior, que as empreiteiras pagaram mais da metade das viagens dessas viagens e que o ex-presidente promete, lá fora, repassar “pedidos” dos empresários para Dilma.

Foto: Carlos Grevi/ Agência Ururau/ Agência O Globo

PARECIA PROMISSOR - Eike, Lula e o lobista Pires Neto deixam o Açu no jato do empresário: ali, eles selaram o plano para tomar das mãos dos capixabas o estaleiro Jurong, diz a Veja

Postado por Toinho de Passira
Fontes: Veja, Folha de S. Paulo, Folha de S. Paulo , Folha de S. Paulo , Revista Época

A revista Veja, desta semana diz que a foto acima, tirada em 24 de janeiro, mostra o ex-presidente Lula logo depois de uma visita às obras do Porto de Açu, empreendimento de Eike Batista no litoral norte fluminense.

Era o ato final de um encontro de negócios para lá de promissor. VEJA detalha a operação desencadeada por Lula para ajudar o amigo empresário a desatolar os investimentos no Açu.

O ex-presidente se comportou como lobista. Graças a ele, Eike conseguiu audiência com a presidente Dilma Rousseff, que prometeu ajudá-lo a encontrar parceiros para o porto. Ele ainda viu dois ministros se engajarem pessoalmente em sua causa acionando, inclusive, o embaixador do Brasil em Cingapura, Luís Fernando Serra, que a mando do governo, teria procurado a direção da empresa Jurong para que ela transferisse seu estaleiro do município capixaba de Aracruz para o Porto de Eike Batista.

Guido Mantega, da Fazenda, e Fernando Pimentel, do Desenvolvimento, trabalharam para convencer a Jurong Shipyard, uma das grandes companhias de construção naval do mundo, controlada pelo governo de Singapura, a transferir para o Porto do Açu o estaleiro de 500 milhões de reais que está construindo no Espírito Santo. Só faltou combinar com os capixabas, que não gostaram nada da ideia de ficar a ver navios.

Foto: Ricardo Stuckert/Institulo Lula

Lula encontra Armando Gebuza, presidente de Moçambique, em novembro de 2012 durante visita ao país africano

SERVIÇAL DAS EMPREITEIRAS

- A Nos últimos dias da semana o jornal Estado de S. Paulo, focou a atuação do lobista Lula e suas peripécias pelo mundo. A primeira diz que “quase metade das viagens internacionais feitas pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, na América Latina e na África, após deixar o governo foi bancada por grandes empreiteiras com interesses nos países que ele visitou.

Segundo a Folha “a assessoria do ex-presidente diz que ele trabalha para promover "interesses da nação" e não das empresas que bancam suas atividades” embora “políticos e empresários familiarizados com as andanças de Lula disseram que ele ajudou a alavancar interesses de gigantes como Camargo Corrêa, OAS e Odebrecht nesses lugares”.

Desde 2011, Lula visitou 30 países, dos quais 20 ficam na África e América Latina. As empreiteiras pagaram 13 dessas viagens. Na última terça-feira, 19, Lula iniciou novo giro africano, começando pela Nigéria, e patrocinado por Odebrecht, OAS e Camargo Corrêa.

O Instituto Lula não informa os valores que recebe das empresas. Estimativas do mercado sugerem que uma palestra no exterior pode render a Lula R$ 300 mil, sem contar gastos com hospedagem, comida e transporte.

Embora em princípio, não hava irregularidades nas viagens por não haver lei sobre a atuação de ex-presidentes, pode-se notar que a atuação do lobista Lula, fere a ética e flerta com o “favorecimento ilegal.”

Em novembro de 2012, Lula viajou para quatro países (África do Sul, Moçambique, Etiópia e Índia). Segundo nota divulgada pelo Instituto Lula na ocasião, o objetivo era a "cooperação em políticas públicas e ampliação das relações internacionais", mas o telegrama da embaixada brasileira deixa claro que o assunto da viagem era outro.

As duas primeiras paradas foram pagas pela Camargo Corrêa. Em Moçambique, a empresa participou das obras de uma mina de carvão explorada pela Vale, que meses antes fora alvo de protestos de centenas de famílias removidas pelo empreendimento.

