29 de fev. de 2012

Brasil reduz tropas no Haiti e muda foco de missão

HAITI - BRASIL
Brasil reduz tropas no Haiti e muda foco de missão
O contingente do Brasil, o maior entre os 56 países que integram a missão de paz no Haiti, perderá 288 de seus 2.189 membros até abril, uma redução que também aconteceu nos contingentes dos outros países envolvidos na Minustah, a missão da ONU na região. As mudanças ocorrem após uma série de denúncias contra a presença dos boinas azuis no Haiti, como a constatação de que a recente epidemia de cólera que matou cerca de 7 mil haitianos e contaminou pelo menos 400 mil começou num acampamento de militares nepaleses e de abusos a um jovem haitiano praticado por soldados uruguaios.

Foto: Sangue Verde Oliva

João Fellet Enviado especial da BBC Brasil ao Haiti
Fonte:BBC Brasil

A bordo de um veículo fortificado, um militar brasileiro percorre lentamente uma rua de Croix-des-Bouquets, bairro na periferia da capital haitiana, Porto Príncipe. Ao chegar ao fim da via, engata a marcha a ré e regressa com igual cuidado ao ponto de onde partiu, até erguer o polegar para um colega, sinalizando o cumprimento da missão.

A despeito de qualquer semelhança, a cena não retrata uma patrulha da Minustah (Missão da ONU para a Estabilização no Haiti, cujo braço militar é chefiado pelo Brasil) em alguma região perigosa de Porto Príncipe, mas sim o asfaltamento das ruas que darão acesso ao primeiro hospital permanente de Croix-des-Bouquets, uma das várias obras em curso tocadas pela missão.

À medida que a remoção dos escombros do terremoto de 2010 deixa para trás a fase emergencial e que os níveis de violência se estabilizam no Haiti, a Minustah – estabelecida em 2004 – começa a reduzir seu contingente e a mudar o foco da missão.

Nos próximos meses, conforme determinação do Conselho de Segurança da ONU, a Minustah concluirá a repatriação de 2.750 (20%) de seus 13.331 integrantes, fazendo com que a força volte a patamar próximo do que tinha antes do terremoto de 2010.

O contingente do Brasil, o maior entre os 56 países que integram a missão, perderá 288 de seus 2.189 membros até abril. Nos contingentes de outras nacionalidades, a redução já foi praticamente concluída, segundo a missão.

As mudanças ocorrem após uma série de denúncias contra a Minustah, como a de que a recente epidemia de cólera que matou cerca de 7 mil haitianos e contaminou pelo menos 400 mil começou num acampamento de militares nepaleses. A acusação ganhou força em maio de 2011, quando um relatório patrocinado pela ONU apontou o acampamento nepalês como a provável origem do surto.

Outro acontecimento que gerou críticas à missão foi a divulgação, em setembro, de um vídeo em que cinco soldados uruguaios abusavam de um jovem haitiano. Os militares foram repatriados e estão presos.

Novos procedimentos

Brasileiros asfaltam rua na periferia de Porto Príncipe (Foto: João Fellet)
Comandante da vertente militar da Minustah, o general brasileiro Luiz Eduardo Ramos diz à BBC Brasil que a realização pacífica da última eleição presidencial haitiana, no ano passado, mostrou que o Haiti estava mais estável e que a missão poderia alterar alguns procedimentos.

"Naquela época, as tropas estavam usando blindados, coletes, capacetes, armamento muito forte – uma postura que não se justificava mais", afirma Ramos, para quem o Haiti hoje, em termos de segurança, "está em boas condições para um país da América Central".

Em agosto, o general determinou que os blindados só fossem usados à noite e que os militares atuassem de maneira menos ostensiva, com armas mais leves. Paralelamente, em coordenação com o comando civil da Minustah, ampliou os investimentos da missão em obras.

"Hoje a nossa menina dos olhos é a engenharia. Na sua essência (a missão) não mudou, mas agora ela é uma missão mais voltada ao viés humanitário", diz.

Além de asfaltar vias, os militares estão instalando postes elétricos (abastecidos por energia solar), drenando canais, construindo escolas, hospitais e prédios para o governo haitiano, removendo entulho, limpando vias e perfurando poços artesianos, entre outras ações.

Segundo o general, a redução no contingente não afetará essas atividades, pois só serão repatriados soldados de infantaria, e não engenheiros militares. Hoje, os engenheiros representam 15% do total de integrantes da Minustah, porcentagem que deve aumentar nos próximos meses.

