30 de nov. de 2010

OPINIÃO: Há método na loucura norte-coreana, mas até quando? - Caio Blinder

OPINIÃO
Há método na loucura norte-coreana, mas até quando?
“Não existem opções animadoras nesta crise. E uma medida da falta de boas opções para lidar com Kim Jong-il é que a Coréia do Sul espera que a China enquadre o seu afilhado delinqüente” – Caio Blinder

Foto: Kyodo/Getty Images

Herança maldita, de pai para filho

Caio Blinder
Fonte: Blog Abril – Caio Blinder

Você fala norte-coreano? Na praça, existem várias tentativas de tradução das ações teatrais, pirotécnicas e letais do regime comunista de Kim Jong-il, que o subsecretário de estado para assuntos asiáticos dos EUA, Kurt Campbell, define como uma “caixa preta”.

Na escalada de tensões, tivemos estes últimos e preocupantes lances que foram a barragem de artillharia contra uma ilha sul-coreana e a revelação ao mundo por um regime recluso que o seu programa de enriquecimento de urânio, de um país já dotado de um pequeno arsenal nuclear, é mais avançado do que se temia. Em março, já ocorrera uma escalada de tensões com o ataque a uma embarcação sul-coreana, que deixou 46 marinheiros mortos, numa ação negada pelos norte-coreanos, apesar das evidências.

Uma tradução é que existe método na loucura de uma regime que é uma mistura de relíquia stalinista, organização mafiosa e militarismo ultranacionalista. Kim Jong-il precisa mostrar ao mundo e ao público doméstico a sua força quando empreende a transição de poder ao filho Kim Jong-un, na única monarquia comunista do mundo, pois será a terceira geração no comando.

Há também a jogada frequente de botar fogo e fazer extorsão da comunidade internacional para que apague o incêndio com mais negociações nucleares, suprimentos e qualquer tipo de ajuda. Americanos e seus aliados prometem não cair novamente no golpe do método na loucura, mas se assustam. Não existem opções animadoras nesta crise. E uma medida da falta de boas opções para lidar com Kim Jong-il é que a Coréia do Sul espera que a China enquadre o seu afilhado delinquente.

E aqui os sinais são incertos. A China está adotando uma diplomacia cada vez mais muscular, batendo de frente com os EUA e outros países ocidentais em questões cambiais, comerciais e de direitos humanos. O irriquieto aliado é um estorvo, mas Pequim parece temer, antes de tudo, a perspectiva da implosão do vizinho e de reunificação da península coreana, num desfecho pró-ocidental. Melhor que, antes de tudo, os chineses também se assustem com a explosão do método da loucura do regime de Kim Jong-il.

Afinal, há o cenário de uma escalada de tensões ainda maior. O método da loucura pode falhar, caso a Coréia do Sul revide com mais vigor às provocações do vizinho delinquente e fortemente armado. E o bandido também quer respeito. Apronta inclusive para ser aceito no clube nuclear e chamar atenção quando a Coréia do Sul consolida sua posição como um país próspero e democrático. Semanas atrás inclusive sediou a reunião do G-20. Os norte-coreanos também fizeram provocações perigosas no final dos anos 80 quando Seul foi escolhida para sediar os Jogos Olímpicos de 1988.

Tudo parece ser um lance de cartas marcadas, mas o que está em jogo é cada vez mais alarmante. Como a Coréia do Sul e o mundo, inclusive a China, podem continuar a assistir a este espetáculo teatral, pirotécnico e letal? Apesar de alguns sinais de progressos, os anos de diplomacia e sanções econômicas não impediram a Coréia do Norte de desenvolver seu pequeno arsenal nuclear. Lembra o Irã, certo?

Os norte-coreanos realizaram testes nucleares em 2006 e 2009 e agora mostram ao mundo sua sofisticada instalação de enriquecimento de urânio. Este regime faz qualquer coisa para desviar as atenções da opressão e miséria ofertadas ao seu povo. E tecnicamente as duas Coréias continuam em estado de guerra, pois em 1953 foi apenas assinado um armistício.

É necessário acompanhar a crise dia a dia, hora a hora. O método na loucura pode pifar. É preciso traduzir o perigo?


BBC acusa Ricardo Teixeira de receber propina

INGLATERRA
BBC acusa Ricardo Teixeira de receber propina
Segundo reportagem da TV da BBC de Londres, quatro dirigentes da FIFA estão envolvidos em histórias de propinas, entre eles, como não poderia deixar de ser, está o brasileiro Ricardo Teixeira, o homem que prepara a Copa do Mundo de 2014, no Brasil. O primeiro-ministro britânico, David Cameron, criticou a emissora, acreditando que a denuncia, neste momento, prejudicará a Inglaterra, concorrente em sediar a Copa de 2018. A escolha acontecerá no próximo dia 02 de dezembro.

Fotos: Associated Press/Reuters/Getty Images

OS TRÊS PORQUINHOS DA FIFA - O brasileiro Ricardo Teixeira, o paraguaio Nicolas Leoz e o camaronês Issa Hayatou

Postado por Toinho de Passira
Fontes: Estadão, Portal Terra, BBC BRASIL, The Guardian, Telegraph, The New York Times, BBC - UK, Tages Anzeiger

Três dirigentes da Fifa que votarão nas candidaturas para as Copas do Mundo de 2018 e 2022, entre eles o brasileiro Ricardo Teixeira, receberam propinas durante a década de 1990, segundo reportagem do programa de TV Panorama, da BBC.

O programa alega que o paraguaio Nicolas Leoz, o camaronês Issa Hayatou e o presidente da Confederação Brasileira de Futebol receberam dinheiro de uma empresa de marketing esportivo que havia ganhado os direitos de comercialização da Copa do Mundo.

As propinas estão incluídas em um documento confidencial que lista 175 pagamentos, totalizando US$ 100 milhões. Nenhum dos três dirigentes respondeu às alegações do Panorama. A Fifa, entidade que dirige o futebol mundial, também negou pedidos de entrevistas para discutir as acusações.

David Cameron irritado com a BBC por não ter esperado três dias para publicar as denuncias
O Panorama, transmitido nesta segunda-feira na Grã-Bretanha, traz ainda evidências do atual envolvimento de um quarto alto dirigente da Fifa na revenda de ingressos da Copa do Mundo para agenciadores.

A BBC foi criticada pelo primeiro-ministro britânico, David Cameron, por ter decidido levar o programa ao ar nesta semana, três dias antes da votação do Comitê Executivo que escolherá as sedes dos Mundiais de 2018 e 2022. A Inglaterra compete com a Rússia, Portugal/Espanha e Holanda/Bélgica para sediar a Copa de 2018.

A BBC defendeu o momento de transmissão do Panorama, dizendo que as informações divulgadas são de interesse público.

Segundo o programa Panorama, as propinas foram pagas aos membros do comitê executivo da Fifa pela empresa de marketing esportivo ISL (International Sports and Leisure) em 1989 e 1999. A empresa faliu em 2001.

A Fifa havia concedido à ISL direitos exclusivos para comercializar torneios da Copa do Mundo junto a algumas das maiores marcas do mundo. A empresa suíça recebeu ainda grandes quantias pela negociação de direitos de transmissão para a televisão.

Um ex-contador da ISL, Roland Buechel, disse que funcionários da empresa suspeitam há tempos que propinas haviam sido pagas para a obtenção dos lucrativos contratos da Fifa.

“É muito dinheiro, bilhões, que podem ser ganhos, e todas as empresas de marketing esportivo competem por eles”, disse Buechel. Alguns detalhes das alegadas propinas emergiram em 2008, quando seis dirigentes da ISL foram acusados de uso irregular de dinheiro da empresa.

 

O ex-contador da ISL, entregou todo mundo
O paraguaio Nicolas Leoz, presidente da Confederação Sul-Americana de Futebol, já foi citado em processos anteriores com relação a pagamentos que totalizam US$ 130 mil.

Mas o Panorama obteve um documento confidencial da ISL que lista 175 pagamentos secretos. Eles mostram que Leoz recebeu outros US$ 600 mil em três parcelas de US$ 200 mil. Leoz não respondeu a pedidos para comentar as acusações.

Ricardo Teixeira é o segundo dirigente da Fifa citado pelo programa. O presidente da CBF é responsável pela organização da Copa do Mundo de 2014, no Brasil.