Segundo o telegrama da embaixada brasileira que relatou ao Itamaraty a visita de Lula, o ex-presidente contribuiu para reduzir resistências que as empresas brasileiras enfrentam em Moçambique.

Em agosto de 2011, Lula começou um tour latino-americano pela Bolívia, onde chegou "com sua comitiva em avião privado da OAS", como anotou o embaixador Marcel Biato em telegrama.

O primeiro compromisso foi um encontro com o presidente Evo Morales. Na época, protestos impediam a OAS de tocar uma rodovia de US$ 415 milhões. Foi um dos temas da conversa, dizem empresários da Bolívia que pedem sigilo.

La Paz cancelou o contrato, mas deu US$ 9,8 milhões como compensação à OAS.

Da Bolívia, ainda bancado pela OAS, Lula viajou para a Costa Rica, onde a empresa disputava uma obra de US$ 57 milhões. A OAS foi preterida após a imprensa local questionar o papel de Lula.

Após nove meses, a OAS ganhou a concessão da rodovia mais importante do país (negócio de US$ 500 milhões).

Foto: Ricardo Stuckert/Institulo Lula

O ex-presidente Lula cumprimenta Laura Chinchilla, presidente da Costa Rica, durante viagem ao país em agosto de 2011

MOLEQUE DE RECADO DE EMPRESÁRIOS

No exterior, o ex-presidente Lula participou de encontros privados entre políticos locais e empresários brasileiros, além de prometer levar pedidos a Dilma Rousseff, segundo telegramas do Itamaraty.

Em maio de 2011, Lula foi ao Panamá a convite da Odebrecht. Na agenda, visitas a obras da empresa com ministros, o presidente Ricardo Martinelli e a primeira-dama.

O diretor da Odebrecht no país ofereceu jantar em sua casa para Lula, Martinelli e os ministros da Economia, Obras Públicas e Assuntos do Canal.

Ao final do jantar, o ex-presidente prometeu levar três pedidos a Dilma, em encontro na mesma semana: maior presença da Petrobras no Panamá, um encontro entre os ministros dos dois países e a criação de um centro de manutenção da Embraer.

A Odebrecht obteve no Panamá contratos de US$ 3 bilhões. Cinco meses depois do jantar, engenheiros da construtora foram fotografados com um estudo de impacto ambiental sobre uma obra que só seria anexado à licitação três meses mais tarde.

A brasileira conquistou a obra de US$ 776 milhões e foi acusada de já saber do resultado previamente pela ONG Orgulho Panamá.

Em julho de 2011, Lula esteve em Angola para um evento patrocinado pela Odebrecht --empresa que tem 20 mil funcionários no país.

"Quando era presidente, Lula não gostava do presidente de Angola, mas ganhou um bom dinheiro para dizer que está tudo bem no país, o que é importante para a elite corrupta", disse à Folha Rafael Marques, da ONG Maka Angola.

Em junho de 2011, Lula viajou em jato da Odebrecht para Caracas, na Venezuela. Lá, encontrou-se com "grupo restrito de autoridades e representantes do setor privado".

A conversa com o então presidente Hugo Chávez, morto este mês, ocorreu no momento em que o governo local devia cerca de US$ 1 bilhão à empreiteira por obras como a do metrô de Caracas.

Três dias após a visita, Chávez anunciou que as dívidas com a Odebrecht estavam "quase" resolvidas.

Foto: Juan Karita/Associated Press

Lula viaja à Bolívia em agosto de 2011 e é recebido pelo presidente Evo Morales

APOIO DO ITAMARATI

O pior é que em algumas destas empreitadas o governo brasileiro envolve-se diretamente, incluindo principalmente despesas com pessoal diplomático, encarregado e acompanhar ou dá estrutura ao ex-presidente Lula, nestas viagens privadas ao exterior.

Em pelo menos três ocasiões Lula recebeu apoio de embaixadas, por meio de funcionários locais ou diplomatas enviados do Brasil para acompanhá-lo. Há também pagamento de almoços e aluguéis de material para a comitiva.