Soldados da Minustah durante patrulha em Porto Príncipe, Haiti (Foto: João Fellet)
Os resultados da maior ênfase em engenharia são visíveis em partes de Cité Soleil, bairro pobre de Porto Príncipe outrora dominado por gangues. Hoje, muitas das vias do bairro estão pavimentadas e limpas, e as melhores condições de segurança permitem que ONGs estrangeiras atuem em escolas locais.

Em compensação, em áreas do bairro que ainda não foram beneficiadas pelas ações, o lixo mistura-se com as casas, não há iluminação pública à noite e o esgoto corre a céu aberto.

A BBC Brasil acompanhou uma patrulha rotineira de militares brasileiros pelo bairro. Embora a maioria dos moradores reagisse com indiferença aos soldados (à exceção das crianças, que pediam dinheiro e esticavam as mãos para cumprimentá-los), um jovem adulto interpelou o grupo para dizer que líderes de gangues expulsas estavam regressando ao local.

No comando da equipe, o major Reginaldo Rosa dos Santos respondeu, por intermédio do tradutor, que o novo delegado da Polícia Nacional do Haiti (PNH) responsável pela região, cuidaria do caso.

Isso porque, ainda que militares da Minustah façam patrulhas e, eventualmente, participem de operações para combater grupos criminosos, cabe à PNH apurar denúncias e efetuar prisões. Conforme o mandato que a instaurou, a Minustah – por intermédio da UNPOL, a polícia da ONU – deve prover "apoio operacional à PNH", além de supervisionar a ampliação e reforma da instituição.

No entanto, para o senador haitiano Youri Latortue, além de não apoiar a PNH como deveria, a Minustah é incapaz de evitar abusos de seus integrantes. Latortue, que culpa a missão pela epidemia de cólera, diz ter recebido na Comissão de Justiça do Senado doze denúncias de estupro e abuso de menores por militares estrangeiros.

Embora avalie a redução no contingente da Minustah como "um passo importante", ele defende que as tropas estrangeiras sejam substituídas em dois anos por uma nova força haitiana, intenção já anunciada pelo presidente Michel Martelly – que, no entanto, não estipulou um prazo para a implantação da nova unidade.

O senador diz que a instauração da Minustah tinha um propósito justo: estabilizar o país durante a turbulência social que sucedeu a deposição do presidente Jean-Bertrand Aristide.

Aristide, que desmantelara o Exército em 1994 após ter sido deposto num golpe, voltou a deixar o país em 2004, em meio a graves distúrbios após a morte do líder de um grupo criminoso.

Porém, oito anos depois, Latortue afirma que o cenário mudou e que a manutenção das tropas estrangeiras assusta investidores. "Não temos uma situação de guerra no Haiti, temos um presidente eleito e temos congressistas eleitos."

Segundo ele, com mais 3 mil policiais e 5 mil homens na nova força, o Haiti poderia assumir integralmente sua segurança.

Recursos internacionais

Algumas áreas de Cité Soleil ainda exibem sinais de abandono (Foto: João Fellet)
Um motorista de Porto Príncipe que se identifica como Will Smith acrescenta outra crítica à missão: para ele, a Minustah fere a soberania do país ao decidir como é investida grande parte dos recursos internacionais destinados ao Haiti. Ele acredita que o governo haitiano deveria se encarregar dessas decisões.

Já o general Ramos diz que a missão trata com rigor todas as denúncias de abusos e que uma pesquisa conduzida pela missão nos bairros de Cité Soleil e Belair mostrou que 80% dos moradores querem que a força permaneça no país por enquanto.

"Logicamente há interesses contrariados na presença da ONU, alguns dos quais têm poder de influenciar na mídia." Ele atribui parte das críticas a "alguns focos de pessoas ligadas a gangues que foram neutralizadas pela tropa brasileira".

Segundo ele, ainda não é o momento de montar um Exército haitiano que substitua a Minustah. "Exército é caro, não sei se o país teria recursos necessários, porque precisa de hospitais, escolas."

Para o embaixador do Brasil no Haiti, Igor Kipman, "ninguém tem o objetivo de se perenizar no Haiti". No entanto, ele diz que a Minustah sucede cinco missões da ONU que se retiraram prematuramente do país.

"O haitiano quer que nós vamos embora? Quer. Mas todos os níveis, do presidente aos moradores de Cité Soleil, entendem que não pode ser uma retirada precipitada e imediata, com o risco de haver retrocesso às condições de 2004", afirma.
*Acrescentamos subtítulo, foto e legenda ao texto original

28 de fev. de 2012

EUA cancelam contrato de US$ 355 mi com a Embraer

ESTADOS UNIDOS - BRASIL
EUA cancelam contrato de US$ 355 mi com a Embraer
A USAF (Força Aérea Americana) divulgou nesta terça-feira que não irá mais comprar 20 aviões do modelo Super Tucano da Embraer. O motivo do cancelamento do contrato de US$ 355 milhões seria problemas na documentação.