A lista de pagamentos da ISL mostra que uma empresa de fachada em Liechtenstein, chamada Sanud, recebeu 21 pagamentos que totalizam US$ 9,5 milhões.

Uma investigação do Senado brasileiro em 2001 concluiu que Teixeira tinha uma relação muito próxima com a empresa. O inquérito descobriu que fundos da Sanud haviam sido secretamente desviados para Teixeira por meio de uma de suas companhias. Teixeira também não respondeu aos pedidos do Panorama para que comentasse as alegações.

A lista obtida pelo Panorama também inclui detalhes sobre os 100 mil francos (cerca de US$ 20 mil) pagos a Issa Hayatou, o vice-presidente da Fifa representando as nações africanas. Assim como os outros dois acusados, Hayatou também não respondeu às acusações.

O presidente da Fifa, Sepp Blatter, disse por meio de um comunicado que o processo de 2008 já absolveu claramente os ex-dirigentes da ISL. Ele disse que “é importante salientar que nenhum dirigente da Fifa foi acusado de nenhuma infração criminal nestes procedimentos”. Os destinatários da maior parte do dinheiro pago pela ISL para contas em Liechtenstein não foram rastreados.

Issa Hayatou, camaronês, representante do continente africano, junto a FIFA, acuado de pequenas corrupções.
As últimas alegações de irregularidades cometidas por executivos da Fifa ocorrem após dois dos 24 membros do seu comitê terem sido proibidos, no mês passado, de votar na eleição de quinta-feira para as sedes das próximas Copas do Mundo.

As proibições ocorreram após o jornal britânico The Sunday Times ter acusado Amos Adamu e Reynald Temarii de terem a intenção de vender seus votos.

Críticos da Fifa afirmam que as denúncias mostram ser necessária uma investigação completa sobre o caso.

“A Inglaterra desempenharia um papel melhor se insistisse na reforma da Fifa, para tornar a Fifa mais transparente, mais responsável, em vez de bajular a Fifa para conseguir sediar a Copa do Mundo”, disse David Mellor, responsável por investigações sobre os rumos do futebol no país durante o governo Tony Blair.

Um quarto executivo da Fifa é citado pelo Panorama. Seu nome é Jack Warner, de Trinidad e Tobago, um dos vice-presidentes da entidade.

O Panorama diz ter visto e-mails e uma fatura que mostram o envolvimento de Warner na aquisição de ingressos para a Copa de 2010 avaliados em US$ 84 mil.

Os destinos dos e-mails sugerem que os ingressos estariam destinados ao mercado paralelo. Mas o negócio planejado, incluindo 38 ingressos para a final em Johanesburgo, fracassaram porque os cambistas não queriam pagar o preço pedido.

Em 2006, o Panorama revelou que Warner vendeu ingressos no mercado paralelo para a Copa daquele ano na Alemanha.


A Transparency Internacional recomendou à FIFA o adiamento do anuncio das cidades que receberão as copas de 2018 e 2022, por conta das acusações de corrupção envolvendo membros do comitê-executivo da entidade esportiva mundial

A Fifa subsequentemente ordenou que a empresa da família de Warner, a Simpaul Ravel, fizesse uma doação de US$ 1 milhão para caridade para “compensar pelos lucros obtidos com a venda de ingressos para a Copa de 2006”.

Em uma recente entrevista coletiva, Blatter foi questionado sobre novas acusações contra Warner, feitas por um jornalista norueguês que divulgou a história envolvendo e-mails.

Blatter respondeu que “quando isso for de nosso conhecimento, por meios oficiais, ou canais oficiais, então naturalmente vamos examinar”.

A assessoria de imprensa da Fifa, quando questionada pelo jornalista norueguês ao que Blatter se referia ao mencionar “canais oficiais”, teria respondido: “Não temos a menor ideia”.

O presidente da CBF, Ricardo Teixeira, recebeu pagamentos em uma conta secreta em Liechteinstein de US$ 9,5 milhões da empresa ISL entre agosto de 1992 e 28 de novembro de 1997. As remessas seriam feitas com valores de US$ 250 mil cada, em 21 parcelas em uma empresa fantasma registrada num paraíso fiscal. A acusação foi ao no último domingo na rede BBC e publicados no prestigioso jornal de Zurique, Tages-Anzeiger.

É por isso que Ricardo Texeira desperta inveja, orgulho e admiração aos corruptos brasileiros e merece tanta consideração e apoio do Governo Lula.

Foto: Ricardo Stuckert/PR

DIZEM COM QUEM ANDAS - O problema de Ricardo Teixeira são as más companhias.


29 de nov. de 2010

Paula Toller canta “Nada Por Mim” de Paula Toller e Herbert Vianna

Paula Toller canta " Nada Por Mim”
de Paula Toller e Herbert Vianna

NADA POR MIM
de Paula Toller e Herbert Vianna

Você me tem fácil demais
Mas não parece capaz
De cuidar do que possui
Você sorriu e me propôs
Que eu te deixasse em paz
Me disse vai, e eu não fui

Não faça assim
Não faça nada por mim
Não vá pensando que eu sou seu

Você me diz o que fazer
Mas não procura entender
Que eu faço só pra te agradar
Me diz até o que vestir
Com quem andar e aonde ir
Mas não me pede pra voltar

Fonte: Portal Terra - Letra de Músicas
”passiravideo”


HAITI: Eleição é considerada fraudulenta

HAITI
Eleição é considerada fraudulenta
Apesar do Conselho Eleitoral do Haiti ter anunciado que as eleições presidenciais deste domingo foram válidas, os observadores americanos disseram que o pleito estava repleto de irregularidade. Houve protestos pelas ruas da capital, Porto Príncipe, inclusive com a participação de candidatos, que pediam anulação e acusam o governo de querer fraudulentamente eleger o candidato governista Jude Celestin

Foto: Reuters

As agências de noticias dizem que milhares de eleitores protestam pelas ruas de Porto Príncipe, denunciando fraude eleitoral, no fim da tarde do dia do pleito

Postado por Toinho de Passira
Fontes: AFP, AFP

O Conselho Eleitoral do Haiti anunciou, hoje, oficialmente, que as eleições presidenciais de domingo foram válidas na maioria do país, apesar dos protestos de milhares de haitianos, motivados pelas denúncias de fraudes feitas por vários candidatos, que pediram a anulação do processo.

O CEP informou que a votação foi anulada em 56 locais de um total de 1.500 em todo o país. O diretor geral do Conselho eleitoral, Pierre-Luis Opent, disse que os problemas vão ser estudados casos a caso, e dentro de do máximo, 72 horas, sairá à decisão das providências legais.

Milhares de haitianos protestaram no domingo em Porto Príncipe e pediram a anulação das eleições legislativas e presidenciais, alegando que houve manipulação do partido do presidente René Preval. 12 dos 18 candidatos à presidência, incluindo os favoritos Mirlande Manigat e Michel Martelly, participaram das manifestações e denunciaram em uma declaração conjunta uma "conspiração do governo e do CEP" para beneficiar o candidato governista Jude Celestin.

As tropas da ONU foram chamadas a intervir para manter a calma em vários atos de violência no país.

Foto: Getty Images

As acusações são de que a fraude beneficia o candidato governista, o sorridente, Jude Celestin

Mas não foram só populares e os candidatos que denunciaram irregularidades, os observadores americanos, que acompanhavam o pleito declararam que as eleições presidenciais e legislativas realizadas no domingo no Haiti estavam repletas de irregularidades e chamaram a comunidade internacional a rejeitar esta "farsa óbvia".

A denuncia do Centro de Pesquisa Política e Econômica, que abriga os observadores, disse em comunicado, que os indícios de fraude vão desde a “proibição do partido mais popular de participar da eleição, até irregularidades no dia do pleito, incluindo muitos relatórios de enchimento de uma urna em uma seção de votação, acrescenta o texto.

Apesar de tudo, o Conselho Eleitoral do Haiti, mantém-se longe dos protestos e acusações e promete começar a divulgar os resultados eleitorias a partir de 5 de dezembro.

Foto: Getty Images

Integrantes do Conselho Eleitoral do Haiti realizam contagem de votos, a luz de velas, dentro de um centro de votação no Liceu Nacional no subúrbio de Port-au-Prince, suburbio de Pétion-Ville em 28 de novembro de 2010.


