30 de set. de 2012

Os crimes sexuais de Kadafi

LÍBIA
Os crimes sexuais de Kadafi
O livro reportagem, “As presas - sobre o harém de Kadafi” , da jornalista do Le Monde, Annick Cojean, conta o horror dos porões do palacio do ditador líbio, onde mulheres, homens e crianças viviam como prisioneiros, para satisfazer o doentio apetite sexual do ditador, que utilizava-se de até quatro vítimas diárias.


Ex-presidente líbio mantinha, segundo o livro, mulheres, homens e menores de ambos os sexos como escravos sexuais, em Trípoli. Costumava estruprar menores de ambos os sexos.

Postado por Toinho de Passira
Fontes: O Globo, El Pais, Terra

As orgias e depravações sexuais dos filhos de Muamar Kadafi são de conhecimento público, mas pouco se sabe da intimidade do ex-ditador líbio, morto no ano passado.

Em entrevista ao jornal espanhol “El País”, a jornalista Annick Cojean, autora do livro “As presas”, conta detalhes do apetite sexual insaciável do ex-presidente, que além de violar mulheres, abusaria também de homens, incluindo seus próprios ministros e embaixadores, e teria ao menos quatro relações sexuais por dia. O livro, recém-lançado na França, retrata um Kadafi megalomaníaco, vaidoso e cínico.

- Muitos o viam como um predador de mulheres, mas não podíamos imaginar seu nível de barbárie, sadismo e violência - disse Annick.

Soraya, uma das jovens cujo relato está presente no livro, tinha 15 anos quando, em 2004, foi sequestrada por 'olheiros' de Kadafi após entregar um buquê de flores para ele durante uma cerimônia em sua escola. O ex-líder aceitou o presente e colocou a mão sobre a cabeça da menina. Soraya disse que só mais tarde percebeu que o sinal queria dizer "eu quero essa".

No dia seguinte, mulheres em uniformes apareceram no salão de beleza de sua mãe em Sirte e explicaram que Kadafi queria a menina para outra "cerimônia de buquê". Ela foi levada, viajou horas por um deserto, teve seu sangue tirado e os seios medidos antes de ser desnuda e depilada. Após ser vestida com uma pequena calcinha e um vestido justo de cetim branco, ela foi levada ao quarto de Kadafi, onde o encontrou já pelado.

As mulheres que escoltavam Kadafi, nas suas viagens, eram, na verdade, escravas sexuais
"Ele segurou a minha mão e me forçou a sentar ao seu lado na cama", contou Soraya, acrescentando que não se atreveu a encará-lo. "Ele disse: 'não tenha medo. Eu sou o seu papai. Não é assim que vocês me chamam? Mas também serei seu irmão e amante, porque você ficará e viverá comigo para sempre'". A jovem afirmou que tentou resistir e foi então foi enviada para ter lições com Mabrouka, mulher responsável pelo harém de Kadafi, que recebeu ordens para educá-la e trazê-la de volta.

De acordo com o livro, Kadafi repetidas vezes estuprou, espancou e urinou em cima da adolescente nos cinco anos que ela passou em cativeiro. Algumas vezes outras garotas estavam presentes nos seus encontros com o líder. Quando alguma delas fazia sexo oral em Kadafi, ele dizia para Soraya "assistir e aprender". Segundo a jovem, Kadafi estava sempre drogado e obrigava suas vítimas a cheirar cocaína, fumar, beber e dava filmes pornôs para a jovem ver como "dever de casa" .

Outra vítima, Houda, relatou à jornalista francesa que concordou em fazer sexo com Kadafi após ele prometer libertar o seu irmão. Ela tinha 18 anos na época do primeiro encontro. Kadafi teria abusado dela nos próximos cinco.

Famoso por sua tirania, os relatos no livro ajudam a trazer luz sobre o misterioso exército de mulheres em uniforme que sempre escoltava Kadafi em suas viagens. De acordo com a obra, em vez de fazer a segurança do líder, elas eram suas escravas sexuais e Kadafi adotava o estupro como prática diária. O ex-líder, morto em 2011 ao fim da revolução que tomou conta da Líbia, também estupraria meninos com frequência, segundo relatos de vítimas.

Capa da versão francesa do livro sobre os crimes sexuais de Kadafi

Como Soraya, eram muitas mulheres e até alguns homens, vivendo como escravos sexuais. Alguns ficavam por dias, outros por anos sob o domínio do ditador. O fluxo era constante para saciar o apetite sexual de Kadafi, que mantinha relações com quatro pessoas por dia, segundo as testemunhas entrevistadas por Annick.

- Algumas me falaram de 30 mulheres presas ao mesmo tempo, mas é impossível comprovar, havia muitas idas e vindas e os movimentos eram restritos. Não tinham muito contato umas com as outras - disse a jornalista.

>Qualquer evento poderia ser usado para encontrar novas presas sexuais, incluindo viagens ao exterior, diz Annick. Segundo a jornalista, qualquer lugar poderia ser usado para saciar o apetite do líder. Nos porões da Universidade de Trípoli, por exemplo, rebeldes encontraram um quarto, com uma enorme cama ainda feita e uma hidromassagem com detalhes de ouro.

Mas a obsessão sexual de Kadafi também era uma arma de poder. O ditador usava o sexo para punir seus desafetos políticos, contou um ex-membro do regime, afirmando que o líder abusava sexualmente com alguns de seus ministros, condenados à desonra, e elaborava estratégias para seduzir mulheres de chefes de Estado africanos e embaixadores.

- Cada vez que queria se posicionar como vencedor frente a um chefe tribal, de Estado ou um opositor qualquer, prometia que poderia dar dinheiro para uma fundação, diploma de estudo, para sua mulher, sua filha. Uma desculpa para um convite até o complexo de Bab al-Aziziya. O simples fato de ter transado com a filha de um deles o fazia se sentir triunfal - disse Annick.

29 de set. de 2012

Há 20 anos, Fernando Collor de Mello sofria processo de impeachment

BRASIL
Há 20 anos, Fernando Collor de Mello,
sofria processo de impeachment
Collor foi o primeiro presidente do Brasil a sofrer processo de impeachment

Foto: Agência Estado

O presidente Fernando Collor de Melo no dia da posse com a esposa Roseane Collor, no parlatório, Palácio do Planalto, 1990

Postado por Toinho de Passira
Texto de Iolando Lourenço e Mariana Jungmann para a Agência Brasil
Fontes: Época, Agência Brasil

Há exatos 20 anos, o Brasil assistiu à abertura do processo de impeachment do então presidente Fernando Collor de Melo, aprovado por 441 votos na Câmara dos Deputados. Collor foi o primeiro presidente da República eleito pelo voto direto após o regime militar, ao derrotar em segundo turno o então candidato do PT, Luiz Inácio Lula da Silva. As primeiras denúncias contra Collor surgiram após os 100 primeiros dias de mandato e diziam respeito a um esquema de corrupção montado pelo ex-tesoureiro de campanha, Paulo César Farias – conhecido como PC Farias. As denúncias, intensamente divulgadas pela imprensa, culminaram com a criação de uma comissão parlamentar mista de inquérito, a CPI do PC.

Foto: Fernando Maia/Agência O Globo.jpg

Na faixa do protesto dos estudantes, o slogan definitivo do movimento: ‘Fora Collor

As denúncias de corrupção, associadas ao desgaste do então presidente em função da implementação de planos de estabilização da economia, levaram mais tarde à mobilização popular e à aprovação do pedido de impeachment. Os planos econômicos, chamados de Collor I e Collor II, consistiam basicamente em tentar controlar a inflação, que já vinha alta desde o governo anterior de José Sarney. No primeiro momento os planos surtiram efeito, mas o confisco do dinheiro da população nos bancos e a volta da alta da inflação começaram a provocar insatisfação do povo com o presidente.

Muitas empresas e até pessoas físicas faliram quando o governo determinou que todas as contas bancárias poderiam ter saldo máximo de Cr$ 50 mil (cinquenta mil cruzeiros, a moeda da época). Impedidos de arcar com os compromissos financeiros, os empresários foram os primeiros a abandonar o apoio a Collor. Além disso, denúncias como as de desvio de dinheiro público para a construção dos jardins na residência oficial, chamada de Casa da Dinda, e o pagamento de vultosas despesas do casal presidencial, com dinheiro das empresas de PC Farias, levaram o povo às ruas pedindo a saída do presidente.

Duas entrevistas foram determinantes para a mobilização popular. Primeiro o irmão do presidente, Pedro Collor, à revista Veja, denunciando o chamado esquema PC e o desvio de verbas públicas para as empresas do ex-tesoureiro de campanha. Depois, o motorista Francisco Eriberto França confirmou à revista Isto É ter feito pagamentos para Fernando Collor e sua esposa, Rosane Collor, com cheques e valores que buscava nas empresas de PC Farias.

A conclusão dos trabalhos da CPI do PC, com relatório que considerou as denúncias procedentes, foi outro fator que incentivou a mobilização popular. O movimento Fora Collor era formado principalmente por estudantes, os chamados "Caras Pintadas", e por mais pessoas ligadas às universidades, os professores. Diante do clamor da sociedade civil, os presidentes da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Marcelo Lavanère, e da Associação Brasileira de Imprensa (ABI), Barbosa Lima Sobrinho, entregaram ao presidente da Câmara dos Deputados, Ibsen Pinheiro, o pedido de impeachment com mais de 20 mil assinaturas.

Pinheiro acolheu o pedido e designou o então deputado Nelson Jobim como relator, que posteriormente apresentou parecer favorável ao impedimento do presidente da República de prosseguir no mandato. No dia 29 de setembro de 1992, Ibsen Pinheiro abriu a sessão de votação pelo impeachment de Fernando Collor de Melo em um Congresso Nacional cercado por milhares de manifestantes Caras Pintadas. Com 441 votos favoráveis, 38 contrários, 23 ausências e 1 abstenção, a Câmara dos Deputados decidiu pelo afastamento imediato do presidente da República de suas funções e autorizou o Senado Federal a abrir processo de cassação de mandato e dos direitos políticos.