Foto: EMBRAER/Divulgação

O Super Tucano A-29 foi desenvolvido para missões de contra-insurgência e atualmente é usado por cinco forças aéreas

Postado por Toinho de Passira
Fontes:G1, Reuters , Exame, Terra

A Força Aérea dos Estados Unidos informou nesta terça-feira que está cancelando contrato de 355 milhões de dólares para fornecimento de 20 aviões Super Tucano, da Embraer, citando problemas com a documentação.

A empresa brasileira, entretanto, disse que forneceu toda a documentação requerida no prazo solicitado.

A Força Aérea disse que vai rescindir o contrato efetivamente na sexta-feira e investigar a decisão da licitação, que também está sendo contestada na Justiça dos EUA pela norte-americana Hawker Beechcraft.

Em comunicado, a Embraer "lamenta" a decisão. "A decisão a favor do Super Tucano... foi uma escolha pelo melhor produto, com desempenho em ação já comprovado e capaz de atender com maior eficiência às demandas apresentadas pelo cliente", disse a Embraer.

A fabricante disse ainda que "permanece firme em seu propósito de oferecer a melhor solução para a Força Aérea dos EUA e aguardará mais esclarecimentos sobre o assunto" para decidir os próximos passos.

O secretário da Força Aérea Michael Donley disse, em comunicado, que "apesar de buscarmos a perfeição, nós às vezes não atingimos nosso objetivo, e quando fazemos isso temos que adotar medidas de correção", disse.

"Uma vez que a compra ainda está em litígio, eu somente posso dizer que o principal executivo de aquisições da Força Aérea, David Van Buren, não está satisfeito com a qualidade da documentação que definiu o vencedor."

O general da área de equipamentos da Força Aérea dos EUA, Donald Hoffman, ordenou uma investigação sobre a situação, afirmou o porta-voz da Força Aérea. Não foram fornecidos mais detalhes, visto que as propostas apresentadas para a Força Aérea possuíam dados confidenciais das empresas.

A notícia acerca da rescisão do contrato é um revés para o grupo de aquisições da Força Aérea dos EUA, que lutava para reconstruir sua reputação após uma série de embaraçosas revogações durante uma batalha entre a Boeing e a europeia EADS para a fabricação de 179 aviões de reabastecimento aéreo para as forças armadas norte-americanas.

Em 30 de dezembro, a Força Aérea dos EUA definiu que a Sierra Nevada e a Embraer tinham obtido o contrato para venda de 20 aviões Super Tucano A-29, assim como treinamento e suporte, para serem utilizados no Afeganistão.

Entretanto, a licitação foi paralisada em janeiro, quando a Hawker Beechcraft entrou na Justiça questionando a decisão. No ocasião, a Força Aérea disse, contudo, que acreditava que a competição e a avaliação para seleção do fornecedor tinham sido justas, abertas e transparentes.

A Hawker havia oferecido seus aviões AT-6 de ataque leve na competição, afirmando que eles custariam 25 por cento menos e que haveria um "custo drasticamente mais eficaz" de manutenção que os aviões da Embraer.

A companhia disse ainda que a decisão poderia afetar 1.400 empregos em Kansas e em outros Estados dos EUA e tornar ociosa uma das últimas fábricas no país capazes de construir um turboélice militar.

A força aérea dos EUA notificou a Hawker em novembro de que a sua aeronave não era competitiva e que seria desqualificada. A Sierra Nevada disse em comunicado neste mês que a Força Aérea havia encontrado "diversas deficiências" no avião da Hawker.

O Super Tucano A-29 foi desenvolvido para missões de contra-insurgência e atualmente é usado por cinco forças aéreas, e ainda existem outras encomendas, segundo a Embraer.

Em entrevista à Reuters em 16 de janeiro, o presidente da Embraer Defesa e Segurança, uma empresa da fabricante brasileira, Luiz Carlos Aguiar, havia mostrado confiança na retomada do contrato com os EUA.

Na ocasião, o executivo disse, ainda, que a venda para os EUA funcionaria de vitrine para campanhas promocionais do Super Tucano junto a outras forças aéreas.