CHARGE: PETER BROOKE - Times (Inglaterra)



PETER BROOKE - Times – 18/03/2009 (Inglaterra)


Bispos discordam do Papa e atacam uso de camisinhas

ESPANHA
Bispos discordam do Papa e atacam uso de camisinhas
“A conclusão é que o preservativo é sempre imoral” - disse o Bispo espanhol, Martínez Camino, porta voz da Conferência Episcopal espanhola, tentando dá outra interpretação as palavras do Papa, que recentemente justificou o uso de camisinha "em alguns casos” num depoimento transformada em livro por um jornalista alemão

Foto: Getty Images

O Papa Bento 16 encontra resistência e rebeldia dentro da própria igreja, sobre seu posicionamento do uso de preservativos.

Postado por Toinho de Passira
Fontes: El Pais, UOL Notícias

Segundo texto do jornalista Juan G. Bedoya, no jornal El Pais, da Espanha, o porta-voz dos bispos espanhóis, Juan Antonio Martínez Camino, uniu-se na sexta-feira à cerimônia da confusão no mundo católico sobre o preservativo. Bento 16 justifica seu uso "em alguns casos", o Vaticano desmente e a Conferência Episcopal se coloca sem vacilar do lado da suposta doutrina clássica. A conclusão é que o preservativo é sempre imoral. Foi o que disse na sexta-feira Martínez Camino no encerramento da Assembleia Plenária do episcopado. "Nas palavras do papa não há nem de longe uma legitimação do preservativo. Lendo detidamente o livro, não se pode tirar essa conclusão", sentenciou.

Referia-se ao livro "Luz do Amor", de Peter Seewald, que acaba de ser publicado. A compreensão do papa pelo uso do preservativo "em alguns casos" já foi atenuada na terça-feira nada menos que pelo diretor do Departamento de Imprensa do Vaticano, Federico Lombardi.

Foto: Reuters

Bispo Juan Antonio Martínez Camino, o porta-voz dos rebeldes

O Papa foi criticado por grupos favoráveis ao uso de preservativo quando da sua recente visita a Espanha
O jornal do Vaticano, "L’Osservatore Romano", havia publicado na véspera que Bento 16 afirmava no livro que "pode haver casos individuais nos quais se justifique a utilização do preservativo". Em um comunicado emitido no dia seguinte, o Vaticano negou que isto representasse uma virada. "O papa não reforma ou modifica o ensinamento da Igreja, mas o reafirma." Dois dias depois era o papa quem afirmava que suas palavras não precisavam de matização, ratificando o escrito por Seewald.

Isto é o que foi dito por Bento 16 no livro, quando fala sobre hospitais de doentes de Aids administrados por católicos na África: "A realidade é que, sempre que alguém o necessite, se têm preservativos à disposição". Linhas abaixo refere-se a seu uso para "casos fundados de caráter isolado, por exemplo, quando um prostituído utiliza um preservativo, podendo ser isto um primeiro ato de moralização e de responsabilidade".

Seewald, consciente de que o que foi dito pelo papa representa uma novidade inusitada, insiste: "Isto significa que a Igreja Católica não é por princípio contra a utilização do preservativo?" Bento 16 responde: "É óbvio que não o vê como uma solução real e moral. No entanto, pode ser, em atenção de reduzir o perigo de contágio, o primeiro passo no caminho para uma sexualidade vivida de forma diferente". Mas o porta-voz dos bispos espanhóis volta à doutrina clássica: "O uso do preservativo sempre se produz em um contexto de imoralidade".

Foto:Reuters

Demonstrando explicitamente a concordância do conteúdo do livro "Luz do Mundo”, o Papa se deixou fotografar com um exemplar nas mãos, ladeado pelo arcebispo Rino Fisichella e pelo autor, o jornalista alemão Peter Seewaldno.Vaticano, 23 de novembro de 2010


28 de nov. de 2010

CLÁSSICOS DOS QUADRINHOS: CHRIS BROWNE - Hagar, o horrível (028)

CLÁSSICOS DOS QUADRINHOS
CHRIS BROWNE - Hagar, o horrível
028



Veja as publicações anteriores de HAGAR


BRASIL: A cara e o vigor da oposição real - Augusto Nunes

BRASIL
A cara e o vigor da oposição real
Da tribuna do Senador Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE) diz acreditar que Serra seria melhor presidente que Dilma. E acusa o presidente Lula de ter usado a máquina do Estado e infringido a lei eleitoral para eleger sua candidata

Foto: Geraldo Magela - Agência Senado

Para Jarbas o Bolsa Família é “o maior programa oficial de compras de voto do mundo”.

Augusto Nunes
Fontes: Blog do Augusto Nunes

Qualquer político com mais quatro anos de mandato no Senado teria repelido a idéia de disputar, em condições desvantajosas, um cargo que já ocupou por duas vezes. Como não é um político qualquer, o senador Jarbas Vasconcelos topou o convite de José Serra para candidatar-se a governador de Pernambuco.

Qualquer candidato confrontado com a máquina eleitoral do governador Eduardo Campos teria aproveitado o primeiro pretexto para cair fora do duelo dramaticamente desigual. Como nunca foi um candidato qualquer, Jarbas dispensou-se de lamentar publicamente a falta de material de campanha, a escassez de verbas, a deserção coletiva de prefeitos do seu PMDB e do PSDB de José Serra e o sumiço do próprio candidato à Presidência.

Fiel à biografia de oposicionista valente, tratou de defender José Serra e criticar Dilma Rousseff. Com notável coerência, atacou o governo Lula e ousou continuar fustigando até o Bolsa Família, que qualifica de “o maior programa oficial de compras de voto do mundo”. Mais: foi ele único candidato a governador que transformou em bandeira de campanha o legado do governo Fernando Henrique Cardoso.

Poucas vitórias foram tão contundentes quanto a de Eduardo Campos, reeleito com 82% dos votos válidos. Nenhuma derrota foi tão admiravelmente digna quanto a sofrida por Jarbas. Tão digna quanto a sua reação ao resultado desfavorável: sem se permitir uma única semana de férias, um único dia de prostração, um único minuto de silêncio, seguiu em combate. Como se vê no vídeo, foi ele o primeiro parlamentar a ocupar a tribuna para ler um discurso justificadamente duro sobre as ilegalidades cometidas pelo presidente durante a campanha eleitoral.

Dado pelo governo como politicamente morto depois de 31 de outubro, Jarbas vai terminando novembro mais vivo do que nunca. Ele tem a cara e o vigor da oposição real.

Veja um resumo do discurso de Jarbas no Senado.


*Acrescentamos subtítulo, foto e legenda ao texto original

HAITI: Eleições entre cólera, esperanças e tiroteios

HAITI
Eleições entre cólera, esperanças e tiroteios
O país símbolo da pobreza caribenha, o Haiti, realiza neste domingo, eleições para eleger o presidente, 99 deputados e 11 dos 99 senadores. Apareceram 19 candidatos querendo ser o chefe da nação, atormentada por terremotos, epidemias e violência.

Foto: Getty Images

O vencedor vai enfrentar uma epidemia de cólera que já matou mais de 2.000 pessoas desde meados de outubro e a complexa questão de como o Haiti vai efetivamente recuperar-se do terremoto, gastando de forma honesta e eficaz, vários bilhões de dólares prometidos de ajuda externa

Postado por Toinho de Passira
Fontes: Reuters, O Globo, The New York Times, Estadão

O Haiti vai às urnas neste domingo em eleições dificultadas por uma epidemia de cólera, tensões políticas e confusão entre o eleitorado, buscando um líder para conduzir o país caribenho pobre em sua recuperação de um terremoto ocorrido em janeiro.

Ontem, ultimo dia de campanha, atiradores interromperam o comício, em Les Cayes, do candidato à presidência Michel Martelly, conhecido como "Sweet Micky", um famoso artista da música popular haitiana, um dos bem cotados nas pesquisas. Jornais locais disseram que ao menos uma pessoa morreu e várias ficaram feridas.

A comunidade internacional espera que a eleição - na qual serão escolhidos um novo presidente e Parlamento, além de um terço do Senado - possa levar a um governo estável e legítimo, que seja capaz de administrar bilhões de dólares de ajuda para a reconstrução que foram prometidos por doadores.