Foto: Sérgio Marques/Agência Globo

Abraçados, Collor e Rosane saem do Palácio do Planalto após o Congresso ter determinado o afastamento temporário, do presidente, durante a investigação

No dia 2 de outubro, Collor foi comunicado de seu afastamento temporário pelo período que durasse o processo de impeachment e o então vice-presidente da República, Itamar Franco, assumiu o cargo. Itamar permaneceria na cadeira presidencial até o fim do mandato, em 1994.

A cassação de Fernando Collor de Melo foi confirmada por 76 votos favoráveis e dois contrários no Senado Federal, em 29 de dezembro de 1992. O ex-presidente ainda tentou uma manobra para evitar a perda de seus direitos políticos. Depois de aberta a sessão no Senado, o advogado de defesa de Collor, José Moura Rocha, apresentou aos senadores a carta de renúncia dele. A tentativa, no entanto, foi em vão, e a cassação foi confirmada.

Em 1994, o ex-presidente foi absolvido no Supremo Tribunal Federal (STF) da acusação de corrupção passiva por falta de provas. A absolvição na ação penal, entretanto, não o livrou da suspensão dos direitos políticos por oito anos, a contar da data do que seria o término do seu mandato presidencial, em 1994. Collor voltou à cena política do país apenas em 2002, quando tentou se eleger governador de seu estado, Alagoas, mas foi derrotado.

Em 2006, ele se elegeu senador e passou a ocupar uma cadeira no plenário que cassou seus direitos políticos. Em 2010, o senador Collor tentou novamente governar seu estado, mas ficou em terceiro lugar nas eleições. O mandato dele no Senado termina em fevereiro de 2015.


A organização milionária da mulher de Delúbio

BRASIL
A organização milionária da mulher de Delúbio
Mônica Valente comanda o escritório brasileiro de associação que recebe R$ 7 milhões por ano para representar sindicatos


DONA DO COFRE< - O ex-tesoureiro do PT (á esq.), Delúbio Soares, diz que depende da mulher,... Mônica Valente, para honrar suas despesas. Ela cobra um euro por filiado à associação que dirige

Postado por Toinho de Passira
Texto de Josie Jeronimo
Fonte: Isto É

Exonerado do cargo de professor da rede pública de Goiás e vivendo oficialmente da renda de uma imobiliária virtual, o ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares costuma dizer que depende da mulher para honrar suas despesas. Mas não deve ser com os rendimentos do ofício de psicóloga que Mônica Valente tem conseguido ajudar o marido.

Desde a militância à frente da Central Única dos Trabalhadores (CUT) na década de 90, Mônica aprofundou sua atuação profissional no mundo dos sindicatos de servidores. Membro do diretório nacional do PT, a mulher de Delúbio comanda o escritório brasileiro da Internacional do Serviço Público (ISP), entidade que desempenha o papel de intermediário entre os sindicatos de funcionários públicos e organismos globais, como a Organização Internacional do Trabalho (OIT).

A adesão das confederações à ISP custa um euro por filiado. Em conjunto, as 26 confederações filiadas à associação comandada por Mônica Valente repassam para ela R$ 7 milhões por ano das receitas obtidas com o imposto sindical. As informações foram confirmadas à ISTOÉ por dirigentes de entidades ligadas a esse braço brasileiro da organização internacional.

O destino desse dinheiro todo, porém, é um mistério até mesmo para as entidades que pagam pela filiação. A ISP recebe recursos das confederações que representam os servidores públicos e não presta contas. Por isso, a filiação à ISP gera polêmica na base das confederações.

Sindicalistas contrários ao repasse de dinheiro à associação alegam não entender para que serve o dinheiro aplicado na entidade para a representação internacional. Argumentam que os resultados da atuação da organização comandada pela mulher de Delúbio deixam a desejar. Em dez anos de existência, por exemplo, apenas uma denúncia contra cerceamento dos direitos trabalhistas teria sido aceita pela OIT.

“Ela não tem participação nas principais causas, não tem programa. É mais uma entidade em que os dirigentes se apegam à estrutura para ter benefícios. Recebe arrecadação das entidades e não tem transparência”, critica Sandro Pimentel, um dos coordenadores da Federação de Sindicatos de Trabalhadores das Universidades Brasileiras (Fasubra).

Servidores do Judiciário tentaram impedir na Justiça o desconto nos salários para bancar entidades, que segundo Adilson Rodrigues, diretor do Sintrajud, nem deveriam existir.

“É um absurdo descontar um dia do salário do trabalhador para sustentar sindicatos de fachada. Os dirigentes se lambuzam no dinheiro suado do servidor. No dia a dia, a ISP é fictícia. A atuação internacional de um sindicato é algo pontual, não de filiação em tempo integral. Gastamos dinheiro para bancar uma entidade fajuta”, acusa Rodrigues.

A denominação “internacional” que a associação comandada por Mônica carrega também não combina com a estrutura que o ISP tem no Brasil. Como uma espécie de “franquia” do órgão internacional, a associação registrou CNPJ em São Paulo em 2001, antes da entrada da mulher de Delúbio. Embora tenha mais de dez anos de existência e opere uma verba milionária, a associação que embolsa recursos das confederações sindicais se resume a uma sala no centro da capital paulista e é tocada hoje por apenas duas pessoas. Além de Mônica, a entidade também é representada por Jocélio Drummond.

Durante a semana, a reportagem de ISTOÉ procurou a mulher de Delúbio e outros representantes da ISP, mas a secretária da organização insistiu que a entidade não contava com nenhum outro responsável além de Mônica e Jocélio, ambos fora do País, em viagem à Argentina. No papel de representantes dos servidores públicos brasileiros no plano internacional, os dois se revezam realizando palestras, recrutando integrantes das confederações para formar grupos de trabalhos – com o objetivo de discutir temas do funcionalismo – e participando de congressos dos sindicatos filiados.

Em eventos da sede da Internacional, eles se apresentam como representantes do escritório brasileiro. Durante a greve dos servidores federais, este ano, a ISP também prestou consultoria às confederações analisando os pleitos dos servidores que seriam apresentados ao governo.

“O principal trabalho na ISP é orientar nas demandas do funcionalismo e discutir o direito de greve”, diz João Domingos, presidente da Confederação dos Servidores Públicos do Brasil (CSPB), entidade que reúne 2,5 milhões de funcionários de órgãos municipais, estaduais e federais.

Mônica Valente não é novata no meio sindical. Antes de assumir a defesa de causas do serviço público, ela militou na ONG Instituto Observatório Social (IOS), ligada à CUT. O IOS atua hoje como parceiro da associação da mulher de Delúbio. Em 2011, o instituto recebeu R$ 200 mil da Secretaria de Promoção da Igualdade Racial e o mesmo valor da Petrobras para ação de comunicação institucional.

Agora, no entanto, Mônica manipula um orçamento bem mais polpudo. A maior parte dos recursos milionários que bancam a entidade vem de descontos do contracheque de servidores públicos federais para as confederações.

A obri­gação de dar um dia trabalhado por ano aos movimentos sindicais está prevista na Constituição. Mas um processo em tramitação no Tribunal de Contas da União (TCU) questiona a legalidade da transferência de dinheiro para as confederações de representação do serviço público, cujos funcionários não são regidos pela CLT. Servidores também entram na Justiça para questionar o desconto. Mesmo assim, entidades como a administrada por Mônica Valente recebem mais de R$100 milhões todos os anos.


Bizarros títulos de filmes em Portugal

BRASIL
Bizarros títulos de filmes em Portugal
Artur Xexéo comenta hilários títulos de filmes na terrinha de Camões


"My Big Fat Greek Wedding" é o titulo original em inglês, que no Brasil, passou a se chamar, "O Casamento Grego", em Portugal transformou-se em "Viram-se gregos para casar"

Postado por Toinho de Passira
Texto de Artur Xexéo
Fontes: Blog do Xexéo

Nunca fui muito de debochar de títulos de filmes em Portugal. Alguns viraram até piada promovida mais pela fantasia do que pela verdade. Na “terrinha”, “Psicose” nunca se chamou “O filho que era mãe” como garantiam os piadistas. “Psico” era o título que aparecia nas marquises dos cinemas daquele país.

Até concordo que, às vezes, os portugueses gostam de complicar na “tradução”. “Casamento grego” (“My big fat greek wedding”), por exemplo, se transformou em “Viram-se gregos para casar”.

Em outras ocasiões a estranheza é motivada apenas por hábitos linguísticos diferentes, como “Recém-casados” (“Just married”), que lá virou “Casados de fresco”, ou “Os guarda-chuvas do amor” (“Les parapluies de Cherbourg”) que, em Portugal, chamou-se “Os chapéus de chuva de Cherburgo”.

Muito frequentemente, a transposição é tão ruim lá quanto aqui. Quem disse que “Os vampiros que se mordam”, título que demos a “Vampire sucks”, é melhor do que “Ponha aqui o seu dentinho”, seu batismo português.

Admito ainda que, de vez em quando, os títulos de Portugal adiantam demais a trama do filme, como aconteceu com “O planeta dos macacos” adaptado pelos portugueses como “O homem que veio do futuro”.

Mas, para ser inteiramente honesto, eles até acertam mais do que a gente, como em “O poderoso chefão” (“The godfather”), “O padrinho”, em Portugal; em “Assim caminha a Humanidade” (“Giant”), “Gigante” no além-mar; ou ainda “Se beber, não case” (“The hangover”), que ganhou a sobriedade de “Ressaca” no seu título de Portugal.

Mesmo assim, gostaria de chamar a atenção para um título que, em Portugal, parece ter ultrapassado o bom senso. Está certo que, lá como cá, não deve estar sobrando tradutores de dinamarquês. Por isso, deve ser penoso conseguir algo adequado que intitule “Flickam som lekte med elden”, o nome do segundo episódio da série “Millenium”, sucesso mundial no livro e no cinema.