26 de fev. de 2012

Dois mortos no incêndio da base de brasileira na Antártica

ANTÁRTICA - BRASIL
Dois mortos no incêndio da base de brasileira na Antártica
Dois militares acabaram morrendo ao tentar combater o incêndio que acabou por destruir completamente a base brasileira Comandante Ferraz, que fazia pesquisas com cientistas e técnicos brasileiros na Antártida. Cerca de 50 pessoas estavam na estação quando o incêndio começou. Mais um militar acabou ferido, mas não corre risco de morte. Os outros já foram resgatados e trazidos para o Brasil, desde o Chile. O acidente aconteceu no mesmo dia em que foi denunciado que o governo brasileiro estava escondendo que uma embarcação da marinha brasileira havia afundado desde dezembro, com 10 mil litros de diesel, próximo à base. Há riscos do Brasil sofrer sanções internacionais pelos acidentes, que poderão ser considerados falhas graves para quem trabalha em área tão sensível e de proteção ambiental tão severa.

Foto: Armada Chilena/ Informador Chile





Estação Antártica Comandante Ferraz em chamas, imagens feita pela Armada chilena

Postado por Toinho de Passira
Fontes: Agência Brasil, O Globo, Estadão, Fox News, Informador Chile

Dois militares brasileiros morreram no incêndio ocorrido na madrugada deste sábado da Estação Antártica Comandante Ferraz (EACF). O suboficial Carlos Alberto Vieira Figueiredo e o primeiro-sargento Roberto Lopes dos Santos tentavam combater o fogo, que começou durante a madrugada na casa de máquinas da base, acabaram sucumbindo cercados pelo fogo.

A marinha afirmou que o ferido, o primeiro-sargento Luciano Gomes Medeiros, não corre risco de morte. Ele foi levado até Punta Arenas, no Chile, de onde embarcará para o Rio de Janeiro.

Todos os pesquisadores e funcionários civis foram resgatados e já se encontram no continente, no Chile, de onde devem regressar ao Brasil, possivelmente nesta domingo.

12 militares da Marinha, inclusive o comandante da base, ficaram numa base chilena vizinha à brasileira na Ilha Rei George, na Antártica. Eles devem retornar a base Comandante Ferraz, para ajudar no trabalho de perícia e no resgate dos dois corpos. Um navio da Marinha brasileira também se deslocou para a Ilha Rei George, para ajudar na tarefa.

Foto: Reuters

Integrantes da Base tentam bombeiam água do mar para tentar apagar o incêndio, que acabou destruindo toda a base.

O acidente ocorreu na Praça de Máquinas, onde ficam os geradores de energia, por volta das 2h (horário de Brasília), segundo nota da Marinha do Brasil. Os integrantes do Grupo-Base (militares da Marinha responsáveis pela manutenção e operação da EACF) trabalham no combate ao incêndio.

Fotos: Reuters/Site Informador Chile


Os brasileiros integrantes da base resgatados pela Força Aérea Argentina, chegando ao Chile

De acordo com o governo, os 30 cientistas, um alpinista que presta apoio às atividades de pesquisa e um representante do Ministério do Meio Ambiente que estavam na Estação no momento do acidente estão bem e já foram para Punta Arenas (Chile). Um avião da Força Aérea Brasileira (FAB) vai resgatar os militares e pesquisadores.

De acordo com a FAB, o avião, um Hércules C-130, pousou em Punta Arenas à meia-noite deste domingo. A aeronave chegou ao Brasil por volta das 8h30, na Base Aérea do Galeão. Assim que as condições meteorológicas permitirem, uma equipe com apoio do navio chileno Lautaro vai se deslocar para a base para avaliar os danos causados à estrutura da Estação.

Pela internet, pesquisadores que estavam na estação relatam que o incêndio destruiu tudo na base brasileira e que houve explosão de nitrogênio. Yocie Yoneshigue Valentin, coordenadora do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia Antártico de Pesquisas Ambientais (INCT-APA), disse que soube, por pesquisadores que estavam no local, que o alarme não tocou no momento do acidente e que todos tiveram que sair às pressas, sem levar bagagem nem documentos.

O Navio-Polar “Almirante Maximiano”, da Marinha, partiu de Punta Arenas em direção à EACF para prestar o apoio necessário. Ainda segundo a nota, dois navios da Marinha da Argentina e dois botes da Estação polonesa de Arctowski apoiam as ações nas imediações da EACF. E três helicópteros da Base chilena também prestam apoio.

Permanecem na EACF, além do Grupo-Base, 12 funcionários do Arsenal de Marinha do Rio de Janeiro. A Marinha afirma que um Inquérito Policial Militar foi instaurado para apurar as causas do acidente.