Foto: Getty Images

Soldados da ONU patrulham diante de um local de votação

Representando esse apoio do mundo, forças de paz da ONU, com seus capacetes azuis, liderados pelo Brasil, vêm ajudando a polícia haitiana a garantir a segurança e proteção de mais de 11 mil estações de voto montadas em escolas, barracos pré-fabricados de madeira e tendas em superlotados acampamentos de sobreviventes do terremoto.

“Mas, com as tensões políticas em alta e os trabalhos de reconstrução após o terremoto devastador de janeiro aparentemente paralisados pelo avanço da epidemia letal de cólera, muitos temem que uma eleição turbulenta possa simplesmente fazer o país mergulhar ainda mais fundo no caos”, diz Joseph NGuyler Delva, da Reuters.

Entre os 18 candidatos à presidência, alguns se destacam como prováveis favoritos: uma matriarca oposicionista formada na Sorbonne, um tecnocrata governamental que é o protegido do presidente Rene Preval e um músico e artista carismático.

Foto: Reuters

Haitiana passa em frente ao um cartaz de propaganda de Mirlande Manigat, ex-primeira dama, e a líder nas pesquisas

As pesquisas de opinião situaram em primeiro lugar nas preferências a ex-primeira-dama Mirlande Manigat, de 70 anos, mas a ausência de um favorito claramente definido aumenta a probabilidade de a disputa ir ao segundo turno, em 16 de janeiro, entre os dois candidatos que tiverem o maior número de votos.

No final, é possível que os maiores destaques do domingo fiquem com a apatia, a confusão e o medo da violência, fatores que podem impedir muitos dos 4,7 milhões de eleitores cadastrados de ir votar em um país cuja infra-estrutura devastada dificulta os deslocamentos.

Foto: Getty Images

O candidato e cantor Michel Martelly, conhecido como "Sweet Mickey", disse numa mensagem do Twitter no sábado de manhã que uma pessoa havia morrido e um havia sido ferido, por atiradores que atacaram o seu comício. Mas a notícia ainda não foi confirmada.

Antes que os primeiros votos fossem depositados nas urnas, alguns candidatos já proclamam que há evidencias de planos de fraudes.

O Haiti tem uma longa história de eleições corruptas, e apesar de observadores internacionais têm trabalhado com as autoridades haitianas para garantir a integridade da votação deste ano.

"O embaixador dos Estados Unidos, Kenneth H. Merten, ouvido pelo “the New York Times”, enquanto expressava cauteloso otimismo disse acreditar que a eleição seria justa e ordenada, mas levantou a preocupação de que muitas pessoas, especialmente os mais de um milhão de pessoas que vivem em acampamentos de tendas espalhadas pela capital, desde terremoto de janeiro, pode não estar ciente de informações básicas, como a localização do local de votação, entre os 11 mil existentes no Haiti, onde deve comparecer para votar. Até porque ”Há pessoas que estão registrados para votar em seus bairros antigos, embora vivam hoje, em outro lugar", disse o embaixador.

Some-se a isso a forte epidemia de cólera, que já matou cerca de 2.000 pessoas, segundo a ONU, e deixou dezenas de milhares de doentes em sua passagem pelo país. As

Foto: Getty Images

Muitos eleitores até ontem, 27, tentavam receber o título eleitoral, a maioria perdido no terremoto, para conseguir votar, hoje. Houve tulmultos e milhares não conseguiram.


CHARGE: SPONHOLZ - (PR)



SPONHOLZ - (PR)


OPINIÃO: O inimigo agora é o mesmo - Guilherme Fiuza

OPINIÃO
O inimigo agora é o mesmo
“A ocupação policial de favelas, enxotando traficantes, foi uma medida ousada. Só faltou combinar com a indústria da delinquência, alimentada a pão-de-ló por tanto tempo.” - Guilherme Fiuza

Foto: Getty Images

FALSA NORMALIDADE - Ônibus vem, tanque de guerra vai. Zona de guerra, no meio do povo, isso não é normal

Guilherme Fiuza
Fontes: Blog do Noblat

O governador do Rio declarou que os traficantes estão desesperados. Enquanto isso, o porta-voz da Polícia Militar orientava a população a manter a calma durante os ataques da bandidagem, explicando que é melhor perder o patrimônio do que a vida. E assim, com os bandidos em pânico e a população em paz, o Rio de Janeiro e o Brasil celebrarão mais uma vitória dos seus Napoleões de hospício contra o crime.

Foram décadas de investimento público na formação do exército de marginais. Proibição de drogas altamente rentáveis, tolerância populista aos territórios das “bocas de fumo”, polícia corrupta garantindo o ir e vir da cocaína e dos fuzis, governantes fazendo acordos tácitos com chefes de morro em nome da paz e dos votos. De repente, as autoridades resolvem melar o jogo - ou a parte mais visível dele.

A ocupação policial de favelas, enxotando traficantes, foi uma medida ousada. Só faltou combinar com a indústria da delinquência, alimentada a pão-de-ló por tanto tempo.

Para o público, que se sente vingado pelo Capitão Nascimento quando ele espanca um político na tela do cinema, está tudo OK. As coisas são simples assim. O ideal seria que Wagner Moura assumisse o lugar do secretário Beltrame e acabasse de vez com a raça dos vilões - cuja vocação é essa mesma, apanhar.

Foto: Associated Press

GUERRA A DOMICÍLIO - Imagina de repente uma guerra com tanques e armas pesadas começar a se desenrolar na porta de sua casa

O problema é que na vida real o roteiro é diferente. Não basta dizer que o inimigo agora é outro e ensinar o pessoal a detestar as milícias enquanto come pipoca. O inimigo agora é o mesmo - exatamente aquele que o poder público cultivou carinhosamente por uns 30 anos, com a hipocrisia bilionária das drogas proibidas e da inundação das favelas com armamento de última geração (que ninguém sabe, ninguém viu por onde passou).

Uma indústria robusta, que teve até blindagem ideológica: a claque do Capitão Nascimento chegou a apontar, como vilão da violência urbana, o maconheiro do Posto Nove.

Até Michael Jackson pediu autorização ao tráfico do Morro Dona Marta para filmar seu clipe mundial. O Rio de Janeiro e o Brasil assistiram, consentiram, dançaram conforme a música. O poder marginal virou uma instituição em solo carioca.

Foto: Reuters

MEIAS VERDADES - Obrigados a ficar sob a tutela das forças de segurança, para não serem alvejados, os jornalistas, não conseguem no momento tomar conhecimento do que exatamente está acontecendo

Na dinastia Garotinho, o antropólogo Luiz Eduardo Soares tentou depurar a polícia e quebrar a espinha dessa indústria. Foi expelido. Seu pecado: atacar a cadeia de complacências jamais quebrada por qualquer governo do Rio ou de Brasília.

De repente, como no cinema, vem a ordem: vamos invadir. Um ato heroico do governador Sérgio Cabral e de seu respeitável secretário de Segurança. Apenas um ato heroico.

Quem quebrou a espinha da indústria “Drogas & Armas S.A.”? Quem asfixiou seu poder de fogo (econômico e bélico)? Quem interveio para valer nas polícias fluminenses, madrinhas e sócias da firma? Não se tem notícias. Com quantos soldados confiáveis se finca UPPs suficientes para empurrar o poder marginal sabe-se lá para onde? Melhor convocar o exército chinês.

Foto: Asssociated Press

AS VITIMAS INOCENTES - Como sempre são os civis inocentes quem acaba pagando a conta

As autoridades do Rio de Janeiro iniciaram, com amplo respaldo do eleitorado, uma guerra que não sabem como vai terminar.

Foi interessante ver alguns morros libertados do tráfico. Não foi interessante ver a proliferação de arrastões em áreas nobres e relativamente tranquilas da cidade. O que é pior?

No cardápio das escolhas de Sofia, surge a onda de atentados. Quem já foi arrancado de seu carro para não tostar junto com o patrimônio não está achando a menor graça nesse “Tropa de Elite 3”. Qual é o final possível desse filme?

Foto: Associated Press

PODE NÃO ACABAR BEM - O emprego improvisado de inexperientes tropas do exército e da marinha na operação, é um risco muito alto

O Bope vai tomar a Rocinha numa batalha sangrenta e ficar lá para sempre? O tráfico, conformado, vai desistir dos territórios e das armas e se mudar pacificamente para a internet? Mais fácil o Rio virar Bagdá.