Nós, brasileiros, seguimos o título da versão americana (“Te girl who played with fire”) para “A menina que brincava com fogo”. Mais criativos, os portugueses inventaram “A rapariga que sonhava com lata de gasolina e um fósforo”. Vai ver até que é mais fiel que o título dinamarquês. Vai saber!


Humberto tem razão em pedir cassação da candidatura de Geraldo por causa da propaganda casada?

BRASIL – Recife – Eleição 2012
Humberto tem razão em pedir cassação da candidatura de Geraldo, por causa da propaganda casada?
Eduardo Campos usa escandalosamente a propaganda institucional do governo do estado para ajudar seu candidato Geraldo Júlio. Aos olhos do eleitor, não há diferença entre a propaganda eleitoral e a institucional. Usar recurso público em campanha eleitoral é crime. É bom lembrar que Humberto está reclamando agora, mas achou bom, quando esse mesmo rolo compressor de Eduardo o elegeu senador em 2010.

Captura de Video

Eduardo na propaganda eleitoral de Geraldo Júlio, mesmo estilo e padrão do filme institucional do Governo do estado

Postado por Toinho de Passira
Fontes: NE10, G1

O juiz João Maurício Guedes Alcoforado, da 151° Zona Eleitoral, notificou nesta quinta-feira (27) o governador de Pernambuco, Eduardo Campos, e os candidatos a prefeito e vice-prefeito do Recife, Geraldo Julio (PSB) e Luciano Siqueira (PC do B), a apresentarem suas defesas, no prazo de cinco dias, contra uma representação por propaganda eleitoral "casada", impetrada pela candidatura de Humberto Costa.

A ação do petista visa impugnar a candidatura do socialista Geraldo Julio por veiculação de propaganda "casada" em publicidade institucional do governo do estado. A ação foi proposta pela coligação Para o Recife Seguir Mudando, que tem como candidato a prefeito Humberto Costa (PT).

João Guedes já havia decidido liminarmente pela "não suspensão" da referida propaganda, indeferindo o pedido do PT.

A representação alegava desvio de finalidade da propaganda institucional do Governo de Pernambuco. O atual governador apoia a candidatura de Geraldo Julio. Segundo o documento, a propaganda do executivo estadual é direcionada às condutas governamentais similares às propostas divulgadas por Geraldo Julio.

Os advogados da coligação de Humberto Costa solicitam a cassação de registro do candidato e suspensão imediata da veiculação da propaganda institucional no rádio, televisão e internet. A representação cita como exemplo as constantes nomenclaturas utilizadas na mídia representada que ligariam, de forma clara, as Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) à campanha do candidato do PSB.

O recurso toma como base o artigo 73 da Lei 9.504/97, que trata do comportamento dos agentes públicos nos pleitos eleitorais, proibindo certas condutas para evitar que a igualdade de oportunidades entre candidatos seja afetada. Não existe prazo estipulado para a decisão definitiva, pois isso será determinado conforme o andamento do processo.

Falando ao site G1, o assessor jurídico da coligação Frente Popular do Recife, dos candidatos Geraldo Julio e Luciano Siqueira, o advogado Bruno Brennand, explicou que está aguardando a citação da Justiça para se pronunciar.

"Ainda não tivemos acesso à cópia da petição inicial, não sabemos qual o teor da representação, assim não podemos antecipar nossa linha de defesa. Mas tivemos um processo idêntico, com os mesmos fundamentos, na 7° Zona Eleitoral, e o juiz indeferiu a representação de imediato, nem precisamos ser citados", explicou.

A representação na 7° Zona foi proposta por Esteves Jacinto, que concorria pelo PRTB ao cargo de prefeito do Recife.

Não simpatizamos com a candidatura de Humberto Costa, fossemos eleitor de Recife estaríamos naquele índice de rejeição, mas, por dever de opinar com imparcialidade, achamos fundamento na petição da candidatura de Humberto.

Por falta de tempo hábil, essa ação não será julgada, pelo Juiz eleitoral, antes da eleição, muito menos pelo TRE.

Um olhar imparcial na questão detecta que a candidatura de Humberto Costa tem razão em acionar a justiça, que como sempre está sendo muito lenta ao reagir, deixando o tempo andar, enquanto os efeitos do delito eleitoral proporcionava vantagem ao candidato governista, em prejuízo aos demais.

Foto: Divulgação

Na propaganda institucional um pernambucano (eleitor) elogia o atendimento de um dos hospitais supostamente construídos sob a gerência de Geraldo Julio, o mesmo que aparece na propaganda eleitoral

Eduardo, a princípio centrou as propagandas eleitorais, em ações do governo do estado, no Recife, mostrando a utilidade, por exemplo, dos hospitais, que na propaganda eleitoral, ele mesmo dizia que havia sido construído sob a supervisão do candidato Geraldo Júlio.

Até o formato das peças publicitárias, aos do governo e as da propaganda tem o mesmo formato e acabamento, complementando-se e fundindo-se aos olhos do espectador.

Geraldo Julio já tem mais tempo de televisão que os demais candidatos, devido à coligação com os 16 partidos que o apoiam. Acrescentando-se a isso o uso das propagandas institucionais do Governo do Estado resulta numa desvantagem ilegal e acachapante aos demais candidatos.

A propaganda do governo do Estado, paga pelo contribuinte, servindo a candidatura do afilhado de Eduardo Campos, é um gritante crime eleitoral.

Ninguém pode mais ignorar a força da televisão na decisão dos pleitos eleitorais: basta constatar que em três meses de campanha, os candidatos Geraldo Júlio (PSB) e Daniel Coelho (PSDB) transformaram-se de ilustres desconhecidos a candidatos tão populares, que conseguem ultrapassar, com folga, nas pesquisas a popularidade do senador Humberto Costa, um politico com anos de exposição na mídia.

Noutros tempos, o TRE já mandou tirar do ar propagandas institucionais e de candidatos, apenas porque as músicas de fundo eram as mesmas, sob a argumentação que poderia confundir o eleitor.

O petista, Humberto Costa, porém, não pode espernear muito, o seu partido, o PT é useiro e vezeiro em usar a máquina publica a favor dos seus candidatos. Recentemente, em 2010, Eduardo Campos, para se eleger e eleger Humberto Costa, senador fez a mesma coisa que está fazendo agora. Humberto está apenas sendo obrigado a tomar o amargo veneno que sempre serviu aos adversários. Bem feito.


28 de set. de 2012

Aécio Neves diz que Lula age como chefe de facção

BRASIL – Eleição 2012
Aécio Neves diz que Lula age como chefe de facção
Senador do PSDB rebateu as críticas feitas pelo ex-presidente a adversários políticos e disse que falta humildade e competência a Fernando Haddad.

Foto: Carlos Rhienck/Folhapress

O senador eleito por Minas Gerais, Aécio Neves, o futuro provável candidato do PSDB a eleição presidencial de 2014

Postado por Toinho de Passira
Fonte: Veja Com Agência Estado

O senador Aécio Neves (PSDB-MG) afirmou nesta sexta-feira que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva age "como líder de facção" e mancha a própria biografia ao defender os réus do mensalão. Para Aécio, Lula ataca a oposição "de forma extremamente agressiva" nos palanques eleitorais. "O lulismo, da forma que existia, quase messiânico, que apontava o dedo e tudo seguia na mesma direção, não existe mais", afirmou o senador.

Em entrevista concedida nesta sexta-feira em um hotel na orla de Maceió, Aécio respondeu às declarações de Lula contra os tucanos nos palanques eleitorais, principalmente em São Paulo. Segundo Aécio, os ataques mostram o desespero do ex-presidente. "O lulismo sempre terá avaliações positivas em algumas regiões de sua influência, mas, da forma como existia no passado, não existe mais", disse. "Lula está abdicando da condição de ex-presidente de todos os brasileiros para ser um líder de facção. Não é bom para ele, nem para sua história."

O senador afirmou que o julgamento do mensalão será como virar uma página na história do Brasil. "O julgamento fortalece a ética na política. Teremos um Brasil melhor."

Para Aécio, a tática virulenta de Lula tem surtido efeito inverso, como no caso de Belo Horizonte, onde o ex-presidente fez ataques a Fernando Henrique Cardoso. "Parece que o incomoda ainda bastante a figura de Fernando Henrique, mas sua ida a Minas não alterou em nada as pesquisas eleitorais", disse.

Aécio disparou também na direção do candidato petista à prefeitura de São Paulo. Fernando Haddad o chamou de despreparado para ser presidente da República e o aconselhou a ler mais - um livro por semana, ao menos. "Acho que ele passou ali um recado ao presidente Lula. Ele não me parece satisfeito com o apoio do ex-presidente", disse o tucano, lembrando que, apesar do "tsunami de recursos financeiros investidos", a campanha de Haddad não deslanchou.

O senador disse que preferia ser lembrado por Haddad com mais gentileza. "Achei que ele fosse me cumprimentar, por ter levado Minas Gerais a ser o estado que tem a melhor educação fundamental do Brasil", disse. "Se ele me perguntasse a receita, eu lhe diria: é humildade e competência, duas características que ele não demonstrou ter ao longo da sua vida pública. É uma oportunidade de ele perceber que, para avançar na vida pública, não basta apenas um padrinho político."

Eleições presidenciais - Questionado sobre as eleições presidenciais de 2014, o senador disse que não quer "colocar o carro na frente dos bois". "Agora nós vamos nos dedicar a sair bem das eleições municipais, principalmente no Nordeste e, em 2013, vamos discutir com a sociedade qual a nova agenda do país", disse. "A partir daí, vai surgir uma candidatura. Se recair sobre mim essa responsabilidade, obviamente eu estarei preparado."