Foto: Eduardo Geraque/Folhapress

A Baía do Almirantado onde afundou a embarcação da marinha, desde dezembro, com 10 mil litros de combustível, próximo a estação Comandante Ferraz

Como nenhuma noticia ruim vem sozinha, foi divulgado quase que simultaneamente ao acidente da base Comandante Ferraz a notícia que o governo brasileiro estava escondendo, desde dezembro, que uma chata (embarcação de fundo chato usada para transporte de carga) rebocada pela Marinha afundou no litoral da Antártida com uma carga de 10 mil litros de óleo combustível.

Não houve vítimas no acidente, mas no momento a embarcação está a 40 metros de profundidade e a 900 metros da praia onde fica a base brasileira no continente.

O naufrágio, denunciado pelo Estadão, vinha sendo mantido em sigilo tanto pela Marinha quanto pelos ministérios que integram o Programa Antártico Brasileiro (Proantar) – Meio Ambiente, Ciência e Tecnologia, Relações Exteriores e Minas e Energia e Defesa.

Segundo o jornal, sem nenhuma divulgação oficial, por parte do governo, chega na próxima semana à Baía do Almirantado, onde a chata foi a pique, os navios de socorro Felinto Perry, da frota da Marinha, e Gulmar Atlantis, contratado pela Petrobrás. O Felinto Perry é especializado em resgate de submarinos, além de outras operações complexas.

Mergulhadores da Petrobrás, treinados para atuar em acidentes que envolvem vazamentos nas estruturas de exploração e produção de petróleo, participarão da tentativa de resgate.

O planejamento prevê o içamento da chata por boias e guindaste, para que o gasoil artic (combustível anticongelante produzido pela Petrobrás para a ação brasileira na Antártida) possa ser retirado do meio ambiente antes que comece a vazar.

É uma operação considerada de risco, por causa do clima inóspito da região. As observações feitas após o naufrágio por um robô de inspeção submarina mostraram que o diesel não vazou, para alívio dos profissionais da estação e do governo brasileiro, preocupado com a repercussão internacional que um derramamento de poluentes na Antártida pode representar.

Conhecido como Protocolo de Madri, o Tratado da Antártica para Proteção ao Meio Ambiente, em vigor desde 1998, torna o continente reserva natural destinada à ciência. O tratado proíbe até o ano de 2047 a exploração econômica dos recursos minerais e regulamenta e controla a presença humana no local.

Caso o diesel vaze, o acidente com a chata poderá ser interpretado pela comunidade internacional como um desrespeito ao protocolo, por falta de planejamento e pelo uso de processo tido como obsoleto.

Para os cientistas, um sistema de dutos – que não foi implantado na base brasileira – seria o ideal para transportar combustível entre as embarcações e os tanques.

Em resumo nesse protocolo fica estabelecido que deverá ser evitados impactos negativos sobre a qualidade do ar e da água; modificações significativas no meio ambiente atmosférico, terrestre, glacial e marinho; riscos para as espécies animais e vegetais; e degradação de áreas com especial significado biológico, científico, histórico, estético ou natural.

Tanto o acidente com o a embarcação, com a explosão e o incêndio na Base Comandante Ferraz, apesar de acidentais, ferem importantes itens do tratado. O Brasil vai ser questionado e embaraçado e possivelmente sancionando pela comunidade internacional, antes de tentar reconstruir a base.

Foto: Reuters

A Base antes do incêndio. O nome da estação homenageia Luís Antônio de Carvalho Ferraz, um comandante da Marinha do Brasil, hidrógrafo e oceanógrafo que visitou o continente Antártico por duas vezes a bordo de navios britânicos. Ferraz desempenhou importante papel ao persuadir o Brasil a desenvolver um programa antártico (o PROANTAR).


O isolamento de Marta Suplicy

BRASIL
O isolamento de Marta Suplicy
Depois de preterida por Lula para ser candidata à prefeita de São Paulo, de ver o PT paulista tratar o atual prefeito paulistano Gilberto Kassab, seu arqui-inimigo, com deferências e honrarias, Marta Suplicy brigou feio com a bancada petista no senado, para se manter na primeira vice-presidência da casa, rompendo um acordo de rodízio no cargo, com o senador cearense José Pimentel.

Foto: Felipe Barra/Agência Senado

Marta Suplicy, 67 anos, agressiva, prepotente e melancólica, presidindo mais uma sessão com o plenário do senado "às moscas".