Não se combate um sistema criminoso enraizado no Estado com um punhado de operações policiais estoicas. Na Itália, a operação Mãos Limpas parou o país. No Brasil, o governo federal sequer se envolve. No máximo, tem espasmos de solidariedade e empresta umas tropas para o teatro de operações.

Foto: Reuters

FINGINDO-SE DE MORTA - Como não precisa mais dos votos dos cariocas, Dilma cala-se para “evitar desgaste”

A pouco mais de um mês de sua posse, a presidente eleita não dá uma palavra sobre a guerra. Parece estar preparando a transição para governar a Noruega.

Possivelmente Dilma Rousseff esteja sendo orientada por seus marqueteiros a ficar longe das chamas do Rio. É o que os especialistas chamam de “evitar o desgaste”. Desgaste mesmo é entrar num ônibus que pode virar um microondas na próxima esquina. Mas esse calor não chega até Brasília.

Os estrategistas do novo governo estão muito ocupados com temas mais urgentes, como a cota de mulheres no ministério. O show tem que continuar (com CPMF, que ninguém é de ferro).

Enquanto isso, o Rio se firma como capital nacional de um flagelo internacional, torcendo pela TV para que o Capitão Nascimento apareça no “Jornal Nacional” enxotando todos os bandidos da tela.

Quem sabe o super-homem não aparece também, com um plano nacional de segurança pública?

Foto: Reuters

FALSA SENSAÇÃO DE SEGURANÇA - Desinformado o fotografo sente-se seguro atrás de um tanque de amianto. Como a população carioca, Está como a população carioca, com uma perigosa falsa sensção de proteção.


*Acrescentamos subtítulo, foto e legenda ao texto original

27 de nov. de 2010

Obama toma cotovelada em jogo e leva 12 pontos

ESTADOS UNIDOS
Obama toma cotovelada em jogo e leva 12 pontos
O presidente americano jogava basquetebol, uma de suas paixões esportivas, com amigos e parentes, quando acidentalmente alguém lhe atingiu com o cotovelo o que acabou abrindo-lhe o lábio inferior. Antes que a Casa Branca divulgasse o nome do jogador que atingiu o presidente, os humoristas estavam dizendo que havia sido um republicano

Foto: Reuters

O presidente Barack Obama protege o ferimento ao voltar a seu veículo, após o jogo de basquete em Fort McNair, em Washington, sexta-feira, 26 de novembro de 2010.

Postado por Toinho de Passira
Fontes: Estadão , >San Francisco Chronicle

Jogador de basquete nos tempos de faculdade, o presidente americano, Barack Obama, levou ontem um susto depois de uma cotovelada no rosto que tomou enquanto jogava com parentes e amigos. A brincadeira, durante o feriado de Ação de Graças, lhe rendeu 12 pontos no lábio, informou a Casa Branca.

O porta-voz de Obama, Robert Gibbs, disse que a cotovelada foi acidental e ocorreu durante uma partida em Fort McNair, uma base militar em Washington. Obama foi atendido por uma unidade médica da Casa Branca. O excesso de pontos seria para minimizar a cicatriz. O presidente levou anestesia local enquanto recebia o curativo. Mais tarde, ele foi visto por repórteres e segurava uma compressa na boca.

O autor da cotovelada foi identificado como sendo um alto funcionário do Congressional Hispanic Caucus Institute, Rey Decerega, que sempre participa desses jogos particulares com o Presidente.

A Casa Branca divulgou um comunicado de Decerega, que diz que ele gosta de jogar basquete com Obama, e é certo que o presidente vai estar de volta em quadra novamente em breve.

Entre os participantes do jogo estava Reggie Love, também ex-jogador de basquete e assistente pessoal do presidente. O cunhado de Obama, Craig Robinson, técnico do time de basquete masculino da Universidade de Oregon, não teria participado da brincadeira. O sobrinho de Obama, o adolescente Avery, estava entre os jogadores.

Assim que foi eleito, Obama, torcedor do Chicago Bulls, mandou reformar a quadra de esportes da Casa Branca.

Cartoon de Peter Brookes/Times- 04/11/2009


26 de nov. de 2010

Zeca Pagodinho canta “Piston de gafieira” de Billy Blanco

Zeca Pagodinho canta “Piston de gafieira”
de Billy Blanco

PISTON DE GAFIEIRA
de Billy Blanco

Na gafieira segue o baile calmamente
Com muita gente dando volta no salão
Tudo vai bem, mais eis porém que de repente
Um pé subiu e alguém de cara foi ao chão

Não é que o Doca é um crioulo comportado
Ficou tarado quando viu a Dagmar
Toda soltinha dentro de um vestido saco
Tendo ao lado um cara fraco, foi tirá-la pra dançar

O moço era faixa preta simplesmente
E fez o Doca rebolar sem bambolê
A porta fecha enquanto o duro vai não vai
Quem está fora não entra
Quem está dentro não sai

Mas a orquestra sempre toma providência
Tocando alto pra polícia não manjar
E nessa altura como parte da rotina
O pistom tira a surdina
E põe as coisas no lugarpassiravideo”


EUA envolve-se militarmente no conflito coreano

COREIAS
EUA envolve-se militarmente no conflito coreano
Para Coreia do Norte, exercícios militares dos EUA com a Coreia do Sul, no golfo do Mar Amarelo, tornam guerra iminente

Foto: Yonhap/Associated Press/The New York Times

Quatro pessoas foram mortas quando a Coréia do Norte arremessou dezenas de granadas de artilharia na ilha sul-coreana de Yeonpyeong, nesta terça-feira, na fronteira marítima disputada entre os dois países

Postado por Toinho de Passira
Fontes: Reuters

A Coreia do Norte disse nesta sexta-feira que os exercícios militares a serem realizados conjuntamente pelos Estados Unidos e a Coreia do Sul irão empurrar a região para mais perto de uma guerra.

Na terça-feira, a Coreia do Norte bombardeou uma ilha sul-coreana, matando quatro pessoas e destruindo dezenas de casas. O Norte alegou que estava reagindo a disparos sul-coreanos nas suas águas.

"A situação na península coreana está se aproximando da beira de uma guerra, devido ao imprudente plano desses elementos rápidos no gatilho, ao realizarem novamente exercícios de guerra voltados contra a RDPC (sigla oficial da Coreia do Norte)", afirmou a KCNA, agência oficial de notícias norte-coreana.

"O Exército e o povo da RDPC estão agora grandemente enraivecidos pela provocação do grupo fantoche (referência à Coreia do Sul), e se preparando plenamente para dar uma chuva de fogo pavoroso e para explodir o baluarte dos inimigos se eles ousarem investir novamente contra a dignidade e a soberania da RDPC."

Foto: Lee Jin-Man/Associated Press

Danos causados a ilha de Yeonpyeong, da Coreia do Sul, pelo bombardeio da Coreia do Norte

Essa linguagem agressiva é típica da imprensa estatal norte-coreana, mas desta vez a tensão derrubou a cotação do won sul-coreano em até 2,2 por cento. A Bolsa de Seul fechou em baixa de 1,3 por cento nesta sexta-feira, refletindo o movimento do mercado asiático.

Durante a tarde (madrugada no Brasil), houve momentos de pânico em Seul, quando a TV local relatou ruídos de artilharia perto de Yeonpyeong, a ilha atacada nesta semana. Mas os militares disseram que os disparos estavam distantes, e nenhum projétil caiu em território sul-coreano. Aparentemente, tratou-se de um exercício norte-coreano.

O bombardeio de terça-feira levou à demissão do ministro sul-coreano de Defesa, após críticas de que o governo teria demorado a reagir contra a agressão.

Nesta sexta-feira o presidente Lee Myung-bak nomeou para o posto o ex-chefe do Estado Maior conjunto das Forças Armadas Kim Kwan-jin.

Foto: Divulgação

O porta avião americano USS George Washington já saiu da sua base em Tóquio em direção ao Mar Amarelo

Os EUA estão enviando o porta-aviões nuclear USS George Washington para a região do mar Amarelo, onde ocorrem exercícios conjuntos com a Coreia do Sul, de domingo a quarta-feira da próxima semana. O exercício, criticado também pela China, segundo os americanos, estava programado antes do bombardeio norte-coreano desta semana.