De olho na eleição de 2014, Aécio realiza um périplo por cidades nordestinas, como Maceió e Recife, onde candidatos tucanos disputam a prefeitura. O objetivo tem mão dupla: de um lado, ele dá impulso nessas candidaturas na reta final e de outro, fortalece seus laços políticos com lideranças regionais para uma eventual candidatura presidencial.


CHARGE: PAIXÃO - Gazeta do Povo (PR) - 28.09.2012



PAIXÃO- Gazeta do Povo (PR)


Ministros Joaquim Barbosa e Marco Aurélio trocam safanões verbais

BRASIL
Ministros Joaquim Barbosa e Marco Aurélio trocam safanões verbais, pelos jornais
O ministro Marco Aurélio duvidou, pela imprensa, da capacidade de Joaquim Barbosa em ser presidente do Supremo Tribunal Federal, o relator do mensalão, respondeu que Marco Aurélio só é ministro por ser parente de Fernando Collor. Corre risco, a eleição de Joaquim Barbosa, como novo presidente do Supremo em novembro.

Foto: Nelson Jr./SCO/STF

PARTINDO PARA CIMA - Joaquim Barbosa, considerando-se agredido, verbalmente, pelo ministro Marco Aurélio

Postado por Toinho de Passira
Fontes: O Globo, O Globo, Terra Magazine

Como em qualquer particula social, o Supremo Tribunal Federal é palco de intriga e desentendimentos, às vezes profundos. De um grupo de superegos discutindo questões subjetivas, por anos seguidos, não se poderia esperar outra coisa. Mas essas megas-desavenças, não costumavam ser accessível ao grande público, povoava inexpugnáveis intramuros.

De uns tempos para cá, graças ao Ministro Joaquim Barbosa, principalmente, as querelas, tem acontecido também durante as sessões. É celebre sua discussão com o Ministro Gilmar Mendes, então presidente do Supremo Tribunal Federal, e já virou rotina, agora, no julgamento do mensalão, suas agressivas observações em cima do revisor do processo o ministro Ricardo Lewandowski.

Nesta quinta-feira, em mais um episódio da série, o ministro Joaquim Barbosa, respondeu à crítica do ministro Marco Aurélio Mello de que ele não teria condições de ser presidente da Corte devido aos constantes bate-bocas protagonizado com os colegas, em particular, com o ministro revisor do processo do Mensalão, Ricardo Lewandowski.

Barbosa, normalmente arredio à imprensa, perguntado por jornalistas, insinuou que Marco Aurélio não tinha estudado o suficiente para chegar ao cargo, mas se valido do parentesco com o ex-presidente Fernando Collor, que o nomeou.

- Ao contrário de quem me ofende momentaneamente, devo toda a minha ascensão profissional a estudos aprofundados, à submissão múltipla a inúmeros e diversificados métodos de avaliação acadêmica e profissional. Jamais me vali ou tirei proveito de relações de natureza familiar - afirmou.

Foto: Nelson Jr./SCO/STF

BRIGA DE CACHORRO GRANDE E TOGADO - O midiatico ministro Marco Aurélio, provocou Joaquim e levou o troco, haverá tréplica ?

O ministro Marco Aurélio Melo havia criticado e lançado dúvidas de que o ministro Joaquim Barbosa, não teria capacidade para ser presidente da Corte. Em novembro, com a aposentadoria do atual presidente, ministro Ayres Britto, Barbosa assumirá o comando do tribunal.

Na última quarta-feira, Barbosa se irritou várias vezes com o ministro revisor, Ricardo Lewandowski, que divergiu dele em alguns pontos. Barbosa atacou Lewandowski afirmando que ele estava fazendo “vista grossa” da prova, que deveria parar com “hipocrisias” e julgar “corretamente”.

Na ocasião, Marco Aurélio e outros ministros saíram em socorro de Lewandowski.

- Como ele (Joaquim Barbosa) vai coordenar o tribunal (quando se tornar presidente em novembro)? Como ele vai se relacionar com os demais órgãos, com os demais poderes. Não sei. Mas vamos esperar. Nada como um dia atrás do outro - disse Marco Aurélio.

- Eu fico muito preocupado diante do que percebo no plenário. Eu sempre repito: o presidente é um coordenador. Ele é algodão entre cristais. Ele não pode ser metal entre cristais - acrescentou mais tarde.

Marco Aurélio citou até mesmo um comentário que ouviu no rádio, segundo o qual o estilo beligerante de Joaquim Barbosa poderia colocar em risco sua eleição como presidente. É praxe no STF que o tribunal seja presidido pelo membro mais antigo que ainda não ocupou o cargo. No momento atual, essa é justamente a situação do ministro Joaquim Barbosa. Mas, apesar de citar o comentário e lembrar que a eleição para presidente no STF não é por aclamação, Marco Aurélio disse acreditar que esse risco não existe no momento.

Foto: Nelson Jr./SCO/STF
ALVO PREFERENCIAL - Lewandowski, o revisor do mensalão, na alça de mira de Joaquim Barbosa
Barbosa, por sua vez, disse aos jornalistas que Marco Aurélio costuma ser um problema para todos os presidentes do STF. E ressaltou que obedece às regras de convivência aprendidas não apenas nos livros, mas na vida.

- Um dos principais obstáculos a ser enfrentado por qualquer pessoa que ocupe a Presidência do Supremo Tribunal Federal tem por nome Marco Aurélio Mello. Para comprová-lo, basta que se consultem alguns dos ocupantes do cargo nos últimos 10 ou 12 anos.

O apego ferrenho que tenho às regras de convivência democrática e de justiça me vem não apenas da cultura livresca, mas da experiência concreta da vida cotidiana, da observância empírica da enorme riqueza que o progresso e a modernidade trouxeram à sociedade em que vivemos, especialmente nos espaços verdadeiramente democráticos - disse.

O ministro ainda ressaltou que, quando ocupar a presidência do STF, a partir de novembro, não tomará decisões ilegais e “chocantes para a sociedade”, e tampouco fará intervenções inapropriadas, apenas para se exibir, afirmando que as atitudes eram típicas de seu desafeto.

- Caso venha a ter a honra de ser eleito presidente da mais alta Corte de Justiça do nosso país nos próximos meses, como está previsto nas normas regimentais, estou certo de que de mim não se terá a expectativa de decisões rocambolescas e chocantes para a coletividade, de devassas indevidas em setores administrativos, de tomadas de posição de claro e deliberado confronto para com os poderes constituídos, de intervenções manifestamente ‘gauche’, de puro exibicionismo, que parecem ser o forte do meu agressor do momento - declarou.

Por mais que admiremos Joaquim Barbosa, pela sua capacidade intelectual, cultura jurídica e destemor como julgador, notadamente nesse processo do mensalão, temos que reconhecer que ele frequentemente exagera.

Por causa do seu destempero, o ministro Joaquim Barbosa, corre, sim, o risco de não ser eleito presidente do Supremo, uma possibilidade ainda remota, mas real.

Deve-se levar em conta que a votação é secreta, e ele notadamente tem alguns inimigos públicos entre os ministros eleitores. Pode-se contabilizar a princípio, Gilmar Mendes, Ricardo Lewandowski, provavelmente Dias Toffoli e agora o Marco Aurélio.

Num universo de 11 eleitores, Joaquim disputaria o cargo, com uma provável rejeição inicial de 36%, sem margem de erro.

27 de set. de 2012

DATAFOLHA: Geraldo Julio cada vez mais perto de uma vitória no primeiro turno

BRASIL – Recife – Eleição 2012
DATAFOLHA: Geraldo Julio cada vez
mais perto de uma vitória no primeiro turno
Humberto Costa, está cada vez mais distante de participar de um eventual Segundo turno, com Daniel Coelha firmando-se na segunda posição

Captura de video

Postado por Toinho de Passira
Fonte: G1 - Pernambuco

O Datafolha divulgou, nesta quinta-feira (27), a quarta pesquisa de intenção de voto sobre a disputa pela Prefeitura do Recife neste ano.

A pesquisa foi encomendada pela TV Globo e pelo jornal "Folha de S. Paulo".

Em relação à pesquisa anterior, divulgada no dia 12 de setembro, Geraldo Julio foi de 34% para 42% e Daniel Coelho passou de 19% para 22%. Já Humberto Costa foi de 23% para 17%.

Veja os números do Datafolha, considerando os votos válidos:

Geraldo Julio (PSB) - 47% dos votos válidos
Daniel Coelho (PSDB) - 25%
Humberto Costa (PT) - 19%
Mendonça (DEM) - 5%
Edna Costa (PPL) - 2%
Jair Pedro (PSTU) - 1%
Roberto Numeriano (PCB) - 1%

Para calcular esses votos, são excluídos da amostra os votos brancos, os nulos e os eleitores que se declaram indecisos. O procedimento é o mesmo utilizado pela Justiça Eleitoral para divulgar o resultado oficial da eleição.


O Datafolha testou dois cenários para o segundo turno. Em um confronto entre PSB e PT, Geraldo Julio teria 59% das intenções, enquanto Humberto Costa ficaria com 28% dos votos. Se a disputa fosse entre PSB e PSDB, Geraldo Julio teria 51% dos votos e Daniel Coelho, 38%.

Ou seja, para Geraldo Júlio, um segundo turno contra Humberto Costa é mais confortável, que com Daniel Coelho, enquanto o petista perderia por 31 pontos percentuais, o tucano, perderia por 23 pontos.

O que pesa e desengana Humberto é o alto índice de rejeição: segundo o Datafolha, entre os entrevistados, 43% disseram que não votariam em Humberto Costa, enquanto 18% rejeita Geraldo Julio e 17%, Daniel Coelho.