Postado por Toinho de Passira
Fonte: Congresso em Foco

Os dias desde o início do ano têm sido ingratos para as pretensões políticas da senadora Marta Suplicy (PT-SP). Ex-prefeita de São Paulo, ela foi preterida na sua pretensão de disputar novamente o cargo pela vontade do ex-presidente Lula, que ungiu um neófito na política eleitoral como candidato, o ex-ministro da Educação Fernando Haddad.

Ex-mulher de um dos fundadores do partido, o senador Eduardo Suplicy (PT-SP), Marta deixou de comparecer à festa de aniversário de 32 anos do PT, para não se encontrar ali com um convidado de honra do partido, o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab.

Rejeitada como candidata, Marta teve contestada também sua oposição à estratégia da direção petista, que quer Kassab como aliado de Haddad nas eleições paulistanas. Se as eleições municipais deste ano botaram Marta em rota de colisão com Lula e a cúpula do PT, a sua situação não anda muito melhor com relação a seus colegas petistas no Senado.

É o que revelam bastidores recuperados pelo Congresso em Foco da reunião entre os senadores petistas em que o assunto foi tratado, no último dia 1º de fevereiro. A reunião estava marcada para que fosse decidida a escolha do novo líder do partido no Senado, em substituição ao senador Humberto Costa (PT-PE). Disputavam o cargo os senadores Walter Pinheiro (PT-BA) e Wellington Dias (PT-PI). Inicialmente, iniciou-se uma votação, e Wellington disparou na frente na preferência de seus colegas. Até uma intervenção do senador Jorge Viana (PT-AC). Ele argumentou que seria importante que o novo líder assegurasse a sua disposição de não dividir a atenção do comando da bancada com as eleições municipais. Neste momento, Wellington, que tem a pretensão de voltar a ser governador do Piauí em 2014, retirou sua candidatura à liderança. Sem outro concorrente, o cargo ficou, então, para Walter Pinheiro.

Foi quando Marta resolveu introduzir a questão da sua permanência na primeira vice-presidência do Senado, assunto que, inicialmente, não estava na pauta da reunião. Desde o ano passado, ela e o senador José Pimentel (PT-CE) brigavam pelo cargo. Pimentel reivindicava o cumprimento de um suposto acordo feito quando Marta tornou-se primeira vice-presidente, no processo que escolheu José Sarney (PMDB-AP) presidente do Senado. Por esse acordo, Marta deixaria o cargo e ele passaria a ser este ano de José Pimentel. De acordo com os senadores petistas, naquela ocasião Marta aceitara o acerto porque imaginava-se candidata à prefeitura de São Paulo agora, o que acabou não acontecendo.

“Vamos aproveitar a reunião e resolver logo essa questão”, propôs Marta. Pimentel lembrou o acordo. Marta respondeu, ríspida, segundo senadores que participavam do encontro, pondo o dedo na cara de Pimentel. “Você sabe que nunca houve acordo nenhum. Inclusive, você brigou muito pelo cargo no ano passado. A verdade é essa”, respondeu Marta. Vários senadores começaram a ponderar que tinha, sim, havido acordo.

Mata insistiu na inexistência do acordo, e ponderou que, pelo regimento do Senado, ele talvez nem fosse possível sem que houvesse uma nova eleição. Além disso, outros rodízios supostamente prometidos também não estariam sendo cumpridos. Paulo Paim (PT-RS) pretendia permanecer na presidência da Comissão de Direitos Humanos e Delcídio Amaral (PT-MS) à frente da Comissão de Assuntos Econômicos. Os senadores começaram a argumentar que o agravamento de uma disputa interna entre os petistas poderia fazer com que o partido acabasse perdendo seus cargos. O PMDB, ponderou-se, acompanhava de perto a briga na bancada do PT para, diante de um impasse, acabar reivindicando-os. Coube a Jorge Viana por panos quentes:

“Marta, todos nós temos aqui o maior respeito por você. Nenhum de nós aqui abriu mão de algo tão importante como você fez no caso das eleições em São Paulo”, disse Viana. A frase do senador acreano soou como um sinal de que a senadora poderia ser mesmo merecedora de um prêmio de consolação pela derrota a ela imposta por Lula ao preferir Fernando Haddad como candidato. José Pimentel abriu mão, então, de suas pretensões. E Marta manteve-se na primeira vice-presidência do Senado.

Segundo senadores que participaram da reunião, porém, o episódio deixou sequelas, pela forma como Marta impôs seu nome, pela rispidez da discussão e pelo fato de que um acordo anterior fora rompido. Seu único apoio hoje estaria em seu ex-marido, Eduardo Suplicy.