Na tarde desta sexta-feira (hora local), centenas de militares sul-coreanos da reserva fizeram uma manifestação na cidade fronteiriça de Paju, acusando o governo do Sul de ter sido muito brando na sua reação. Houve um pequeno protesto contra a Coreia do Norte em Seul.

"As políticas preguiçosas do governo para a Coreia do Norte são brandas demais", disse Kim Byeong-su, presidente da associação de ex-fuzileiros navais, em Paju. "(O governo) precisa se vingar contra esse bando de cachorros loucos."

Foto: Reuters

Militares aposentado da Coréia do Sul protestaram, perto da fronteira, contra o ataque ataque de artilharia que atingiu a ilha de Yeonpyeong. Reclamam também da demora e da tímida reação do governo sul-coreano


CHARGE: JUNIÃO – Diário do Povo (SP)



JUNIÃO – Diário do Povo (SP)


Ataques no Rio tem digitais da FARC

RIO DE JANEIRO
Ataques no Rio tem digitais da FARC
Ataques do crime organizado, na Cidade Maravilhosa, é um ato terrorista, com todas as características de uma guerrilha urbana. Todos os atos terroristas se parecem, mas as similaridades dessas ações atuais no Rio, com atos praticados pelo narcoterroristas colombianos em importantes cidades daquele país, podem ser bem mais que simples coincidências

Foto: Associated Press

A COLÔMBIA É AQUI - Parece o Rio de Janeiro, mas não é. O colombiano Luis Bueno lamenta a perda do seu caminhão, que junto a outros seis foi incendiado pela FARC, na cidade de Dagua, na rodovia que leva a Buenaventura, principal porto da Colômbia, na costa do Pacífico, terça-feira 23 de março de 2010.

Postado por Toinho de Passira
Fontes: O Globo, Endireitar, Portal Langop, BBC Brasil, Folha de São Paulo, Folha Online, ”thepassiranews”, Noticia Yahoo

O professor de História Contemporânea da UFRJ Francisco Carlos Teixeira, citado no artigo de Merval Pereira intitulado Desafio e reação, considera um equívoco pensar que só é terrorismo aquilo que parte de grupos políticos, com um programa político, e objetivos bem estabelecidos, como libertação de um território, ou luta contra um regime.

“Terrorismo é um método de ação, não um objetivo”, ressalta Teixeira. Quando uma pessoa ou um grupo organizado usa da violência, em especial contra a população civil ou autoridades constituídas num estado de direito, é terrorismo”.

Enquanto o economista Sérgio Besserman, que foi um dos estrategistas da política de retomada dos territórios ocupados pelos bandidos no Rio, também citado no mesmo artigo, “lembra que terrorismo não luta para ganhar a guerra, mas para ganhar a comunicação, que no caso do Rio é instalar o pânico na população, sugerir que são capazes de impor elevados custos a todo o estado, de modo a forçar algum tipo de acordo, ou explícito, ou tácito.”

Esta sendo assim por longo tempo na Colômbia: os guerrilheiros explodem pequenas bombas, queimam veículos, procurando criar um clima de insegurança, apenas para demonstrar força e realçar a impotência das autoridades em contê-los.

Foto: Arquivo

Fernandinho Beira-Mar, um dos elos entre a FARC e o crime organizado no Rio

As ligações com o crime organizado carioca e os guerrilheiros da FARC, fornecedores de pó aos traficantes do Rio, vem de longa data. Basta lembrar a prisão do traficante Fernandinho Beira-Mar, pelo exercito regular da Colômbia, nas selvas daquele país, quando negociava e era protegido pelos guerrilheiros.

Beira-Mar trocava armas contrabandeadas do Brasil, por cocaína fornecida pelos narcoterroristas da FARC, para abastecer a praça do Rio e São Paulo. Um promissor negócio de milhões de dólares, quando o dólar era ainda uma moeda forte.

A transformação de Beira-Mar em traficante internacional deu-se após sua fuga, de uma prisão uma prisão de Belo Horizonte, em 1996, pela porta da frente, num dia de visitas, entre os familiares de outros presos.

Fugindo do Brasil, caçado pela Polícia Federal, enquanto escondia-se no Paraguai, Uruguai e Bolívia aumentava o leque de amizades e contatos com os traficantes locais.

Também contrabandista de armas pesadas, principalmente de origem russa, tornou-se amigo dos principais líderes das FARC, de quem se tornou o fornecedor oficial de armamentos de grosso calibre, usados como moeda de troca, a cocaína guerrilheira.

Por esse motivo, ele foi considerado mais um "revolucionário" na Colômbia, e ganhou proteção da FARC na selva amazônica, até ser preso, em 2001 e EM seguida extraditado para o Brasil.

 Padre Olivério Medina, asilado político, membro da cúpula Internacional FARC e se diz embaixador informal da guerrilha no Brasil
Óbvio que Beira-Mar pode ser apenas uma pequena peça nessa engrenagem. Tanto as FARC, como outras organizações de narcotraficantes, podem estar estimulando, assessorando e até participando dos ataques no Rio, em busca de defender o seu território, e apoiar os lideres criminosos locais, seus sócios, que estão sendo molestados pelas autoridades.

Os traficantes cariocas poderão até estar apenas copiando os companheiros da FARC, mas o mais provável é que haja mais que uma cópia do “modus operandi”.

Ninguém pense que devido à simpatia que os guerrilheiros colombianos têm com o governo Lula e até exultaram com a eleição da companheira guerrilheira Dilma Rousseff, vá impedi-los de agirem criminosamente no Brasil. Para os traficantes, como no capitalismo, “amigos, amigos, negócios à parte.”

Não foram poucas as vezes que se detectou a presença de integrantes da FARC infiltrados nos morros cariocas. Um deles, o ex-padre Olivério Medina, condenado por narcotráfico, sequestro e assassinato no seu país, pode circular livremente pelo Brasil na condição de asilado político.

O mais preocupante é que a mulher de Medina, a brasileira Ângela Maria Slongo, ocupa, por determinação, da então ministra chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, cargo de confiança no Ministério da Pesca, em Brasília, com amplo acesso a informações federais.

Não é novidade os guerrilheiros da FARC atacarem o Brasil e serem perdoados pelos petista: em 1991, um destacamento de fronteira, do exército brasileiro, perto do rio Traíra, na Amazônia, foi atacado pela guerrilha, no que resultou a morte de três soldados brasileiros.

Em abril de 1993, os terroristas colombianos da FARC “explodiram 200 quilos de dinamite na Embaixada do Brasil em Bogotá, causando a morte, de 43 colombianos e deixando feridos cerca de 350 pessoas, entre funcionários e diplomatas lotados na embaixada brasileira”.

Mas esse atos terroristas não inibiram o relacionamento do Partido dos Trabalhadores com os companheiros da guerrilha colombiana. Pelo contrário. Em 1994, um ano depois das bombas, liderança do PT de Ribeirão Preto - ligada diretamente ao prefeito Antonio Palocci (um dos porquinhos de Dilma) – fundou o Comitê de Solidariedade aos Movimentos de Libertação Nacional da Colômbia, tendo à frente, entre outras personalidades, o padre terrorista Oliverio Medina, o embaixador informal da FARC no Brasil, queridinho de Lula e protegido de Dilma.

Base do Exército Brasileiro, no Rio Traíra, na Amazônia, atacada pela FARC
A presidente eleita, Dilma Rousseff, telefonou para o governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral (PMDB), para prestar solidariedade e prometer dar continuidade ao apoio federal, quando assumir a Presidência. Disse que Sérgio Cabral está agindo corretamente e que vai tentar exportar a política das autoridades cariocas, no combate ao crime organizado, a outros estados da federação. Não compreendemos bem o que ela quis dizer, mas preferimos que isso não se espalhasse pelo Brasil.

Sérgio Cabral e a segurança pública do Rio, estão atirando no escuro. Aproveitam a situação para atacar alguns locais onde sabiam, há muito, estavam sitiados bandidos perigosos. Não tem certeza, porém, se foram esses os bandidos responsáveis pelos ataques. Em nossa opinião, ele está como Chico Buarque indo atrás do "Leite Derramado".