Captura de video


Femen, as ativistas dos seios nus, instalam-se em Paris

FRANÇA
Femen, as ativistas dos seios nus, instalam-se em Paris
As meninas do grupo ucraniano, famosas por fazerem protestos seminuas e enfrentar a polícia abriram um centro de recrutamento e treinamento em Paris

Foto: Jacky Naegelen/Reuters

Em Paris, as novas voluntárias serão treinadas nas técnicas de exibirem as tetas, em defesa das grandes causas da humanidade

Postado por Toinho de Passira
Fontes: Femen - Paris, Terra, France 24, New York Daily News

As ativistas do movimento feminista Femen, no começo da semana, fizeram o que mais sabem e gostam de fazer, protestam seminuas na inauguração da sede da organização em Paris.

Foto: Sarah Leduc/France24

A ONG ucraniana se instalou na capital francesa para "recrutar soldados" na luta contra a discriminação de mulheres. Com os corpos pintados e coroas de flores na cabeça, cerca de 15 manifestantes anunciaram a instalação do "primeiro centro de treinamento do novo feminismo".

Foto: Getty Images

O movimento Femen é conhecido desde 2010 por suas ações de topless na Ucrânia, Rússia e Grã-Bretanha, entre outros países e inclusive o Brasil.

Foto: Jacky Naegelen/Reuters

O objetivo é declarar "guerra ao patriarcado e à ditadura", declarou a ativista Inna Chevchenko, refugiada na França desde que serrou uma cruz no centro de Kiev, em apoio ao grupo musical Pussy Riot, cujas integrantes foram condenadas na Rússia.

Foto: Joseph Paris/Flickr

Em pleno centro de La Goutte d'Or, um bairro popular do norte de Paris, as militantes feministas, com flores no cabelo e frases pintadas no corpo, gritaram "Femen, Femen!" e "Nudez, liberdade!".

Foto: Joseph Paris/Flickr

Elas dispõem de todo o nosso apoio. Seguramente era disso que o mundo estava precisando.

Foto: Sarah Leduc/France24

As tetas unidas jamais serão vencidas!


O vale tudo da re-re-eleição de Chávez

VENEZUELA
O vale tudo da re-re-eleição de Chávez
O presidente venezuelano, candidato ao terceiro mandato, apesar de enfrentar um adversário difícil, escolhido como representante único da oposição, mantem-se à frente nas pesquisas, fruto de um discurso populista e a utilização da força total da máquina governamental. Chávez já chamou o adversário de porco, analfabeto político e maricas. Por exemplo, na maioria das vezes impede a transmissão televisiva de atos da oposição requisitando o horário para exibir mensagem da presidência.

Foto: Juan Barreto / AFP

SEM ESTRIBEIRAS - Contando com o entusiasmo de uma militância fanática e jogando sujo, como "nunca se había visto en este país", Chávez marcha para um terceiro mandato

Postado por Toinho de Passira
Fontes: Terra, EFE, Le Figaro, Exame , Folha de S. Paulo

Quase 19 milhões de venezuelanos elegerão no próximo dia 7 de outubro o presidente que governará o país durante o período 2013-2019.

O presidente venezuelano, Hugo Chávez, 58, segundo as últimas pesquisas, está com pelo menos 16 pontos de vantagem sobre o candidato opositor, o ex-governador e advogado, Henrique Capriles Radonski, 40, para as eleições presidenciais da Venezuela, que ocorreram no dia 7 de outubro. Chávez tem 50% dos votos e Capriles 34%. Há ainda 14% de indecisos. A situação da oposição é difícil: mesmo que todos os indecisos migrassem para Capriles, mesmo assim ele não venceria.

Há quem comete que as pessoas não confiam nos institutos de pesquisa e preferem não manifestar seu voto contra Chávez, ou mesmo participar da pesquisa, temendo represálias, de grupos radicais ligados ao presidente.

O presidente do instituto de pesquisa Hinterlaces, Óscar Schemel, explicou que pela evolução dos números o provável é que o presidente Hugo Chávez no poder desde 1999, continue a governar da Venezuela por mais longos sete anos, se a saúde permitir.

Para Schemel, a única chance remota de Capriles obter resultado favorável, é que se torne realidade a possibilidade de um número de abstenção recorde, pois, segundo as pesquisas os prováveis eleitores de Chávez são os menos dispostos e motivados a votar, até por causa do clima do já ganhou. Segundo ele, o torna os resultados finais dependentes do nível de abstenção e da capacidade da máquina governista em mobilizar seus eleitores.

O presidente venezuelano, Hugo Chávez, faz uma campanha sem estribeiras, num estilo populista desregrado que faz o nosso Lula, parecer um Lord inglês: diz, por exemplo, que se a oposição ganhar o país pode cair numa guerra civil.

Quem comanda a campanha de Chávez é o marqueteiro do PT, o brasileiro, João Santana, contratado a petrodólares. Como em propaganda nada se cria, sua mais visível participação na campanha do venezuelano foi a utilização do célebre bordão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o "nunca antes na história deste país", que na versão chavista ficou assim: "Esto nunca se había visto en este país".

Num dos spots televisivo, por exemplo, Chávez pergunta:

"Vovô, o que acha da minha canaimita [nome dado ao 1,8 milhão de laptops que o governo diz ter distribuído nas escolas públicas]?".

"Esto nunca se había visto en este país", responde o avô.

O modelo se repete para o subsídio no preço dos alimentos, para atendimento gratuito de saúde e para a construção de teleféricos nas favelas.

Nesta quarta-feira, num comício, respondendo uma proposta de Henrique Capriles, em participar de um debate televisivo, antes das eleições Chávez desqualificou o adversário, dizendo que ele não serviria nem para “ser prefeito”.

"Quem vai debater contigo, rapaz? Aprenda a falar primeiro! Você é um analfabeto político", afirmou Chávez.

O líder venezuelano ressaltou também que Capriles anda disfarçado de "esquerdista", mas, na realidade, é "de uma família burguesa, sua trajetória é burguesa e seu programa é burguês e neoliberal".

"Se tem orelhas de elefante, se tem rabo de elefante, tem patas de elefante, é um elefante", ironizou, pedindo aos seus eleitores, uma sonora vaia, para o opositor.

Durante a campanha, Chávez já qualificou Capriles de fascista, porco, nazista e até mesmo de "marica", mas Capriles disse em várias ocasiões que não liga para as ofensas porque, no seu entender, mostram a falta de "ideias" do governo.

Restou ao candidato da aliança opositora da Venezuela , Henrique Capriles, dizer que o presidente e aspirante à reeleição, Hugo Chávez, não quis ir a um debate com ele, seu principal rival, porque tem medo.

'Sabem por que não quiseram debater? Tiveram medo de debater ideias, de debater propostas', afirmou Capriles em um ato de campanha no estado de Monagas que não pôde ser transmitido ao vivo, porque, como acontece sempre que há um grande evento da oposição, Chávez requisitou o horário para transmitir uma mensagem presidencial obrigatória de rádio e televisão.


CONGA, CONGA,CONGA!
Gisele Bündchen incorpora Gretchen na nova campanha da Sky

CONGA, CONGA,CONGA!
Gisele Bündchen incorpora Gretchen na nova campanha da Sky


Gisele Bündchen postou em seu Twitter, fragmento de novo vídeo da campanha da Sky - um dos poucos contratos que ainda mantém no Brasil. A hiper-mega-super top model, arrisca uns passos de Conga, Conga, Conga, clássico de Gretchen e deixa muito a desejar. Quer o quê? Ninguém pode ser perfeita em tudo.

Claro, que a peça publicitária mantém o tom humorístico, como a maioria dos filmes feitos para esta campanha. Ela, inclusive, usa peruca. A brincadeira, descompromissada, porém, repercutiu, mundialmente, como quase tudo que ela faz.
”passiravideo”


26 de set. de 2012

Senador petista afirma que 'setores da mídia' usam mensalão para sabotar PT

BRASIL - Mensalão
Senador petista afirma que 'setores da mídia' usam mensalão para sabotar PT
O petista disse que "setores da mídia" usam o julgamento para "sabotar o PT" e o ex-presidente Lula com o objetivo de influenciar no resultado das eleições municipais do dia 7 de outubro.

Foto: Waldemir Barreto/Agência Senado

Pela segunda vez, em duas semana, o petista acusou a oposição, em especial o PSDB, de influenciar as “elites” do país para prejudicar o PT.

Postado por Toinho de Passira
Fonte: Folha de S. Paulo

      Pela segunda semana consecutiva, o senador Jorge Viana (PT-AC) subiu à tribuna do Senado para criticar a imprensa no julgamento do mensalão.

      O petista disse que "setores da mídia" usam o julgamento para "sabotar o PT" e o ex-presidente Lula com o objetivo de influenciar no resultado das eleições municipais do dia 7 de outubro.

      "Cobrar, exigir dos que ocupam cargos públicos, eu acho que é uma das funções mais nobres da imprensa. E isso é feito diariamente. Mas daí a querer conduzir a opinião pública, a explicitar, na véspera de uma eleição, uma intolerância com uma figura como a do presidente Lula, aí isso é sabotagem", afirmou.

      Ao discursar para um plenário vazio, Viana disse que os ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) que julgam o mensalão também sofrem influência da mídia.

      "Só não vale nossos governos indicarem ministros do Supremo e eles chegarem lá e votarem contra por pressão da imprensa", afirmou.

      O petista acusou a oposição, em especial o PSDB, de influenciar as "elites" do país para prejudicar o PT. Na opinião de Viana, a imprensa é "preconceituosa" e "intolerante" porque "nunca aceitou que o Brasil fosse governado pelo presidente Lula".

      Apesar das críticas à mídia, Viana disse que seu objetivo não é impor censura à imprensa --nem defender o seu controle social. "Sou contra qualquer tipo de controle. É o momento apenas de discutirmos responsabilidades", disse à Folha.

      No discurso, Viana também insinuou que alguns promotores e juízes atuam em julgamentos com posturas para agradar a imprensa porque querem virar políticos no futuro. E criticou o que chama de "endeusamento" de ministros do STF.