20 de fev. de 2012

Rio de Janeiro – primeiro dia de desfile

CARNAVAL 2012
Rio de Janeiro – primeiro dia de desfile
Imagens selecionadas do primeiro dia de desfile das escolas de Samba do Rio de Janeiro

Foto: Ego

Sabrina Sato, eterna rainha de Bateria da Vila Isabel

Foto: Felipe Dana/Associated Press

Carro alegorico Porto da Pedra – Jorge Amado – «Dona Flor e seus Dois Maridos»

Foto: Ego

Carro Alegórico –Beija Flor

Foto: Ego

Raíssa Oliveira, rainha da Beija-Flor de Nilópolis

Foto: Sergio Moraes/Reuters/Paris Match

Destaque da Escola Porto da Pedra

Foto: Sergio Moraes/Reuters/Der Spiegel

Linda bunda anônima de passista de Escola Renascer de Jacarepaguá

Foto: Ricardo Moraes/Reuters

Homenagem da Beija Flor de Nilopolis, ao carnavalesco Joãozinho Trinta, falecido em dezembro

Foto: Marco Antonio Teixeira/UOL

Mestre Sala de Porta Bandeira – Escola de Samba Mocidade Independente de Padre Miguel

Foto: Wagner Meier/FotoarenaȪ

Jennifer Lopez, no Sambodromo, no Camarote da Brahma

Foto: Ego

Ellen Roche, Rainha de Bateria de Porto da Pedra

Fotos: Lalo de Almeida/Folhapress



Carros alegóricos da Beija Flor

Foto: Danilo Verpa/Folhapress

Integrante da comissão de frente da Porto da Pedra representa os lactobacilos

Postado por Toinho de Passira


19 de fev. de 2012

Spok Frevo e Genaro do acordeon “Frevo Sanfonado” de Sivuca e Glorinha Gadelha

Spok Frevo e Genaro do acordeon tocam “Frevo Sanfonado”
de Sivuca e Glorinha Gadelha


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Galo da Madrugada, o soberano do sábado de Carnaval

PERNAMBUCO – CARNAVAL 2012
Galo da Madrugada, o soberano do sábado de Carnaval
O Galo da Madrugada sempre compete com ele mesmo e ganha. Nesse ano, mesmo debaixo de chuva, ou por ter sido debaixo de Chuva, superou o ano passado e os anos anteriores em animação, quantidade e qualidade de foliões. Todo mundo fantasiado, homenageando Luiz Gonzaga, o rei do Baião que se vivo completaria 100 anos. O Recife homenageia Alceu Valença, que mesmo vivo, já é eterno.

Fotos: Wagner Ramos/Folha de Pernambuco

O Galo inundando a Avenida Guararapes – um mar de gente

Foto: Wagner Ramos/Folha de Pernambuco

Chegando na Dantas Barreto

Foto: Wagner Ramos/Folha de Pernambuco

Na frente da Igreja de Santo Antônio e Praça do Diário de Pernambuco

Foto: JC/Image

A saída da sede no Bairro de São José

Postado por Toinho de Passira
Fontes: Jornal do Comercio Online, Jornal do Comércio Online, Diário de Pernambuco, Folha de Pernambuco

O dia em que a sanfona e a zabumba misturaram-se com os metais do frevo. Às 9h, após uma queima de fogos, o carro abre-alas do Galo da Madrugada saiu pelas ruas do Centro do Recife. Este 35º desfile homenageia o Rei do Baião, Luiz Gonzaga.

A maior agremiação de rua do mundo percorreu 4,5 km reunindo 25 trios elétricos. Os artistas de destaque foram Gustavo Travassos, Fafá de Belém e Beto Hortiz, no trio elétrico Zeus; Maestro Forró, no Guinness; Alceu Valença, no Milenium; Cristina Amaral e Lia de Itamaracá, no Faraó; Calypso, no Selva Nua; além de Spock, Gerlane Lopes, Elba Ramalho, Josildo Sá e Jorge Vercillo, no Pileque. O Galo tinha a saída prevista para as 9h, depois da queima de fogos na Praça Sérgio Loreto. Saiu religiosamente atrasado, ou antecipado, ninguém sabe bem, uma vez que desde as seis da manhã o Recife “ebulia” no percurso do Galo.

Foto: Tiago Silva/JC Imagem

Alceu Valença o homenageado do carnaval do Recife, diz que a homenagem não é para ele, é para o frevo, para os compositores pernambucanos e os foliões.