Alegar que os bandidos estão atacando porque o governo do Rio instalou precários quartéis, as unidades de pacificação, em cinco das centenas de favelas cariocas, é tentar valorizar agulhas num palheiro.

Um correto serviço de segurança pública não seria surpreendido com as ações dos criminosos. Tudo mais é especulação. Os bandidos vão continuar incendiando veículos e aterrorizando o Rio até quando receberem ordens de pararem. São eles que estão no comando, dão provas de força, mostram que podem e que o estado brasileiro, não tem estrutura para enfrentá-los. Coisa de guerrilheiros consciente, como bem diria aquela guerrilheira também conhecida por Wanda, integrante da Vanguarda Armada Revolucionária Palmares (VAR-Palmares).

Só para apimentar a história, podíamos lembrar que os bandidos esperaram o fim do período eleitoral, para empreender as ações terroristas. Fosse antes das eleições, teriam prejudicado sua “aliada”. Sinceramente, apesar do discurso, temos dúvidas de que lado realmente se encontra a futura presidenta.

Foto: Reuters

RIO - COLOMBIA - Parece a Colômbia mas é o Rio de Janeiro, um ônibus arde, incendiado por ação terrorista, em 26 de novembro de 2010


CUBA: As tangerinas vem de barco - Yoani Sánchez

CUBA
As tangerinas vem de barco
A blogueira cubana, Yoani Sánchez, revelando as carências de Cuba, onde há fartura de intolerância e carência de tangerinas e liberdade


TANGERINA, aqui em Pernambuco, também é chamada de laranja cravo.

Yoani Sánchez
Fontes: Generacion Y

É uma bolsa de malha, uma redezinha entrelaçada de cor avermelhada com cinco tangerinas em seu interior. As trouxe - da Europa – um leitor que descobriu onde vivo graças as pistas deixadas no blog. Depois de brindar-lhe com um vaso de água, tirou os cítricos da sua mochila – com certa vergonha – como se viesse me presentear com algo muito comum nesta Ilha, mais comum inclusive que o marabú* ou a intolerância. Não se explica então porque agarro o pacote e afundo o nariz em cada fruta. Uns segundos e chamo aos gritos a minha família para mostrar-lhes os arredondados alaranjados que já começo a descascar. Afundo minhas unhas na casca e perfumo meus dedos. Tenho uma festa de resina sobre cada mão.

Uma trilha de cascas enche a mesa e até o cachorro se entusiasma com o odor que excita toda a casa. Chegaram as tangerinas! Voltou esse aroma quase perdido, essa textura extraviada! Minha sobrinha celebra a aparição e tenho que lhe explicar que uma vez estes frutos não vinham nem de barco nem de avião. Evito confundi-la – porque só tem oito anos – com a história do plano citrícola nacional e das grandes extensões da Ilha da Juventude onde as laranjas e os grapefruit eram colhidos por estudantes de outros países. Tampouco menciono as cifras triunfalistas lançadas da tribuna ou os sucos Tropical Island que começaram sendo fabricados coma polpa extraída das nossas colheitas e agora sabem a xaropes importados. Mas sim lhe conto que quando novembro ou dezembro chegava, todos os meninos da minha escola primária cheiravam a tangerinas.

Que dias aqueles! Em que ninguém tinha que trazer-nos de um continente longínquo o que as nossas próprias terras produziam.


*Traduzido por Humberto Sisley de Souza Neto
**O marabu é uma espécie de um arbusto nativo da África e um praga vegetal em Cuba. Ocupa 18% das áreas agriculturáveis da ilha e reduziu drasticamente a produção de frutas, no país.
***Acrescentamos subtítulo, foto e legenda ao texto original

25 de nov. de 2010

Rio 2016 - "Video Institucional” - Fernando Meirelles

Rio 2016 - "Video Institucional”
do cineasta Fernando Meirelles

O filme institucional oficial do Comitê Rio 2016, que coordenou a campanha pela escolha do Rio de Janeiro como sede dos Jogos Olímpicos de 2016 é um espetáculo de marketing. Dirigido pelo cineasta Fernando Meirelles(indicado ao Oscar de melhor diretor, pelo filme, “Cidade de Deus”, sobre a violência no Rio).

O vídeo mostra as belezas naturais da cidade e a cara do povo carioca com acabamento de primeira que deixou os vídeos das cidades concorrentes com cara de produções amadoras.

Estava tudo lá: a natureza exuberante e um povo praticando esportes e celebrando a vida. Realista, o único momento do filme que mostra a participação do governo, na dinâmica da vida da cidade, é um guarda de trânsito, apitando como um mestre de bateria e um lixeiro sambista.

Falta agora encontrar esse Rio de Janeiro que Meirelles mostrou ao comitê olímpico, para ganhar a preferência de ser a sede das Olimpíadas em 2016 e de quebrar sediar a final da Copa do Mundo em 2014.
”passiravideo”


OPINIÃO - “Primeiros riscos” – Mirian Leitão

OPINIÃO
“Primeiros riscos” – Mirian Leitão
“Herdada do expresidente Fernando Henrique, a política econômica de austeridade fiscal, câmbio flutuante e metas de inflação foi mantida pelo governo Lula até certo momento. Depois, começou a ser alterada e há dois anos desmontou-se o pilar da austeridade completamente” – Miriam Leitão

Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/ABr

OS TRÊS PORQUINHOS DA EQUIPE ECONOMICA - A equipe economica do governo Dilma: Guido Mantega, continuando no Ministério da Fazenda, Miriam Belchior, assumirá o Ministério do Planejamento (personagens oriundos da cozinha e da influência do Presidente Lula) e Alexandre Tombini, que assume o Banco Central, com suspeita de poderes e autonomia reduzidos

Miriam Leitão
Fonte: Blog de Miriam Leitão

A maioria dos analistas não tem dúvidas da capacidade técnica do novo presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, mas muita gente duvida que o BC tenha autonomia no governo Dilma Rousseff. O governo terá que pagar o preço dessa reputação. Sinais ambíguos emitidos pela própria presidente e as teses do ministro da Fazenda, Guido Mantega, levaram a conjuntura a uma situação difícil.

Tombini sobe ao ápice de sua carreira de funcionário do Banco Central ao mesmo tempo em que sobem a inflação, os juros futuros, as expectativas de inflação, os preços das commodities, as vendas de varejo e as dúvidas em relação à política monetária. Não precisava ser assim. O país poderia estar agora apenas comemorando o que o grande varejo previu ontem como o melhor Natal em três anos.

Valem pouco as palavras da nota da presidente eleita de que será mantida a política econômica de austeridade fiscal, câmbio flutuante e metas de inflação, se, na prática, parte dessa política já mudou. Herdada do expresidente Fernando Henrique, a política foi mantida pelo governo Lula até certo momento. Depois, começou a ser alterada e há dois anos desmontou-se o pilar da austeridade completamente.

O ministro Guido Mantega disse ontem que agora a política anticíclica muda de direção, e, em vez de se aumentar os gastos, eles serão reduzidos porque é o que tem que acontecer num período de crescimento econômico. Há só um problema com essa fala dele: está um ano atrasada.

Este ano, mesmo com o país em forte recuperação, o Ministério da Fazenda acelerou gastos e maluquices fiscais, porque era ano eleitoral. A crise foi o álibi perfeito para que os comandantes da política econômica ficassem à vontade para dizer o que realmente pensam e fazer o que acham que está certo.

Foi assim que Guido Mantega defendeu teses como a de que aumento de gastos não tem a ver com inflação. Foi assim que o BNDES recebeu aportes que superam R$ 200 bilhões do Tesouro, que foram chamados de empréstimos para não constarem na dívida pública. Com esse dinheiro estatizou riscos de projetos duvidosos ou emprestou quantias exorbitantes para algumas empresas. Foi assim que a venda de um direito futuro de exploração de petróleo paga pela Petrobras com títulos emitidos pelo Tesouro virou superávit primário. Essas e outras barbaridades ganham ares de boa gestão de política econômica e foram confirmadas com as nomeações feitas pela presidente. O que a presidente diz hoje com palavras difere do que ela diz com suas escolhas.