Segundo advogados e procuradores da República, gastos não previstos na legislação podem gerar ações para ressarcir os cofres públicos.

A lei que trata dos direitos de ex-presidentes não prevê apoio diferenciado no exterior --como no Brasil.

Em algumas viagens de Lula ao exterior, o Itamaraty designou diplomatas do alto escalão para acompanhá-lo.

Foi o que ocorreu em viagem de Lula a Moçambique e África do Sul, em 2012, quando o embaixador Paulo Cordeiro, subsecretário-geral para África e Oriente Médio, foi o encarregado da tarefa.

O deslocamento de Lula foi bancado pela Camargo Corrêa.

Além disso, o embaixador brasileiro em Pretória solicitou recursos para enviar um diplomata e uma auxiliar administrativa para a vila onde Lula teria encontro com o ex-presidente Nelson Mandela.

O encontro foi cancelado devido à saúde debilitada do sul-africano, mas o custo com passagens da auxiliar administrativa (US$ 586,71) foi desembolsado. O cancelamento do encontro ocorreu após a funcionária embarcar.

Em outras ocasiões, os diplomatas pedem recursos para participar dos eventos privados de Lula. Em agosto de 2011, o embaixador brasileiro em La Paz, Marcel Biato, solicitou "passagens aéreas e diárias correspondentes" para acompanhar evento de Lula, patrocinado pela OAS, em Santa Cruz de La Sierra.

Há também casos de gastos com aluguéis e alimentação. Em 15 de março de 2011, a Embaixada do Brasil em Doha (Qatar) solicitou que o Itamaraty liberasse US$ 330,58 para pagar pelo aluguel de um computador e uma impressora no "aposento do ex-presidente Lula, no Sheraton Hotel". A viagem era privada, para participar de fórum da rede de TV Al Jazeera.

Três dias antes, a embaixada havia solicitado outros US$ 685,95 para "quitar gastos extraordinários com cerimonial": um almoço no Nobles Restaurante, um dos mais badalados do país, para Lula e acompanhantes.

"A verba atual é suficiente apenas para pagar as despesas ordinárias e recorrentes do posto", escreveu a Brasília o embaixador Anuar Nahes, hoje titular em Bagdá.

Meses antes, as embaixadas haviam recebido ordem para cortar gastos, no começo da gestão Dilma Rousseff.

Alguns postos solicitam o pagamento de horas extras para funcionários devido à agenda de Lula no país.

É o caso da Embaixada na Polônia, que pediu pagamento adicional ao motorista do posto em setembro de 2011.

O funcionário levou o embaixador Carlos Magalhães de Varsóvia a Gdansk, onde Lula receberia um prêmio.

Com essa estrutura toda, o ex-presidente está inclusive fazendo concorrência, para lá de desleal, como os lobistas profissionais ordinários.


23 de mar. de 2013

Histórico encontro entre o Papa Francisco e Bento 16

VATICANO
Histórico encontro entre o Papa Francisco e Bento 16
Francisco almoçou nesse sábado com seu antecessor, Bento 16, em Castel Gandolfo, no sul de Roma. Em 600 anos um encontro desse não acontecia: dois Papas, vivos se confraternizando.

Foto: L’Osservatore Romano/Reuters

Um jornal italiano diz na manchete: Bergoglio encontra Ratzinger em Castelgandolfo. Assim reunidos ficou evidente o peso de 10 anos de diferença de idade entre os dois pontífices. O Argentino tem 76 e o alemão completa no próximo mês 86.

Postado por Toinho de Passira
Fontes: , BBC Brasil, NBC News, La Repubblica, The Guardian, Le Monde, Il Messaggero

O papa Francisco almoçou nesse sábado com seu antecessor, Bento 16, em Castel Gandolfo, no sul de Roma. É a primeira vez que um encontro desse tipo acontece em 600 anos.

Francisco foi levado de helicóptero do Vaticano até Castel Gandolfo, onde o papa emérito vive desde sua renúncia ao pontificado

O cardeal argentino Jorge Maria Bergoglio foi eleito como líder da Igreja Católica no dia 13 de março.