Foto: Tiago Silva/JC Imagem

A paraibana Elba Ramalho a rainha eterna do Carnaval pernambucano

Foto: Arthur Mota/Folha de Pernambuco

Elba e ação, no meio do Galo, agitando a multidão: "O carnaval começa no Galo da Madrugada!"

Foto: Paullo Allmeida/Folha de Pernambuco

A avenida Guararapes se prepara para receber o desfile do Galo

Por mais que se escreva, filme, transmita ao vivo, nada é comparável a emoção de estar no meio da multidão sob o sol e a chuva do Recife desfilando junto do Galo da Madrugada.

Quem vem uma vez espiar por curiosidade, pega o vício e volta todo o ano.

A chuva grossa que acompanhou o desfile deste ano, neste sábado (18) de Zé Pereira só fez redobrar a animação. Desde cedo, na concentração do Galo da Madrugada, no Forte das Cinco Pontas, os foliões começaram a chegar fantasiados para aproveitar a festa. Esse é o diferencial do Galo, não há fantasias programadas, não existe luxo, só originalidade.

Os grupos fazem critica politica, debocham de si mesmo, ou não querem dizer nada, ou dizem tudo. Os do bloco do eu sozinho não ficam atrás, vestidos de super-herói, Barbie acima do peso, super-gay, palhaços, árabes, arlequins, colombinas, cangaceiros, palhaços, mandarins, e neste ano, por causa da homenagem, muitos Reis do Baião.

O presidente do Galo da Madrugada, Rômulo Menezes, no trono que era do pai, o lendário Enéas, deu um tom mais empresarial ao Galo, mas teve o cuidado de não deixar que isso interferisse no desfile, que continua sendo adoravelmente caótico, apesar de toda organização e cuidados de segurança.

Dentro do Galo, como alas independentes, saem pequenos grupos que com o tempo vão se tornando tradições, dentro da tradição, as Galinha de Camaragibe, o Periquito Verde, as Peruas do Galo, os Filhotes do Galo, e por ai vai, numa interminável lista de criatividade e irreverência.

Estivemos no fim da tarde na ponte Duarte Coelho onde fica estacionado o Galo símbolo da folia. Quase 18 horas, após mais de nove horas de folia, e ainda havia trios elétricos desfilando na Guararapes e foliões animados como se tentasse fazer que o dia não acabasse.

Visto assim nos bastidores, nos momentos finais, a festa demonstra toda a sua grandiosidade. Imaginem o que é um milhão e meios de pessoas, dois milhões (sabemos lá?) voltando para casa, quase ao mesmo tempo.

Para o bem da verdade, uma parte saiu mais cedo, são os infiéis, ou fiéis de dupla fidelidade, que saíram em direção à Olinda para se esbaldar no Ceroulas, outra metade, esticou para o Recife antigo, e outros tantos ficou por ali mesmo, deixando o tempo passar, esperando o Galo do próximo ano.

Foto: Rodrigo Lobo/JC Imagem

O ritual de foliões posando na frente do Galo gigante antes de cair na folia

Foto: Marcos Michael/Reuters

Mahatma Gandhi também veio brincar no Galo

Foto: Rodrigo Lobo/JC Imagem

As homenagens ao centenário do pernambucano Luiz Gonzaga o Rei do Baião

Foto: Marcos Michael/Reuters

O beija flor colhe o necatar da bela flor bem no meio do desfile

Foto: Widio Joffre/Folha de Pernambuco

A bela passista sombrinha na mão e frevo no pé.

Foto: Widio Joffre/Folha de Pernambuco

A romântica dupla do Feijão Maravilha

Foto: Widio Joffre/Folha de Pernambuco

O Maskara não podia faltar.

Foto: Widio Joffre/Folha de Pernambuco

Fidel não poderia faltar.

Foto: JC Imagem

O bonde alegório, com destino o bairro de São José, repleto de foliões

Foto: JC Imagem

Fazendo o passo sobre pernas de pau

Foto: JC Imagem

O carro alegório do Galo, a frente do Bloco

Foto: JC Imagem

Zé Bonitinho, todo ano vem...

Foto: JC Imagem

Super Gay pregando a alegria total e combatendo a homofobia enrustida

Foto: JC Imagem

Os bonecos gigantes do Galo

Foto: JC Imagem

A animação sem limites dos integrantes do bloco

Foto: Filipe Cadena/JC Imagem

Chegando na rua da Aurora, fim do percurso

Foto: Toinho de Passira/”thepassiranews”

Começo de noite, na rua da Aurora, fim do Galo de 2012

Foto: Alexandre Gondim/JC Imagem

Para o ano tem mais.