O Banco Central está numa situação complexa. Ele fez nas atas do Copom e no Relatório de Inflação cenários benignos para a inflação. E esses cenários não se confirmaram. Pelo contrário. A inflação de serviços está em mais de 7%, os IGPs, em 10%, o IPCA deve fechar o ano em 5,7%. No começo do ano, pode cair ligeiramente no acumulado em 12 meses, mas voltará a subir porque em junho, julho e agosto de 2010 as taxas ficaram próximas de zero. Quando elas saírem da conta, certamente o acumulado subirá, avalia o economista Luiz Roberto Cunha, da PUC-Rio.

A MB Associados considera que a tendência dos preços dos alimentos e das commodities agrícolas é de alta, com a exceção do arroz, leite e trigo, mas porque trigo teve alta grande demais e agora pode ficar estável. Isso se não for, junto com a soja, alvo da pressão dos fundos financeiros. A carne de gado confinado já foi vendida ao mercado e deve haver uma redução da oferta em dezembro puxando os preços de outros tipos de carne. O café está entrando no ano de baixa produção, o que já pressiona os preços, os estoques estão baixos e houve problemas nas safras da Colômbia, Vietnã e América Central. Açúcar está na hora da renovação das plantações, o que pode reduzir a produção. O milho no Brasil teve uma safra menor do que a esperada. Laranja teve problemas de clima e doença. Alimentos, portanto, continuarão pressionando a inflação.

As grandes empresas de varejo que fazem parte do Instituto para o Desenvolvimento do Varejo divulgaram ontem excelentes números do Índice Antecedente de Vendas (IAV). O indicador é construído com a média das vendas das grandes redes e as previsões que fazem, de tal forma a ser como o nome diz, um antecedente. A previsão é de que as vendas do varejo tenham aumento de 11,8% em novembro, na comparação com o mesmo mês do ano passado, e de 11,1% em dezembro. No setor de duráveis, as vendas do varejo devem crescer 16,5% e 16,7%. Esse seria então, diz o IDV, o melhor Natal desde 2007.

É uma boa notícia, mas que somada às pressões inflacionárias, às dúvidas sobre a autonomia do Banco Central e ao expansionismo fiscal do governo podem levar a uma tendência de acomodação de reajustes altos de preços dentro da cadeia produtiva. Neste exato momento, negociações por aumentos de preços estão ocorrendo entre indústria e varejo para o suprimento do Natal. Se for dominante a impressão de que o governo será leniente com uma taxa de inflação maior, ela será maior; é a profecia autorrealizável.

Mas se o Banco Central defendeu nas últimas atas e relatórios de inflação um cenário benigno, o que ele fará agora? Elevar o tom da ata? Subir os juros ainda no governo Lula para poupar o governo Dilma de fazer isso logo no início? Elevar os juros na primeira reunião do governo Dilma? Ou tentar adiar a má notícia elevando o recolhimento compulsório? São essas dúvidas que o Banco Central terá que responder nas próximas semanas para restabelecer ou perder de vez a confiança em sua capacidade de decidir de forma autônoma a política monetária.


*Acrescentamos subtítulo, foto e legenda ao texto original

CHARGE: SINFRÔNIO - Diário do Nordeste (CE)



SINFRÔNIO - Diário do Nordeste (CE)


Cidade Maravilhosa sob ataque dos narcoterroristas

RIO DE JANEIRO
Cidade Maravilhosa sob ataque dos narcoterroristas
O governo do Rio de janeiro está utilizando blindados da marinha, solicitado ao governo federal, para ter acesso ao complexo da Penha, já que os terroristas do crime organizado tinham conseguido criar barricadas que impediam o acesso aos blindados do Bope, os conhecidos caveirões. Os números são de guerrilha urbana: a policia já eliminou 30 suspeitos no confronto e 55 veículos entre carros, ônibus e vans, foram incendiados pelos criminosos desde domingo. Mas as estatísticas da violência estão sempre sendo atualizadas, para números que cada vez mais aproxima a realidade carioca, como de uma cidade sob ataque guerrilheiro

Foto: EFE

Blindados da Marinha tendo como fundo a Igreja da Penha no Rio de Janeiro, uma imagem de uma cidade tentando reagir de um ataque terrorista.

Postado por Toinho de Passira
Fontes: Reuters, O Dia, Extra

Veículos blindados da Marinha e fuzileiros navais se uniram nesta quinta-feira à polícia do Rio nas operações contra o crime organizado, no quinto dia da onda de violência que já deixou ao menos 30 suspeitos mortos e deixa o rio em pânico.

O alvo da principal operação das forças de segurança é a favela Vila Cruzeiro, no Complexo da Penha, zona norte, um dos grandes redutos de criminosos da facção criminosa acusada de comandar os ataques a veículos e alvos polícias esta semana em vários pontos da cidade.

Ao menos 10 veículos militares blindados da Marinha com metralhadoras, que nunca foram usados nos combates em favelas da cidade, transportam soldados do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope) para o interior da favela.


Foto: Captura video/O Dia

Foto: Captura video/O Dia

Imagens aéreas de tevê mostraram dezenas de traficantes armados fugindo da Vila Cruzeiro à pé, de moto e de carro, por uma estrada de terra que leva a outra comunidade.

"O objetivo de hoje é assumir o território novamente que foi tomado pelo tráfico. Estamos tomando esse local e retirando da sociedade essa situação de refém do tráfico", afirmou o coronel Álvaro Rodrigues, chefe do Estado-Maior da PM e comandante da operação. Segundo o coronel, a operação não tem prazo para acabar.

Na quarta-feira, o blindado do Bope, conhecido como "caveirão", teve dificuldades para entrar na favela devido a barricadas construídas pelos criminosos. Nesta quinta, outras barreiras foram erguidas nos caminhos para chegar à favela, e um carro foi incendiado no principal acesso da Avenida Brasil para o Complexo da Penha, impedindo momentaneamente a passagem de carros. As tropas, no entanto, já tinham passado.

"Nós não temos prazo para encerrar as operações. Vamos continuar com o apoio logístico e de veículos blindados para o transporte de tropas da polícia pelo tempo que for necessário", disse à Reuters o coronel Carlos Chagas, comandante do batalhão logístico da Marinha.

Segundo o coronel, os fuzileiros navais participam da ofensiva apenas na operação dos veículos blindados, que foram ocupados por homens do Bope. As metralhadoras de alto calibre que estão no topo dos veículos não serão usadas, segundo a Marinha.

Na verdade o objetivo é conduzir até as áreas mais críticas do morro, os integrantes da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro, sem serem alvos fácies do bandidos entrincheirados em pontos estratégicos.

Foto: Extra Online

Ônibus incendiado pelos bandidos em Rio Comprido, cena que se repete o tempo todo por todo o Rio de Janeiro

Ao menos 55 veículos, entre carros, ônibus e vans, foram incendiados pelos criminosos desde domingo, quando foi deflagrada a onda de ataques a veículos e alvos policiais na cidade e região metropolitana.

De acordo com a PM, morreram 30 pessoas em confrontos com policiais em três dias de operações em favelas, com mais de mil homens envolvidos, em reação aos ataques. Nesta quinta, a polícia permanece com ações em diversas comunidades controladas pelo crime organizado, além da Vila Cruzeiro. Morreram mais sete suspeitos na favela do Jacarezinho, na zona norte.

Durante uma incursão do Bope na Vila Cruzeiro na quarta, uma adolescente de 14 anos foi atingida por uma bala perdida dentro de casa e morreu no hospital. Outros moradores também foram feridos por balas e levados para o principal hospital da região, segundo a Secretaria de Saúde do Estado.

Autoridades da área de segurança consideram que essas ações violentas são uma resposta à nova estratégia implementada na capital com as Unidades de Polícia Pacificadoras (UPPs), que provocaram a saída de chefes do tráfico de favelas onde esse tipo de policiamento foi instaurado. Acuado e forçado a deixar algumas áreas da cidade, o crime organizado estaria reagindo.

Foto: Reuters

A implantação das UPPs em 15 das centenas de favelas espalhadas pela cidade é considerada o maior avanço na área de segurança pública da capital fluminense nos últimos anos, e a medida foi inclusive citada pelo Comitê Olímpico Internacional como um exemplo de que a cidade será segura para a Olimpíada de 2016. O Rio também será palco central da Copa do Mundo de 2014. Isso se os narcoterroristas permitirem.

Foto: Eduardo Naddar/Agência O Dia

Acuados debaixo do fogo cruzado, o carioca clama por paz