O Vaticano não divulgou nenhum comunicado oficial sobre o encontro, mas o correspondente da BBC em Roma, David Willey, diz que o encontro teve uma mistura calculada de informalidade e formalidade, em meio a especulações sobre como o protocolo atual do Vaticano lidaria com a situação.

O papa emérito abraçou Francisco em sua chegada no heliporto de Castel Gandolfo, usando o casaco branco com o qual já havia sido visto caminhando pela propriedade.

Os dois pontífices, vestidos de branco, trocaram presentes e rezaram juntos na capela privada do local.

Francisco insistiu em ajoelhar-se ao lado de Bento 16 e não usou o genuflexório especial preparado para ele. "Não! Nós somos irmãos, rezamos juntos!", disse o novo pontífice.

Foto: ANSA

No encontro privado, os dois devem ter tratados sobre os temas polêmicos

TEMAS DELICADOS

Na agenda do encontro dos sacerdotes estavam assuntos polêmicos que serão herdados pelo cardeal argentino em seu pontificado, incluindo um documento secreto preparado por Bento 16 sobre o escândalo de vazamento de documentos no ano passado.

O novo líder da Igreja Católica é geralmente eleito após a morte de seu antecessor e não há nenhum registro público de encontros anteriores entre um papa em exercício e um ex-papa.

Em 1294, Celestino 5º renunciou após cinco meses como papa. Bonifácio 8º foi eleito dias depois e ordenou a prisão do pontífice anterior. Celestino faleceu um ano depois.

O papa Francisco falou com carinho sobre seu antecessor no cargo. Um de seus primeiros atos como papa foi um telefonema para Bento 16.

Foto: Assaocieted Press

Francisco rejeitou genuflexório papal e rezou ao lado de antecessor

O pontífice emérito deverá permanecer na residência de verão em Roma até que novas acomodações sejam preparadas para ele dentro do Vaticano - previstas para o fim de abril.

Já Francisco começa essa semana a temporada litúrgica mais importante da Igreja, com a missa do Domingo de Ramos na Praça de São Pedro, que dá início à semana da Páscoa.

Foto: La Presse

Pontífices trocaram presentes durante encontro


22 de mar. de 2013

CHARGE: PELICANO - Bom Dia (SP)



PELICANO - Bom Dia (SP)


Petistas e aecisitas em pavorosa: Eduardo Campos conversou com José Serra

BRASIL – Eleição 2014
Petistas e aecisitas em pavorosa:
Eduardo Campos conversou com José Serra
O tucano José Serra e o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), estiveram juntos na sexta-feira, num encontro supostamente secreto. Os tucanos ligados ao senador Aécio Neves (PSDB-MG) e os petistas de Dilma não gostaram.


Falando do encontro com o ex-governador de São Paulo, José Serra, o governador de Pernambuco, Eduardo Campos, afirmou que tem muitas ideias em comum com o tucano, inclusive algumas maiores do que as mantidas com integrantes da base do governo.

Postado por Toinho de Passira
Fontes: Veja, O Globo, Diário de Pernambuco, Folha de S. Paulo, Estadão

O Estadão reportou que de olho na viabilização da sua a candidatura à Presidência em 2014, o governador de Pernambuco e presidente nacional do PSB, Eduardo Campos, encontrou-se com o ex-governador José Serra (PSDB) na última sexta-feira, em São Paulo.

A aproximação com o tucano ocorre num momento estratégico para Campos, em que o presidenciável do PSDB, Aécio Neves (MG), é obrigado a administrar descontentamentos internos do próprio Serra que ameaçam seu projeto eleitoral em 2014.

Os movimentos de Campos em direção a Serra provocaram fortes reações no PT e na ala do PSDB ligada a Aécio Neves.

Ainda que o PT tenha o conforto da popularidade da presidente Dilma Rousseff (63% aprovam a gestão e 79% aprovam a petista, segundo o CNI/Ibope), candidata à reeleição, petistas sabem que a disputa em dois turnos é incerta e trabalhosa. Tanto o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva quanto Dilma tiveram de enfrentar segundos turnos com o PSDB para chegarem ao poder.