      Sobre a indicação do ministro Teori Zavascki para o STF pela presidente Dilma Rousseff, o petista criticou a postura da oposição de exigir que ele se posicione sobre sua possível participação no julgamento do mensalão --assim como os ataques de DEM e PSDB aos réus no processo.

      "Hoje parcela da imprensa tenta disfarçadamente assumir um papel que a oposição fracassou em ter. A oposição hoje não tem um projeto político para o país", afirmou.


Dilma e a ética pública, por Merval Perrerira – O Globo

BRASIL - Opinião
Dilma e a ética pública
“O não preenchimento das vagas passou uma mensagem clara do Palácio do Planalto: a comissão passara a ser um estorvo para o governo, que não tinha interesse em colocá-la em funcionamento.”

Foto: Ueslei Marcelino/Reuters

“A “punição” sofrida pelos dois conselheiros demonstra que o Palácio do Planalto, sob a gestão de Dilma, não admite ser confrontado por uma Comissão de Ética Pública que se considere independente.”

Postado por Toinho de Passira
Texto de Merval Pereira para O Globo
Fonte: Blog do Merval

      A manobra da presidente Dilma para esvaziar a Comissão de Ética Pública, que acabou gerando a demissão de seu presidente, o ex-ministro do Supremo Tribunal Federal Sepúlveda Pertence, mostra bem sua maneira de agir quando desagradada.

      Depois de quase três meses sem se reunir, pois só contava com dois dos sete conselheiros, sem o quorum mínimo, portanto, de quatro membros para a realização de sessões, a Comissão entrou em uma crise quando a presidente decidiu, afinal, preencher suas vagas.

      O não preenchimento das vagas passou uma mensagem clara do Palácio do Planalto: a comissão passara a ser um estorvo para o governo, que não tinha interesse em colocá-la em funcionamento.

      Somente depois que a imprensa chamou a atenção para extinção branca da Comissão, a presidente viu-se na obrigação de preencher as vagas no número mínimo para recolocá-la em condições de funcionamento.

      Cinco mandatos se encerraram nos meses de junho e julho, e poderia haver reconduções para novos mandatos em dois casos, os dos conselheiros Marília Muricy e Fábio Coutinho. Nos outros três, a Presidente da República teria, necessariamente, que nomear brasileiros sem passagem anterior pela CEP, pois já estavam em seu segundo mandato, como sempre foi praxe na Comissão. Pois a presidente nomeou três novos conselheiros e não reconduziu os dois únicos que poderiam permanecer, justamente aqueles que haviam sido indicados por Pertence.

      Mas não foi isso que os fez cair em desgraça junto ao Palácio do Planalto, mas suas atuações em dois episódios envolvendo ministros do governo Dilma. Ambos atuaram na análise de denúncias contra o então ministro do Trabalho, Carlos Lupi, recomendando sua demissão após denúncia de que seu partido, o PDT, cobrava comissões de ONGs que tinham convênios com o ministério do Trabalho. A presidente Dilma, que parecia estar em meio a uma operação de faxina em seu ministério para livrá-lo de corruptos, não gostou da orientação da Comissão de Ética, pois seu plano era fazer a substituição sem romper politicamente com o PDT. Na ocasião ela se disse desagradada por ter sabido através dos jornalistas da recomendação da Comissão.

      Não custa lembrar que o mesmo ministro Lupi já tivera em enfrentamento com a mesma Comissão de Ética Pública – o que não é estranhar – no governo Lula, quando o ex-ministro Marcilio Marques Moreira a chefiava.

      A Comissão exigiu que Lupi deixasse a presidência do PDT enquanto exercesse o cargo de ministro do Trabalho, e durante meses resistiu à recomendação. Ao final de uma crise política tensa, a Comissão exigiu a demissão de Lupi, obrigando-o a abrir mão da presidência formal do partido. Os dois conselheiros que não foram reconduzidos aos seus cargos haviam também tomado parte da decisão de cobrar mais explicações sobre as palestras do Ministro do Desenvolvimento Fernando Pimentel, sendo que Fábio Coutinho fora o relator do caso.

      Muito ligado à presidente Dilma, Pimentel ficou em situação constrangedora no ministério, o que irritou a presidente, que não pretendia abrir mão de sua colaboração.

      A “punição” sofrida pelos dois conselheiros demonstra que o Palácio do Planalto, sob a gestão de Dilma, não admite ser confrontado por uma Comissão de Ética Pública que se considere independente. Para não fugir ao hábito de difamar os adversários, ou os que passa a considerar adversários, o Palácio do Planalto deixou “vazar” informações de que os motivos de desagrado de Sepúlveda Pertence seriam outros, bem menos nobres. O ex-ministro do Supremo estaria desgostoso por que seu filho fora preterido, tanto por Lula quanto por Dilma, na escolha para ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). A posição republicana de Sepúlveda passaria a ter, nessa versão palaciana, uma motivação vulgar, a reivindicação nepotista não atendida.

       O ex-ministro do STF portou-se de maneira elegante ao pedir demissão, sem explicitar as razões mais profundas que o levaram a sair, dizendo apenas que o fazia em solidariedade aos conselheiros não reconduzidos. Mas Sepúlveda admitiu que a tarefa de “impor limites éticos” ao governo é necessária, mas, difícil.

      A posição da presidente Dilma, ao contrário, acende uma luz amarela em relação à sua disposição de abrir o governo ao contraditório, na busca de um aprimoramento ético. Justamente o contrário do que a imagem de "faxineira ética" do início do governo.


*Acrescentamos subtítulo, foto e legenda a publicação original

Revista Veja: Será que Roberto Jefferson merece perdão?

BRASIL – Opinião
Será que Roberto Jefferson merece perdão?
Em caso de condenação, ministros do Supremo Tribunal Federal discutem a possibilidade de reduzir as penas do ex-deputado Roberto Jefferson, o delator do mensalão.

Ilustração « thepassiranews »

NO TÚNEL DO TEMPO: Roberto Jefferson no Congresso denunciando o mensalão

Postado por Toinho de Passira
Texto de Adriano Ceolin e Laura Diniz , para a Veja
Fonte: Veja- 24/09/2012

       Na tarde da última quinta-feira, o ex-deputado Roberto Jefferson estava em seu apartamento, no Rio de Janeiro, assistindo pela televisão ao julgamento do mensalão — o seu julgamento. Sete anos depois de ter revelado a existência do maior escândalo de corrupção política da história, ele viu o ministro Joaquim Barbosa, relator do processo no Supremo Tribunal Federal, condená-lo pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. "Esse Roberto Jefferson aí não sou eu", comentou. Em 2005, o então deputado confessou ter recebido 4 milhões de reais para que o seu partido, o PTB, apoiasse o governo Lula—e também forneceu as pistas iniciais que permitiram ao Congresso, à Polícia Federal e ao Ministério Público identificar a maioria dos personagens envolvidos na trama montada pelo PT. Jefferson é ao mesmo tempo réu e principal testemunha de acusação. Dependendo do que decidirem os demais ministros, sua punição poderá chegar a 28 anos e oito meses de prisão. O Supremo, porém, pode reservar uma surpresa extra ao ex-parlamentar.

       A ponta do iceberg que deu origem ao escândalo do mensalão apareceu com o vídeo que mostrava um funcionário dos Correios recebendo propina, ao mesmo tempo em que revelava que a estatal funcionava como um centro de captação de dinheiro para o PTB. Seria mais um dos muitos casos de corrupção se Roberto Jefferson, o então todo-poderoso presidente do PTB, não tivesse decidido contar o que sabia: o governo do presidente Lula havia montado uma gigantesca estrutura de arrecadação e distribuição de dinheiro para comprar partidos políticos e subornar parlamentares — "um mensalão", como definiu pela primeira vez o deputado, Jefferson deu o nome dos envolvidos (seis parlamentares de quatro partidos), trouxe à luz a identidade do pagador ("um carequinha chamado Marcos Valério") e apontou o dedo para quem julgava ser o chefe (o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu). As investigações confirmaram o que o ex-deputado relatou. A Procuradoria-Geral da República denunciou quarenta pessoas por diversos crimes e dez delas já foram condenadas pelo Supremo. Sem o testemunho de Roberto Jefferson, a punição aos corruptos não passaria de uma miragem. É por isso que alguns ministros estudam propor, na hipótese de condenação do ex-deputado, a redução de sua pena, um prêmio pela colaboração.

       "A lei permite e é um caso que pode, inclusive, ter efeito pedagógico", diz um ministro do STF que já conversou com alguns colegas sobre o caso. A ideia é recompensar Roberto Jefferson pela delação que levou à comprovação do esquema. Há dois benefícios possíveis, extraídos de uma lei que trata da colaboração voluntária de réus nas investigações dos crimes de que participaram — o perdão judicial, livrando-o de qualquer punição, e a redução de até dois terços da pena. Esses benefícios são resultado do reconhecimento de que só a ajuda dos próprios infratores, em determinados casos, pode acelerar investigações que se arrastariam por anos e teriam conclusão incerta. "O Judiciário se vê diante de crimes tão complexos atualmente que, muitas vezes, sem essa colaboração, não se chega aos culpados", diz o ex-ministro Carlos Velloso. "Contar com a colaboração de corréus é uma tendência mundial no combate ao crime organizado. O estado só dribla a intimidação imposta pela organização criminosa a seus membros oferecendo mecanismos de proteção", reforça o promotor paulista José Reinaldo Carneiro, especializado no combate ao crime organizado.