Segundo aliados do governador pernambucano, não há como ele medir as condições para se lançar candidato em 2014 sem considerar os passos da oposição. Um auxiliar de Eduardo Campos resume assim a ofensiva: "Para os tucanos, é bom que ele se candidate. Para ele, é bom flertar com o PSDB".

Campos já disse aos tucanos que tem interesse na manutenção da candidatura de Aécio. O presidente do PSB acredita que o nome do tucano na urna ajuda a afastar a imagem de que ele seria um candidato de oposição a Dilma, papel que será ocupado pelo PSDB.

Foto: Aílton de Freitas/O Globo

Aécio "estupefato" com a movimentação de Campos na direção de Serra

Aécio soube nesta semana sobre o encontro de Campos e Serra, e teria ficado "estupefato", segundo um correligionário. Chegou ao mineiro a informação de que o encontro fora intermediado pelo ex-senador catarinense Jorge Bornhausen (PSD).

No PSDB, o episódio foi interpretado como mais um passo de Serra para pressionar Aécio. O ex-governador se articula para ganhar maior espaço e visibilidade no partido. Lideranças tucanas ligadas a Serra pediram que ele ocupe a presidência do PSDB. O tucano reagiu e disse que ninguém pode negociar em seu nome no partido.

"O eleitor nordestino é petista e dilmista e não vai entender Campos em oposição a Dilma", afirmou nesta quinta-feira, 21, o deputado federal e secretário-geral do PT, Paulo Teixeira, durante reunião da executiva nacional do partido em São Paulo. O petista citou a pesquisa CNI/Ibope divulgada na terça-feira, para afirmar que Campos não conseguirá viabilizar sua candidatura.

A colocação de Campos como candidato é um fato, na avaliação de um grupo de petistas, que poderia forçar um segundo turno em 2014.

O presidente nacional do PT, Rui Falcão, minimizou nesta quinta os movimentos do aliado em direção aos tucanos, ainda que internamente o assunto sempre entre na pauta: "Ele é um líder nacional e é um direito dele se reunir com quem bem entender".

A aproximação com José Serra faz parte de um movimento do pernambucano em busca de espaço no Sudeste. O PSB de Eduardo Campos já é aliado do governador Geraldo Alckmin e integra a coalizão tucana. Os aliados do presidente do PSB acreditam que Serra ainda tem influência eleitoral em São Paulo - apesar da derrota em 2012 - e que mantém boas relações com prefeitos de grandes cidades do interior paulista, o que poderia ajudar Eduardo Campos caso ele se aventure numa eleição presidencial e caso vá para o segundo turno.

A novidade da candidatura de Campos, dizem aliados do governador, o torna um nome mais viável que Aécio em 2014.

Ter boa relação com tucanos em São Paulo é fundamental para o projeto de Eduardo Campos. Tanto que também está em curso nos bastidores uma negociação para o PSB apoiar a reeleição de Geraldo Alckmin e, em troca, obter a vaga de vice na chapa - o que abriria espaço para uma campanha casada entre Campos e Alckmin no Estado.

Alckmin e Serra não são do mesmo grupo político no PSDB e o governador tucano não assumiu até hoje uma postura explícita pró-candidatura Aécio Neves. Por via das dúvidas, Eduardo Campos flerta com as duas alas tucanas. Para Alckmin, uma coligação com o PSB na disputa pelo governo de São Paulo garantiria mais 1min04s em cada bloco de sua propaganda eleitoral de TV.

Serra é amigo dos Arraes desde a década de 60, quando Chegou à presidência da UNE em 1964 com ajuda do então governador Miguel Arraes, avô de Campos. O governador manteve boa relação com Serra ao longo dos anos, apesar de ter se posicionado a favor de Dilma em 2010 quando o PSDB, com Serra candidato, pôs o tema aborto na campanha para atingir a petista. Em 2012, pressionado por Lula, Campos levou o PSB a apoiar Fernando Haddad contra Serra.

Foto: Rodrigo Coca/Folhapress

Falando a Folha de S. Paulo, sobre a reunião, o ex-governador José Serra provocou dizendo que a candidatura do governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), à Presidência da República nas eleições de 2014 seria "boa para o Brasil e boa para a política".