       Por enquanto, Jefferson diz que seu maior temor não é cumprir pena na cadeia após o julgamento do mensalão. Ele estaria às voltas com um desafio bem mais prosaico: alimentar-se, um processo que ficou tormentoso depois que seu aparelho digestivo teve de ser remodelado em consequência de uma cirurgia para a retirada de um tumor maligno no pâncreas. "Tirei quatro quintos do estômago, 1,5 metro de intestino delgado, um quarto do fígado e metade do pâncreas. Tomei 500 pontos. Preciso comer, mas, se como um pouco a mais, meu estômago grita. Sinto cólicas." Em tratamento contra o câncer, Jefferson vive uma rotina de quase reclusão. Uma vez por semana, deixa o apartamento onde mora, na Barra da Tijuca, rumo ao hospital. O resto do tempo passa em casa, onde acompanha o noticiário com atenção redobrada. Na quinta-feira, os jornais repousados sobre a mesa da sala registravam o voto do ministro Joaquim Barbosa pela sua condenação. "Olhe como estou magro nesta foto", diz. Jefferson era obeso quando desfilava como ponta de lança da tropa parlamentar da República das Alagoas, no governo Collor. Chegou a pesar 175 quilos.

       Na gestão Lula, com um corpo bem mais magro, chegou a brincar, num depoimento no auge do escândalo do mensalão com o fato de ter sido chamado de metrossexual. Refutou a pecha, apesar de saboreá-la. Na última semana, a perda de peso foi agravada porque Jefferson sofreu uma infecção. Ele deixou o hospital com 74 quilos, 8 menos do que quando entrou. Para o ex-deputado, o câncer é resultado da carga diária de stress que enfrenta ao acompanhar o processo e toda a sua repercussão. "Eu sempre descarreguei tudo no intestino. Estou bem, mas quando me deito não consigo tirar a tomada do cérebro. Fico pensando o que será da minha vida." Jefferson tenta medir as palavras quando fala do processo. "Ao ouvir o Joaquim Barbosa me condenar, não me aborreci. Ele tem um estilo mais de promotor do que de juiz." Na sequência, porém, ao fazer uma análise geral do caso, emenda um comentário que denota mais sua indignação. Volta à cena o combativo Jefferson de outrora. "As condutas estão sendo julgadas num pacote. Está no bolo, está no oba-oba. Isso é muito cruel, cruel!" E repete: "Não sou aquele Roberto Jefferson que o Joaquim Barbosa colocou no processo".

       E como seria o Roberto Jefferson verdadeiro? "Sou um político prático, mas sei os limites. Nunca cruzei a linha da indignidade. Muitas vezes eu até bordeei essa linha. Caixa dois sempre teve e ainda tem." Jefferson diz não se arrepender de ter denunciado o mensalão. "Quando enfrentei a briga, sabia que estava me suicidando. Eu botei fogo na roupa. Eu me imolei." Dizendo-se sem saudade da Câmara e prestes a deixar a presidência do PTB, ele lamenta não poder viajar pelo país para conversar com dirigentes do partido ou para andar de motocicleta — tem duas Harley-Davidson (uma modelo Road King e outra Fat Boy). Na quarta-feira, após receber alta, negou-se a usar uma cadeira de rodas para deixar o hospital. Saiu andando. É assim que espera sair também do julgamento: doente, magro e até culpado, mas de pé. O destino de Jefferson e dos outros réus do chamado núcleo político do mensalão começou a ser traçado na semana passada. O relator já pediu a condenação de doze dos 23 nomes analisados nesse tópico. Joaquim Barbosa já antecipou que houve, de fato, um esquema de compra de apoio parlamentar no governo Lula — justamente o que Jefferson denunciou em 2005. Mesmo com voto já proferido por sua condenação, o delator tem o que comemorar.


*Acrescentamos ilustração e legenda a publicação original

Desigualdade nunca foi tão baixa no país, diz Ipea

BRASIL
Desigualdade nunca foi tão baixa no país, diz Ipea
- diz Marcelo Neri, presidente do Ipea, citou estatísticas que tiveram início nos anos 1960. Para ele, queda da desigualdade por dez anos seguidos é algo inédito. Embora tendo melhorado o Brasil continua entre os 12 mais desiguais do mundo.

Ilustração Jean Galvão - Folha de S. Paulo (SP)

Postado por Toinho de Passira
Fontes: Folha S. Paulo, Yahoo – Noticias

      Embora a desigualdade ainda seja alta no Brasil, ela está hoje em seu menor nível da história estatisticamente documentada, que tem início nos anos 1960, segundo Marcelo Neri, presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).

       Ao analisar, nesta terça-feira (25), os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), divulgados na última sexta, Neri disse que esse fenômeno ocorreu entre a pesquisa de 2009 e a atual.

       “A queda da desigualdade aconteceu durante dez anos consecutivos, sem interrupção, o que é algo inédito”, disse. “De junho de 2011 a junho de 2012, a desigualdade está caindo tanto quanto estava caindo antes, ou seja, não está desacelerando. Nos últimos 12 meses terminados em junho de 2012 a desigualdade caiu 3,2%, que é uma média muito forte.”

      A diminuição da desigualdade é medida pelo coeficiente de Gini, que passou de 0,594 em 2001 para 0,527 em 2011. No índice, quanto mais perto de zero menor a desigualdade entre os mais ricos e os mais pobres do país. "O Brasil está no ponto mais baixo da desigualdade, embora ela ainda seja muito alta", ressaltou o presidente do Ipea.

      Segundo Marcelo Neri, em todos os outros países integrantes do Brics, a desigualdade está subindo, inclusive naqueles que já a tinham de forma acentuada, como a África do Sul.

      Pobreza

      O presidente do Ipea lembrou que a meta do milênio é diminuir a pobreza à metade em 25 anos. “O Brasil fez mais que isso, reduziu mais de 50% em dez anos”, falou.

      De acordo com os dados, de 2003 a 2011, 23,4 milhões de pessoas saíram da pobreza – sendo que 3,7 milhões só entre 2009 e 2011. Para ele, “a educação é a força-motriz deste processo”.

      O crescimento dos salários é o principal indicador para a melhoria, aponta o estudo intitulado "A Década Inclusiva". É o que responde por 58% da diminuição da desigualdade. Em segundo lugar vem os rendimentos previdenciários, com 19% de contribuição, seguido pelo Bolsa Família, com 13%. Os 10% restantes são benefícios de prestação continuada e outras rendas.

      Neri ressaltou que, dentre todos os vetores para a diminuição da desigualdade, o Bolsa Família é o mais eficaz, do ponto de vista fiscal. "Se todos os recursos pudessem ser canalizados à mesma taxa para o Bolsa Família, ao invés da previdência, a desigualdade teria caído mais 362,7%", exemplificou Neri no estudo.

      A disparidade de renda entre brancos e negros também se alterou. Segundo os dados apurados pelo Ipea, a parcela da população que se declara como negra teve crescimento da renda de 66,3% nos dez anos. Maior variação foi apurada entre os pardos (85,5%). Entre os brancos, o crescimento foi de 47,6%.

      O recorte por regiões mostra que no Nordeste a renda subiu 72,8%, enquanto no Sudeste cresceu 45,8%, sempre no mesmo período de comparação.

A queda das desigualdades não chega a ser um fenômeno exclusivo brasileiro. Apesar de dois terços dos países do mundo terem vivenciado um aumento das diferenças entre ricos e pobres na última década, China e Índia, países que concentram metade da pobreza do Planeta, puxaram para cima o indicador. .

      Na maioria dos países da América Latina, as diferenças estão caindo. Nos países em desenvolvimento, os BRICS, onde a desigualdade é mais baixa, ela subiu nos últimos anos. O crescimento da renda dos 20% mais ricos no Brasil foi inferior ao de todas as nações incluídas no conceito BRICS. Já a renda dos 20% mais pobres também teve um aumento acelerado, mas ainda perdeu para a China.


Ministro Gilmar Mendes critica nota em que Dilma contesta o Ministro relator Joaquim Barbosa

BRASIL – Julgamento Mensalão
Ministro Gilmar Mendes critica nota em que Dilma contesta o Ministro relator Joaquim Barbosa
Após ser citada em voto do relator, presidente disse serem necessários esclarecimentos sobre declarações

Foto: Nelson Jr./SCO/STF

Para Gilmar Mendes, depoimente de Dilma 'vale como todos os outros'

Postado por Toinho de Passira
Texto de Mariângela Gallucci, para O Estado de S. Paulo
Fonte: O Estado de S. Paulo

      Em novo sinal da tensão que envolve o Planalto e o Supremo Tribunal Federal (STF) porcausa do julgamento do mensalão, o ministro Gilmar Mendes criticou nesta terça-feira,25, a decisão da presidente Dilma Rousseff de divulgar uma nota oficial após ter sido citada na semana passada no julgamento da ação penal 470.

       "O depoimento dela vale como todos os outros. Não é assim que se diz na República?", indagou Mendes.

      "Imagine se cada vez que um tribunal tiver de se debruçar sobre depoimentos tiver de buscar a interpretação autêntica do depoente. Imagina o que vai representar isso", disse o ministro para jornalistas.

      "Vocês imaginam quantos depõem na CPMI, inquéritos policiais, perante o juiz e agora alguém diz que o que o relator disse não é exatamente. Isso vai anular o julgamento?", questionou.

       "Isso é apenas um acidente nesse processo", disse o ministro depois de participar de uma sessão de julgamento nas turmas do STF.

      Na semana passada, ao sustentar a tese de que ocorreu compra de votos no Congresso, o relator do processo, Joaquim Barbosa, citou depoimento dado por Dilma em 2009 à Justiça no qual ela afirmou que ficou surpresa com a rapidez na votação do marco regulatório do setor elétrico.

      Na época do depoimento, Dilma era ministra chefe da Casa Civil. Mas no primeiro governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva tinha ocupado o Ministério de Minas e Energia. No julgamento, Joaquim Barbosa defendeu a punição de políticos acusados de envolvimento no esquema, como Roberto Jefferson, que foi o delator do mensalão.

      Um dia depois ter sido mencionada por Joaquim Barbosa, Dilma Rousseff soltou uma nota dizendo que eram necessários alguns esclarecimentos para eliminar quaisquer dúvidas sobre as declarações. Ela também afirmou que as relações entre o Executivo e o Judiciário são marcadas pelo absoluto respeito.

      Alvo da resposta de Dilma, o ministro relator esquivou-se de comentar a nota presidencial.


25 de set. de 2012

Em meio a impasse diplomático, China coloca seu primeiro porta-aviões em operação

CHINA
Em meio a impasse diplomático, China coloca seu primeiro porta-aviões em operação
Pesqueiros de Taiwan realizaram protestos em águas de ilhas disputadas nesta terça-feira (25)

Foto: Xinhua, Zha Chunming/AP

O primeiro porta-aviões da frota chinesa começou a operar nesta terça-feira (25)

Postado por Toinho de Passira
Fonte: Época

         O Ministério da Defesa chinês anunciou nesta terça-feira (25) que o primeiro porta-aviões das Forças Armadas do país, o Liaoning, começou a operar, em um momento de tensão pelo conflito marítimo com o Japão pela soberania das ilhas Diaoyu. Após um ano de testes, o Exército de Libertação Popular (ELP) celebrou hoje a cerimônia de inauguração da embarcação com a presença de altos funcionários do governo comunista.

      O Liaoning foi construído em 1985 pela União Soviética, mas após a queda do regime comunista o porta-aviões, na época chamado Varyag, passou a ser propriedade ucraniana e foi comprado pela China há 13 anos.

         Após anos de remodelações, a primeira viagem de teste do porta-aviões chinês aconteceu em 10 de agosto de 2011, embora até 11 de setembro não se sabia com que nome a embarcação seria batizada. Segundo as normas do exército chinês, os grandes navios devem receber nomes de províncias do país, enquanto as fragatas podem ser batizadas com nomes de cidades grandes ou médias. O Liaoning está equipado para lançar ataques antimísseis contra aviões e outros navios, embora as autoridades militares chinesas afirmem que seu principal uso será para treinamento.

         O gigante asiático era o único membro permanente do Conselho de Segurança da ONU que não contava com este tipo de navio, e o tema inquietava Pequim, que considerava este fato inadmissível levando em conta o tamanho de seu exército, composto por dois milhões de soldados. Até agora, os únicos países da Ásia que contavam com este tipo de navio eram a Índia e a Tailândia.

Foto: Zha Chunming/Xinhua/AP

Tripulação do porta-aviões Liaoning, perfilada no convés durante cerimônia de inauguração, Dalian, China

          A inauguração do porta-aviões ocorre em um momento de forte tensão diplomática entre China e o Japão, que começou quando Tóquio adquiriu de um empresário japonês três ilhas do arquipélago Diaoyu/Senkaku, controlado de fato pela administração japonesa, mas que Pequim reivindica há décadas. Manifestantes chineses realizaram protestos em frente à embaixada do Japão em Pequim e diversas lojas japonesas fecharam suas portas, com medo de ataques.

Navio da Guarda Costeira do Japão (3º do topo para baixo) dispara um jato d'água em um navio pesqueiro de origem taiwanesa, ao mesmo tempo em que é atingido por outro jato d'água, da Guarda Costeira de Taiwan, perto das disputadas ilhas no Pacífico
Pesqueiros de Taiwan realizam protesto em águas de ilhas disputadas

          Pelo menos dez navios da Guarda Costeira de Taiwan e dezenas de barcos pesqueiros de Taiwan entraram no início desta terça-feira em águas das ilhas disputadas pelo Japão, China e Taiwan. Após um protesto simbólico pelo direito de trabalhar na região, as embarcações de pesca se afastaram do local. A guarda-costeira do Japão tentou sem sucesso deter as embarcações lançando canhões de água. Os navios, segundo a NHK, pertencem a uma cooperativa de pesca do condado taiuanês de Yilan, que afirma que as águas das ilhas são uma fonte de recursos para os pescadores de Taiwan.

         O incidente ocorreu após o Japão, país que administra as ilhas, protestarem ontem pela invasão de três navios-patrulhas chineses em águas do pequeno arquipélago, conhecido como Senkaku pelo Japão, Diaoyu pela China e Tiaoyutai por Taiwan.

         O conflito territorial em torno ao arquipélago, que tem uma superfície total de menos de sete quilômetros quadrados, aumentou há duas semanas, quando o governo japonês comprou o território de três das ilhas. Para tentar aliviar a tensão, o Japão, que não mantém relações diplomáticas com Taiwan, mas apenas com a China, enviou ontem seu vice-ministro de Relações Exteriores para Pequim, onde se reunirá hoje com seu colega chinês para tratar sobre o assunto.

          Além de ter grandes recursos pesqueiros, acredita-se que as ilhas tenham importantes reservas de gás e petróleo.

Dilma falou e disse na ONU

BRASIL
Dilma falou e disse na ONU
”Não podemos aceitar que iniciativas legítimas de defesa comercial por parte dos países em desenvolvimento sejam consideradas protecionismo — disse a presidente.”

Foto: AFP

Dilma, pela segunda vez na ONU abrindo a Assembleia Geral

Postado por Toinho de Passira
Fontes: Veja, O Globo, Agência Brasil, Portal Terra

Ao abrir a 67ª Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova York, a presidente Dilma Rousseff fez um discurso direcionado para as questões econômicas que afligem os países em crise - e também o Brasil. A presidente usou metade do tempo de seu discurso (cerca de 10 minutos) para listar os acertos de seu governo e criticar as medidas de estímulo e os planos de austeridade adotados por países desenvolvidos para combater a crise.

O ponto central do discurso da presidente foi a afirmação categórica de que os países desenvolvidos não conseguirão sair da crise se não colocarem em prática, junto com as medidas de austeridade, um forte plano de estímulo ao emprego e bem-estar social.

"Responsabilidade fiscal é tão imprescindível quanto medidas de estímulo ao crescimento. Pois a consolidação fiscal só é sustentável em um contexto de crescimento. E a austeridade, quando não associada ao crescimento, derrota a si mesma", disse a presidente.

A presidente disse ainda que estimular o crescimento não significa injetar dinheiro diretamente na economia, por meio dos bancos. Dilma criticou o "tsunami monetário" provocado pelos países desenvolvidos - expressão criada para descrever a enxurrada de euros e dólares disponibilizada pelos bancos centrais para estimular o crédito em nações em crise, mas que, segundo a presidente, acaba sendo trazida aos mercados emergentes em forma de investimento especulativo.

"Os países desenvolvidos, por meio de sua política monetária expansionista, causam a desvalorização do câmbio. Por isso, os países emergentes perdem mercado", afirmou Dilma. Para combater essa perda de mercado, a presidente argumentou que os emergentes têm o direito de desenvolver mecanismos de defesa que, segundo ela, são autorizados pela Organização Mundial do Comércio (OMC).

"Isso não pode ser chamado de protecionismo", afirmou, referindo-se às inúmeras medidas de aumento de impostos para produtos importados aplicadas pelo Brasil durante seu governo.

"O protecionismo e todas as formas de manipulação do comércio devem ser combatidos porque conferem competitividade de maneira fraudulenta a determinados produtos", afirmou.

Dilma também listou as principais conquistas econômicas de seu governo, afirmando que o Brasil conseguiu manter o nível de emprego mesmo com crescimento menor, além de manter a inflação sob controle, reduzir a pobreza, reduzir impostos do setor produtivo e investir em infraestrutura.

"Fomos impactados pela crise, como outros países emergentes. Mas, apesar disso, mantemos o emprego em um patamar elevado e continuamos diminuindo a desigualdade. Superamos a visão incorreta de que há um contraponto entre medidas de incentivo ao crescimento e plano de austeridade", afirmou a presidente.

Oriente Médio - A outra metade do discurso de Dilma abordou as questões políticas no Oriente Médio e na América Latina, a defesa do desarmamento, as relações entre Israel e a Palestina e os ataques terroristas contra embaixadas dos Estados Unidos. "Repito agora que apenas uma Palestina livre e soberana poderá atender ao legítimos anseios de Israel por paz", disse a presidente, arrancando aplausos no plenário da ONU.

Dilma reiterou uma preocupação central com os conflitos na Síria e condenou o derramamento de sangue tanto dos governos quanto das oposições armadas, "especialmente as que contam com o apoio de fora", disse. "Como presidente de um país que tem milhares de descendentes de sírios, peço que considerem que não há solução militar para a crise síria. Diplomacia e diálogo são não só a melhor, mas a única opção", afirmou.

"Sírios, deponham as armas e juntem-se aos esforços de mediação", disse. Mais de 20.000 pessoas, a maioria civis, já morreram em chacinas e conflitos entre as tropas do ditador Bashar Assad e os grupos rebeldes.

Em referência à onda de protestos contra sátiras a Maomé, a presidente brasileira voltou a arrancar aplausos ao afirmar que repudia o "preconceito islamofóbico"."Registro nesse plenário nosso mais veemente repúdio à escalada do preconceito islamofóbico em países ocidentais. Com a mesma veemência, repudiamos os atos de terrorismo que vitimaram os diplomatas americanos na Líbia", afirmou.

Dircurso paradoxal - Dilma terminou sua participação proclamando frases de elogio ao desempenho econômico e de cooperação da América Latina - e enalteceu, de maneira paradoxal, a democracia presente nos governos da região. A presidente afirmou que a região "tem sido um bom exemplo para o mundo no que se refere ao estado de direito".

"E conseguimos superar os regimes autoritários que marcaram nosso continente", afirmou, desconsiderando completamente os regimes antidemocráticos de Cuba e Venezuela.

A presidente elogiou também o desempenho do Mercosul e da Unasul na preservação dos preceitos democráticos da região, em uma clara alusão à questão paraguaia, em que o Brasil atuou como protagonista para retirar o país do bloco econômico latino-americano e inserir, em seu lugar, a Venezuela chavista.

Sobre Cuba, a presidente considerou que houve avanços econômicos e, como é praxe entre petistas, criticou o embargo ao país governado pela ditadura Castro.